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| Praia | |
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Autor | Mensagem |
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Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Praia Dom Jan 22, 2023 5:15 pm | |
| Onde fica a praia e qualquer coisa que exista numa praia. |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Jan 22, 2023 10:37 pm | |
| INTERAGINDO COM: NINGUÉM. O sangue tem gosto de remédios que um enfermeiro sádico colocou na minha língua. Um corte no lábio transborda o fio vermelho para fora da pele — esse é o resultado que você ganha por morder a boca segundos antes de levar um soco doloroso do seu pai. É o inevitável porque você está tão ansioso e tão alerta em relação à tudo que sequer consegue mover a porra das suas pernas para longe do perigo — e a pressão da mão calejada de um ex-militar e a dor irritante que permanece depois dela são, ambos, igualmente chatos.
O desconforto é um sussurro desagradável na ferida enquanto batuco os dedos no volante para espantá-la. Eu reorganizo as pernas de um jeito diferente a cada cinco segundos, olhando fixamente o ponto além do parabrisa de dentro do carro — o que funciona e me distrai é a porta da casa de Elliot abrindo e meus olhos o encarando passar por ela. Não sei que expressão ele está usando. Não sei se poderá ser novamente a pessoa por quem as minhas sensações se debatem como loucas. Não sei quem ele é hoje. Mas sua presença leva-me a instantaneamente destravar o lado passageiro do automóvel, a colocar a respiração em alguma jaula no meu peito, sentindo as costelas abrirem para acomodar um novo tipo de emoção.
——— Oi ——— ouço a voz quase igual a um sussurro e os nervos brincam debaixo da pele. Vejo perguntas pairando na atmosfera, voando em volta da cabeça e desafiando-a a fazê-las — mas uma linha de concreto posta à frente da minha boca não deseja ouví-las. E tampouco eu a resposta delas. Giro a chave e o coloco para funcionar antes que mais minhocas devorem este cérebro.
ATUALMENTE
Os fenômenos da noite estão penetrando nas camadas da jaqueta enquanto perambulo por aí à luz dela. Sinto o frio acariciar as orelhas e vejo o hálito como uma nuvem de fumaça cuspida da minha boca. O estacionamento transborda de carros e de gente cuidando da própria vida, todos vestindo trajes extravagantes e ao mesmo tempo estranhos demais para considerá-los bonitos. Um bip confirma-me o fato de que nenhum drogadinho poderia invadir a Mercedes e arrumar algum canto para vomitar dentro dela — embora sinta que buscar Lawrence, Nique e Nathan em suas respectivas residências, tenha um efeito de bagunça semelhante à situação.
O meu corpo gosta do barulho e das vibrações como se a batida estivesse nascendo dos próprios ossos. É o contrário do silêncio que toma conta da entrada do lugar — forte como se a música fosse capaz de separar os meus átomos e inverter totalmente a noção de espaço que existe nas células, expandindo e contraindo-me igual uma bolinha atirada a todos os cantos na mesa de ping pong. Ela quebra a linha de pensamento de uma maneira tão implacável que nem mesmo o incômodo do corte nos lábios consegue sustentar a dor — tudo vai se dissolvendo no grave, enquanto um papelzinho que uma garota bonita anda entregando por aí desmancha na ponta da minha língua. O universo nunca pareceu tão legal — usando todas essas distorções, as luzes piscando, com o mundo derretendo e espantando para longe as coisas horríveis que a vida martela incansavelmente na nossa cabeça. Ah. Tenho a impressão de que acordarei surdo — coloco-me à frente da caixa de som.
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Última edição por yukizinha em Seg Jan 30, 2023 3:23 pm, editado 4 vez(es) |
| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Jan 22, 2023 10:53 pm | |
| Leilin Candmione20 anos | Veterana | Bissexual | 1,70Interagindo com Winifred Page | Local: Praia Que noite deplorável. Porque eu havia concordado em aparecer por aqui mesmo? Ah sim, Winifred Page, que ficara falando em minha cabeça incessantemente até que eu concordasse em acompanhá-la. Não sabia por que eu ainda a considerava minha melhor amiga, ela só me levava para furada. Detestava festas universitárias, detestava e mesmo que estivéssemos em um hotel luxuoso, não me ajudava muito, as pessoas não me eram lá muito convidativas... as festas dessa universidade geralmente eram um antro onde só haviam idiotas que bebiam até cair e estavam à procura de alguém para passar a noite. Eu? Já havia passado dessa fase, na verdade eu nunca estive nela. Estava namorando a... 5 anos? Sim, 5 anos, não estava à procura de badalação. Gostava muito mais de um baile, em um salão fechado e enorme, onde circulavam pessoas muito elegantes com o objetivo de falar mal uma das outras e fofocar até não poder mais, isso sim era divertido. Porém obviamente eu tinha que me deixar levar por aquela loira e sua empolgação.
Direcionei meus olhos para a culpada pela minha saída. Ela conversava animadamente com uma pessoa que eu nem conhecia e não tinha o interesse de conhecer também. Aproveitei sua distração para olhá-la mais atentamente. Ela estava vestida de Alerquina, seus cabelos estavam presos em duas marias-chiquinhas altas, pintadas de azul e rosa nas pontas, sua maquiagem estava borrada intencionalmente e suas roupas eram características do filme “Esquadrão Suicida” o que deixavam bastante pele a mostra. Estava realmente bem bonita, dava para ver que chamava a atenção das pessoas que passavam por nós, apesar de não ser meu tipo de fantasia combinava bastante com ela essas roupas despojadas, a loira sempre foi assim, descolada e descontraída, pelo menos desde que eu a conheço. Pensar nisso me fez lembrar do dia em que nos conhecemos.
A mulher chegou completamente de supetão e se sentou ao meu lado na cantina. Eu estava particularmente de mau humor naquele dia, havia tido uma discussão com minha namorada e devia estar com uma expressão horrível, mas Winnie se sentou ao meu lado e, de acordo com ela, “tentou me animar”, por incrível que pareça, ela conseguiu. Um risinho? Sim, mas era o máximo que eu conseguia fazer aquele dia, desde então ela passou a se sentar comigo nos intervalos cada vez com mais frequência, com o passar do tempo aquilo se tornou uma amizade, minha única, para falar a verdade. Eu detestava metade daquela universidade e a outra metade eu tolerava, por pura conveniência. Poderia ser encarada como falsa? Talvez, mas porque tratar mal quem poderia ter algo de seu interesse certo? A única ao qual tinha passado por essa barreira era a garota a minha frente, pelo menos, a única pessoa que estava presente no local.
Eu olhei em volta tentando achar algo que me distraísse enquanto ela se ocupava naquela conversa fútil, mas sem sucesso. Argh, será que ela não pararia de conversar com o fulano não? Que tédio, se eles queriam se pegar que se beijassem logo. Esperei mais alguns minutos, mas nada. Se ela não deixasse de conversar com ele agora eu iria embora. Como poderia chamar sua atenção? Então, como solução, estendi uma de minhas mãos e “roubei” o copo da mão da loira olhando feio para o cara desconhecido e virando o copo logo em seguida, fazendo uma careta ao final do processo... meu deus... que bebida horrível, acabara de descobrir que Winnie tinha péssimo gosto para bebidas, mesmo que pela aparência dela, parecia bem sofisticada, enfim, não sei se o inconveniente entendeu o recado, mas quando voltei meus olhos para minha amiga ele já não estava mais lá.
– Nossa até que enfim, achei que ele não ia embora nunca – revirei os olhos colocando-os de volta em Winnie – Como você consegue beber isso? É horrível – tratei de reclamar balançando o copo e não devia estar com uma das expressões mais amigáveis do mundo, mas ela sabia muito bem com quem estava lidando e se tinha escolhido ser minha amiga que aturasse meus chiliques. – E me diga de novo... como você me convenceu a te acompanhar a... esse evento tão memorável?! – cruzei os braços destilando meu sarcasmo e fiz careta, até agora não havia acontecido nada de interessante ali, nem para que alguém tropeçasse e caísse de cara no chão em minha frente para que eu pudesse ao menos ter um entretenimento, ao menos os bêbados me proporcionavam isso, mas duvidava muito que pudesse acontecer algo, pelo menos nesse início de festa, o que me fazia constatar que para ter algo eu teria que ficar mais tempo na festa caso eu quisesse ver ao menos uma humilhação. Droga.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Dom Jan 22, 2023 11:29 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel Mission BayEra fácil identificar Henry na festa porque ele era o único idiota que estava concentrado em comer doces numa festa cheia de universitários. Não tinha culpa, pois além do fraco por açúcar, agora também estava acompanhando da fome de alguém que mal parou quieto o dia inteiro. As obrigações, o trabalho, arrumar uma fantasia do homem-aranha de última hora… tudo isso tinha tomado mais tempo do que esperava. Açúcar tinha uma fórmula mágica que fazia a energia percorrer de volta por todo seu corpo, expulsando qualquer cansaço e fazendo o dia valer a pena. Aquele brownie que o recomendaram parecia mesmo particularmente especial. Era um brownie, afinal. Um dos maiores pontos fracos de Henry.
Não era exatamente a coisa mais fácil do mundo ter que conciliar tudo que fazia, mas agora estava um tanto mais complicado. Como seu irmão começou a estudar por aqui — o segundo mais novo, o que consequentemente o torna sua responsabilidade —, precisava fazer um esforço extra para ajudá-lo. Isso não era nenhum incômodo. Se pudesse, nem deixaria Sean trabalhar. Queria que ele se adaptasse e tivesse uma vida tranquila, sem ter que se preocupar com dinheiro. Se fosse necessário, faria todo o esforço do mundo por isso. Não achava justo uma pessoa tão nova ter que ter tantas responsabilidades, então queria tomá-las para si o máximo que podia.
Queria que Sean só tivesse duas preocupações: estudar e socializar. Como o golden retriever que era, Henry tinha uma necessidade de pessoas. Sean se parecia mais com o típico felino anti-social, coisa que não entrava muito na cabeça de Henry. Quando percebeu que ele queria se isolar em pleno dia que fazia aniversário, um alerta se acendeu em sua cabeça. É óbvio que socializar é uma coisa essencial para qualquer ser humano, mesmo para aqueles que são amargurados demais para admitir isso. Sean só podia estar maluco de não querer comemorar o próprio aniversário. Estava preso em amargura, provavelmente por timidez ou algum receio bobo. Besteira. Por isso, decidiu arrastar Sean para aquela festa de Halloween. Ele precisava disso.
Mas agora estava se sentindo estranho, para dizer o mínimo. O mundo parecia estar girando. Talvez não devesse ter comido tanto brownie assim. Talvez o estranho que o alertou para ter cuidado era uma pessoa sensata e preocupada, não alguém que estava pensando em poupar mais doces para comer depois, como Henry havia pensado. Tarde demais. Sean foi tão furtivo em desaparecer de seu lado que só agora Henry notou seu desaparecimento. Que ninja maldito. Mas que droga, porque esse seria um ótimo momento para ter alguém por perto.
Os dedos deslizaram pelo sofá buscando por algum apoio enquanto rodeava para se sentar. Que sensação estranha. Afundou-se no sofá sem prestar atenção ao seu entorno, meio desnorteado com as novas sensações que invadiam seu corpo e confundiam sua mente. Segurou o próprio rosto com uma das mãos, fechando os olhos como se tudo fosse voltar ao normal quando os abrisse novamente. Quase se esqueceu de onde estava, pois o ambiente, a música e as pessoas pareceram estar tão distantes. Mas quando abriu novamente os olhos, ainda com a mão no rosto, a atenção se desviou para o lado.
Por alguns segundos que mais pareceram séculos, se perdeu no abismo dos olhos negros do garoto logo ao lado. O encontro entre os olhares disparou algo eletrizante, prendendo-o ao estranho. Era um abismo com uma escuridão tão profunda e indecifrável que cintilava de uma forma perigosamente sedutora, como se o atraísse para percorrer um caminho fatal. Isso era bonito. E apesar de ter parecido perigosamente deslumbrante, ter ficado hipnotizado naqueles olhos não foi algo catastrófico. Muito pelo contrário; pareceu ter deixado o chão mais firme. Baixou lentamente a mão que estava pousada no rosto, ainda focado no estranho, mas como se estivesse voltando para si.
——— Que daora, você tem duas obsidianas no lugar dos olhos ——— apontou, admirado, libertando-se do feitiço que congelou o tempo. Um sorriso idiota se espalhou pelo rosto, tomando o lugar da expressão séria e hipnotizada de antes. Nem entendia muito bem o porquê dele, visto que o estranho também não parecia lá ser a pessoa mais receptiva do mundo, mas não era exatamente algo que podia controlar. ——— É minha pedra favorita. Não que eu goste muito de pedras, mas acho essa bem bonita. Tenho um colar com uma ——— as palavras deslizavam para fora da boca como de costume, apesar da confusão também estar nublando o resto de sua noção. Definitivamente não era fã de pedras, mas gostava de coisas bonitas. Se a coisa bonita fosse uma pedra bonita e brilhante, então também gostaria dela.
Olhou para o estranho, depois para o brownie que quase havia esquecido da existência, mas que ainda estava na mão que descansava em seu colo e logo em seguida olhou novamente para o estranho. O cérebro voltando a girar. ——— Quer um pedaço? ——— perguntou, estendendo o brownie com uma mordida para o estranho como se fosse uma grande gentileza. Não era todo dia que um homem-aranha oferecia um brownie batizado para um gótico. |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Jan 23, 2023 2:41 am | |
| INTERAGINDO COM: HENRY. Sinto-me uma pedra no meio do rio. Um empecilho alheio à corrente de música e à vibração, que passam por mim sem contaminar-me. Não posso odiar mais do que odeio agora — é fisicamente impossível para qualquer homem suportar o rancor afundado no meu estômago. Espero que uma fenda se rompa na dimensão e me engula para que não precise existir por mais tempo — cansei de todo mundo. Odeio, muito, todo mundo. Se pudesse, venderia essas almas ao demônio que mais me prometesse benefícios. Se pudesse, voaria a um continente ainda não descoberto pelo homem. Sem quaisquer que fossem os traços da civilização moderna. Gosto do barro. Dos insetos enterrados na terra e inconscientes do fato de que há uma pessoa tentando colocá-los em potinhos de geleia.
Mas encontro-me tão traído que nem mesmo a curta passagem de "something in the way" pode disputar espaço na minha cabeça. Não. Sou somente dois movimentos; a mecânica do braço subindo e descendo, com o intuito de trazer o cigarro aos meus lábios — puxando-o com tanta intensidade que a fumaça substitui em três tragadas o oxigênio total no meu pulmão. A pressão despenca e lembro-me de odiá-la também. De xingar, porque não existe coisa melhor que sussurrar um punhado de palavras feias quando você está tão puto e frustrado que sequer consegue sentir o frio da noite batendo contra sua pele.
Cruzo as pernas, observando o manto preto cobri-las completamente, inundar-me com uma escuridão semelhante à que se encontra parada no céu. Ia bater o indicador no corpo cilíndrico do cigarro, quando uma voz chamou a atenção dos meus olhos contornados com treze quilos de delineador preto — veja, é um passarinho entorpecido que lançou-se ao meu lado, sorrindo para mim como se assim espantasse a enorme quantidade de raiva que estive acumulando nas últimas horas; com toda a galáxia brilhando nos seus dentes perfeitos, tão sincero quanto as covinhas nos lados das bochechas faz parecer, ignorante à este buraco negro que está aberto e exposto para quem desejar uma morte limpa.
——— Isso significa que você quer roubar meus olhos e fazer um colar com eles? Que cantada atrevida ——— coloco o cigarro entre os lábios, observando o modo com que as pálpebras pesam sobre as duas safiras nas órbitas do desconhecido ——— Francamente. É por isso que esses drogados são uns perdedores. Não conhecem o próprio lugar ——— algo no meu sistema ficou tentado a queimá-lo com as cinzas do fumo, a pressionar o cigarro na fantasia completamente colada à pele do garoto. Mas os planos mudam tão rápido quanto são formados, os fenômenos não param por um momento no canto obscuro da minha cabeça; sei somente que sinto-me pegajoso daquele azul meio embriagado, doce demais para que eu suporte encará-lo por mais que cinco milissegundos e permanecer o mesmo. É perigoso. A névoa da fumaça branca nos contorna e transporta diretamente à floresta úmida do sul da Califórnia, o lugar onde as estradas estão cercadas pela espessa cobertura de vapor e de frio. Sopro mais na atmosfera.
——— Você é um exibido, sabia disso? ——— a expressão que uso é uma flecha apontada diretamente para as coisas ocultas que uma roupa apertada ao abdômen de um homem finalmente revela, sem acreditar que fosse possível uma pessoa cair tão bem nesse traje ridículo. Suspiros sôfregos me escapam, a nicotina fugindo junto.
Olho o brownie. Então, olho ele. Um minuto se passa, cenários voando como sugestões. Eu abocanho tudo esperando que lamente o fato de que roubei a maior parte do que ele ofereceu, usando a mão para enfiar até mesmo a última migalha dentro da boca — sorrio irônico, quase vencedor, quase como se isso fosse o bastante para alguém coroar-me o próximo rei da Inglaterra ——— Hmph. Dehisioso.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Jan 23, 2023 4:34 am | |
| INTERAGINDO COM: OFÉLIA. Minha mãe é alcoólatra. Isso significa que não posso beber uma gota de álcool — murmuro, olhando para ninguém em especial, colando o gargalo da garrafa entre os meus dois lábios úmidos. Bebo como se jamais houvesse conhecido gosto assim, saciando um desejo que ultrapassa todas as barreiras do meu código genético.
Sei que devo parar quando sinto o pescoço começar a inclinar demais; quando o líquido cai por toda a minha carcaça, entorpecida e muito aérea para evitar o desperdício. Imagino um daqueles gigantes super lentos, tentando capturar os mocinhos mesmo que nem consiga acompanhá-los direito.
Então eu a vi. Parada. Me olhando como se estivesse satisfeita com o estado no qual eu me coloquei. Olhos vermelhos e uma boca bonita. Ela parecia quase incapaz de habitar a mesma dimensão que o restante das pessoas, boa demais para tudo que fosse relacionado a mim. Boa demais para qualquer um. Sem tirar suas malditas pupilas do garoto ébrio e ridículo em que a bebida me transformara.
Enxuguei a boca com as costas da mão, acreditando que o gesto seria surpreendentemente sedutor, querendo recuperar os sentidos e fazer de meu corpo algo mais que aquela coisa bêbada e indolente.
O problema é que senti, no primeiro passo, os pés tão imprevisíveis quanto coiotes lutando pelo território — tão bobos quanto pedacinhos de papel expostos ao vento. Meus membros finos e desengonçados, caminhando sobre o chão de sabão.
Não demorou muito para que caísse sobre mim a consciência de todos eles ao mesmo tempo. Um raio partindo minha cabeça ao meio. Dei vários passos para trás, até que nenhuma firmeza fosse encontrada sob a sola do meu calçado.
O vento chiou no meu ouvido e uma confusão de bolhas expulsou todo pouco oxigênio que havia reunido nos pulmões quando vi-me despencando dentro da piscina. Ah. Minha mãe é alcoólatra. Eu não deveria ter feito isso.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 3:11 am | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel Mission BayPrestou ainda mais atenção no estranho enquanto ouvia-o falar, mas agora estava se distraindo com a maquiagem ao redor de seus olhos, reparando nos detalhes. Nunca tinha visto uma pessoa usar tanto preto na vida. Não pôde deixar de pensar que ele parecia um buraco negro ambulante. Uma gargalhada escapou no ar. Esperava tudo, menos ter sido interpretado daquela forma, mesmo que por brincadeira. ——— Você é engraçado… ——— sorriu para o estranho, negando com a cabeça antes de voltar a prender-se nos olhos negros. ——— Isso daria muito trabalho... Tem um hippie que fica aqui perto da praia que já vende o colar pronto e é baratinho.
Franziu levemente a testa e olhou ao redor, procurando identificar quem eram os drogados a quem o estranho dos olhos escuros se referia com a reclamação. Ah, é claro… Teve que rir ao perceber que foi confundido com um deles. Ele? Drogado? Era tão improvável que parecia engraçado. Como ele seria burro a ponto de fazer isso quando existia o perigo de ser pego no doping? Mas não ligou muito. Afinal, era um estranho no sofá de uma festa infestada de gente embriagada e provavelmente usando todo tipo de droga. Ele já devia ter aturado todo tipo de coisa, o que explicava a seriedade.
Seguiu o olhar apontado para seu corpo, tentando raciocinar antes de se ofender por ter sido chamado de exibido. Prestou atenção na própria roupa, analisando a forma que ela ficava colada e destacava seu corpo. Não era bem a intenção, mas não tinha como evitar isso usando uma fantasia desse tipo. Oh, mas isso era bom. Se estava chamando atenção a ponto de ser chamado de exibido, isso também significava que os treinos estavam dando resultado. ——— Você acha? ——— perguntou, sem fazer esforço para esconder a felicidade com a ofensa. Um sorriso orgulhoso se espalhou pelo rosto. ——— Isso quer dizer que você gostou?
Mas o sorriso foi se desfazendo à medida que assistia à cena mais maldosa que já viu na vida; o doce que ele gentilmente ofereceu um pedaço sendo completamente devorado em sua frente. Uma cena digna de filme de terror, onde os torturadores sabiam mexer exatamente no ponto mais fraco da vítima. E pior: ele era aquela vítima ingênua que se atirou direto para o assassino. Isso era um horror. Era a generosidade em oferecer um pedaço — que convenhamos, nem tinha tanta intenção assim de compartilhar, mas queria ser educado — sendo retribuída com algo equivalente aos crimes mais hediondos.
Por reflexo, rapidamente jogou o corpo e inclinou-se em direção ao estranho, a mão indo atrás do brownie na boca responsável por aquele ato tão cruel, mas se congelando no caminho assim que percebeu que era uma batalha perdida. Com o sorriso completamente morto, o queixo caiu e a expressão se transformou em pura incredulidade. Como ele pôde fazer isso? Definitivamente nunca mais confiaria em estranhos na vida. ——— Você não fez isso! ——— a negação reclamava na voz, completamente chocado. ——— Devolva! ——— suplicou, com a voz numa mistura de incredulidade, indignação e tristeza. |
Última edição por Vicky em Ter Jan 24, 2023 6:11 am, editado 3 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 5:25 am | |
| Interagindo com Leilin no Hotel Mission BayO estranho à minha frente parecia realmente dedicado a me comer. Não demorei a perceber isso, o que me levou a testar para ver até onde ele iria. Dei corda; eu o incentivei a falar mais enquanto me fazia de burra nos assuntos mais óbvios, sempre mostrando uma reação exageradamente surpresa para as descobertas. Não minto quando digo que estava me divertindo vendo a forma ridícula que ele explicava as coisas mais óbvias do mundo enquanto me perguntava quando ele finalmente iria se dar conta da própria estupidez. Isso sempre era um bom passatempo.
Meu olhar era doce e interessado, vidrado nos do estranho como se fosse a coisa mais importante nesta sala. A surpresa subiu em meu rosto ao perceber minha bebida sendo descaradamente roubada em minha mão. Isso poderia ser algo ruim, mas que se tornou uma surpresa boa só pela responsável por este roubo ser Leilin Candmione. Um sorriso se espalhou por meu rosto, satisfeito pela afronta e crescendo ainda mais ao perceber que ela conseguiu expulsar o rapaz só através da atitude e do olhar assassino. Não pude evitar sentir orgulho e achar o gesto fofo.
——— Como você é ciumenta ——— balancei a cabeça com reprovação, embora eu claramente estivesse gostando da atitude, visto que esboçava um sorriso. Peguei o copo de volta, me livrando dele ao colocar na primeira superfície que vi por perto. ——— É corote. É que eu coloquei numa taça pra deixar mais chique ——— ri por tê-la feito cair numa armadilha, mesmo que sem intenção. Voltei minha atenção exclusivamente para ela, e então deslizei o olhar para reparar mais na forma que ela estava vestida, notando agora como a escuridão de seu visual era um contraste engraçado com as infinitas cores que eu estava usando.
——— Se você não viesse, quem iria me proteger dos estranhos chatos dessa festa? Eu morreria de tédio sem você ——— dramatizei, embora fosse uma verdade. Havia muitas formas de se divertir, mas eu apreciava a companhia de Leilin e estava a fim de tê-la para mim, mesmo que só um pouquinho. ——— Você está entediada? Deixe-me ver como posso fazer esse evento ser mais memorável… ——— cruzei os braços, batucando o dedo no queixo enquanto encenava minha pose de pensativa, ainda que brincalhona. ——— Posso atirar uns nerds na piscina pra você rir. Ou…. nós podemos nos divertir de verdade. ——— sugeri, dando ênfase com o levantar da sobrancelha ao final da frase.
Meus dedos tatearam o bolso logo atrás e voltaram com dois comprimidos em cores tão agradável e colorida que ninguém poderia dizer se eles se tratavam de algo ilícito ou de algum medicamento feito para crianças. Abri a boca e coloquei um deles em cima da minha língua, deixando deslizar para dentro enquanto a encarava. ——— Se você tiver coragem, é claro ——— estendi o outro comprimido em sua direção, lançando um olhar desafiador e cético ao mesmo tempo. |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 6:41 am | |
| INTERAGINDO COM: HENRY. ——— Não vou te dar o prazer de responder essa pergunta.
Ergo a sobrancelha tempo o suficiente para doer. O rosto, uma perfeita máscara de sarcasmo. Nunca conheci alguém que pudesse ofender com o silêncio da mesma maneira que o meu espelho ofende. Ah. Queria arrancar-lhe as orelhas com a força da antipatia — "pessoas exibidas acabam mortas nos fundos de algum quintal" sussurro, imaginando-o derreter da mesma forma que óleo desfez um bonequinho de cera, enquanto mastigo com toda força o açúcar querendo impregnar meus dentes.
Detesto essa coisinha doce que infiltra-se na língua feito agulha em tecido. Mas esqueço o paladar no momento em que a deliciosa expressão de desespero adorna o rosto dele. É perfeito. Mordo tudo com mais velocidade, engolindo às pressas. A tristeza que parecia o calor de uma fornalha abriu-se para mim. ——— Fhiz, azah oh eu! (Fiz, azar o seu).
De repente fica complicado focar a vista, difícil enxergar. Embaça e a mente tem que calcular várias vezes para fazer a feição parar de se balançar. Ele se aproxima de uma maneira tão rápida que paralisa como se houvesse barreiras invisíveis instaladas no ar e com as quais eu me chocava a cada momento em que decidi dar um passo à frente. Devolva — e fecho a boca; à mercê daquela sensação entorpecente se introduzindo dentro da cabeça, envenenando até os ossos. O preto é cercado pelo azul oceânico que existe nos círculos das suas pupilas, um palácio negro desmoronando no penhasco à beira-mar, depositando todo o peso do concreto entre milhares de ondas. Os neurônios se desligam quase imediatamente, como se tivesse apertando um botão de emergência, escoando a minha racionalidade do cérebro para o mundo. A névoa de escuridão começou a tomar forma, de modo irresistível, no interior do meu crânio; rastejando igual serpente até a base do coração, acelerando e empurrando.
Senti as pálpebras pesadas, os ombros como chumbo, caindo e caindo enquanto a noite cheia de estrelas deslizava no alto, brilhante como pedrinhas preciosas coladas à um escuro véu púrpuro — mas não comparáveis às joias azuis expostas nos olhos do garoto sorridente. Que, como se não bastasse, conquistou a proeza de dissolver meu ódio à uma versão diminuta dele. Uma fogueirinha. Menos inflamável. Fazendo de mim uma desgraça preguiçosa e desanimada que a mente não controla — um toque de calor surge e libera diversos raios nas veias.
A boca puxa um sorriso, meio desajeitado para alguém que não possui o costume de sorrir desse jeito. Meio tentado a se tornar uma coisa maligna e digna do vilão mais terrível dos filmes infantis. Penso que devo reagir negativamente ao mundo inteiro — montar barreiras e criar paredes que vão separar-me do resto das outras pessoas, tornar-me incontaminável a qualquer que fosse o próximo espertão decidido a arrancar alguma coisa. Roubar fragmentos, os pedaços que são segredos só meus, as pouquíssimas partículas da minha afeição — nunca entregarei nada. Nunca. Não posso. Não consigo. Impossível.
Mas a fantasmagórica lembrança dum aperto envolta do esqueleto bate na minha consciência como o martelo arrebenta o prego, enquanto a enxurrada de sentimentos espalha calafrios e penetra o interior vazio dos ossos. Enxergo a palavra "devolva" ecoando e chocando-se contra paredes úmidas de uma caverna — parece com o crânio; agora despido daquelas preocupações que estão sempre socadas nele igual penas no travesseiro.
Meus dedos tateiam o desconhecido em busca de firmeza, cravando unhas no ombro dele — como membros alheios às regras e com vontades próprias crescendo dentro do estômago. Com cada parte racional substituída por uma curiosidade em ver-me mais alto, elevado, tendo os joelhos posicionados em cada lado da figura dele, a necessidade de estar próximo de alguém criando raízes quase físicas — o manto da fantasia acoberta a nós dois quando coloco-me sobre o garoto. É impossível. Mas acontece.
E seu corpo, aquela âncora na qual eu me pendurava para permanecer agarrado ao mundo, com braços enlaçados envolta do seu pescoço, estava logo debaixo de mim — compartilhando cada centímetro de pele, cheiroso o bastante para que inclinasse inconsciente o rosto na direção dele.
O coração martelou meus ouvidos e compreendi essa incrível sensação como o centro pulsante da minha própria vida, em torno do qual girava toda a verdadeira complexidade do universo. Não vejo luzes, festa, convidados ou os curiosos celulares dentro do bolso de cada um deles. Todos faziam parte de algum reino triste e monótono cujas estrelas se apagaram muito tempo atrás — somente dediquei-me à tarefa de encostar a testa à do garoto; enxergando as suas safiras de um modo tão íntimo que talvez ninguém mais fosse capaz de encará-lo assim. Enormes, intensos e penetrantes.
———... você parece um cachorrinho.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 6:06 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel Mission BayEsse cara é cruel. É um típico vilão de ficção, mas muito mais eficiente, pois sabia como pegar nos pontos fracos na vida real. Talvez todo aquele visual trevoso queria dizer alguma coisa. Ele conhecia exatamente o caminho para chegar naqueles pontos que são sensíveis, mas ridículos demais para se colocar em um filme. É o terror que serve apenas para a vida real. O pior dos piores. Um assassino de doces e inimigo da gentileza.
Mas ele não se pareceu em nada com um vilão quando cravou as unhas em seu ombro e subiu desajeitadamente em seu colo, se acomodando e enlaçando os braços ao redor do pescoço como se já fosse familiarizado com isso. E Henry olhava curioso, só descobrindo agora que ele era o local de pouso daquele estranho. O que era isso exatamente? Era meio esquisito, mas ao mesmo tempo parecia algo absolutamente natural. Na verdade, nunca sentiu tanta serenidade na vida.
Espera. O shape estava tão em dia que ele tinha ficado irresistível a ponto de atrair as pessoas para seu colo? Ou será que ele era muito fã do Homem-Aranha? Meu Deus. Isso era mais revelador do que responder à pergunta, mas não poderia apontar o fato, pois acabaria deixando o estranho constrangido. Em vez disso, deixou um meio sorriso idiota tomar o rosto; era a parte que não conseguiu suprimir porque naquele momento parecia particularmente difícil. Que coisinha engraçada. O estranho dos olhos escuros como a noite parecia tão diferente agora, especialmente com aquele sorriso desajeitado no rosto.
——— Isso é bom ou ruim? ——— levantou uma das sobrancelhas, a curiosidade cintilando nos olhos apesar da apreensão. Amava cachorros, mas teve a leve impressão que aquele sujeito não queria exatamente elogiá-lo. A resposta não pareceu ser tão importante agora. Passou os dedos pelos fios negros que caiam sobre o rosto do estranho cujos olhos o encaravam com uma intensidade atordoante, colocando os fios de volta atrás da orelha. Os olhos hipnotizantes quase o fizeram esquecer que aquele era o ladrão de seu brownie. ——— E você parece um buraco negro ambulante
Se sentia preso ao estranho como se um circuito elétrico os ligasse. Reparou na proximidade entre os corpos, no cheiro de cigarro, na forma que podia sentir a respiração em seu rosto e como quase podia entrar nos olhos negros e indecifráveis que o convidavam para se jogar no abismo. O ambiente ao redor pareceu tão irrelevante que nem se importou com onde estava ou se estavam olhando. Poderia até esquecer que havia outras pessoas ali, porque não sentia nem um peso de olhares desconhecidos vindo para os dois naquele sofá.
Uma eletricidade estranha percorreu pelo corpo, fazendo os olhos cintilarem brevemente enquanto se prendia nas duas obsidianas nas órbitas do rapaz. Deixou que o olhar caísse rapidamente para os lábios à sua frente, trazendo a mão que antes passava pelos fios para deslizar suavemente pela bochecha, fazendo um pequeno desvio para passar com o dedo por cima dos lábios. Voltou os olhos para os do estranho, mas dessa vez era como se estivesse analisando sua reação. Não sabia se estava completando maluco e quebrando todos os limites ou se estavam em sintonia.
——— Isso é perigoso... |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 9:55 pm | |
| INTERAGINDO COM: HENRY. ——— Eu não... sei.
A mente parece gostar de estar afundada no mar de interrogações, na névoa branca que a contorna e impede que monte pensamentos. Ela é um museu de imagens borradas, com meus primeiros raciocínios morrendo sufocados pela neblina. É engraçado — sinto meu sorriso dando oi para qualquer coisa que se ergue à frente dele.
Encontrava-me intrigado com o modo com que o tecido se adequa perfeitamente a cada forma no corpo do garoto — avaliando a fantasia com o indicador, fazendo círculos, estrelas e desenhos aleatórios na parte da clavícula dele. Deve ter sido caríssima. Mas os dedos curiosos desse Homem-Aranha, aproximando-se ao nível do meu rosto, são a primeira fonte de calor que vejo penetrar nas camadas do espírito; se enrolando ao cabelo preto, colocando a cortina de escuridão para trás da minha orelha, afundando varias faíscas na pele pálida tocada pela sua gentileza.
Seus olhos azuis e abençoados fluem para o fundo de minha imaginação como nascentes na montanha — sei que a ampulheta do tempo está quebrada porque exprimo cinquenta anos dentro de quatro segundos. Sinto a eternidade e toda a história no curto momento que grudo nas órbitas dele; encontrando dificuldade na tarefa de desviar minha concentração do espetáculo de cores que se desenvolvia naquele oceano.
——— Pare com isso —— digo, ouvindo uma gargalhada se entrelaçar à voz, levando punhados de alegria como se estivesse mostrando ao garoto algo embrulhado num saco de papel. Um segredo que ninguém vê ——— você vai se arrepender desses modos engraçadinhos ——— ameaço a mão contra ele, espalmando-a completamente no seu rosto e então cutucando-o no lugar onde ficam as covinhas ——— Ninguém gosta de um buraco negro.
Um suspiro veio e fugiu de mim como a fumaça do cigarro em meio a uma nuvem. Gosto da sensação da mão dele — ouço o mundo muito silencioso enquanto desapareço ao fechar os olhos, meio contaminado com a última imagem do azul que observei. Sou uma pessoa sem moderação cujo único destino é acabar seduzido pela promessa dos carinhos de alguém, dos movimentos fluindo como se fossem predestinados a acontecer desde que ele pôs os pés nesse hotel ridículo. Lembro-me vagamente de cravar as unhas nos seus ombros e avisá-lo que poderia lhe atacar igual um animal selvagem. Mas o gosto da sua intenção paira acima do lábio que ele tocou, como uma sugestão no pé do meu ouvido. A boca foi abrindo com a sutileza da respiração para recebê-lo, minha coragem estagnados na dúvida da vontade que cresceu sobre mim, uma corrente elétrica conduzida pelo fio de nossa proximidade enlaçada como vinhas humanas.
——— ... você é muito devagar.
Um calafrio percorre a espinha, vejo-me teletransportado ao fundo do mar no momento em que nossos lábios batem. É como se o tempo estivesse invertendo sua posição e retornando-me à estrela que fui antes da supernova — ao astro que antecede buracos negros, explosões e fomes insaciáveis. Cresce em mim essa necessidade estranha de experimentar tudo como se agora fosse uma chance única — as palavras que não digo estão todas na língua; na sutil inclinação do rosto, nos dedos que envolve-o no pescoço, no fato de que encontro a eternidade em cada segundo molhado na sua boca. É a morte — porque só ela consegue nos fazer balançar desse jeito tão sombrio; entregue.
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Última edição por yukizinha em Ter Jan 24, 2023 11:43 pm, editado 1 vez(es) |
| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 24, 2023 11:37 pm | |
| Leilin Candmione20 anos | Veterana | Bissexual | 1,70Interagindo com Winifred Page | Local: Praia Revirei os olhos de maneira exagerada. Não estava com ciúmes, só pensava que como ela insistiu tanto para que eu viesse, a loira devia estar se concentrando em mim e não em um qualquer que estava na cara que só queria levá-la para a cama – Não estou com ciúmes – cruzei os braços e a olhei por alguns segundos antes de voltar a me pronunciar, mas dessa vez sobre outro assunto – Argh... como você pode trazer essa bebida de quinta categoria? Eu tenho que te apresentar uma bebida de verdade – o desdém em minha fala era palpável, mas não era com a mulher e sim com a situação e por ter caído nessa pequena "pegadinha". Eu a faria pagar por isso, mesmo que não tivesse sido sua intenção a princípio.
Um sorriso irônico surgiu em meus lábios antes de responder a sua pergunta – Claro, porque você, uma pessoa que sabe muay thai precisa muito de proteção alheia... diz logo que você não consegue viver sem mim – falei de maneira incisiva, mas divertida ao mesmo tempo enquanto meu sorriso se tornava malicioso, entretanto minha expressão mudou passando para uma intrigada, arqueando uma de minhas sobrancelhas enquanto ela se concentrava em pegar algo em seus bolsos. Me surpreendi ao ver os dois comprimidos em sua mão. Oh ela realmente queria jogar esse jogo? Tudo bem por mim. É obvio que ela queria aquilo para que eu caísse em sua "armadilha" novamente, mas a questão agora é que eu queria experimentar. MJ não era a favor de que eu usasse drogas, e eu não fazia questão também, porém estar ali, estando completamente entediada, ainda mais tendo a oportunidade de experimentar algo diferente. Pensando por tal perspectiva eu peguei aquele comprimido e coloquei em minha boca. – Você é a amizade que eu fui alertada a ficar longe – provoquei-a e engoli o comprimido. O efeito não demorou a chegar, ele veio como uma onda que me afogou em meio a um turbilhão de sensações. Era uma sensação boa e diferente como se eu estivesse pronta a enfrentar todos os perigos da vida. A euforia era tanta que olhava a loira com um sorriso que nunca se instalava em meu rosto. Era um sorriso relaxado e descontraído.
Tudo estava mais claro, eu olhava a mulher a minha frente como nunca havia visto. Seus cabelos dourados que estavam presos naquele penteado, maravilhosas madeixas que eram uma pena estarem daquela maneira, tive vontade de soltá-los para ver-lhes cair sem seus ombros como uma cascata dourada. Dava para notar cada traço de seu rosto com mais intensidade... era lindo. Sua pele era clara e perfeita como porcelana, tinha vontade de tocá-la e seus olhos verdes... seus olhos verdes eram do mais puro tom de esmeralda, pareciam duas pedras preciosas, eu queria tê-las para mim, guardá-las junto comigo como verdadeiras joias que eu poderia usar. Senti meu corpo arrepiar ao reparar em seus lábios, tão convidativos com aquele batom vermelho, mas sinceramente, gostava mais deles quando estavam sem maquiagem, eram rosados e carnudos, dava vontade de mordê-los, sentir seu gosto, eu queria senti-los, saber se eles tinham gosto de morango ou melancia. Qual seria?
Me aproximei perigosamente de Winnie, ela era mais alta que eu em circunstancias normais, mas com aquele salto que eu usava, estávamos praticamente do mesmo tamanho. A olhei de maneira profunda, me perdendo naquele mar verde de suas íris por um tempo que não consegui mensurar. – Vem... vamos dançar... – peguei em sua mão, entrelaçando seus dedos nos meus, aquele toque fez com que eu me arrepiasse por inteira, minha mão parecia formigar com a palma da loira junto da minha e eu gostei daquela sensação. Nosso trajeto até a pista foi rápido, o que eu agradeci, precisava extravasar aquela energia antes que ela saísse de outra forma. A música parecia mais vibrante, mais alta, parecia que ela passava por mim e eu podia sentir suas vibrações com o meu corpo, e eu as liberava a partir do balanço do meu corpo, que estava não muito longe da de olhos esverdeados. Peguei novamente nas mãos da loira sorrindo para ela radiante, sentindo como se uma corrente elétrica estivesse passando por entre nossos corpos. Eu me sentia sensível... a cada toque que trocávamos era uma sensação diferente, excitante, eu... queria sentir mais daquilo. Coloquei meus braços em volta do pescoço da mulher aproximando nossos corpos e mais uma vez eu sorri para ela me sentindo em êxtase com aquilo tudo, não queria que aquilo acabasse, que aquela sensação acabasse.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Qua Jan 25, 2023 5:11 am | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel Mission BayA conexão dos dois naquele sofá parecia algo muito único e inexplicavelmente rápido, como se fosse mesmo coisa do destino. O brilho dos olhos negros o atraiu como um feitiço e bastou alguns instantes para os dois estarem rindo feito idiotas, se encarando numa posição íntima demais para se estar com alguém que mal conhece. Não importava. Tudo parecia exatamente como deveria ser. O estranho deveria morar em seu colo, assim como seus dedos deveriam morar dentro dos fios de cabelos negros dele.
Riu com a ameaça, virando o rosto para o lado como se quisesse fugir, mas permitindo que ele ainda tivesse o livre acesso para fazer o que quisesse em seu rosto. Não tinha como se sentir realmente ameaçado por aquela criatura que agora parecia tão próxima em todos os sentidos possíveis da palavra. Agora ele lhe causava uma sensação de paz. Os toques pareciam fazer cócegas em sua bochecha. Segurou o pulso dele, baixando a mão que estava em seu rosto para fazê-la pousar em cima do próprio peito.
——— Hmm, eu não sei se isso é verdade ——— franziu a expressão como se tivesse acabado de provar algo amargo demais para esconder a estranheza, mesmo que ainda mantendo o bom humor. ——— Eu gosto de um buraco negro ——— confessou, não exatamente pensando em buracos negros, mas sim no estranho dos olhos hipnotizantes. Era o que deixava claro em seu olhar; olhava-o de um jeito particularmente intenso enquanto falava. E realmente nunca tinha imaginado que um buraco negro pudesse ser tão confortável, tão estranhamente leve e atraente.
Uma borboleta libertou-se do casulo dentro do peito de Henry no momento em que viu o garoto fechar os olhos de uma forma tão serena, emanando algo que parecia convidá-lo. Parecia tão agradável que teve a sensação que queria vê-lo assim para sempre. Uma faísca brilhou dentro de si quando reparou na forma sutil que a boca do garoto se abriu, fazendo-o umedecer os próprios lábios em resposta, embora não tenha tentado nada. No entanto, foi somente no momento em que ouviu a reclamação e viu a intenção partindo do próprio rapaz em quebrar a distância que descobriu que não era uma borboleta, mas sim várias; elas se libertaram todas de vez só dentro de seu peito. Podia sentir o bater das asas dentro de si.
O toque dos lábios deixou as borboletas ainda mais eufóricas, espalhando-as sob o resto de seu corpo com a velocidade de um relâmpago. Descobriu que eles eram dois componentes que mesmo parecendo completamente opostos, conseguiram surpreender ao se tornarem uma mistura perfeitamente homogênea quando juntas. Deslizou e subiu com as mãos pela cintura dele, traçando sem pressa o caminho para que os braços se encontrassem nas costas do rapaz, onde os firmou feito um cadeado para trazê-lo mais para si, apertando-o como se quisesse tornar os dois corpos um só.
Isso não deveria ter acontecido. Conhecer a língua de um estranho não estava em seus planos para hoje, mas agora não tinha mais volta. Conheceu uma sintonia tão perfeita que o deixou completamente entorpecido, sentindo os lábios formigarem com o calor. Estava entregue demais; o modo como se separou ligeiramente dos lábios deixava claro, já que mantinha um olhar de desejo, mas atordoado como se tivesse se forçado a sair do paraíso.
——— Isso é porque você é fã do Homem-Aranha, ou…? |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Qua Jan 25, 2023 4:52 pm | |
| INTERAGINDO COM: HENRY. Os batimentos são arranhões nas paredes duma prisão, cada um contabilizado como riscos e traços e desenhos que lembram as obras de homens loucos. Encaro o garoto igual detetives encaram suspeitos na busca por qualquer comportamento que parecesse incriminatório, avaliando suas palavras e os segredos que elas escondem no meio das letras. Percebo-o apanhando meu pulso no momento em que sinto-o descansar próximo ao peito dele, sem lutar contra a ternura que rasteja sob a pele como um gato ——— E se eu dissesse que posso acabar com a sua vida? Agora mesmo? ——— digo, nenhum pouco alerta para o modo fácil como conquistávamos enormes e pequenos espaços dentro um do outro; os cílios tremendo tal qual as mocinhas estúpidas dos filmes, ganhando enquadramento especial porque vão dizer alguma coisa estranha ——— ... você é meio maluco.
Então vejo-me como o gelo derretendo frente à uma fogueira, meus dedos abrindo caminho através de cabelos limpos, macios e escuros, enquanto parte da minha consciência fica totalmente tomada com a descarga elétrica liberada através do encontro entre os lábios — imagino um poste à mercê da chuva, estalando a cada gotinha d'àgua que caí sobre ele; clarões de energia iluminando o céu escuro que pertence ao fundo dos meus olhos, como se eu estivesse finalmente alcançando a razão — como se, de algum modo, o garoto me devolvesse à um paraíso de magia branca toda vez que misturava o seu gosto com o meu.
Era tão grande o meu anseio que tinha resumido a própria alma à emoção de dependência da sua boca — imagine o quão complicado fora reeducar a mim mesmo para não correr igual uma mariposa em direção à outro beijo; impedir as fibras de alcançar o objeto da sua afeição. Encarava como se não conseguisse chegar onde queria, assistindo a escuridão do meu reflexo nadar nas pedras preciosas, os olhos azulados, que este estranho carrega sempre consigo — pesados, ansioso e talvez compartilhando a mesma sensação de atordoamento e abstinência que a falta do contato me causara.
De repente tudo ao meu redor são o contorno dos seus braços na cintura, o apego firme de alguém que não pretende deixar nenhuma parte de mim escapar por ela. É como ter voltado de uma dúzia de batalhas com vida — a emoção de se prender à âncora que sempre te fará retornar ao lugar do qual você partiu. Ele não me deixará sumir. Estou tão consciente da posição na qual encontro-me que sequer dou a devida atenção à coisa que acabou de abandonar sua garganta — balanço a cabeça, entorpecido demais para raciocinar até com os últimos três neurônios que me restaram.
——— Aham... ——— então tudo volta; um raio partindo o crânio e infiltrando nele as informações que perdi naquele pequeno segundo de distração. Há uma careta no rosto, como se tivesse chupado um limão duas vezes mais azedo que o esperado ——— espera...! Na verdade, eu odeio o homem aranha. Odeio todos os heróis. Só sabem falar de arco-íris e algodão doce ——— suspiro, uma mecha de cabelo preto voando para longe ——— mas... hmm... booom... eu posso tolerar você ——— murmuro, sorrindo novamente tal qual uma divindade que acabou de fazer uma coisinha ótima para os súditos do seu poder. Ah — é a sensação de um cachorrinho esperando ser recompensado que dança sobre a pele. Acho que posso aposentar um pouco a vontade de espetar os outros com um garfo de churrasco. ——— E onde arranjou a fantasia? nunca vi nada parecido...
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sex Jan 27, 2023 6:32 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no Hotel Mission BayIria simplesmente aceitar a resposta e voltar a beijá-lo, mas a justificativa acertou seu raciocínio como se tivessem atirado uma pedra em sua cabeça, acordando-o instantaneamente. A confusão adornou o rosto de Henry como se estivesse ouvindo-o falar em um idioma que não conseguia entender. Franziu a testa e precisou se afastar levemente para vê-lo melhor. Olhou para a boca dele, mas dessa vez com estranheza, como se quisesse confirmar que aqueles absurdos realmente estavam saindo dali. Era real, de alguma forma.
——— O homem-aranha não fala só de arco-íris e algodão-doce ——— murmurou em resposta, meio perdido. Não podia evitar defender seu herói favorito. Isso era uma piada? Outros heróis tudo bem, mas quem em sã consciência odiaria o homem-aranha? Considerava isso quase um sinal de desvio de caráter. Não conseguia identificar se isso era brincadeira ou não. Talvez os olhos indecifráveis fossem indecifráveis até demais. Bem, definitivamente esse garoto era uma pessoa meio estranha.
No entanto, ouvir que o estranho iria tolerá-lo mesmo odiando o homem-aranha fez um sorriso idiota voltar lentamente a se iluminar em seu rosto. Que droga, como é que ele poderia ficar bravo desse jeito? Talvez fosse pela forma que ele sorria, mas a fala pareceu muito mais fofa do que realmente era. Desviou o olhar para os lados, tentando se lembrar que isso ainda era uma revelação difícil de engolir, mas o sorriso continuou lá. Okay, talvez pudesse conviver com o fato de que ele odiava seu herói favorito.
——— Ah, isso? Eu comprei num brechó ——— disse, passando a mão pelo próprio abdômen para esticar o tecido e olhar a fantasia. Ela não tinha a melhor das qualidades, mas ficava muito bem em seu corpo. Enquanto olhava o tecido, algo se iluminou em seus olhos ao pensar que poderia fazer aquele garoto mudar de ideia sobre o Homem-Aranha. Com sorte e um pouco de paciência, poderia até transformá-lo no herói favorito do rapaz. O primeiro passo já tinha sido dado; tinha o deixado minimamente disposto a gostar do homem-aranha.
——— Deve ser estranho beijar um herói que você odeia, mas eu também não esperava beijar um dos comensais da morte ——— um riso frouxo escapou, pois as palavras pareceram deixar mais nítido o quanto essa situação era engraçada. Reparou que não tinha ideia de qual era a fantasia do garoto à sua frente, muito menos o porquê de estar tão à vontade agora, mas estava feliz com isso. Muito feliz. ——— Ou qualquer outra pessoa, na verdade.
Normalmente iria querer distância de alguém que odeia o Homem-Aranha, mas o campo gravitacional era tão intenso que atraiu suas mãos de volta para se enlaçar ao redor da cintura do estranho. Agora que estava familiarizado com o caminho, não tinha opção senão ficar ali. E então, afundou-se no mar que era o peito do estranho, fechando os olhos como se fosse o local mais confortável para se estar no mundo.
——— Você deve ser mesmo um buraco negro, não sei se eu consigo sair daqui depois disso ——— murmurou, dando uma breve pausa enquanto apreciava o aconchego. Podia dormir ali mesmo, mas teve uma única coisa que martelou sua cabeça e fez ele corrigir quase imediatamente a própria fala. ——— A menos que seja pra ir buscar mais doces… |
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sáb Jan 28, 2023 12:32 am | |
| ——nobody’s taking control all over me
MEDICINA | VETERANO | PANSEXUAL
INTERAGINDO COM MAXINE NO HOTEL MISSION BAY Horríveis, horrorosos, inacreditáveis, piranhos; eram uns dentre muitos xingamentos-não-tão-ofensivos-assim que mentalmente direcionava a seu grupinho favorito por mais que não parecesse de fora de babacas; seus amigos. Que tinham fama de héterotop a que ponto chegamos. Ah, fazer o quê, eles eram legais apesar dos pesares. Só não prestavam nada pra sugerir fantasias de Halloween, os mongoloides. Mantinha em mente que estava se poupando de fazer casalzinho com eles, primeiro que eca, segundo que que tipo de pessoa faz isso, de qualquer forma? Desistiu de vez em perguntar a sério quando a sugestão de ir fantasiado de puta surgiu e, procurando uma sugestão que pudesse levar em consideração de verdade como se dependesse de sua vida, correu em Milena quando teve a oportunidade, a entupindo com o pedido/ordem de “fala uma fantasia que me deixe gostosa”, de saco cheio.
Empregada maid, chame como quiser. Uhum, isso mesmo. Estava insatisfeito o suficiente com a falta de ideia própria e alheia e simplesmente não se importava com regra de gênero pra roupa, além do fato de que, em exatamente qualquer roupa que lhe desse na telha a ideia de vestir, ficava extremamente bem. Essa base de ideia, porém, se dissipou em dois segundos com a ajuda de três copos inteiros de álcool saborizado; seus rins choravam por dentro, mas o dono deles estava, por fora, alto e, agora, querendo que seu cérebro desvivesse aquelas memórias incômodas com certa loira gostosa pra caralho e que ainda mexia com o que batia na caixa torácica. Ai, puta merda de coincidência.
Felizmente não estava sozinho no quarto agarrado numa garrafa de vodka enquanto assistia Marley e Eu e se derretia em lágrimas pela septuagésima vez e isso realmente aconteceu, por mais que não admitisse, então tinha vários algos e vários alguéns para se distrair. Max, que foi a pessoa que tinha lhe dado a carona e que chamou a atenção do seu campo de visão por ser um amigo, em primeiro lugar, foi o alvo escolhido pelo radar de um Nathan que procurava só encher o saco e exatamente com essa intenção de alguém, antes que sequer pensasse em ficar triste de verdade. Resolveu se aproximar, por mais que a música estivesse ficando bem mais alta que pudesse suportar por muito tempo a cada metro que encurtava.
——— Ô, seu merda ——— Embriagado e simplesmente do nada, a fala saiu durante um chute casual numa das pernas do cara que tinha uma dezena e tantos de altura a mais que si, porém ele estava de costas e provavelmente o tinha pego de surpresa. Quem mandou ele estar desavisado, de qualquer forma? Ia acabar surdo com a caixa de som tão perto assim. |
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Seg Jan 30, 2023 10:46 pm | |
| Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local: Hotel Mission Bay A música fazia meu corpo balançar no seu ritmo. Eu me concentrava nele com um grupo de garotas que eram minhas amigas de curso. Nós dançávamos juntas enquanto a luz piscava e tremulava por nós. Já estávamos lá a um tempo, mas não havia chegado com elas. Havia chegado com meus colegas de apartamento, que teriam se perdido por aí. Os dois deviam estar muito ocupados, sei lá fazendo o que e no momento não era de muito meu interesse também. Somente queria curtir aquele momento, a muitos tempos não ia a uma festa, e para ser sincera, se não fosse Nathan me arrastando, provavelmente não estaria ali. As vezes eu era bitolada demais nos estudos, eu admitia, "não é só as vezes, você é bitolada sempre" escutei a voz do loiro em minha cabeça e eu quase revirei os olhos para o nada. Porém... talvez ele estivesse certo... eu disse TALVEZ!
Não só ele havia me convencido a vir aqui hoje como também escolheu minha própria fantasia, ao qual ele foi comigo nas lojas para me "obrigar" a comprar, de acordo com ele "se eu vou gostosa de empregada tu vai da gostosa da Lara Croft pra combinar, mesmo tema" . Ainda bem que eu tinha dinheiro sobrando no mês, pois, apesar de não passar dificuldade, pagar para me manter e ainda pagar a faculdade, que não era barata, não era algo fácil, mas eu me virava, até que bem, com os meus bicos como fotógrafa. Algo que acabou se tornando um hobbie para mim com o passar dos anos. Meus amigos claro, sempre pediam para que eu fosse a responsável pelas fotos, mas não me importava, sempre curti e irei curtir, em minha opinião. Alguns me perguntavam o porque de não me focar nisso... quem sabe futuramente.
A música acabou e parei por alguns segundos tomando ultimo gole de meu drink de frutas vermelhas e olhando o copo me lamentando que teria de ir ao bar de novo para pedir outro copo. Ter de passar por aquela multidão. não seria nada agradável, mas eu queria outro drink, como se eu já não estivesse alterada o suficiente, mas qual é, era bom extravasar as vezes, qualquer coisa eu correria para Nathan e Mathias a procura de ajuda, não era mais que a obrigação deles, como meus melhores amigos, eles que lutem. Nathan e Mathias já me conheciam o suficiente, o loiro mais do que o moreno, mas enfim, isso não era importante. O importante é que podia contar com eles quando precisava. Já havia perdido a conta de quantas vezes os dois estiveram aos meu lado em minhas crises de ansiedade, mais vezes do que gostaria.
Mudar para um lugar onde você somente conhece duas pessoas e ainda por cima com apoio financeiro mínimo, não era nada bom e nada reconfortante para uma pessoa que sofria de ansiedade desde a infância. Não que eu esteja reclamando, longe disso, eu gosto do lugar em que me encontro hoje e não trocaria isso por nada. Além disso, meu irmão me mandava uma quantia quando tudo começou, sem meu pai saber, em que eu conseguia me manter, mas não pagar a faculdade, além de Nathan me ajudar em certas ocasiões, o que eu o agradecia até hoje e sempre lhe dizia que assim que pudesse lhe pagaria de volta, mesmo que ele sempre me dissesse que não havia nada o que ser pago. Eu detestava ser responsabilidade alheia, então logo tratei de fazer o possível para conseguir me manter sozinha, além de a um ano ter começado a minha faculdade, paga com meu próprio dinheiro. Então, eu tinha muito a agradecer as pessoas a minha volta e não as trocaria por nada.
Enfim, chega desses pensamentos nostálgicos, eu sabia que o efeito estava passando quando eu começava a ter este tipo de pensamento, precisava de outro drink. - Vou pegar mais bebida - avisei as garotas que concordaram e assim comecei a me afastar. Não demorei a chegar ao bar, que estava lotado, mas havia um banquinho, que por força divina estava vazio, então corri para pegar o lugar, assim enquanto esperava a bebida poderia descansar um pouco as pernas, passei por entre as pessoas e me sentei no banco vazio - Uma batida de frutas vermelhas por favor - pedi ao barman com um sorriso que logo saiu pra fazer a bebida. Enquanto isso fiquei reparando nas pessoas a minha volta, ou melhor, escutando a conversa alheia para me entreter um pouco, era errado? Talvez, mas quem nunca fez isso? Entre as vozes que comecei a prestar atenção enquanto balançava meu povo vazio distraidamente duas vozes me chamaram atenção, que estavam exatamente ao meu lado.
Olhei discretamente para o lado, vendo a dois banquinhos como o meu ao meu lado, um homem calvo, mais velho, de óculos fundo de garrafa, um tanto gordinho, que identifiquei na hora ser um dos professores da universidade, mas não do meu curso. Ele parecia bem concentrado em seu monólogo com a pessoa a meu lado, que estava de costas para mim, virado para o mais velho. Observei a pessoa ao meu lado mais atentamente, reparando que não era nada mais, nada menos, do que meu professor de Psicofarmacologia, Vicente Luna Gutierrez, um de meus favoritos para falar a verdade, o mesmo era ótimo em suas aulas, bem dinâmico, parecia apaixonado pelo que fazia. O que não me agradava tanto eram os cochichos dos alunos em suas aulas reparando mais em sua aparência e físico do que na matéria em si. Eu reparei em sua expressão, que podia-se ver de longe, estava mais entediado do que nunca. Me segurei para não rir e cobri minha boca com as mãos desviando o olhar. A conversa devia realmente estar interessante pois o mesmo só respondia monossilabicamente, o que tornava tudo mais engraçado. Esperei mais alguns segundos, antes de fazer o meu serviço humanitário da noite.
Eu e ele nunca fomos próximos, como alguns alunos/as faziam questão de deixar isso bem claro, mas eu não poderia deixá-lo naquela situação, eu era boa demais para isso. Pensando nisso eu toquei no ombro do homem com delicadeza fazendo com que os olhos dele por trás dos óculos se voltassem pra mim, interrompendo a fala do outro professor que me olhou com desprezo, mas eu ignorei e um sorriso de orelha a orelha surgiu em meu rosto - PROFESSOR, a quanto tempo! Eu não tinha te reconhecido! -eu literalmente o tinha visto no dia anterior durante a aula, mas esperava que ele entendesse minhas intenções e não se importasse. Por mais que aquilo pudesse ser um pouco atrevido, não tirei a mão de seu ombro, apenas passei a mão para seu braço ainda com o sorriso - Como está? Eu queria que pudéssemos discutir sobre aqueles psicoativos que não tivemos a oportunidade de discutir com mais profundidade na ultima aula - ri para ele de forma inocente, mas pelo visto para o de óculos fundo de garrafa aquela fala tinha mais significados do que eu tinha demonstrado, e ele que pensasse assim, não dava a mínima, mas ele também pareceu se irritar profundamente, e parecia... com um tanto de inveja? Talvez fosse impressão minha, não sabia, mas a questão é que ele não parecia nada satisfeito e por essa minha intromissão ele se levantou dizendo ao moreno de cabelos longos que terminariam a conversa depois, me ignorou completamente e se virou para ir embora. Assim que ele ficou imperceptível por entre a multidão, soltei o braço do mais velho e comecei a gargalhar - A cara dele estava impagável - disse entre risos, percebendo em seguida que minha batida havia chegado. Agradeci e peguei o novo copo começando a tomar o liquido com o canudo, olhando o professor - Você pode me agradecer por isso me dando nota A+ em sua matéria - pisquei para ele e ri novamente.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 12:27 am | |
| ——we’ll be the envy of the gods above
PROF. DE PSICOFARMACOLOGIA | VETERANO | BISSEXUAL
INTERAGINDO COM MILENA NO HOTEL MISSION BAY ——— Hum, sim, claro… ——— Era palpável, quase tomava matéria o total descaso que estava dando para a conversa, que virou um monólogo totalmente ignorável, que foi iniciada pelo professor de Economia Política. Passava por Ancaps serem desprezíveis até o estado de sua filha que estava no Ensino Médio e usava maconha de forma recreativa e irresponsável. Soube depois de ver a mulher reclamando de achar a erva num bolso das roupas da jovem; ah, tudo trivial demais, ainda mais porque justamente se tratava daquele homem com uma aparência desagradável para qualquer olhar um pouco mais exigente, como era o de Vicente. Cruz credo, mas sorria e acenava com a cabeça em uns momentos, em outros a expressão por vezes deslizava para uma que demonstrava o desejo de morte seja própria, seja a do outro contagioso para quem olhasse de longe, inevitavelmente. Ah, por favor, não comece com os problemas das notas…
A principal razão de se enfiar numa festa feita para os alunos era mais pela interação social, é claro porque tinha se voluntariado com a preparação das bebidas. Batizou algumas, outras ficaram a salvo, fazendo um joguinho de roleta russa intencionalmente perigoso para quem se aventurasse demais nos drinks. Prezava por sua imagem que, por mais que ambígua, ainda existia. O mais difícil foi achar uma fantasia de Drácula que não fosse tão de quinta, mas veja só, lá estava ele.
O mundo paralisou por dois segundos quando uma mão tocou seu ombro e roubou sua atenção toda de sua leve anestesia mental, junto a uma voz jovem, feminina e levemente alta, que devolveu o brilho de seu olhar. Agora, sorrindo genuinamente, se perguntava se ela tinha sido uma felizarda de ingerir ácido gama-hidroxibutírico misturado ao álcool. Descobriria isso mais cedo ou mais tarde, por enquanto se divertia com a frase bastante boba dela; parecia uma criança.
——— Ah, é claro. Desculpe, Joffrey, podemos conversar depois? ——— É óbvio que ninguém tem interesse genuíno em discutir assunto de aula no meio de uma festa, ainda mais sobre psicoativos, mas a desculpa foi, de fato, válida. A mão descendo por seu braço, no entanto, lhe revelava uma segunda intenção bastante descarada. Virou-se a ficar de frente a ela e pôde ouvir os passos sonoramente incômodos e incomodados de Joffrey. Ah, que pena, podia até cobrar por aquela sessão de reclamação, se ainda estivesse clinicando de verdade. O máximo que fazia era estudar uns alunos.
A observou rir e comentar sobre a expressão do outro professor e soltou um riso discreto junto. Devia estar, mas se poupava de encontrar-se com uma cara insatisfeita o encarando de volta. Daí, a brincadeira bastante atrevida dela preencheu seus tímpanos e fez com que levantasse as sobrancelhas, entretido. Era uma moça de traços asiáticos bastante bonita, mas que, sinceramente, era só mais uma de seus alunos. Não tinha exclusividade só por tê-lo salvo de uma conversa chata. O costume com elas, graças a Pearl, sua ex-esposa, lhe fez ter um costume de se afundar em pequenos detalhes enquanto se afundava no tédio. Ugh, lembranças ruins.
——— Rivotril na bebida, o que me diz? ——— Chacoalhou seus pensamentos e soltou a pergunta num humor cirúrgico e bastante cruel ao apontar o copo em que continha o líquido que a jovem sugava por um canudo bastante provocativo, para não dizer o mínimo. Saiu mais como uma sugestão, mas não reclamaria se ela respondesse os efeitos que traria de verdade ——— Ganha um B+ garantido, no máximo, se me responder direitinho. ——— Ajeitou a postura e levantou levemente o queixo a ela, num interesse quase errático por vê-la quebrar a cabeça para lhe dar uma resposta que valesse pelo menos um B-, quem dirá um B+. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 1:33 am | |
| Interagindo com Konstantin no Hotel Mission BayCostumo dizer que tudo fica muito mais divertido com a presença dos amigos, mas os meus quase me fazem repensar seriamente essa ideia. Quer dizer, não é a coisa mais confortável do mundo ter que vir no porta-malas de um carro, sem falar no clima meio esquisito com o Max — que não é difícil presumir o motivo —, o drogadinho sendo a hiena invasora entre nossa alcateia e aquela nuvem estranha e silenciosa pairando no ar, escondendo o fato de eu estar secretamente incentivando uma pequena talarigem saudável entre meus amigos mais próximos. Sendo assim, o melhor é que essas coisas continuem como estão, livres apenas em nossos pensamentos.
Bem, mas o lado bom das festas é que elas transformam qualquer probleminha em uma coisa irrelevante em pouquíssimo tempo. Nós nos separamos lobos, cada um indo atrás da sua própria caçada. Não deve parecer a coisa mais refinada do mundo servir uma vodka tão cara em dois copos vermelhos de plástico, fazendo se parecer com qualquer uma dessas porcarias de bebidas de festas adolescentes, mas é exatamente o que eu faço. Simplesmente porque o vermelho do copo combina perfeitamente com minha fantasia de Chucky — que modéstia à parte, me caiu muito bem.
——— E aí, Kostya ——— a casualidade do apelido em minha boca é tanta, que, se eu não soubesse, poderia até pensar que aquele já era mesmo um nome familiar, embora eu tivesse praticamente acabado de descobrir. Os nerds da C.F não são exatamente um ponto que chama minha atenção — não a ponto de tentar conhecê-los —, mas sempre se tornam interessantes e muito bem lembrados na hora de fazer alguma brincadeirinha, especialmente nos trotes. Nesses momentos, quase me torno um morador de lá, assistindo de camarote e colaborando como posso.
Me atirei despojadamente no sofá, me sentando com força o suficiente para a agitação no sofá fazer ser impossível que minha presença passasse despercebida. Depois, deslizei mais um pouco para a direção de Konstantin, me aproximando até conseguir sentir o jeans da minha calça roçar no tecido da dele, tudo enquanto o encarava com um meio-sorriso um tanto atrevido em meu rosto. Sou basicamente uma águia pousando do lado de uma pobre lebre. E é meio engraçado que é com literalmente a intenção de comê-lo.
——— Eu ouvi dizer que os russos são fortes pra vodka, é verdade? ——— perguntei, jogando um dos pouquíssimos estereótipos da Rússia que atraiam meu interesse. Bebi um gole da vodka em meu copo, mantendo meus olhos fixos no russo enquanto estendia o outro copo em sua direção. Tomei o cuidado de deixá-lo exatamente na frente do celular que ele estava tão focado, tudo para tomar a atenção para mim. ——— Por que você não me mostra? |
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 1:58 pm | |
| Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local Hotel Mission Bay
Ah merda, era só o que me faltava, o homem a minha frente me encarava com uma de suas sobrancelhas levantadas e com um tom de voz desafiante. Por minha pequena "investida", que mais era um modo de fazer com que o outro professor fosse embora do que qualquer outra coisa, ele devia estar pensando que eu era uma de suas tietes na sala de aula, que não prestavam atenção na matéria e sim... em outra coisa. Quase revirei os olhos mas me contive, pelo visto ele não era muito bem em relacionar a fisionomia de alguém com o nome. Mas eu dei mais um gole em minha bebida enquanto nos olhávamos, mas assim que coloquei meu copo no balcão novamente eu inclinei um pouco a cabeça intrigada com o seu desafio deveras fácil em minha opinião
- Que feio professor... tentando colocar uma de suas alunas em coma? - cruzei minhas pernas e voltei a falar sem desviar meus olhos do dele por um segundo - Você sabe muito bem que clonazepam é um ansiolítico que se misturado com álcool pode ocasionar todos os riscos de uma sedação excessiva, como quedas, tontura, hipotensão, acidentes, confusão mental e até mesmo, em casos extremos, uma parada respiratória... que mau exemplo - enumerei todos aqueles sintomas em meus dedos enquanto o olhava desafiadoramente, talvez ele esperasse por uma resposta correta, talvez não, mas era uma boa sensação fazer ele perceber que eu não estava em suas aulas somente de enfeite - Você quer discutir também sobre o efeito do álcool junto de antibióticos? Estou a disposição - coloquei minhas mãos abertas com os dedos entrelaçados em um de meus joelhos inclinando novamente minimamente minha cabeça.
-Ah e mais uma coisa... -me inclinei em sua direção para que ele pudesse me escutar melhor, mas não tão próxima para que ele pensasse que eu estava tentando invadir o seu espaço - Eu não preciso te fazer favores para ser uma aluna média A+ eu já o sou - e não era mentira, não estava me gabando, só estava dizendo um fato, tinha fechado todas as suas avaliações, até então. Eu não o culpava por não ter percebido que era uma dessas alunas, afinal, não era de chamar atenção na sala de aula, somente quando tinha alguma pergunta, além disso, não usava roupas espalhafatosas para que fosse vista, eu detestava isso. Detestava ser o centro das atenções, a não ser que fosse apresentando um trabalho ou lecionando alguém, algo que fazia para também receber algum dinheiro extra. Mas eu deixaria ele se perguntando qual seria meu nome, não o falaria, somente se ele perguntasse.- Era uma piada, não sei se você notou... alguns de seus alunos não prestam apenas atenção na sua beleza na sala de aula professor, alguns também prestam atenção na matéria... até mais nela, na verdade- uma expressão relaxada surgiu em meu rosto, eu havia o elogiado ao mesmo tempo que tinha-o colocado em seu devido lugar, eu poderia estar sendo atrevida demais, poderia muito bem culpar o alcool, porém ele praticamente havia me dito sublinarmente que eu não conseguiria responder aquela pergunta que em minha opinião era o básico de sua matéria. Detestava ser subestimada e eu ficava irritada com tal. As vezes eu me deixava levar um pouco pela emoção. As vezes isso era bom e as vezes ruim.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 5:03 pm | |
| ——we’ll be the envy of the gods above
PROF. DE PSICOFARMACOLOGIA | VETERANO | BISSEXUAL
INTERAGINDO COM MILENA NO HOTEL MISSION BAY Podia muito bem tê-la cortado a, hum, “militância” como os jovens dizem hoje em dia, dela no meio, mas deixou-a falar, ainda mantendo a mesma expressão. Claro, todo mundo é muito emocionado e acha que sabe de tudo quando se tem um pouco menos da metade da idade para a cabeça estar totalmente formada, pelo menos em ideais e visões de mundo. E Vicente sabia disso, porém a falta de tato por parte da menina lhe fez ficar um tanto incomodado. Até os mais inexpressivos dos psicopatas têm senso de humor.
——— Oye, oye, cálmate, chica– isso foi só uma piada. Veja, ——— O espanhol deslizou pela garganta sem nem ter percebido e, durante a breve pausa, com as palmas das mãos viradas para cima, fez um movimento ilustrativo no ar para fortificar o que diria ——— estamos numa festa e, agora, eu não sou seu professor. Se provar pra mim agora não vai mudar sua grade– a não ser que esteja insegura quanto a elas caírem. Mas, aí, não seria responsabilidade minha, muchacha. ——— Sorriu socialmente e tomou um gole de seu whiskey, sentindo que tinha pulado de uma conversa chata para outra. Ah, essas pessoas que levam tudo pro pessoal deveriam trabalhar mais em suas confianças… talvez seria pedir demais para uma pessoa ainda tão sem experiência de vida, então a fez um favor de não pesar demais as falas.
——— E então? Essa beleza e inteligência toda sabe se divertir? ——— Provocou, ignorando totalmente a parte sobre os alunos repararem em sua aparência, já que sabia disso e não se importava o mínimo, dessa vez a olhando de cima a baixo por cima dos óculos. Aquela fantasia lhe servia bem, mas não parecia algo que ela própria escolheria, principalmente com a atitude anterior. Milena, estalou-lhe no fundo do crânio, Milena Kamado. Notas altas, quase impecáveis. Talvez isso tudo fosse resultado de um ego grande, uma alta autocobrança, insegurança. Ou tudo junto. Porém, não faria o favor de expor as teorias que tinha formado sobre ela para ela, claro. Vê-la naufragar num mar de indignação pela ignorância do professor que não leva nada a sério era mais interessante, ainda mais pela mente nublada pelo álcool de ambas as partes. |
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 8:56 pm | |
| ——they say i’m a control freak
GASTRONOMIA | VETERANO | REP. C.F | DEMISSEXUAL
INTERAGINDO COM DOMINIQUE NO HOTEL MISSION BAY A brilhante ideia de ter se deixado arrastar por um dos veteranos de Educação Física foi por puro e simples temor de ser vítima de mais um trote ou bullying, na verdade. O cara era uma pilha de músculos e, apesar da carinha de cachorro babão e daqueles olhos azuis pidões, era melhor não provocar alguém que pode te convencer na base do soco. Sorte que aquela caloura japonesa de Moda tinha coincidentemente uma fantasia de Coringa disponível quando foi lhe perguntar sobre Sorte que o traje era da versão moderna do vilão, porque nem fodendo que ia se dar o trabalho de fazer a maquiagem, o cabelo já era pintado de verde nas pontas, mesmo.
Konstantin se isolou no canto de um sofá e se enfiou no celular numa tentativa de se isolar daquele bando de gente da sua idade e uns mais velhos irresponsáveis se entupindo de álcool para esquecerem dos problemas pessoais por uma noite fútil de festividade igualmente fútil doce sociedade hipócrita e sua necessidade de ter comemorações pagãs herdadas de culturas europeias para extravasar da rotina. Não daria nem uma hora para alguma coisa escandalosa acontecer, pelos detalhes que às vezes entravam em sua linha de detecção.
Sua paz interior foi totalmente perturbada, porém, quando sentiu o sofá afundar violentamente perto de si. Não tirou os olhos daquela tela brilhante que chovia de tweets de fotos de gatinhos, por mais que a pessoa insistisse em falar consigo, vindo em sua direção, para bastante perto de si mais próximo que um americano comum, rudemente invasivo para um europeu, estourando a bolha de um modo tão intrusivo que não tinha pedido em momento algum, mas que, também, parecia que não seria respeitado nem se o fizesse com muita educação. Passou a escutar mais claramente quando, automaticamente, sua atenção se dividiu para ele; sabia que era um cara pela voz grave que carregava um sotaque britânico.
Do vermelho do copo para o laranja do topo de sua cabeça e os azuis dos orbes, sua visão viajou a contragosto quando questionado, o rosto modificando-se numa leve carranca ao notar que era um dos caras que ficaram rindo de si enquanto sofria um trote há um tempo atrás. Era Dominique, o veterano de Relações Internacionais que tinha um histórico não muito amigável para pessoas com traumas de bullying. Hum. A fantasia combinava com ele, não ironicamente.
——— Crianças russas bebiam vodka igual refrigerante até um tempo atrás ——— A informação saiu como quem iniciava uma conversa sobre o tempo. Colocou o celular no colo e pegou o copo de plástico antes de olhar seu conteúdo, com uma cara bastante desconfiada ——— Me dá uma razão pra não achar que isso tá batizado, Grimm-Pitch. ——— Voltou a olhá-lo, agora exatas dez vezes mais intenso, como se pudesse olhar diretamente para a alma daquele ruivo, e realmente desejava ter essa habilidade. As informações que tinha na universidade eram bastante rasas pela falta de tempo investido em caçá-las, então o máximo que sabia, além do mau-caratismo, era que ele era baterista numa banda e participava do infame grupinho de babacas ou, héterotop. Talvez a razão para estar falando consigo tinha a ver com esse tal grupo; a dedução era um pouco óbvia, conhecendo a natureza dos envolvidos. No entanto, sabendo que se arrependeria disso, deixaria essa interação se desenrolar naturalmente. Queria ver qual era o terreno que ele queria preparar, antes de qualquer coisa. |
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Praia Ter Jan 31, 2023 9:31 pm | |
| Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local Hotel Mission Bay
Droga. Alguns segundos depois e pela resposta que o moreno havia me dado me fez me arrepender do que eu havia falado. Urgh, eu precisava parar de estar tanto na defensiva, algo que eu aprendi a ser assim com o tempo, como um modo de defesa, e as vezes as pessoas a minha volta sofriam com isso. Senti minhas bochechas um pouco quentes, sentindo uma leve vergonha. Suspirei e desviei o olhar do dele.- Desculpe... -eu conhecia bem aquele olhar, o olhar de alguém que estava me analisando psicologicamente. Uma das únicas situações que não me deixavam confortável naquele nicho eram as "analises" internas sobre a pessoa, mas eu já estava me acostumando por tal fato e ele parecia ater sua análise a si mesmo, o que eu agradecia, pois eu estava cansada de ser descrita por pessoas alheias.
Olhei as pessoas a volta, elas estavam se divertindo. Eu precisava relaxar, eu estava ali para me divertir afinal, eu já podia sentir o olhar assassino de Nathan sobre mim e sua fala, como se fosse um pequeno diabinho sussurrando em meu ouvido "Para de falar sobre coisas chatas. Anda, vai se divertir, aproveita e dá em cima desse gostoso". Quase balancei a mão como se quisesse fazer aquele pequeno "diabinho" sumir de cima do meu ombro. Eu iria voltar meu olhar para o mais velho, mas isso foi muito mais rápido quando eu ouvi sua ultima frase. Uma expressão surpresa estava em meu rosto. Não por ele falar aquele tipo de coisa, talvez um pouco sim, mas por ele ser desprendido o suficiente para isso. Com certeza ele estaria maluco para mudar de assunto e eu aceitava isso de bom grado. Um sorriso pequeno, mas sarcástico surgiu em meu rosto - Por incrível que pareça, sim... - tentei tirar de minha cabeça a parte de que ele era meu professor e apenas o encarar como um homem que acabava de conhecer naquela festa.
Dei mais uma ultima golada em meu drink antes de voltar a falar - Então Vicente... antes de você fosse interrompido em seus planos, o que você estava querendo fazer? - olhei-o genuinamente curiosa, afinal eu o havia encontrado nessa situação nada agradável, estava afim de mudar isso, nós iriamos nos divertir, era esse meu objetivo agora, mesmo que nossa primeira conversa não tenha sido das melhores. Iria relaxar e curtir, ouviria o Nathan em minha mente, em partes- Temos três opções... podemos ir ali nos embebedar até cair... - apontei para um lugar do bar onde estava com várias pessoas para virarem uma dose de tequila juntas, quantas vezes quisessem- Podemos ir até aquela cabine de fotos e nos humilhar nelas, ou podemos ir dançar... - um sorriso um pouco maior se fez em meu rosto.- A sua escolha... ou talvez podemos fazer as três coisas em tempos diferentes... mas se tiver uma ideia melhor, sou toda ouvidos - qualquer uma das opções para mim seria divertida em minha opinião, então deixaria que o de óculos decidisse, vamos ver se ele realmente era descolado como todos diziam.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sex Fev 03, 2023 1:19 am | |
| INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.Cada átomo do meu corpo é um botão vermelho esperando que alguém o pressione, sempre alerta, embalado pelas cicatrizes que lhe foram dadas nos pouquíssimos momentos no qual se permitiu a dádiva de um descanso — um erro, talvez, que, infelizmente, humanidade nenhuma pode evitar cometer. Às vezes nos sentimos tão esgotados que parece impossível resistir àquela bigorna pesando sobre nossas pálpebras, muito presente quando você não consegue manter-se vigilante e cauteloso contra as ameaças do mundo — ainda que o quartinho azul de um menino de quinze anos não devesse representar tanto pânico à ele.
O som estoura muito próximo ao ouvido e vai quebrando cada quadro na minha imaginação com a mesma intensidade de um cavalo correndo uma pista feita de mármore — forte, implacável e violento. É tudo o que tenho; um punhado de ossos ocos e dois punhos cheios de cicatrizes, todas oriundas dos momentos em que eles agiram como se fossem o cérebro do corpo — como se pudessem quebrar obstáculos com força bruta, transmitir as emoções desagradáveis à coisa que atingem repetidamente.
As pessoas não passam de um borrão desfocado, os sorrisos gravados na eternidade daqueles trintas segundos em que nenhuma parte dos meus neurônios consegue realizar as suas sinapses — é, finalmente, a calmaria; o sossego que outros universitários encontram na ponta do gargalo, no ápice profundo de uma tragada, na parte aguda de uma seringa carregada com ópio. O grave percorre a atmosfera em ondas, enlaça-me como se cinquentas cordinhas invisíveis estivessem prendendo-me às batidas; ao êxtase que cresce a partir do centro do peito e espalha ramificações ao restante do corpo.
Não há nada no que pensar — nada além do escuro e da confortável pressão dos caquinhos de gelo batendo contra o rosto.
Era tão implacável e penetrante a intensidade desta apatia caída sobre tudo, que nem mesmo as partes mais sensíveis do meu reflexo puderam reagir à ameaça do chute na perna esquerda. Foi necessário apenas virar a cabeça para encontrar ali um dourado tão familiar e bonito quanto os cabelos daquelas bonecas loiríssimas que toda menininha na primeira infância deseja — mas acontece que meus olhos não conversam diretamente com o cotovelo e nem com o botão de emergência que havia sido pressionado no interior do meu crânio. É graças ao som de alguma coisa dura como pedra se quebrando contra a carne macia, que o consciente, de repente, retorna à superfície do controle — então observo-me, igual um expectador alheio à cena, acertando Nathan Seawell no nariz como um animal assustado acerta os veterinários de um zoológico, recolhendo a mão direta sobre o coração e tentando fazê-lo parar com esse ritmo de maratonista; ou de alguém que usou drogas o bastante para provocar um infarto. ——— Você é maluco seu merdinha?! ——— ouço a voz partindo e sequer sendo alcançada, perdida no barulho intenso e estrondoso da caixa de som logo ao lado, enquanto encontro-me olhando para Nathan com uma expressão inerente à tempestade das emoções, todas se debatendo no baú mental que toda pessoa arranja quando precisa estocá-las lá dentro ——— ... não seja um fracote, merda. ——— sussurro tão baixo quanto um vento que roça somente a superfície do seu corpo, desejando nada menos que desligar todo o barulho e permitir que o silêncio vença definitivamente tudo no que pode tocar ——— porra! ——— grito ——— sem viadice!
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Praia Sex Fev 03, 2023 7:30 am | |
| Interagindo com Konstantin no Hotel Mission BayMe policio para não parecer suspeito demais, mas um leve sorriso confiante — beirando a presunção — tomava meu rosto, permanecendo inabalável mesmo no momento em que o olhar de Kostya repousou sobre mim e a expressão moldou-se em amargura. Não o culpo, mas me divirto ao imaginar que tipo de coisa estaria passando pela cabecinha do pobre Konstantin neste momento. Qualquer pessoa estranharia ao ver alguém como eu indo atrás de alguém como ele, pois pertencemos a universos completamente diferentes. Nossa posição atual é como a de um cão e um gato; é quase natural nos enxergarmos como inimigos.
——— Porra, como eu queria ser russo ——— reclamei, sentindo uma tristeza dramática inundar meu tom de voz, e então bebendo um gole do copo em minha mão que trouxe imediatamente a vivacidade de volta à minha expressão. Um sorriso quase se espalhou pelo meu rosto quando imaginei os domingos em família dos russos, com uma dúzia de primos caindo de bêbados pelo chão, fazendo todo tipo de merda depois de um jantar em família. Sendo um exagero ou não, isso sim me parece uma cena legal de se viver.
A desconfiança de Kostya é quase física; consigo senti-la vindo através do olhar cortante e no tom de voz que ameaçava me perfurar feito uma lança. Tento conter um sorriso que insistia em escapar pelo canto dos lábios, parte por ter achado engraçadinho ele agir igual um pinscher, totalmente na defensiva, e parte por também saber que realmente tinha sido minha primeira ideia batizar a bebida dele. Droga, será que estou ficando muito previsível? Mas ele não sabe disso, não pode me condenar por algo que eu não cheguei a fazer. Se pensar bem, eu poderia até me ofender com a desconfiança. Quem ele acha que é para presumir que eu… sei lá, enfiei o pau na bebida dele? Ou que entupi com alguma substância suspeita?
——— Pfft, como você é desconfiado, hein? ——— e sem cerimônia alguma, arranquei de volta o copo da mão dele e o trouxe à minha boca, dando dois goles generosos antes de praticamente enfiá-lo de volta na mão dele. Senti a ardência invadir a garganta e se alastrar por todos os cantos, fazendo eu rapidamente me arrepender pela ação. Franzi a testa e desviei o olhar, tentando lidar com aquele gosto horrível de morte e amargura. Ah, então é por isso que eu não costumo beber vodka. Voltei a olhar para o russo, limpando os resquícios do líquido no lábio com a língua. ——— Pronto. Se tiver algo, então nós dois vamos nos foder juntos. ——— e encarei-o, deslizando meu olhar para o copo e em seguida subindo novamente para ele. Meu olhar cintilava em desafio para provocá-lo a ter a mesma coragem.
——— Se você continuar tão na defensiva assim… você pode acabar ficando sozinho numa festa, sabia? ——— provoquei, não conseguindo conter um sorriso presunçoso com a ironia da situação. Não é exatamente a simpatia que eu planejei para conquistá-lo, mas não posso evitar quando se há uma brecha dessas. É quase um impulso lembrar às pessoas qual a verdadeira posição delas. Dou um gole da bebida em meu copo, tentando engolir a petulância junto ao líquido para colocar meu foco de volta no lugar. ——— É por isso que você tá aí morrendo de tédio. Vir numa festa pra ficar usando o celular no cantinho? Francamente, Kostya… Tsc, tsc… |
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| Assunto: Re: Praia | |
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