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| Praia | |
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Autor | Mensagem |
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yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Fev 18, 2023 10:09 pm | |
| INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.——— Notável. ——— ouço-me rebatê-lo, rolando os olhos em resposta ao olhar fime, afirmando junto à ele que realmente é péssimo na arte da discrição; como uma coisa que jamais poderá penetrar as dependências da sua mente, a ideia de ser menos do que naturalmente é caminha contraria ao seu entendimento.
Algo nos meus ossos disse-me que consigo compreender o que há por trás do silêncio que as pessoas lançam na atmosfera — fui um tolo que confiou cegamente no primeiro instinto que pulou no corpo. Um inocente. Me apeguei à essa âncora, presumindo e montando um milhão de suposições pelo jeito com que Nathan flexionava suas sobrancelhas. Os sinais ocultos na maneira com que relaxava os lábios e tocava a sua presença com a minha. As coisas minúsculas. As coisas grande. Só queria saber o que diaboos havia dentro daquela cabeça loira no tempo em que o silêncio enfiou britadeiras nos meus ouvidos e forçou uma milhão de paranóias a escoar pelo meu crânio.
Gosto de cerragem pairou na língua, o mero movimento de engolir tornou-se complicado e desagradável. Nathan ficou de repente quieto, indecifrável — como se uma sombra tivesse se inclinado para cobrir a metade do seu rosto, o brilho nos olhos ficando desfocado sob o manto de escuridão que despencara. Ele abriu a boca e em algum momento entre os intervalos dos seus lábios, o equilíbrio fugiu do meu corpo, deixando-me à mercê de uma rejeição que eu sinto como um mal pressentimento se aproximando. Não sei se quero ouvi-la. Não sei de mais nada. A desorientação é quente, emoções coaguladas como se o manto da resiliência fosse colocado por um juiz nos meus ombros, sentindo parte da coluna se curvando para recebê-lo.
"você é meio frouxo"
——— ... perdão? o que? ——— pergunto, perplexo, tão surpreso que sequer tenho resistência contra o sorriso presunçoso que Nathan lança. Parece que alguém lhe doou mais uns 20 centímetros quando ele coloca-se na posição de inverter nossos corpos, roubando-me do controle. A parede é gelada; a antecipação fisiológica de um contato frio faz cócegas e arrepia o meu pescoço. Concentro-me em espalmar as mãos no assoalho e focar todos os músculos na tarefa de não denunciar a ansiedade que lambe cada um dos nervos, meus dois olhos castanhos ficam rapidamente inundados daquelas turquesas que encaram-me como se fosse um animalzinho inofensivo brincando com o leite na tigela.
Nathan está alucinando. O álcool é um veneno que desperta umas partes estranhas do seu espírito. Eu sinto-me despido das palavras que estão sempre na ponta da minha língua, o pomo de adão subindo e descendo enquanto forço-me a engolir o constrangimento que ameaça vir à superfície. "Eu gosto" — diz embriagado, e o seu hálito na minha orelha é um choque elétrico que espalha as suas ramificações pelo meu corpo, quebrando completamente a barreira que separava o rosto de entrar em combustão e virar cinzas. Fecho o punho, cravando com força as unhas na palma da mão, temendo tocá-lo e encerrar a fantasia que abriu-se à minha frente como uma criança querendo prolongar o seu conto de fadas.
——— Ei, Seawell, eu... ——— mas essas palavras são impedidas e descem pela minha garganta — elas quebram e juntam-se ao incêndio que toma meu corpo no momento em que sinto a pressão macia dos lábios do loiro contra os meus. O beijo tem gosto de tudo que existe e não é dito. O álcool sobe, como se bebesse vodka. O metálico do piercings é como a carícia fria de cubos de gelo envolvidos pela ternura de uma língua. Meu coração bate próximo a um infarto, o pulso correndo rápido e expondo o meu inconsciente, os desejos escorrendo de mim como se estivesse completamente encharcado de uma tempestade, sinto-me igual a um cachorrinho atendendo ao pedido que Seawell sussurra ao posicionar minhas mãos na sua cintura.
Aperto, cobrindo a curva com os dedos, quase conseguindo sentir a pele por cima do uniforme de empregada, cravando unhas, forçando como se isso significasse satisfazer a fome por algum vestígio de contato direto.
Então acaba, o sentindo voltando a mim tão lentamente quanto um fio de cabelo se desgrudando de uma mecha. Os lábios formigam quando privados daquela necessidade viciante de permanecer colado à dele, resquícios do calor e dos arrepios que senti com seu piercing circulando-nos a todo segundo, quadros e memórias entrelaçadas à promessa das loucuras que eu faria em seguida — torno-me refém do aperto no peito, sinto a minha coluna se inclinar, uma árvore se dobrando para conseguir captar a luz dourada que emana entre as nuvens. Afundo o rosto no seu pescoço, o nome "Nathan" vazando da boca como um louco que transforma isso no seu mantra. Nathan. Nathan. Nathan. É uma súplica — a perfeita imagem de um adorador que dobra-se sobre a figura da divindade e desliza os lábios pelo contorno da sua garganta, lambendo o suor e fincando os dentes na delicadeza da pele, piscando quando os cabelos loiros fazem cócegas nos meus cílios, erguendo levemente meu joelho para posicioná-lo no ponto entre as pernas do garoto. Não quero que acabe.
——— Nathan. Eu odeio você.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Fev 18, 2023 10:40 pm | |
| INTERAGINDO COM: ELLIOT NO HOTEL.——— Acho ——— disse, percebendo que o garoto na verdade se tratava de um felino manhoso, que usava da rebeldia para conquistar o que desejava, de modo que arranhava as cortinas como a pedir leite e mordesse os dedos como a pedir uma porção ainda maior de comida. Uma coisinha mesquinha e arrogante. Santiago pensou que apenas tocá-lo seria igualzinho à sensação de alisar o corpo esguio e mole de um gato selvagem, quando você não sabe ao certo se tem a total permissão para continuar entrelaçando as unhas aos pelos ressecados e grossos, mas continua a incubir-se da perigosa tarefa. Às vezes é bom — às vezes é possível ganhar novas cicatrizes.
Ele imaginou os absurdos que rondam a mente aparentemente distorcida e diabólica do garoto, quando ouviu seu nome pronunciado numa súplica longa e sensual, o chamado fantasmagórico de uma amante que ainda não perdeu o seu calor após horas amorosas sob lençóis vermelhos e brancos. É uma armadilha — pensou, sentindo os dedos faiscando, disparando um impulso para que pegasse a arma e metesse uma bala no meio do rostinho bonitinho que o encarava como se pudesse esmagá-lo ali mesmo. A piadinha sexual escorreu igual óleo quente pelo seu corpo feito d'água, sem sequer invadi-lo; nenhum comentário a respeito dela seria feito — e Santiago, se possível, franziu ainda mais o cenho, cuspindo toda a sua personalidade naturalmente reservada pelos buracos pretos dos olhos.
Algo maior do que ele lavou no tempo de segundos a impressão de devassidão que chegou e permaneceu flutuando na atmosfera — não estava totalmente errado quando associou Elliot ao perigo de uma assombração guiando perdidos para o penhasco mais próximo que conseguia encontrar. Até mesmo seu nome era traiçoeiro, letras curvas como anéis envolvendo quem o falasse pela garganta, sufocando e lhes fazendo acreditar que aquela morte é uma tortura da qual vale a pena ser experimentada. Ele sentiu o gosto dela pairando acima dos lábios, uma carícia sórdida crescendo dentro do seu interior quando finalmente entreabriu a boca e disse: ——— Elliot.
Não haveria volta. E metade do seu corpo enrijece a cada vez que o tal Elliot se aproxima mais do que a sua noção absurda de espaço permite. O garoto de olhos estranhos está jogando — brincando, e sorrindo, muito satisfeito, talvez, ou muito curioso, com algo do qual o latino não pode compreender totalmente.
Ele ficou fascinado pelo momento da luz que cintilou no óculos do garoto bem quando a mão dele foi pressionada fortemente contra o seu peito, um monte de notas servindo de barreira para que não houvesse contato com as suas roupas — é humilhante; como se ele fosse uma prostituta pela qual Elliot está pagando a noite, resumindo a existência de Santiago a um punhado de dólares que somente os riquinhos da Califórnia podem trazer por aí nos bolsos. Um arrepio percorre toda extensão da coluna; uma trilha faiscante de raiva espreita abaixo da primeira superfície da pele, marcada com as tatuagens pretas relacionadas ao seu atual trabalho — muitos o reconheciam por elas, desenhos desproporcionais agindo e o arrumando contato quase independentes das vontades do seu hóspede; são símbolos de gangues que normalmente parecem mais intimidantes do que a fumaça que escoa pela ponta do seu cigarro — cada uma fervendo e esquentando e querendo explodir como a responder a promessa arrogante entrelaçada ao sorriso provocativo de Elliot.
——— ... Vai servir. ——— disse, sentindo um repentino constrangimento vir à flor do rosto, suas emoções correndo desconexas do perfil calmo e sério que Santiago sempre tentava transmitir às pessoas. Ele guarda todo o caos e confusão num baú dentro do seu peito — trancando-o, devidamente, do mundo e do universo que continuava sempre se erguendo à frente dele. Deu um suspiro, lambendo discretamente a ponta do indicador adornado pelas luvas de couro, tão logo concentrando os neurônios na tarefa de contar as notas. 50 dólares. Outro suspiro. 100 dólares. 200. 350.
——— A cocaína não é pura, então não vai bater tão forte como se fosse ——— guardou o dinheiro e tirou, do bolso esquerdo, uma sacolinha com dunas e dunas que se amontoam umas sobre as outras numa imitação branca do deserto. Havia uma mesa disposta a acolher os desejos dos seus clientes e, nela, Santiago encontrou alguma utilidade. Colocou um cartão entre os dentes, usando as duas mão para despejar mecanicamente o conteúdo e montá-lo da maneira que se espera quando você precisa inalar uma carreira de cocaína — fazendo uso tardio do cartão a planificar e achatar, tão perfeccionista como se estivesse ele preparando um prato para o almoço de domingo.
——— Ah, ——— comentou, batendo as palmas, espantando uma névoa cinza para fora de si e empurrando os saquinhos plásticos cheios com ecstasy na direção do peito de Elliot, o modo mecânico com qual o pressionara lembra o exato momento em que ele tinha apertado um punhado de notas no seu peito ——— Tá bom pra você, Elliot?
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Fev 19, 2023 3:07 am | |
| ——nobody’s taking control all over me
MEDICINA | VETERANO | PANSEXUAL
INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY Fui agradado e entretido pelas novidades, uma delas sendo as reações que consegui arrancar de Alyssa, mas a que mais me pegou de verdade foi a de senti-lo daquela forma. Perto pra caralho. Íntimo pra caralho. A expectativa era de que fosse ruim, péssimo, mas não, não foi. Foi o total contrário disso e, por conta de toda a camada de álcool que me impedia de agir com qualquer tipo de coerência, arfei, mesmo que com os lábios ocupados, quando ele obedeceu e grudou os dedos em mim e por uma fração de segundos me peguei querendo que as roupas não atrapalhassem. Puta que pariu, preciso me controlar. Não que esse tipo de pensamento me controlasse, mas era uma tentativa.
Seria muito mais fácil se ele fosse um cara com quem eu tivesse esbarrado aleatoriamente, não alguém que me conhecesse por, pelo menos, metade da minha vida. A sensação era a mesma de foder um irmão de sangue; nojento. A ideia de pegar um amigo ou ex-isso, que seja não se encaixava na minha cabeça, nem mesmo em qualquer tipo de hipótese mirabolante que eu criasse. Só que, agora, sem a moral e o bom senso para interferir, era bom e eu queria mais. É assim que incestuosos se sentem? Pelo menos foi só um beijo. Nada muito extremo, sendo que já tinha acontecido antes. Mentir pra mim mesmo sempre funciona.
Na pequena esperança que tive de que ele se desse por satisfeito quando acabou, de novo fui pego de surpresa pela enésima vez só nessa noite enquanto recuperava o fôlego e os cacos de sanidade, o olhar baixo e desfocado, pelo encostar de seu rosto no meu pescoço.
——— Ei… ——— Tentei chamar sua atenção, como se fosse mandá-lo parar com aquilo entre uma respiração mais pesada, graças à textura de sua língua. Pelo andar daquilo, o de cabelos escuros parecia estar em alguma espécie de frenesi do afrodisíaco que eu tinha me tornado para ele. Se eu não fosse tão fraco por mordidas no pescoço, talvez não teria tido a necessidade de maltratar a minha boca para impedir um som que Alyssa não deveria nunca ouvir, só para evitar constrangimento posterior. O desgraçado, filho da puta, canalha, ainda não satisfeito, encosta o joelho no meio das minhas pernas e o calor aumenta. Me tornei a última alma pura que estava sendo corrompida por um demônio, ele, quando fechei os olhos com força e gemi, de repente sentindo a necessidade sufocante por mais. Merda, eu não queria transar com ele. Não seria certo, mas–
——— Aly… ——— Choraminguei, incapaz de diferenciar a sensação flutuante dos pés no chão. E, então, num curto lapso dos meus sentidos voltando ao normal, ele diz que me odeia, me chamando pelo primeiro nome. Até teria me atentado mais a desse detalhe se não fosse pelo meu estômago brincar de dar voltas quando voltei a senti-lo direito, e, graças a um impulso mal calculado pela ânsia, me afastei e o tirei de perto de mim com um empurrão que devia ter sido mais fraco, mas não foi, virando meu corpo para a direção oposta e, para a alegria do meu organismo, expulsando a bebida e o que eu tinha comido para fora. Não foi nada bonito. Não devia ter bebido tanto. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Fev 19, 2023 5:41 pm | |
| Interagindo com Maxine no Bar do HotelEu odeio o Halloween. Não por ser meu aniversário, porque disso eu secretamente gostava apesar de sempre dizer que não queria nada especial, mas sim porque quando se não é mais criança, toda a magia dele se perde; ele se torna apenas mais uma festa estúpida em que os jovens agarram a oportunidade para fazer a exata mesma coisa de todas as outras, mas usando alguma fantasia provocante. Prefiro mil vezes o Halloween de uma criança, mas infelizmente quando adultos tentam fazer o mesmo, acaba que eles só recebem olhares de julgamentos e questionamentos como “mas você não está um pouco crescidinho para isso?”.
Eu preferia um simples bolo e somente a presença da minha família, mas em vez disso tenho centenas de desconhecidos ao meu redor, uma gravata bagunçada, a garrafa de algo que um cavalheiro gentilmente me ofereceu como presente de aniversário e uma solidão que fica ainda mais desconfortável quando se tem tanta gente por perto. O problema não é a data, mas sim esta cidade e as pessoas que a habitam. Esse obviamente não é meu lugar, apesar do balcão gelado do bar estar tão confortável que parece até que foi feito sob medida para mim. Espera… Talvez tenha sido mesmo.
Cada gole que passa em minha garganta deixa meu corpo ainda mais à vontade e eu percebo que, na verdade, eu não odeio exatamente estar aqui. Talvez eu estivesse exagerando, mas a nuvem branca que me envolveu mudou um pouco minha percepção. A multidão de pessoas não é tão sufocante assim e todos os problemas parecem tão insignificantes e distantes. Talvez tenha sido essa garrafa ou alguma das diversas que vieram antes dela, mas algo certamente tinha um efeito meio mágico, me deixando intangível e invisível. É tão relaxante. Pensei mesmo que nada podia me alcançar, mas o instante seguinte me prova o contrário quando uma presença desagradável adentra e mancha a nuvem branca e leve que havia ao meu redor, roubando minha garrafa e desferindo um tapa em meu pescoço.
——— Ei! ——— reclamei, subindo a mão até o lugar do tapa e afiando os olhos para conseguir identificar quem era o destruidor da minha paz, demorando um pouco graças a visão turva. Soltei um suspiro quando percebi de quem se tratava. É claro que era ele. Quem mais poderia ser? Eu certamente não devia aparentar estar muito feliz quando assisti minha bebida entrar garganta abaixo de alguém que não a merecia, mas foi somente no momento em que ele me ofendeu que eu soltei um resmungo de insatisfação e virei a cara de volta para o bar, empinando meu orgulho na ponta do nariz.
——— Pfft, não mesmo. ——— recusei a ordem com tranquilidade, cruzando os braços e me ajustando para ficar ainda mais à vontade no banquinho, prestes a me largar sobre o balcão novamente, até que senti a mão me puxar por um dos braços. Embora não parecesse ser exatamente a intenção, meu equilíbrio me abandonou quando isso causou um giro inesperado no mundo. O chão onde busquei apoio com o pé pareceu fugir do lugar onde deveria estar, então me apoiei segurando o braço de Maxine enquanto resmungava, praguejando-o em umas 15 línguas diferentes que nem eu mesmo conseguia compreender.
A presença dele já acaba com meu humor, mas me irritei ainda mais por meu corpo ter vacilado em poder ter dado alguma razão para ele. Não estou uma merda e muito menos preciso de ajuda — é o que tento provar quando me esforço para encará-lo com seriedade enquanto o mundo girava mais que o normal. ——— Você levou um soco. ——— meus olhos se encheram de surpresa quando percebi o machucado. Levei meu indicador para cutucar o corte no lábio dele, mas a imprecisão nos meus dedos só me permitiu alcançar uma parte próxima ao canto dos lábios. ——— Hehe, que legal. Agora sim é um dia bom.
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Fev 19, 2023 7:45 pm | |
| Interagindo com Winifred Page | Local: Hotel Mission Bay
Me perguntava qual era o tipo de droga que aquela mulher havia me oferecido. Os sentidos... estavam aflorados demais, mais do que eu gostaria, aqueles toques, por mais simples que fossem, traziam uma sensação indescritível e... nova, algo que gostaria de sentir mais vezes. Reparei seus olhos indo em direção aos meus lábios e não me contive em fazer o mesmo, aproveitando o toque de seu corpo com o meu, já havia perdido as contas dos arrepios que havia sentido a cada movimento seu, suas mãos em meu rosto, meus cabelos era... bom demais. O toque da loira era instigante e ao mesmo tempo convidativo.
Entretanto, sabia bem que deveria parar por ali. MJ ficaria furiosa se me visse agora. Aquele pensamento fez com que o pouco de sobriedade que ainda me restava agradecesse quando a mesma teve a iniciativa de se afastar, mas aquela pontinha de decepção teimou em permanecer em mim, como um incomodo irritante, mesmo que não quisesse admitir. Winifred era minha amiga e nada mais, estava feliz com o relacionamento que tinha e não queria estragar. Estava? Sim! Estava. Deixaria que aqueles pensamentos inapropriados de querer que a distância entre nossos lábios fosse desfeita somente como se fosse um delírio de minha mente embalada pela droga que havia tomado. Outra coisa que deixaria MJ completamente irritada. Detestava aquela sensação ao qual estava me tomando agora, a confusão que sentia em minha cabeça, com sentimentos que não conseguia controlar... a falta de controle para mim era uma tortura e era exatamente o que estava sentindo agora. Merda. Agora me lembrava o porquê não era muito de me aventurar com esses entorpecentes.
Parando para pensar, nem me recordava no momento do porquê a morena não estar comigo naquela festa. Porém de certa forma eu agradecia. Por motivos que não conseguia compreender, ou fingia não compreender, as duas nunca se deram bem e uma das coisas que também odiava era o fato de ser obrigada a praticamente me dividir em duas quando essas se encontravam no mesmo lugar. Geralmente mandava as duas irem a merda, sem paciência nenhuma para este tipo de joguinho.
– Claro... – um sorriso ao qual era raro se ver em meu rosto veio-me e peguei sua mão com entusiasmo. Passamos por entre a multidão mais uma vez de mãos dadas e nos sentamos em dois bancos em frente ao bar. Demorei alguns segundos antes de soltar sua mão, por motivos de... não sabia, aqueles sentimentos estavam tomando conta de mim e ao mesmo tempo que detestava, era... interessante. – Uma garrafa do champanhe Louis Roederer Cristal Brut –falei ao barman, não me importava com o preço, $10, $1.000, $10.000, $100.000, $1.000.000, eu jogaria aquele dinheiro no rosto daquele homem sem problema nenhum somente para tomar uma boa taça do meu champanhe preferido. O homem ao qual me dirigi disse-me que provavelmente não o teriam no momento, o que me fez olhá-lo com desprezo antes que voltasse a falar.
– Pois você vai providenciá-lo agora... faça o seu trabalho antes que faça você ser demitido por justa causa – o homem pareceu empalidecer com minhas palavras e logo sumiu de nossa frente. Ele sabia bem que eu tinha capacidade para isso, afinal o dono do hotel era um grande amigo de meu pai, pelo menos aquele velho servia para que eu tivesse o que queria e também para usar como ameaça, para algo ele devia servir. - Você vai adorar esse champanhe, é o meu preferido... não sei como você se submete a essas bebidas horríveis, tinham que custar $5 mesmo... - revirei os olhos, mas voltei a observá-la. A mulher parecia estar cansada assim como eu pela nossa pequena dança, além do suor que escorria pela sua testa. Peguei um lenço, ao qual carregava sempre comigo, me aproximei dela limpando seu suor com delicadeza, pegando em seu queixo para fazê-la ficar parada durante o processo - Se estragar essa maquiagem... vai se ver comigo - informei a ela, pois tinha-a ajudado mais cedo com seus preparativos, em maioria com a maquiagem, mesmo que ela não precisasse. Não sabia o motivo pelo qual ela insistiu tanto para que eu fizesse parte do processo, mas ao menos ficou fidedigno com a personagem, uma sombra de cada cor em cada um dos olhos, um coração preto um pouco abaixo de um dos olhos e um batom vermelho chamativo. Algo que direi mais uma vez, combinava bem com ela.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Fev 19, 2023 11:03 pm | |
| INTERAGINDO COM: DOMINIQUE E KOSTYA NO HOTEL.Querido diário; acho que alguém colou um panfleto indestrutível de "não-falar-com-ele" nas minhas costas, estou há meia hora esfregando a coluna na procura por qualquer papel ou justificativa que dê razão ao fato de que ninguém parece remotamente interessado em conversar com a espécie de "Rey Skywalker" que tornei-me com a fantasia. Isso aqui é igualzinho ao ensino médio — quando a multidão estudantil tratava-me exatamente como uma senhorinha trata o seu guarda-roupa parado no canto do quarto; uma coisa inumana, digna de talvez um segundo olhar de curiosidade. Quem sabe a distância se dê por causa dos acessórios engraçados e do tecido escurecido pelo tempo guardado no porão que, juntos, remete bastante à uma novela bíblica da Record — ou será, talvez, que as pessoas me acham convencido a ponto de acreditar que resolvi com toda minha arrogância exibir-me nas vestes do próprio Jesus Cristo? de Moisés? ARGH. Acho que.. |
Uma garota esbarra com força no meu ombro, fazendo com que a caneta azul pule do meu dedo para baixo dos pés das pessoas dançando na pista — aparentemente, você não está seguro nem quando você decide encostar na parede e escrever um pouco da sua solidão e do seu tédio. O meu cérebro automaticamente enviou uma careta feia, digna de uma figurinha no whatsapp, para a menina, que está por sinal muito muito bêbada, e espantou a minha chance de desenvolver uma conversa a partir do evento infeliz que, coincidência ou não, amarrou com um lacinho vermelho os nossos dois destinos. Ela foi embora, sorrindo cansada, cambaleando entre a multidão suada, como se um mero sorriso fosse o bastante para dispensar as desculpas que certamente eu mereço.
O meu orgulho é um garoto preso por correntes metálicas e pesadas que ecoam sons de ferro sempre que ele tenta escapar da prisão na qual eu o coloquei. Tudo bem, sem diário, então. É depois de uns cinquenta suspiros que finalmente tomo a coragem para mover-me do local em que encolhia-me dentro de mim mesmo — como um caracol se espreguiçando do casco, decidindo que é hora de arranjar uma nova casa; eu tomo certa distância da parede e ela permanece um pouco quente do tempo que fiquei encostado ali.
A primeira regra dos mandamentos dos desajeitados é encontrar outro igual a você para que não pareça muito evidente o seu fracasso social. Meus olhos buscam por Kalista, duas safiras brilhando como faróis azuis de um caminhão, vasculhando cada centímetro de todo corpo que é possível encontrar logo à frente delas — é, no entanto, Kostya, o russo, que capto, sendo rudemente importunado por um boneco assassino que possui uns metros a mais do que o material original tem, no sofá. Urgh, ele está em perigo. Sinto os dentes raspando uns nos outros, a mão inconscientemente sendo levada à boca, as unhas se quebrando como papel no aperto entre os lábios. Isso não me incomodaria se não fosse o meu amigo — eu acho que somos amigos — sendo a vítima lambida pelas inadequadas — para não dizer nojentas — palavras de Dominique.
O bastão da fantasia, de repente, pesa como se carregasse chumbo na mão esquerda, livre e pendida ao lado do meu corpo, canalizando os impulsos sob a pele que cogitam de forma rápida apagar o valentão com um golpe certo na sua cabeça. Tá parecendo coisa do destino possuir uma arma (arma?) que pode desacordar o ruivo e resgatar o coringa em questão de segundos. Uma panelona imaginária, acima do fogo alto, cheia de considerações sobre o ato de agredir alguém, borbulha na mente, letrinhas formando frases como "foda-sekk" boiam entre as bolhas de consciência que estouram (clap) como a bolha de um chiclete dentro do meu crânio.
A brisa sopra contra o meu rosto e afasta os fios de cabelo que caíam feito uma cortina amarela e preguiçosa por cima dos cílios. Sinto-me cauteloso como um pai querendo evitar que seu bebê acordasse ao mero sinal da sua presença, a carcaça de 1,65 m erguendo, por trás do local em que os garotos se encontravam sentados e tão íntimos quanto amantes, o destino que dará uma boa dor de cabeça no valentão ruivo da república. Mas é só quando Grimm-Pitch está ao alcance de um golpe da minha poderosíssima arma que dou conta de que isso na verdade é uma péssima ideia — o nervosismo congela meu corpo antes que o acertasse de fato, a imagem de um homem que deseja muito empalar um animal com a sua lança toma posse dos meus músculos rígidos. O medo de falhar e ter um nariz quebrado leva-me a calmamente retornar o bastão ao lugar onde fica sempre posicionado, suspenso próximo ao corpo, como um velhinho que precisa de uma bengala para dar continuidade aos seus passos mas esquece de utilizá-la da maneira devida.
——— Ei ——— a voz sai trêmula, mais fina do que deveria, lembrando muito uma chaleira velha e esquecida há quarenta minutos no fogo. Merda. Conserto essa impressão com um pigarro, ignorando qualquer coisa que antecede a minha nova tentativa de intimidação: ——— você deveria mexer com alguém do seu tamanho, Grimm-Pitch. ——— digo, olhando-o de um jeito que inicialmente indica que não via mal nenhum naquilo e que, ao mesmo tempo, via um pouco, sim. Mas então, muito mais mal. E depois tanto mal que ninguém poderia dizer que um dia Simon Sutherland cogitou por um segundo que não fosse tão ruim ter o cachorro de Maxine Salvatore abanando o rabinho para seu amigo. ——— Vai embora, vai. Você não vê que ele está desconfortável? Está passando vergonha.
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Fev 20, 2023 12:15 am | |
| Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local Hotel Mission Bay
Gargalhei ao ouvi-lo. - Meu Deus, como não pensei nisso? No próximo ano te pedirei conselhos de qual fantasia ele deve usar - a frase se formou enquanto tentava controlar o riso. Nós dois rimos. Não pensei que veria o homem rir daquela forma na minha frente, apesar de ter uma aura descontraída e descolada durante as aulas, era visível que em sua maioria o mesmo tinha um sorriso polido e uma risada discreta e que estava mais para um riso por educação. Gostava daquilo, fazia com que ele ficasse diferente aos meus olhos... um pouco mais alcançável. Na verdade, ele já havia demonstrado ser quando nós dois nos encontrávamos ali bebendo juntos, como dois adultos que se conheceram num barzinho qualquer, mas a risada que ele fez... ele parecia mais relaxado, com certeza culpa da bebida, mas... eu gostei daquilo, gostaria de poder escutá-la mais vezes.
Com um momento descontraído como aquele, a minha brincadeira sobre o "premio" veio naturalmente, mas não esperava pela reação que viria do mais velho. Sua proximidade fez com que meu riso sumisse e meus olhos se arregalassem um pouco, mas ao vê-lo pegar em meu queixo com tamanha delicadeza... acho que teria caído para trás caso o banco não tivesse um encosto. Senti um frio na barriga, tentando entender o que realmente estava acontecendo ali, ficando alguns segundos em choque, tentando processar aquela sua ação em minha cabeça, mas fui me recuperando aos poucos. Não tinha dúvidas,ele realmente era maluco, fazer aquilo em meio a uma festa de faculdade, com uma aluna ao qual ele dava aula... com certeza era a bebida que estava falando e fazendo aquilo, porém, talvez eu tenha sido ainda mais maluca ao lhe dizer com um sorriso de canto - Ora professor Gutierrez... - aproximei meu rosto do homem antes de completar a frase, podia sentir a respiração sobre meu rosto - O que eu quero, nós não podemos fazer por aqui... - claramente, aquela frase poderia ter trocentas conotações diferentes e a minha eu bêbada não se importava nem um pouco que eu deixasse a mente do professor divagar pelas opções que ele quisesse.
Passei minha mão pelo seu braço, como mais cedo, mas dessa vez realmente havia alguma intenção por trás. Parei em sua mão, entrelaçando nossos dedos e sorrindo de maneira gentil para ele - Vamos? -fiz aquela pergunta e fiz ele se levantar o puxando pela mão por entre a multidão - Tem um lugar legal que achei quando estava vindo para festa - informei, me virando para ele enquanto passávamos pela porta, deixando aquele som e pessoas para trás. Nos dirigimos ao elevador, apesar de não ser mais necessário não soltei sua mão, por nenhum motivo aparente. Somente não queria soltá-la. O elevador não demorou a chegar no andar, assim como não demorou a que chegássemos em nosso destino. Puxei-o indo em direção a uma porta de vidro, ele já podia imaginar onde estaríamos indo, mas o aviso de "FECHADO" informava que não seria uma boa ideia ultrapassarmos a porta. Provavelmente, se fossemos pegos pelo segurança estaríamos em maus lençóis, mas o que era uma pequena adrenalina certo?
Atravessamos a porta ignorando completamente o aviso, ouvindo assim que se abriu o som das ondas que quebravam na areia e só então soltei sua mão, me virando para o moreno com um largo sorriso, colocando minhas mãos em minhas costas e andando de "trás para frente" - Eu quero que você entre comigo na água - virei-me novamente para o mar, me pus a tirar minhas botas, em seguida meu short, para então passar para a regata, ficando somente de roupa intima. Soltei meus cabelos por ultimo bagunçando-os um pouco, sentindo um pequeno alívio com aquela liberdade e corri para a água animadamente parando somente quando minha cintura foi coberta pela água. Pelo menos ela estava morna, o que facilitou muito na hora de entrar, mas o mar estava um pouco agitado, com algumas ondas, o que em minha opinião era ótimo, mar sem ondas, para mim era um tédio - Vem professor... está com medo de tubarão? - o provoquei acenando, não demorou muito para que ele viesse em minha direção.
Sorri para ele e iria falar algo, mas fui interrompida por uma onda ao qual estávamos distraídos e portanto não a vimos. Acabamos sendo puxados para a areia novamente. Quando abri os olhos e vi onde fomos parar, comecei a rir incontrolavelmente. É, tomar um caldo junto de Vicente não estava em meus planos, mas pelo menos pudemos rir da situação. - Vamos voltar para lá? - perguntei depois de me levantar, tentando limpar um pouco da areia em meu corpo e estendendo a mão para que ele se pusesse de pé.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Fev 21, 2023 10:01 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel——— Você bateu em alguém que te irritou. ——— ele repetiu, sorrindo. Foi nitidamente uma afirmação, mas a intenção no fundo daqueles neurônios que não estavam a pleno funcionamento no momento era de fazer ser uma pergunta. A naturalidade do rapaz de olhos escuros deixou uma impressão engraçada, como se fosse absurdo demais para acontecer, mas ao mesmo tempo totalmente possível. Quer dizer, isso era uma coisa que o ghostface faria, não é? Talvez fosse essa a piada e ele não entendeu porque não assiste filmes de terror.
Quase choramingou ao ser afastado do conforto em que estava quase se desmanchando, mas o rosto se iluminou com a palavra “doces”. Só processou o resto da fala depois de alguns instantes, e então assentiu com a cabeça, com os olhos brilhando. Ele certamente devia ser um anjo ou alguma criatura mágica concedendo todos os desejos de Henry. A sensação é que estava caminhando direto para o paraíso por um caminho leve e lindo, praticamente guiando o outro de tanta empolgação, embora ele devesse estar seguindo. Demorou para perceber o pequeno incidente com uma garota logo ao lado. Na verdade, nem sequer entendeu o que aconteceu direito, mas ficou meio chocado com o desenrolar da situação e franziu a testa, descontente. Calado, Henry apenas agarrou o pulso dele para guiá-lo para fora dali.
Deu-se conta de que talvez a fala anterior não era uma brincadeira, então. Fitou os olhos escuros como se estivesse à espera de alguma explicação, mas esqueceu-se de tudo no momento em que viu o brigadeiro na mão dele. Apesar de estar se sentindo muito à vontade, uma pequena onda de timidez o atingiu quando teve o doce pressionado contra seus lábios bem na frente de todo mundo. Obviamente, nem mesmo estando drogado Henry Blythe recusaria algum doce. Depois de morder, os olhos instintivamente conferiram os arredores, mas a timidez se dissipou tão rápido quanto veio. Pensou que eles deveriam estar parecendo namorados, o que era bem legal. Nunca teve um namorado antes. Isso é descolado.
É claro que ele quis fazer a mesma coisa e pegou um beijinho sobre a mesa — internamente se divertindo ao perceber o contraste das cores — e então pressionou contra os lábios à sua frente. Ele pegou outro beijinho e olhou casualmente para seu entorno, com a mente meio distante, não conseguindo prestar atenção em nada em específico até que os olhos se cruzaram com um par de olhos já muito bem conhecidos. Como se um raio atingisse o peito, o ar fugiu brevemente de seus pulmões e a eletricidade disparou por seu corpo, expulsando todo o peso e o conforto que quase o derrubavam até então. Lucidez era uma palavra muito forte, mas certamente uma onda de claridade atingiu sua mente.
——— Ah, que droga… ——— murmurou, se virando de costas. Ele enfiou um doce na boca com o mesmo desespero de quem estava se livrando da prova de um crime e se agachou rapidamente, saindo da vista da pessoa que tinha identificado logo à frente. A mesa bloqueava a visão, mas talvez não adiantasse muito já que o olhar dos dois já tinham feito contato. No instante seguinte, percebeu que só ele teve esse instinto, pois aquele par de olhos só disparava um alerta nele próprio. Um gótico não intimidava o outro. Não tinha pensado nisso. ——— Rápido, vem pra cá! ——— ele agarrou e puxou o pulso do projeto de ghostface com uma certa urgência, obrigando-o a se agachar também.
——— Não quero ver ela. Ela é minha… ——— houve uma pausa; o momento em que ele percebeu que na verdade ela não era nada dele. Sequer se sentia no direito de se referir a ela como uma "ficante", já que a única vez que a beijou, terminou com Rory o expulsando de casa logo depois com bastante grosseria, largando-o sem rumo nenhum depois de uma cena ridícula pelo medo da escuridão repentina causada por aquelas malditas luzes automáticas. ——— …ex-paixonite. |
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Qua Fev 22, 2023 2:41 am | |
| ——they say i’m a control freak
GASTRONOMIA | VETERANO | REP. C.F | DEMISSEXUAL
INTERAGINDO COM DOMINIQUE E SIMON NO HOTEL MISSION BAY Coreana, portuguesa, alemã, italiana– é, Dominique tinha um ponto apesar de todo deboche e tom de quase ameaça, monarquias eram realmente muito fáceis de serem derrubadas, tanto que até mesmo a russa foi destituída. Kostya diria que foi por falta de observação e tato dos regentes, mas, como todo e qualquer sistema de organização social, está fadado a ser superado por outro, seja melhor ou pior. Depende da mentalidade da sociedade ou de uma pessoa carismática o suficiente para chamar a atenção das massas. Dominique foi inteligente sem nem perceber, o que arrancou-lhe um riso, porém sem uma resposta, mais como se concordasse com o que ele disse na verdade, estaria dizendo um haha, incrível. O deixaria pensar o que quisesse.
O levantar indiferente de ombros não deixou o russo desconfortável. Na verdade, estava esperando por isso; por mais que o ruivo se mantivesse como um animal plumado expandindo suas penas para demonstrar mais tamanho que tinha, a modo de vencer por ego quem sabia que não conseguiria superar, mas que tentava por simples e puro instinto animal. Isso se realmente foi uma aposta que ele se submeteu; a teoria não deixaria essa mente inquietante e revisora tão cedo.
Teve que brecar o fluxo de pensamentos para reagir apropriadamente e não deixar a pergunta sobre para quem estava abrindo as pernas, ainda mais depois da olhada que recebeu. Inclinou a coluna ligeiramente para trás, em uns discretos milímetros, como se aquilo o protegesse de alguma forma ——— Ninguém. Eu só não vejo o sentido em fazer sexo com alguém sem nenhum tipo de significado. ——— Aguentou a forma com que era encarado, como se não pertencesse ao mesmo planeta que Dominique, com uma expressão um pouco mais fria, uma que combinava exatamente com o que estava dizendo. Frescura ou não, era do jeito que era. E não se flexionaria por ninguém, simples assim.
Já não bastasse a distância quase nula que estavam, o atrevimento do britânico demonstrava-se pular qualquer barreira de limite quando moveu os olhos brevemente para baixo, vendo a mão dele ir de encontro com sua perna, isso enquanto seu timbre provocativo o deixava desconcertado. No entanto, mesmo numa situação desfavorável, faria questão de o responder ——— Só tem um jeito de dominar um principado criminoso. Descubra sozinho. ——— Jogou em forma de isca, óbvia e toda enfeitada com luzes pisca-pisca de Natal; usualmente seria um pouco mais discreto. O “auto-tapinha-no-ombro” mental de que estava se mantendo distraído com a presença irritante não de um jeito totalmente ruim dele foi a desculpa que usou para a inconstância, a modo de se tranquilizar pouco antes de reparar numa sombra por detrás dele.
Aqueles olhos azuis vidrados e tomados por uma intenção incomumente maligna tomaram a atenção secundária da visão, que ainda estava tomada primariamente por Dominique. Aquele bastão ia acertá-lo. Ele ia desmaiar e gerar uma comoção horrível, ou ele nem sentiria dor e partiria aquela carinha inconsequente em duas sem um esforço sequer. Entendo que queira ajudar, mas não seja imbecil, Sutherland. Apesar da agitação interna, Kostya mantinha-se impassível, com apenas uma ponta de antecipação pronta para explodir a qualquer segundo–
Mas ele parou, congelou no lugar, daí devolveu o peso do bastão para a gravidade enquanto ainda o segurava, limpando-se do ímpeto agressor ou assassino e do impulso que era fácil demais de controlar, assim como qualquer coisa que era facilmente demonstrável a olhares rasos. Ah, ele desistiu; soltaria até um suspiro de alívio se não fosse indiscrição demais. Parece que o bom senso ainda morava em algum lugarzinho daquele crânio.
Soltou um suspiro quando ouviu-o falar, vendo-se forçado a salvá-lo de levar algum tipo de explosão pela interrupção sem planejamento, mas com intenções genuinamente puras, por mais que isso custasse a vida do Grimm-Pitch, mas arrumar um cadáver ou confusão para as costas não era um jeito muito saudável de tentar livrar alguém de um incômodo simples desse. Aquele menino parecia carecer de um cérebro, às vezes. Mas não desgostava dele, tanto que nem fez esforço para espantá-lo com sua acidez costumeira na primeira interação que tiveram. Muito menos nas seguintes. É, estava sendo legal. E seria de novo, pelos bons termos com o calouro.
——— Relaxa, Skywalker, está tudo bem. Só estamos conversando. ——— A entonação que usou só não saiu mais calma pela mente ainda se perguntar quando que Dominique tomaria o bom senso de tirar sua mão deslizante de sua coxa, o leve rubor no rosto não denunciando que se perguntava se ele era realmente europeu. Cruzes. Que Chucky não tentasse matar Rey por ter interrompido sua tentativa de flerte com o Coringa, ainda mais depois dela tentar o afastar como se fosse um cachorro de rua indesejado… que fanfic mais sem nexo. |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Qui Fev 23, 2023 5:51 pm | |
| INTERAGINDO COM: SEAN NO HOTEL.——— Eu levei um soco. ——— disse, afirmando depois de Blythe, como se só agora desse conta do corte horizontal e seco pela exposição ao tempo gelado da noite da festa de halloween. Um flash rápido do soco pipoca como milho quente dentro do meu crânio, um punho gordo e o barulho grotesco que alguém faz quando sente muita muita dor se dissipam à mera sensação do dedo atrevido de Sean num canto próximo a minha boca. Sinto a mandíbula travar, a palma da mão envolver o seu pulso para que não se aproximasse mais do que deveria, histórias não contadas surgindo à superfície da minha expressão, um castanho tão profundo e marrom que talvez ele as confundisse com o simples reflexo da luz ——— Que bom que isso te agrada. Você tá querendo um pra combinar com o meu?
"Ei, você não estava conversando comigo?" — disse um cara aleatório, que se introduziu no espaço como se possuísse o total direito de estreitar os olhos e enrijecer a boca para a cena. Ele carrega nas mãos outro exemplar da mesma garrafa que Blythe fez questão de absorver para dentro do cérebro, levando-me a considerar o que caralho ia fazer se eu não estivesse com o garoto enlaçado no braço.
——— ... conhece esse aí? ——— pergunto, ao mesmo tempo dando conta de que a palavra de um bêbado não é muito melhor do que a de alguém a caminho do corredor da morte. "Conhece" — afirma o desconhecido, a voz quase brincalhona, divertida, entregando a qualquer um a certeza de que talvez não estivesse tão no controle quanto eu pensara. Ele se aproximou a ponto de colocar a garrafa no balcão, olhando ela e depois Sean como se recolhê-la ou deixá-la ali fosse uma decisão monumental. Quando pensei que fosse só consolar a si mesmo com a bebida e desistir de entrar nas calças dos outros, ele abriu a boca, de um jeito que as pessoas abrem para reclamar, e explicou da amorosidade que floresceu entre os dois e que eu estou rudemente a interrompendo de crescer ainda mais, ousando pôr os dedos sobre o ombro de Blythe como um doido que não sabe o perigo de provocar um animal que está bem perto e aguardando uma oportunidade para assassiná-lo.
Cada grama dos pensamentos feios e submersos dentro de mim é de repente trazido à força para a luz do mundo, a expressão na mesma hora abandona por inteiro aquele jeitinho perigosamente sarcástico que calhava de usar no rosto, substituído com tensão, quase como se essa agora fosse a camada verdadeira que alguma parte irracional de mim não queria mostrar toda hora às pessoas.
Eu não via nada além de um canalha desconexo de todos os outros para criar sua própria versão do que é aceitável ao embebedar alguém. Um rancor subiu diretamente das profundezas do meu espírito, senti o punho fechado antes mesmo que a próxima sílaba pudesse ser lançada pelo homem à frente, os músculos enrijecendo e as células ardendo naquele fogo que só é alcançado quando você têm uma imensa carga de certeza de que vale a pena começar uma briga feia.
——— Seu namoradinho tá encrencado, Sean. Francamente, ninguém te ensinou a não abrir as pernas pra qualquer um? ——— tinha certeza que minhas palavras pareceram uma sopa de letrinhas coloridas na sua mente entorpecida, mas era quase inevitável, por um motivo difícil de explicar, dar uma segunda olhada para o azul profundo e cortante que ondulava no centro das suas órbitas; agora menos implacáveis do que costumam ser quando sóbrias, embora ainda o tipo de cor que faz qualquer um reconsiderar os seus passos e planejar as palavras corretas para conquistá-las. ——— Seja útil e tome conta do meu celular. ——— disse, o empurrando de volta ao banquinho de onde havia praticamente o arrancado, batendo com um estalo de vidro e metal o celular na madeira escura do balcão próximo ao garoto.
Sinto o olhar do intruso queimando ao mesmo tempo que a atmosfera o envolve numa bolha frágil de incerteza, uma cortina transparente, de que talvez fosse esperto o bastante para não querer levantar suspeitas das coisas estranhas que estava muito inclinado a realizar naquela noite. Mas eu não poderia lhe dar nenhum momento de consideração — e a metade oculta dos meus pensamentos não deseja um cenário voltado para um desfecho pacífico no qual soubemos respeitar o espaço um do outro. Ah, não. Não sou nobre o suficiente para me esquecer da alegria que irrompe em ondas através das minhas veias pela mera perspectiva de descontar a frustração sobre alguém. É bom — tão intoxicante quanto beber vinho direto do gargalo, sentir a adrenalina na mesma medida que o álcool se infiltra e destrói os neurônios do nosso cérebro. É no curto instante de dois segundos, no tempo que demora pra você focar totalmente nas pequenas feições do rosto das pessoas, que o meu corpo assoma sobre o do homem, deixando para trás a bagunça avermelhada que estala como uma trilha sonora, osso esmurrado direto no osso.
As coisas perdem o sentido assim que a noção da civilidade começa a desmoronar sobre tudo, deslizando em escombros até o chão onde pisamos. O vento assobia muito próximo à minha orelha. Eu enxergo o mundo um pouco mais molhado e pegajoso quando a mão dele se impulsiona contra mim, a dor se tornando novamente um detalhe tão nostálgico quanto é o gosto da infância para qualquer um. Não entendo muito de matemática, mas considero simples compreender a forma metódica de derrubar alguém e montar sobre o corpo em um turbilhão de violência pura — tudo o que fazia parecia carregar uma gravidade além do incômodo que aquele sujeito me despertara, eu o faria pagar por um motivo que sequer compreendia direito, o impulso gritando na ponta dos ouvidos e me tornando incapaz de simplesmente impedir o movimento mecânico de alternar os punhos e sentir a consistência da pele contra eles. Um, dois, três, quatro...
Acho que alguém me distorceu de uma forma que nenhum médico pode consertar - algo está errado comigo, com a base sobre a qual construíram-me. As memórias. O filme da vida. Encontro-me à mercê de tapas duas vezes mais frequentes do que o encorajamento que você dá a uma criança pequena quando ela vai bem na escola. Uma assistente social que oferece mais gentileza do que um homem que fica na frente da televisão e as pessoas exigem que ele seja chamado de responsável. Um cigarro, fedorento, decorado com fogo, dedos e cinzas, sopra uma fumaça que é como nuvens que não percebem o mundo no céu. Um cigarro tosco e branco que queimou o braço de um menino magricela porque o pai não encontrou o cinzeiro a tempo.
Era um frenesi tão implacável que nenhum dos botões de emergência foram pressionados no momento que muitas e muitas mãos levaram-me para longe da confusão vermelha pintadas sobre meus olhos. Um dos seguranças lembrou de carregar a metade ainda acordada de Sean quando nos expulsou com uma expressão clara de desprezo, meu sangue ainda quente o bastante para que tornasse tentador apanhar um pouco mais de outra pessoa — como se não bastasse aquele soco que transformaria o meu olho esquerdo numa bagunça amarela e roxa por alguns dias. Foi gelado quando senti uma sensação úmida pingando na camisa branca, gotas carmesins foram se arrastando pelos ossos do rosto igual a uma lágrima que se nega a rolar direito. Não deve ter feito muito quando passei com a pressa a mão espalmada sobre o sangramento, mas serviu para controlar aquela aparência horrorosa que não tinha muita vontade de expor para todo mundo.
——— Onde você arrumou um homem tão fracassado? Fetiche? ——— disse, ignorando o gosto metálico na ponta da língua, passando a mão cheia com sangue pelo braço coberto com o tecido espesso do terno de Blythe, segurando-o ao caso de, de repente, se esvaziar do seu equilíbrio e cair no chão. Servir de babá é meio chato. Tediante. Acho que vou cobrar por isso. ——— Anda ou eu vou te chutar pra fazer você andar direito.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Fev 26, 2023 8:24 am | |
| Interagindo com Simon e Konstantin no HotelBem, não precisava de muito mais que aquilo para concluir que o russo de fato só tinha tido experiências sexuais horríveis na vida — conseguia chegar nessa conclusão só olhando para o coitado. Precisar de um significado era uma visão muito romântica, mas para Dominique isso tinha cheiro de traumas ou… de uma desculpa ridícula. E seja qual fosse, o cheiro da autonegação exalava nas respostas e transparecia nas leves linhas rígidas que Dominique se concentrou em observar no corpo do russo. Até poderia presumir que Kostya era virgem, mas o fato de ambos terem quase a mesma idade afastava rapidamente esse pensamento. Besteira. Ninguém minimamente bonito conseguiria ficar tanto tempo na vida sem transar, mesmo que se esforçasse muito.
O ruivo não tinha muita certeza de qual das cabeças estava chegando na conclusão de que ele precisava curar os traumas do pobre coitado, mas era o que sentia. Pensou que se o russo realmente não quisesse nada, então ele iria precisar provar com a reação de cada músculo presente em seu corpo para poder convencê-lo disso. Já se sentia muito disposto a testar a firmeza de cada um deles sobre essa ideia idiota maluca e limitada que Kostya insistia em se amarrar, mas depois que a resposta provocativa o alcançou, o disparo de um cintilar nas órbitas irritantemente azuis denunciou que isso alimentou ainda mais as motivações indecentes que ele já tinha.
——— Não sei não… Eu tô achando que você não é de gelo, Kostya ——— provocou, aumentando ligeiramente a intensidade que subia com a ponta dos dedos pela coxa do russo, permanecendo com os olhos fixos nos dele e assistindo a reação firme como uma pantera. Já estava fundo no pensamento de que descobriu que adoraria derrubar uma monarquia, que queria escavar gelo e de que talvez gostasse mais do comunismo agora, mas a sutil impressão que talvez não estivesse mais tendo a atenção exclusiva do par dos olhos cor de âmbar varreu os pensamentos para longe. Uma voz fina e infelizmente familiar foi a confirmação amarga disso, fazendo o ruivo precisar soltar um longo suspiro para esfriar a raiva que começou a ferver com a interrupção antes de finalmente desviar a atenção.
Com um olhar confuso, Dominique franziu a testa e ergueu uma mão na altura das sobrancelhas, cerrando os olhos para enxergar melhor algo no fundo do horizonte que, pelo esforço, parecia estar muito difícil de encontrar. Tudo isso só para depois, de forma dramática, descer o olhar devagar até Simon e fazer a expressão mais exagerada de surpresa que conseguiu, como se finalmente tivesse encontrado Wally. ——— Oh! Sutherland! Você estava aí! ——— ele cobriu a boca com uma mão e usou um tom semelhante ao que uma nobre donzela usaria para demonstrar surpresa pela visita de um cavalheiro alguns vários séculos atrás; teatral demais. Exageradamente gracioso e açucarado, como se precisasse mostrar uma delicadeza irreal. Quase juntou as mãos segurando um lencinho imaginário, mas a delicadeza se esvaiu no instante seguinte e deu lugar a um breve sorriso cínico.
Lembrou-se do próprio pensamento de segundos atrás, quando se convenceu que ninguém minimamente bonito conseguiria ficar tanto tempo na vida sem transar mesmo que se esforçasse muito e deu-se conta que tinha acabado de mudar de ideia. Simon Sutherland com certeza refutava esse princípio do universo, porque só ele seria fracassado o suficiente para ter a capacidade de conseguir uma proeza dessas. Sequer precisava colocar isso em palavras, só o olhar gélido e impassível que lançou sobre Simon já era mais que suficiente para dizer o quanto Dominique o enxergava como uma coisinha inconveniente e impossível de ser levada a sério. Procurou não se dar ao trabalho de estressar-se com a interrupção, visto que não teve grandes consequências.
——— Calma aí, guardião do gelo! ——— disse, não aparentando muita felicidade no momento em que teve que puxar de volta os dedos da coxa do russo. Ele sabia que realmente existiam motivos mais do que justos para o receio do loiro, o que causou uma satisfação interior que rapidamente começou a transparecer na expressão com um meio sorriso orgulhoso em seu rosto. Aproveitou o bom-humor repentino para envolver-se no deboche como um manto, revirando os olhos de um jeito difícil de definir se era pra ser brincalhão ou puro desdém. ——— Meu Deus, Sutherland! Por que você não deixa de ser empata foda e vai buscar uma bebida pra gente? ——— sugeriu. Ele pressionou com uma certa força o copo vazio de plástico contra a barriga de Simon, basicamente obrigado-o a segurar ou cairia em seus pés, e em seguida deu dois tapinhas no ombro dele, como se os dois fossem grandes camaradas — ou servo e senhorio, dependendo do ponto de vista.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sex Mar 17, 2023 11:10 pm | |
| INTERAGINDO COM: DOMINIQUE E KOSTYA NO HOTEL. Uma sombra mansinha, como se nascesse naquele instante, cobriu-me no rosto, escondendo os sentimentos feios e dos quais não sinto orgulho, que perscrutam o olhar. A primeira coisa que vejo é a mão espalmada de Grimm-Pitch, perigosamente próxima à coxa de Kostya. Invasiva. Uma reinvindicação, ou uma tortura. Não sei decidir qual das duas é a pior. Sinto o desconforto como um nó na garganta, recusando-se a descer ainda que eu me force ou tente distrair-me alisando o cabelo como quem alisa o pelo macio e quente de um gatinho. É só depois de observá-lo — Dominique — transmutar-se na inocente moça do campo, que o incômodo dá lugar ao arrependimento, e então eu estou desfazendo-me, como fumaça, de parecer afetado, para responder à sua provocação com toda indiferença que alguém como Simon Sutherland consegue evocar — ou, ao menos, fingir evocá-la.
——— Ha. Ha. Ha. Muito original. Hilário. ——— digo-lhe, escolhendo ignorar a repreensão vinda de Kostya, pensando comigo mesmo que é impossível alguém concordar estar bem enquanto à mercê dos dedinhos nojentos de Grimm-Pich. Obviamente foi coagido a pensar deste modo; é o que acontece quando você se encontra desamparado e sob a proteção do demônio. É por isso que fui a igreja e aceitei Jesus ——— Nós podemos conversar... hm.. privadamente? Kostya? ——— vejo-me desajeitado, uma única peça de xadrez em meio à tampinhas do jogo de damas, buscando ignorar o sarcasmo do ruivo como um motorista desatento ignora o farol vermelho no trânsito; fazendo cara feia, desviando o olhar, imaginando que, se quisesse, conseguiria fazê-lo desaparecer, com a força do pensamento.
Não estou empatando sua foda — quero dizer, ao invés de encolher o corpo para a sugestão de que estou sendo intrometido, sem saber encontrar um meio de impossibilitar que seu vocabulário indecente venha contaminar-me. O rancor é uma pétala abrindo pela primeira vez, inclinando a flor a revelar a semente de algo maior que possui guardado dentro dela. Dominique levanta, meus dedos encontram com força o cabo do bastão.
Não penso duas vezes. Eu lhe atirei uma expressão de raiva, sarcástico, como um animal que conhece o limite da sua coleira e portanto estica até onde pode, calculando consigo qual a porcentagem da chance de arrancar a mão do seu captor. Desconheço a coragem que penetrou cada músculo e os fez reagir ao copo empurrado em mim. É usando da mesma dosagem maníaca de um suicida que alcançou ao ápice do prédio, que jogo, com grosseria, o conteúdo viscoso do plástico no garoto ruivo à minha frente; líquido voando e espatifando contra a figura de Dominique Grimm-Pitch.
——— Pegue você. Folgado. ——— digo, forçando a expressão e uma dureza imaginária para não mostrar que estava tremendo, agora agindo mais lúcido, diante à besteira que havia feito. A consciência foi pouco a pouco voltando. E com ela, uma profunda e emocionante certeza de medo. Olho Kostya, esperando qualquer coisa que denote a dimensão do erro que foi cometido.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Mar 18, 2023 12:53 am | |
| INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.É ao reclamar do empurrão, quando sinto bater bruscamente na parede às minhas costas, que o beijo acaba. Eu não queria terminar: desejava viver o momento até esgotá-lo, ouvir quais outros sons podem abandonar a garganta rouca de Nathan, seguir a orientação dos movimentos; a dança inconsciente que você escolhe dançar quando desliza um joelho e aperta com força a cintura de alguém. Parte de mim é incapaz de compreender o mundo que voltou à tona, o modo como nós devemos permanecer brigando e-
——— Puta merda. ——— exclamo, olhando os lados para certificar à minha consciência de que ninguém está lá para admirar a bagunça de vômito que tomou controle do loiro, correndo com a preocupação de uma mãe que está assistindo o caçula desmaterializar logo à sua frente; posicionando uma mão nas costas como a conceder um incentivo silencioso para que tomasse tempo desfazendo-se do teor alcoólico que havia acumulado nas últimas horas ——— Sente-se melhor? ——— pergunto, admirando fixamente a sua expressão, ao mesmo tempo empurrando, dentro da consciência, um quadro não-convidado do momento em que ele esteve prensado à mercê dos meus braços na sua cintura, chamando-me pelo apelido que usava quando nós não tínhamos essa muralha estabelecida entre nós. Enxergo rachaduras nela, uma sutil ameaça de desmoronamento. Mas ela não é imbecil e ergue-se ali por um motivo. ——— Eu vou... levá-lo para outro lugar. Você precisa de um banho e roupas decentes, Nathan.
Digo seu nome, consciente do veneno que escoa, queimando e fazendo arder, para dentro da garganta ao pronunciá-lo. Empino o nariz com mesma disposição de um homem de negócios à espera do resultado do seu investimento, incapaz de aceitar recusas quando envolvo a mão no seu braço, trazendo-o para perto e auxiliando o equilíbrio até o permitido. O cabelo negro caí uniforme sobre os olhos, as pontas cutucando os cílios.
——— Não significou nada ——— disse firme, certo por fora e caótico demais para afirmar que estou convencido por dentro. Me apego ao fingimento, odiando à mim mesmo quando as memórias invadem sem pedir permissão, um caos contraditório ascende sobre tudo o que eu quero transpassar. Aperto a mandíbula, os dentes cerrados, o punho fazendo pressão no braço de Nathan, que seguro forte entre os dedos. ——— Mantenha isso em mente ——— olho seu rosto, procurando uma sugestão do que há por trás da sua cabeça, pensando no quão conveniente seria conseguir ler dentro dela ——— É tudo. Vamos.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Mar 18, 2023 6:43 pm | |
| ——we’ll be the envy of the gods above
PROF. DE PSICOFARMACOLOGIA | VETERANO | BISSEXUAL
INTERAGINDO COM MILENA NA PRAIA A surpresa sendo substituída por duplos sentidos tanto na expressão quanto nas falas de Milena só lhe deram a certeza que o álcool mais revela que adiciona na personalidade de uma pessoa. Quem diria, se perguntariam outras pessoas, que a aluna nerd tinha um lado mais carnal do que estudioso? Vicente estava surpreso, sim, mas não impressionado com a sugestão quando ignoraram o aviso da porta de vidro. Se estava fechado, então por que mostrar o outro lado? Parecia um convite, não uma proibição. O arquiteto devia ter fumado algo muito alternativo.
Todo o caminho seguiu- a em silêncio, curioso o suficiente para saber o que ela iria querer. Mas, bem, estavam num hotel na beira da praia e de noite, devia ter pensado nisso antes, ainda mais por ela ter dito sobre um lugar legal que tinha achado. Se pôs a observá-la com interesse quando ela começou a tirar o cosplay bem feito demais para ser só uma simples fantasia, e ainda mais quando ela correu diretamente para o mar, o levando a se distrair levemente por se lembrar de uns tempos atrás, só para ser chamado para a realidade pela aluna. Não precisou nem pensar muito; em uns curtos momentos depois estava se juntando a ela, também em roupas íntimas. Tinha ponderado se não tirava tudo de uma vez, mas ainda prezava pelo bom senso apesar de toda a bebida.
——— E você não tem medo de ser atacada? ——— Gritou a ela por causa do barulho das ondas e, antes que pudesse computar, água subiu e no segundo seguinte estavam de volta à areia, derrubados. A gargalhada o contagiou; foi como se estivesse com vinte anos de novo, fazendo coisa de universitário idiota. Não era nada ruim, na verdade. Aceitou a mão estendida a si só pela educação, já que não a usaria de apoio para seu próprio peso; não queria que rolassem na areia de novo.
Agora apropriadamente de pé, a ouviu sugerir que voltassem para dentro, mas não era bem o que tinha em mente. O clima já estava estabelecido e não tinha mais para onde correr; simplesmente obedeceu seus instintos e, menosprezando o gosto salgado e a areia dos corpos, colou-os ao puxá-la para perto, mas ainda assim mantendo os movimentos suaves, sem pressa. Sorrindo como se tivesse descoberto a chave que abre a caixa de Pandora, aproximou o rosto do dela, prestes a abri-la, já que tudo o que fazia quanto a atração que as alunas sentiam por si era ignorar com escapadas sociais, se não era simplesmente muito direto de uma vez com elas. Álcool agindo, uhum. Pressionou os lábios juntos, deixando claro que estava recusando a sugestão, e como se fosse um mandamento incontestável do destino que a beijasse. Provavelmente não se arrependeria, mas a dúvida ficaria totalmente na reação dela depois, isso se ela sequer se lembraria. |
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Mar 18, 2023 6:45 pm | |
| ——they say i’m a control freak
GASTRONOMIA | VETERANO | REP. C.F | DEMISSEXUAL
INTERAGINDO COM DOMINIQUE E SIMON NO HOTEL MISSION BAY O lado ruim de ser um louco por controle está justamente em interações humanas. Claro, elas eram manipuláveis, mas algumas eram simplesmente impossíveis de serem lidas por dentro a fim de descobrir as intenções por trás. Konstantin não era onisciente, por mais que desejasse ser, ainda menos quando as duas figuras de Grimm-Pitch e Sutherland se juntaram como se fossem uma mistura num liquidificador para fazer um creme grosso, totalmente translúcido e homogêneo de pura imprevisibilidade. E o barulho do liquidificador estava no fundo de seu crânio, como se desejasse quebrar a barreira do som e feri-lo com as ondas sonoras. Era doloroso ver os dois interagindo e não poder fazer ou dizer muito para apartá-los, já que a teimosia os definia mais que qualquer outra coisa.
Podia dizer que estavam agindo de forma desnecessária, mas não adiantaria de muito ser racional. O cinismo teatral de Dominique, a aspereza e inconsequência de Simon; todas elas, todas elas mesmo acabariam por matar os dois. Seja direta, indireta, interna ou externamente; ia acontecer, como uma profecia asteca que leva metade do mundo entrar em colapso e a outra metade a cometer suicídio pela iminência de extinção planetária por sabe-se lá o motivo. Era tensão demais para seu próprio bem, já que a inconformidade era o que lhe movia a tomar atitudes. Mas, agora, se sentia impotente. Pelo menos o ruivo tinha deixado sua perna em paz.
Antes mesmo que pudesse responder ao pedido do loiro, o ruivo agiu primeiro e empurrou o copo a ele, pedindo com um tom amistoso tão falso que transcrevia no ar que só queria que Simon sumisse da vista sinceramente desejava que ele só aceitasse e desse meia-volta, para não sofrer nenhuma consequência depois. O mais impressionante foi o seguinte porque, enquanto alternava o foco entre os dois como se estivesse assistindo um documentário cuidadosamente arquitetado do Discovery Home and Health, esperava tudo menos que o copo fosse esvaziado em Dominique, por mais que o autor do ato estivesse com quase todos os membros tremulando. Como resposta ao olhar amedrontado, balançou a cabeça de um lado para o outro, devagar, transmitindo com os orbes o quão decepcionado e surpreso estava. Quase um audível você não devia ter feito isso. Não podia salvá-lo do que viria a seguir, nem se acabasse com a vida toda do Grimm-Pitch depois. Não depois disso. Ai, que noite agitada. |
Última edição por Paith em Sex Mar 24, 2023 9:53 am, editado 1 vez(es) |
| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Mar 18, 2023 6:49 pm | |
| ——nobody’s taking control all over me
MEDICINA | VETERANO | PANSEXUAL
INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY De repente foi levado ao passado, forçadamente, quando um toque reconfortante foi depositado em suas costas enquanto o corpo ainda se livrava do excesso mas não de tudo de álcool. Depois de cuspir os resquícios, Nathan levantou o olhar para Alyssa para responder a pergunta que merecia mais má educação de sua parte, porém não queria ser deixado sozinho daquele jeito.
——— Não ——— Disse, apesar da carranca de desagrado ter denunciado isso antes por si. No fundo, porém, não podia deixar de estar se sentindo um tanto estranho ao se perguntar até onde teriam ido se não tivesse interrompido o beijo. Para com isso, cérebro. Hum, já foi, de qualquer jeito.
——— …Tá bem. ——— Por mais que sentisse um impulso latente de ir contra o que ele estava querendo fazer, um banho não cairia nada mal para tudo o que estava doendo que se resumia em tudo. O suspiro de derrota saiu antes que pudesse pensar que estava sendo formado, já que estava ensacando os pensamentos, de forma compelida, crânio adentro e podia jurar que estava até sentindo as sinapses ao passar a canhota pelos próprios fios de cabelo, como se isso fosse aliviar qualquer coisa. Não ia. Sabia disso muito bem e o agarrão e aproximação brutos que recebeu no braço não ajudou em nada. Puta merda, estava necessitado de um maço de cigarro agora se sentia um desses drogadinhos de merda implorando por mais uma agulhada.
O pouco caso que tinha com a forma com que era chamado o fez ficar cego ao peso que soou para Alyssa, apesar de ter sentido diferença. Não lembrava de tê-lo ouvido dizer seu primeiro nome com essa entonação sequer uma vez, mas tanto faz, a mente justificou, talvez ele só estava meio puto por ter que cuidar de alguém que sequer gosta. Quer dizer, quem não ficaria? Mas, daí, ele disse mais uma coisa.
“Não significou nada”
Franziu o cenho. Não era tonto, sabia do que se tratava o beijo, claro, mas sentia o sangue começar a ficar preso na região que ele estava pressionando, descontando o que quer que fosse o que ele estava sentindo em si. Não era culpa sua ou era? Não sabia mais, só tinha atendido o que ele queria. Ugh, que cara difícil. Seria muito mais fácil para Nathan se ele só dissesse o que estava deixando ele daquele jeito, ao invés de esmagar sua pele com os dedos, com o risco de deixar uma marca nada agradável ali. Porém, ao invés de só responder à altura, ignorou enquanto o encarava de volta, incomodado. Se ele disse que não significou nada, então era exatamente assim que trataria o assunto.× Se pudesse, uns dias atrás no passado, se olhar numa situação dessas, com certeza acharia que era algum tipo de brincadeira de muito mau gosto do universo. Mas, agora, não fazia diferença estar sendo praticamente carregado para um quarto de hotel por Alyssa. E ter entrado lá. Com ele. Sem mais nenhuma companhia. Bom, pelo menos não fazia diferença ativamente, já que uma parte anestesiada sua já teria o chutado porta afora. Não; ao invés disso, resolveu agir no automático, como se não houvesse uma muralha invisível, mas tão grossa quanto a que Trump estava planejando levantar ao redor dos Estados Unidos, entre eles. Praticamente rebobinou; é, o culpado disso ainda era o resto de álcool que ainda envenenava seus órgãos e ações.
——— Ei, ——— Chamou, deixando o peso pender para o corpo do de cabelos escuros ——— ‘cê vai me ajudar a conseguir tomar um banho? Eu não tô a fim de ter que rasgar essa roupa porque ela é abotoada por trás. Também não seria legal escorregar no chão do banheiro e bater a cabeça. Por favor? ——— Tudo saiu bastante devagar, sem muito esforço e arrastado pela garganta, como se falar fosse uma tarefa muito difícil, enquanto agora o olhava devidamente de baixo não só pela diferença de altura. Não era como se estivesse pedindo pra transar com ele. Não existia malícia no que tinha pedido, não com a cabeça começando a latejar por dentro, só para colaborar no estado deplorável e um tanto sem equilíbrio que estava. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Mar 19, 2023 4:42 am | |
| Interagindo com Leilin no Hotel Mission BayDesviou o olhar para baixo, tendo que apertar os lábios para não deixar nenhuma risada escapar. Sabia que Leilin estava sendo maldosa com o pobre barman e não podia dizer exatamente que desgostava disso já que achou engraçado, mas a onda de satisfação que sentiu era diferente; pensou que naquele momento ela estava agindo assim para agradá-la, tentando conseguir a bendita bebida. Mesmo que esse tipo de maldade não fosse fora do comum, gostava de se agarrar no sentimento de que tinha algo de especial em momentos como esse. O barman estava pálido quando lançou um olhar para Winifred como se estivesse buscando algum suporte. ——— Você ouviu a moça ——— levantou os ombros, tentando manter-se séria mesmo com o sorriso que escapava pelo canto dos lábios, se divertindo enquanto assumia uma postura séria como a de uma diplomata — que não demorou a se desmoronar de vez quando homem saiu de vista, levando a loira a cobrir a boca para gargalhar alto. ——— Garota, você é má! ——— disse num tom de brincadeira, apesar de ser verdade, e logo após deu um tapinha com as costas da mão no ombro dela.
Deu uma risada ao vê-la criticar novamente o corote. ——— Você não vai esquecer isso, né? ——— levantou uma das sobrancelhas, encarando-a. ——— Eu não queria te envenenar, me desculpe, donzela ——— revirou os olhos, esboçando um sorriso divertido. ——— Eu confio no seu bom gosto. ——— disse com tranquilidade, e então colocou os cotovelos sobre o balcão, entrelaçou os dedos e pousou o queixo sobre eles. A tranquilidade adornou seu rosto num sorriso sereno e bem-humorado enquanto a observava. Leilin se aproximou de repente e a loira levantou a sobrancelha com surpresa antes de perceber qual era o intuito, mas ainda assim não deixando de sentir uma faísca eletrizante disparar junto ao toque em seu queixo. Deixou as mãos caírem para o colo, os punhos se fechando com um leve nervosismo que ela só sentia na presença de Candmione. Esboçou um sorriso sincero com a ameaça e tentou agir com casualidade, mas o olhar que rapidamente caiu para analisar profundamente cada traço no rosto delicado de Leilin não trazia tanta discrição sobre as coisas que estavam se passando em sua mente naquele momento.
——— Eu acho que tenho esse probleminha, sabe? Eu sempre gosto das coisas que não deveria gostar, mesmo que seja uma bebida horrível ——— comentou, encarando intensamente as íris roxas, sentindo a presença de um magnetismo a convidando para mergulhar neles. Obviamente já não estava mais se referindo ao corote. Subiu com uma das mãos e deslizou os dedos suavemente pela mão em seu queixo antes de envolvê-la, prendendo-se na sensação da maciez da mão por um momento, assim como no perfume agradável e marcante de Leilin que o vento levava diretamente para ela. Cada toque parecia disparar a explosão de incontáveis raios coloridos sob sua pele. ——— Você não sente isso às vezes?
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Mar 21, 2023 12:12 pm | |
| Interagindo com Santiago no Hotel Os olhos buscam discretamente conferir os arredores, procurando por um par de olhos muito específicos que eu não gostaria que me avistassem agora. Espero que Maxine esteja bem longe, perdido no meio da multidão. Cruzo os braços e assisto-o fazer o que faz de melhor. A expressão não demonstra muito quando praguejo o latino umas mil vezes mentalmente; quando escolho ignorar a indelicadeza de basicamente estar me fazendo cheirar cocaína na frente de todo mundo, apesar de eu não ter demonstrado lá muita discrição sobre isso. Estragou todo o romance de uma recaída. É impressionante como eles nunca têm senso. E quando tem, ainda assim escolhem agir como se não tivessem.
A inquietação tremula em minha perna e eu descubro ainda mais a impaciência que estava escondida no fundo da mente. Tenho a impressão que vou me arrepender por não ter comprado o estoque da cocaína dele, mas escolho enfiar esse pensamento num baú e concentrar-me em reparar na fantasia da primeira pessoa que passou ao lado. Escuto o barulho lento, quase parando, do ponteiro de um relógio girando em minha mente. A impaciência é como uma agulha fina espetando meu rosto, até que o pressionar em meu peito desmancha qualquer incômodo na expressão. Franzi as sobrancelhas e imediatamente segurei os saquinhos plásticos, buscando evitar que caíssem antes mesmo da mente raciocinar e concluir que ele não deixaria o próprio produto cair no chão só pra testar meus reflexos. Ah… Espertinho!
——— Aprende rápido, Santiago ——— digo, deslizando o sorriso cínico pelo canto dos lábios ao brincar novamente com o nome em minha boca, mantendo o tom lento de provocação que, por algum motivo, disparava uma empolgação que era como flertar com a beira do princípio. Mas o olhar carregava uma certa soberba quando elogiei sua eficiência como um tutor elogia um cachorro que aprendeu a dar a pata; sabemos que não é grande coisa, mas é preciso elogiar um cão quando ele consegue fazer o mínimo. Em meio a outra olhada discreta aos arredores, enfio o produto nos bolsos da calça.
Prefiro nos poupar do desperdício de tempo que é fazer qualquer reclamação e imediatamente me dobro sobre a mesa. É num disparo que a onda vívida e eletrizante adentrar meu corpo, passeando pelos cantos mais inalcançáveis sob meu corpo e acendendo os pensamentos da forma como deveriam funcionar sempre. Talvez seja culpa de todo o tempo de tortura, mas nem mesmo faz diferença que não seja da melhor qualidade. A necessidade esmagou a parte exigente para algum canto inalcançável da mente. Fecho os olhos, afundo a mão no rosto e, por mais contraditório que seja, tento afundar a euforia para dentro, buscando aparentar ter algum autocontrole que eu devo ter esquecido em casa. Descarrego o ar que sai trêmulo e conserto os óculos em meu rosto com o indicador.
——— Bem, um pouco de inteligência é o bastante ——— digo, e mantenho minha firmeza na conclusão quando puxei uma de suas mãos, desci para a ponta dos dedos dele e puxei o tecido pela ponta, retirando precisamente a luva com um costume que acabei de descobrir ter para despir as mãos do latino enigmático. Busco em meu bolso traseiro por uma caneta que costuma morar por ali, levo-a até os dentes e rapidamente arranco a tampa e escrevo meu número na palma de sua mão. A caneta é permanente e dá trabalho para sair, portanto o capricho é quase automático na forma como escrevo meu nome logo abaixo ao número, deixando um coração ridículo no ponto do "i" que me fez sorrir só de imaginá-lo tentando livrar-se da minha marca em sua pele. Quero que dê trabalho.
——— Quero que você seja meu fornecedor ——— escolho manter a seriedade ao lançar um olhar firme e impassível, apesar do furacão correndo em minhas veias. Sinto a centelha se acender brevemente em meio a firmeza do olhar que o encarava; os olhos bicolores presos como uma pantera na espreita, tentando entrar na profundidade misteriosa do olhos dele. ——— Eu pago bem, desde que você seja competente em me fazer sentir alguma coisa ——— ergo o queixo num leve desafio. E, como se só percebesse agora o quanto Santiago é reservado, a vontade de fazê-lo se mostrar cresce ainda mais em meu interior numa inundação suja. Meus olhos quebram o contato e caem descaradamente para analisá-lo de cima para baixo antes de voltar a fixar-se nos olhos. Aumento a firmeza com um leve aperto e meu polegar desliza lentamente pela palma da mão que eu já não precisava estar segurando. ——— Você consegue fazer isso, Santiago?
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sex Mar 24, 2023 1:00 am | |
| Interagindo com Maxine na entrada do HotelO dia não poderia ser mais feliz e brilhante. A ameaça me afeta tanto quanto o toque de um fantasma e um sorriso enorme ilumina meu rosto. Ainda que eu ganhasse um soco por isso, saber que Maxine apanhou certamente deixa meu dia melhor. O estranho gentil — cujo nome já não me lembro — que passou 30 minutos ouvindo minhas lamentações e oferecendo todo tipo de bebida que eu nunca tinha experimentado retorna e se introduz na cena de modo que nossa atenção é imediatamente desviada para ele. Dou-me conta do quão inconveniente Maxine estava sendo em ter roubado minha atenção, se tornando pior ainda depois de ter tido a audácia de tratar meu ouvinte como se ele fosse o invasor aqui.
——— Não seja intrometido ——— repreendi Maxine. Enxergo ele como algo semelhante a um cachorro tentando revirar o lixo que acabei de colocar para fora no momento em que faço um sinal com a mão para mandá-lo ir embora. É uma coisinha inconveniente invadindo meu espaço. O estranho começa a distorcer a história e a confusão que adornou minha face rapidamente se dissipa com o toque em meu ombro, quando uma conclusão pipoca em minha mente: Ele está tentando me salvar de Maxine. Mesmo sem eu ter pedido. É tão gentil e surpreendente que uma onda de gratidão se derrete em meu peito e suaviza a estranheza no rosto. Joseph, Joe, Jeredy… Tenho certeza que era J-alguma-coisa... Seja qual fosse seu nome, ele era mesmo uma boa pessoa.
Me sinto completamente seguro quando olho para Maxine e nenhuma preocupação a respeito dele pesa em meu ser. Alimentei o olhar confiante de “dê o fora” que o homem também lançava para ele e ao mesmo tempo levei os dedos para me desvencilhar sutilmente da mão que o homem desceu para agarrar meu pulso com propriedade demais, tomando-me da mesma forma que uma criança toma um brinquedo da outra. É uma sensação estranha, embora eu estivesse protegido. Não consigo enxergar nenhuma outra razão para Maxine continuar aqui, mas parece que ele chegou à conclusão contrária. ——— …O quê?! ——— o espanto é desagradável e engole as outras palavras que quiseram imediatamente desmentir as coisas nojentas que saíram da boca dele. Me sento mudo, indignado, e o banquinho é a única coisa que me mantém firme enquanto tudo ainda gira ao meu redor. "Ele não é tão idiota", diz o estranho, cego demais para ver o óbvio. Mal tenho tempo de dizer que sim, ele era e o próprio Maxine faz questão de mostrar-lhe isso.
——— Só pode ser brincadeira… ——— resmunguei, assistindo os dois com desaprovação. Não pensei duas vezes e rapidamente peguei o celular que ele deixou sob minha responsabilidade para filmá-lo na briguinha patética que ele estava causando. Nada era muito nítido, mas a cor inconfundível da mancha rosa foi o caminho que imediatamente chamou meus dedos e eu apenas segui e arrastei para o lado. A briga, ao menos quando assistida pela tela do celular, sequer parecia estar acontecendo logo à minha frente. ——— Ouch. Essa deve ter doído… ——— comentei comigo mesmo, assistindo imerso feito um fã de MMA. Tenho certeza que quem assistisse os stories dele hoje iria me agradecer pela ótima filmagem.
Pareceu um pouco mais sério quando os seguranças começaram a se amontoar para separar os dois e a leve onda de consciência me fez abaixar o celular. Protestei para que eles não atrapalhassem e então fui expulso junto. Nem mesmo a nuvem leve e branca em minha mente pôde evitar que uma onda de humilhação me alcançasse. É duas vezes pior ser expulso junto a alguém tão desprezível. Maxine tem a audácia de chamar o homem de fracassado e meu desagrado com isso fica estampado no olhar feio que lancei para ele. Meu Deus, ele realmente não consegue se enxergar! ——— Não sei, pelo visto eu pulo de fracasso em fracasso ——— respondo, referindo-me a ele e a sua mão imunda em meu braço. A mão que odeio que esteja me tocando, mas que não relutei para me afastar devido a falta de equilíbrio que havia se apossado das pernas.
——— Por que é que você fez aquilo? Ele só estava tentando ser legal. Cruzes! Não precisava agir igual uma besta descontrolada ——— reclamo, ainda que me forçando a andar para evitar o chute. Por um momento, não sei se é a visão que está confusa ou se meu corpo está realmente tombando para o lado, mas sinto o ombro pressionar contra o de Maxine. Conserto os óculos antes de olhar para ele e só enxergo aquela bagunça vermelha vazando. ——— Cristo, você está um nojo ——— o desagrado é tão sincero na voz quanto em meu rosto, no franzir das sobrancelhas. ——— E agora? Eu ia embora com meu irmão ——— lamentei, olhando a porta por onde acabamos de ser expulsos e perguntando-me o que aconteceria se eu tentasse voltar.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Mar 25, 2023 7:59 am | |
| INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.Algo grita "é uma armadilha" e meu corpo se prepara para receber um golpe, ou qualquer outra coisa, que, após alguns segundos, nunca vem — então, percebo; Nathan está, na verdade, concordando; aparentando não esconder nenhum segredo sob a superfície azulada do olho, escorado à mim como um bêbado, débil, que não consegue sustentar o próprio peso nas pernas.
Talvez seja um truque. Talvez Nathan tenha descoberto que consegue ter alguma influência, mesmo entre as partes que negam o privilégio da confiança à ele, dentro do meu cérebro — talvez esteja aninhado ao peito do inimigo como para escapar das suas flechas, esperando o momento perfeito para que eu me descuide e plante a semente da destruição entre os meus ossos; a hora certa de dizer palavras terríveis e pelas quais o meu orgulho será destruído.
Escolho ignorar os alertas vermelhos.
Cada ato era preparatório, cheio de finalidades, como parte de um ritual. Posicionei a mão na sua cintura, engolindo fundo e contendo-me quando me veio à mente a forte necessidade de cravar as unhas ali, encaminhando-nos à saída; chamas ardendo por dentro, mas ainda escondendo o nervosismo por trás da fachada impaciente de um garoto riquinho que está exausto de aguardar a boa vontade dos taxistas; batendo, ocasionalmente, o pé no chão.
× Minha consciência foi bombardeada com diversos pensamentos ruins; com gostos ruins, memórias ruins, que sucediam-se rápidas, acendendo repentinas e iluminando-a como pequenos raios em meio à escuridão da tempestade. Observei Nathan no cantinho do olho, encarando o modo sonolento como suas pálpebras pesam, pensando qualquer pensamento, enquanto engolia o nervosismo por me concentrar, demais, na maneira despreocupada com que seu corpo pesa direcionado ao meu; imagens de gatos roçando a perna do dono, buscando atenção através da forma manhosa, inundam-me até a borda.
Não concedo mais que um mero olhar de curiosidade à decoração do quarto de hotel — se tivesse, é provável que o detalhista, em mim, fosse insultado. Senti minha mente ocupada demais fantasiando o desenrolar da madrugada para dar atenção à parte critica e mesquinha do meu caráter. Os ouvidos foram amplificados de modo a captarem cada ruído — um hábito de querer prestar atenção à tudo que fosse envolvido com Seawell, que está tão profundamente enterrado entre as minhas costelas, ligado à minha alma, que não posso evitar cair nele. Odeio isso — então descubro, segundos depois, que não odeio e que estou mentindo e ofendendo à mim mesmo nesse jogo. Engano-me e, na minha feliz cegueira, não sabia enxergar o verdadeiro horizonte.
——— O prazer é meu. Vire de costas. ——— lhe disse, cantarolando, com doçura, como se despi-lo fosse igual a realizar qualquer tarefa ordinária, como se os meus dedos não estivessem entorpecidos dos últimos minutos, embriagados igual os bêbados caídos pela cobertura da festa, esperando o momento de contornar os mesmos cantos que já contornei antes. Estou habituado demais a conferir um nome correto à todas as coisas para desconhecer o sentimento que abriu-se no centro do peito. Sei qual é. É nojento. Mas a expressão não o admitia, totalmente alheia à confusão no interno.
——— Onde você arrumou isso? Tem costura boa ——— murmuro, escolhendo um tópico aleatório, o primeiro que apareceu; uma distração da sensação da pele de Nathan sob o tecido do vestido ——— Coloque a mão na parede, seria uma infelicidade você despencar no chão ——— sinto a textura macia do botão contra o indicador, um choque elétrico percorre a minha espinha no instante que começo a retirá-los das casinhas. Enxergo as costas dele se revelando, um novo pedaço de músculo abrindo-se ao mundo quando eu afasto a costura do uniforme de empregada, tornando inevitável que encostasse diretamente no centro da sua coluna ——— me beijou e me chamou de frouxo. O que pensa da própria crueldade?
Mais um botão, mais outro vislumbre de carne que eu não demoro a agarrar na desculpa de despí-lo corretamente. Deslizo, sem vergonha, os dedos para dentro do buraco que abri, o aperto que deixo ao pressioná-lo provoca uma indecência esmagadora e ao mesmo tempo distante, como uma ameaça. Então me impeço, sumindo do espaço com a velocidade com que estive inserido dentro dele, concentrando a cabeça em acabar com os outros botões e manter o serviço o mais impessoal que conseguia, com o atual estado de espírito. É eficiente e rápido, está acabado em poucos minutos ——— aposto que está pensando mal de mim. Que se arrepende ——— suspiro. Empurro paciente a alça do vestido pelo percurso do seu ombro, usando as mãos para retirá-la dele com o cuidado com que você teria ao manusear uma criança, após aquele instante de silêncio e de reserva que se formou ——— me fale da sensação de beijar alguém que você odeia, por favor.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Mar 27, 2023 11:00 am | |
| ——nobody’s taking control all over me
MEDICINA | VETERANO | PANSEXUAL
INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY Deixando de lado o leve estranhamento pelo cantarolar da resposta, teve que fazer um esforço para devolver o próprio peso às próprias pernas e, uma vez de costas para Alyssa, um latejar mais intenso que os outros o forçou a fechar os olhos por uns instantes. Não fosse pelo aviso, com certeza teria se espatifado no chão mesmo, se não tivesse apoiado as mãos na parede. Mas Nathan não agradeceria por isso.
——— …Eu não consigo lembrar agora ——— Respondeu o murmúrio pelo que dava pelo momento; foi há muitas horas atrás e seu cérebro estava recusando esforço a mais para pensar em algo que nem estava passando por ali em primeiro lugar. Sem mais sons relevantes no ambiente, restou-lhe prestar atenção na sensação da pele que estava pouco a pouco sendo revelada, a demora e o toque o qual ignorou por fora como o fazia com as dores deixando-o um tanto agoniado, até a fala chegar à sua atenção.
——— Hã? Crueldade? ——— A indignação se exibiu quando abriu os olhos e virou o pescoço para trás o suficiente para encará-lo com o canto dos orbes, como se tivesse ouvido o absurdo do século não, não; do milênio, mas deixou-o concluir, graças ao aperto recebido que o fez mandar goela abaixo tudo o que tinha para dizer junto a um suspiro. Embora tenha parecido que Alyssa só estivesse descontando a frustração ou seja lá o que fosse, Nathan simplesmente não conseguiria, nem se tentasse, conter o arrepio que se propagou do local ao resto do corpo numa fração de segundos como um choque estático, de modo que voltou a cabeça para frente, tanto por estar se sentindo um tanto sem saco para o que ouvia, quanto pelo incômodo em si.
Seu cérebro martelava a impressão de que não era para estar escutando aquilo. Pelo menos não por agora, não parecia ser a hora, nem mesmo lugar certos. A única coisa que fez com que o Seawell não ficasse totalmente calado como réplica foi o impulso imediatista que estava regendo toda aquela orquestra caótica de ações impensadas e não filtradas pelo já originalmente tão precário senso. Agarrou a mão, que agora deslizava a alça do vestido, no meio de seu percurso:
——— Eu tiro o resto ——— E o soltou, quase um “eu não sou criança”, a modo de deixar claro que só tinha pedido ajuda com o desabotoar e mais nada. Aproveitou a pausa que deixou instalar-se enquanto retirava todas as peças que o vestiam, com certa cautela para o corpo não ser vítima da gravidade de novo e, como se não fosse muita coisa se exibir sem roupa alguma, virou-se a Alyssa, apoiou as costas na parede e cruzou os braços, o olhar um pouco desfocado mas justamente nele. Suspirou pesado.
——— Te chamei de frouxo porque você é frouxo ——— Um curvar torto se formou num dos cantos do rosto, complementando o tom de quase riso, como se estivesse dizendo o óbvio visível a olhos leigos ——— E aquilo não significou nada, então, ——— Ergueu e abaixou os ombros ——— tanto faz. Foi normal. ——— O encarava como se perguntasse onde Alyssa queria chegar com aquelas perguntas, mas, daí, sua mente lhe deu um tardio mas efetivo estalo, o que causou o levantar de suas sobrancelhas.
——— Tá fazendo drama demais pra alguém que não se afetou com isso, Alyssa ——— Cada sílaba do nome dançou entre os lábios de forma provocativa, com a mesma intenção que usava quando brincava com quem não tinha vínculos ——— Emocionou só com um beijinho, é? ——— “Meio infantil”, diria para completar, mas resolveu deixar por isso mesmo, sorrindo feito o desgraçado que era. Inquieto, porém, subiu a canhota para a argola do lábio para brincar com ela, já que não estava usando anel nem nada mais fácil para mexer enquanto se sentia inativo de alguma forma. No entanto, esse detalhe não o impedia de continuar o raciocínio ——— Não era você quem me odiava primeiro e mesmo assim me puxou pra um canto? Me responde: qual a sensação?
Combinaria e muito se estivesse o provocando de perto, como era acostumado a fazer, mas não podia. Não estava a fim de enrolar mais com aquelas pontadas que sentia em todo o canto; se dependesse só dele já estaria no décimo quinto sono naquela cama que parecia confortável demais para seu próprio bem ——— Vai, me leva pro banheiro logo, minha cabeça tá doendo. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Mar 27, 2023 12:23 pm | |
| Interagindo com Simon e Konstantin no HotelDominique escolheu ser paciente — ainda que do jeito bastante questionável dele — buscando priorizar manter o clima com o russo, mas qualquer paciência tinha acabado de ser arremessada no lixo a partir do momento que Simon ultrapassou todos os limites possíveis da insolência. Era nítido pela postura despreocupada que ele mantinha até então que jamais esperaria uma coragem tão estúpida daquele loiro frangote. O espanto foi seguido pela sensação ardente da humilhação e um novo tipo de vermelho ganhou vida no rosto do ruivo, revelando um tom tão intenso quanto a queimação da raiva em seu interior — e que se tornou o verdadeiro fogo do inferno quando ouviu as risadinhas contidas vindo de pessoas próximas à cena, fazendo a raiva se espalhar como fogo em um rastro de pólvora.
O olhar duro que lançou para Kostya parecia ameaçar transbordar a fúria, mas com alguma represa velha e invisível tentando conter o desastre — coisa que ele sabia que se explodiria logo no momento seguinte, então buscou qualquer coisa nos olhos cor-de-mel do russo: aprovação, que ele entendesse o que viria a seguir, que o gelo pudesse enfraquecer a força fogo, quem sabe pudesse roubar um pouco daquele autocontrole que Kostya demonstrava ter tanto domínio… Qualquer coisa. Mas ainda assim, nenhum pensamento em sua cabeça tentou combater a necessidade que sentia em ensinar uma lição para aquela criança loira e crescida que Simon se tornou, então Dominique descobriu ter o espírito de um pai à moda antiga e ser completamente descrente quanto à eficiência do conselho tutelar.
——— Chega, sua peste ——— e, tão rápido quanto pôde, arrancou aquele bastão ridículo da mão do loiro e atirou-o para longe no chão. Canalizou toda a raiva para a força que usava para segurá-lo pela gola da roupa. Queria destruir o aspecto naturalmente ingênuo e gentil daquele rosto, puxar a linha solta da arrogância até abri-lo no meio, desmanchá-lo até expor os medos mais profundos; as partes sórdidas, secretas e imperfeitas. Queria quebrá-lo e torná-lo uma coisinha pequena e assustada; que o rosado das bochechas fosse substituído por um tom roxo e dolorido que impedisse o surgimento de qualquer um daqueles malditos sorrisos tão brilhantes e inocentes que lhe dava nos nervos. Queria vê-lo engolir a própria arrogância e se arrepender por ter tido coragem uma vez na vida.
Saber que ali não era o melhor ambiente para quebrar aquela maldita carinha bonita era a única coisa que segurava os impulsos que ardiam para sair. A frieza no modo agressivo como saiu arrastando Simon sem ter cuidado algum era algo inevitável e necessário para que não explodisse de uma vez. O olhar buscou a direção do banheiro, mas a presença de um azul distante na visão periférica roubou sua atenção e fez uma centelha iluminar a mente. Associou a cor à lembrança de um certo acontecido num acampamento de verão e um sorriso maldoso deslizou no canto dos lábios. Foi como se o destino tivesse lhe entregado de bandeja uma solução simples, eficiente e com a pitada irônica da nostalgia para melhorar o sabor do momento. Nenhuma pessoa pelo caminho pareceu relevante, tudo que importava era o cheiro do cloro que ele seguia feito um cão de caça.
——— Acho que você tá precisando refrescar o juízo, Sutherland ——— disse, carregado de cinismo, e logo após arrastou Simon para sua frente com destreza, como se não estivesse fazendo mais do que obrigando uma criança rebelde a entrar no banho. A mão subiu de forma brusca pela nuca, entrando e agarrando os fios loiros enquanto a outra mais parecia querer estrangulá-lo quando segurou mais forte a parte de trás da gola para empurrá-lo até perto do limite da borda da piscina. ——— A vagabunda da sua mãe não te ensinou a ter educação? Pois bem, eu resolvo isso por ela. Vamos. Peça desculpas. ——— o ênfase na ordem também se fez presente na grosseria que a acompanhou; um aperto na mão entre os fios loiros, puxando a cabeça para trás enquanto usava o joelho para forçá-lo ainda mais para o limite. Conseguia sentir a própria irritação ardendo na garganta enquanto tentava segurar a vontade de simplesmente atirá-lo logo na piscina. ——— Ou morra afogado de novo. Você escolhe.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Mar 28, 2023 1:50 am | |
| INTERAGINDO COM: ELLIOT NO HOTEL.Santiago fora cortejado poucas vezes nessa vida. Seu jeito natural e reservado espanta mais do que atraí. Não que isso seja um problema. Quando você descansa sob a mira de uma pistola, o romance não é exatamente uma das suas prioridades. Ele foi criando uma espécie de intolerância às pessoas, enquanto suas experiências da vida no subúrbio empurraram pro escuro a parte do adolescente carente por afeição, ao longo dos anos. Foi a primeira vez, em muito tempo, que alguém tentara enlaçar seu nome a letras vermelhas, provocativas e de difícil esquecimento, nas quais havia um apelo implícito, como se as curvas das palavras se completassem no desejo.
Ele descobriu que fragmentos traíram a metade que está rebelando contra as investidas. Caquinhos de vergonha e de curiosidade, nascidos somente no peito de quem não teve a oportunidade de experimentar qual a verdadeira sensação intrínseca às promessas vãs daquele canalha, quebram o reflexo que ele adquiriu estreitando a expressão e cuspindo a primeira ameaça que calhasse na mente. Santiago Rodriguez, então, riu — o sorriso daqueles que estão com o estoque de flertes vazio, que desconhecem modos de agir frente à isso, que não entregam-se totalmente e ao mesmo tempo dá crédito ao charme; assim como ele deveria ter feito quando era adolescente e achava correto carregar um punhado de pílulas no bolso esquerdo do seu moletom favorito.
——— Você é engraçado ——— disse, escolhendo ignorar o olhar maldoso que Elliot pousou nele, como o funcionário ignora a soberba do patrão, soltando aquela desconfiança inicial, que havia se agarrado à Santiago igual um carrapato preocupado em sugar o sangue do seu hospedeiro. Não considera-se uma pessoa apegada à sentimentos vingativos, mas não pôde mentir sobre o quão gratificante foi observá-lo curvado, sorvendo ao organismo a cocaína, mostrando o corpo dando pouquíssimos indícios de tremedeira; como se isso fosse um soro e não uma quantidade absurda de serotonina lhe invadindo as veias. Santiago esperou vê-lo desabar, juntar-se aos outros que sempre perdem alguma grama do autocontrole ao tornarem-se refém de entorpecentes, mas Elliot não pareceu inclinado a atender suas expectativas quando conduziu seus passos à uma proximidade ainda mais indevida; agora poucos centímetros bastaria para que grudasse o corpo ao dele.
O bom humor escorreu para fora do peito quando percebeu-o agarrando sua mão e arrancando-lhe as luvas. Sempre foi o tipo de homem que transparecia o incômodo; não demorou muito para que sua expressão esquecesse o momento agradável e focasse nas sensações amargas provocadas pela ousadia. Mastigou o sentimento com os dentes, arrancando da emoção a coisa que a torna ruim, ou tentando disfarçá-la com a lógica de que este rapaz é um riquinho importante e que ele pagará bem no final do mês. Deixou que a friagem distraísse o movimento circular da caneta desenhando números curvos na sua pele, com a mão de Elliot tocando-o sem a barreira de couro; barreira a qual Santiago está acostumado a sentir as outras pessoas através dela. Ao invés de surtar, Rodríguez escolheu avaliá-lo. Observar a curva dos cílios dele, o modo como se comportavam à luz ambiente, enquanto a cabeça de Elliot permanecia focada em desenhar o coração estúpido e segurar a tampa da caneta entre os dentes. Encarou tanto que talvez o seu olhar fosse capaz de perfurá-lo à distância. Cada traço gravado na sua memória, como se fosse algo que valesse à pena ter no seu banco de dados; como se fosse pensar nele e então usar a recordação do momento para tornar a fantasia mais real.
——— Seu olho tem manchas verdes. ——— sussurrou, atordoado com a facilidade de elogiá-lo em voz alta, afastando o arrepio igual a um sentimento indevido que você afasta quando ele não se liga às coisas realmente importantes. Sentiu a estranheza do toque amplificada pelo comentário, sua mão hiper consciente do contato com a mão de Elliot perdurando o que deveria ser rapidamente encerrado. A proposta não soou tão ruim; é importante manter uma grande teia de clientes, ainda mais quando são filhos de papai despejando dinheiro em qualquer atração fútil que lhes rendesse alguns segundos de adrenalina. Talvez pudesse ser o fornecedor. Entrar no papel, agir de acordo com o que era pedido. O dinheiro é o principal. Dinheiro é tudo, o único salvador que estendeu as mãos e buscava mudar a situação na qual ele foi abandonado junto à sua irmã gêmea. Mas um pressentimento impulsivo; uma coragem estranha, que domina você quando percebe-se à frente de alguém arrogante, mergulhou a sua consciência. Ele riu, controlado, como quem deseja debochar do outro.
——— E por que eu lhe faria isso? Você está em dívida comigo, não acho que tem a opção de exigir alguma coisa. ——— disse, murmurando de um jeito que conversa com a superioridade das palavras de Elliot, abrindo um sorriso que revelava uma covinha na sua bochecha esquerda. Santiago não reprimiu o olhar avaliatório que o garoto lhe lançou, investigando-o como se estivesse à disposição para atendê-lo no que necessitasse, mas retribuiu, rapidamente, outro — dessa vez, esmagador e ao mesmo tempo distante, uma ameaça. O fato de que havia uma pistola acoplada ao cinto da sua calça não tardou em introduzir-se nas moléculas atmosféricas ——— Porém, talvez, se pedir, com gentileza, eu mude minha cabeça ——— pausou, um prelúdio silencioso que sempre acompanhou cada fala seguiu à sua sugestão, de modo que pendurasse a dúvida junto ao restante do diálogo por alguns segundos. Pensou que poderia, não pela primeira vez, abandoná-lo sem resposta. Mas foi quando entreabriu os lábios e acumulou uma pontada diabolicamente sarcástica de palavras que disse à Elliot: ——— … consegue fazer isso pra mim?
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Abr 04, 2023 12:09 am | |
| Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local Hotel Mission Bay
- Nós poderíamos tentar não sermos derrubados dessa vez e... - a frase iria ser completada enquanto estava com minha cabeça virada em direção ao mar, mas as palavras se foram quando senti suas mãos em minha cintura, com certa firmeza, mas ao mesmo tempo de modo delicado, sentindo meu corpo se colar ao seu, até o momento eu não tinha reparado no porte físico do moreno, mas ao ele fazer aquele movimento inesperado , não pude deixar de reparar, sentia cada musculo de seu corpo.
Meus olhos instintivamente se lançaram em sua direção um pouco arregalados, obviamente surpresa e muda, mas não desconfortável, me sentindo minúscula com seus braços me envolvendo, entretanto, o que mais me surpreendeu foi o sorriso... um sorriso que nunca imaginei que veria em meu professor de Psicofarmacologia. Seus sorrisos na sala de aula eram polidos e simpáticos apenas, mas aquele sorriso... era diferente, ele parecia bem divertido com a situação, algo que, bem lá no fundo, mesmo que não admitisse, gostei de ver, ainda mais porque eu era a causadora dele.
Eu sei que pode parecer muito ingênuo de minha parte, mas não esperava nem por um segundo seu movimento seguinte. Sabia bem que aquela noite estava indo por um caminho muito mais ambíguo do que eu tinha planejado, porém não imaginava que ele teria a coragem de fazer algo e mais ainda, que ele não se importasse, ou parasse para pensar por um segundo sobre as consequências daquilo tudo. Porém, quem era eu para julgá-lo? Pois é, ali estava eu, totalmente imóvel, esperando que aquele toque acontecesse, enquanto uma parte do meu cérebro gritava para que eu saísse dali, a outra dava pulos de alegria, como se eu tivesse acabado de ganhar um presente raro, mas que eu mal sabia que queria. Efeito do álcool... sim.
Seus lábios se puseram sobre os meus. Um sorriso entre aquele beijo surgiu em meus lábios quase instantaneamente, como se estivesse correspondendo ao seu de segundos atrás. Passei meus braços em volta de seu pescoço afundando minhas mãos em seus cabelos, não sei quanto tempo demorou, segundos, minutos, horas, aqueles toques me fizeram perder a noção do tempo. Somente tinha a certeza de estar aproveitando cada segundo, sem pensar em nada, pela primeira vez na vida. Esperava que ele não se arrependesse disso mais tarde, provavelmente, de minha parte, não haveria arrependimento.
O toque dos lábios se findou e dirigi meus olhos aos dele novamente. Me vi dando um leve riso descontraído.- Acho que isso é um não - comentei sobre minha proposta - Então Professor Gutierrez, o que você tem em mente? Sou toda ouvidos. Mas... eu espero que você saiba bem onde está entrando. -me aproximei de uma de suas orelhas, sussurrando a ultima frase dita. As palavras saíram de maneira brincalhona, não o julgando. Afinal eu era a ultima pessoa que poderia julgá-lo, com toda certeza, aquilo era mais uma brincadeira, se divertindo com o fato de sermos "malucos" o suficiente para fazermos tal coisa, como dois adolescentes inconsequentes que estavam ali quando os pais tinham proibido terminantemente, fazendo algo proibido. Porém, o que era a vida sem um pouco de loucura, certo?
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