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 Praia

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Paith
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Paith


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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySáb Fev 04, 2023 1:24 am

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they say i’m a control freak
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GASTRONOMIA | VETERANO | REP. C.F
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INTERAGINDO COM DOMINIQUE NO HOTEL MISSION BAY

——— Teria que se acostumar com o frio primeiro ——— Comentei baixo sobre a reclamação exageradamente dramática de Dominique, o olhando de cima a baixo discretamente. Estava, secretamente, me referenciando ao jeito fogoso lê-se animado demais que ele demonstrava ter. Toda aquela confiança só reforçava o achismo. Mas, claro, não expus a opinião e não teria nem porquê disso, ainda mais que éramos como ímãs se repelindo em questão de nos darmos bem. Toda e qualquer tentativa de interação minimamente humana não existia, excluindo esta, que era a primeira de verdade. Ainda assim, eu tinha motivos mais que suficientes para achar que não daria em nada.

Senti uma vontade bastante internalizada de perguntar qual era a graça enquanto via ele inutilmente segurar um sorriso, mas me fiz de cego. Prometi a mim mesmo que deixaria isso seguir de forma mais natural possível, sem eu parecer um maníaco por detalhes, apesar de toda a indignação que se formava num canto bastante específico do meu cérebro. No entanto, o levantar de sobrancelhas que dei foi involuntariamente automático quando, de uma vez, reclamou da minha desconfiança e tomou de volta o copo para provar que a bebida estava segura. É, só um louco beberia um drink batizado sabendo disso. A careta que ele fez foi impagável depois daqueles goles; não escondi nem um pouco o sorriso de canto no meu rosto enquanto escutava-o dizer que nos foderíamos juntos. Ha, que modo mais bonitinho de transparecer confiança.

——— Você é muito fraco, britânico ——— Deslizei o resto líquido incolor garganta abaixo com um ardor cortante com um gostinho familiar e um tanto nostálgico. Minha mãe me dava uma dose pequena durante os dias mais frios desde os meus cinco anos de idade, mesmo nos EUA, porque velhos costumes não morrem, principalmente quando são de uma cultura quase milenar. Estava quase sentindo o gosto picante da Solyanka quando terminei de digerir, só para, então, focar os olhos em Dominique. ——— Satisfeito? ——— Pena que eu não podia dizer que não me afetava pelo álcool no organismo, mas é o preço que pago por ter sido compelido por aquele olhar competitivo.

——— Hum ——— Sorri, deixando o sarcasmo tomar conta do curvar, ——— Não tem mais nada pra fazer e eu vim pra cá forçado. Eu sou o nerd estranho, lembra? Tenho que cumprir meu papel. ——— A piadinha sobre função social e estereótipo saiu bem colocada, mas a alfinetada de uma coisinha que já fui chamado no campus saiu sem querer, como se a mão que eu entrelaçava tão fortemente com o autocontrole estivesse ficando escorregadia demais para manter o aperto. Pelo menos não foi pior.

——— O que aconteceu pra vir puxar assunto logo comigo, Grimm-Pitch? Alguma aposta? ——— Já que ele foi tão direto, por que não ser também?, pensou meu já alcoolizado racionamento. Era claro que, se não fosse uma aposta, era só parte da rotina dele de encher o saco de alguém em ócio. Qual seria o próximo passo depois de me deixar bêbado? Me afogar numa banheira cheia de gelo de brincadeira?
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Paith
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySáb Fev 04, 2023 1:38 am

——
nobody’s taking control all over me
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INTERAGINDO COM MAXINE NO HOTEL MISSION BAY

Saber é uma coisa muito diferente de fazer e é de conhecimento geral. Nathan sabia que Max era como uma mina num piso plano, à vista, só esperando para ser ativada para explodir na cara de alguém desavisado, mas ninguém disse que ele agia de acordo para ele não estourar, como foi agora.

A cotovelada o fez recuar alguns passos para trás pela falta de equilíbrio, com os instintos de reclamar de dor e cobrir o nariz. Era tão reativo quanto o moreno, notava-se por não ter controlado os membros de se moverem por conta própria para acertá-lo no rosto com um tapa de mão cheia, procurando descontar a ardência que não cessava em nenhum instante. Desconfiava que esse vagabundo tinha acabado de quase quebrar seu nariz, e de graça. Estava com raiva e bêbado demais para ser racional e notar que ele mesmo tinha provocado isso. Não que notaria mesmo sóbrio, de qualquer forma.

——— VIADAGEM É O MEU– ——— Fossem quantos treinamentos com as cordas vocais que fizesse, elas nunca estavam prontas para uma sucessão de gritaria a plenos pulmões sem qualquer tipo de aquecimento. Por sorte definitivamente com um sobretom de humor corrosivo, Maxine interrompeu a agressão vocal dando sequência à próxima peça de dominó a cair nessa cadeia de ações, graças a um soco muito bem dado no osso da mandíbula, o forçando a calar a boca, coisa que ainda tinha que aprender a fazer, honestamente mas com a consequência de fazê-lo desmaiar no processo. A queda teria sido muito mais feia a primeira pancada com o chão fosse da cabeça, não com o tronco, como aconteceu. Iria matá-lo quando acordasse.
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yukizinha
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 05, 2023 3:52 am


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INTERAGINDO COM: ELLIOT NO HOTEL.

——— Não. Eu tô na condicional ——— disse Santiago, despreocupado, trazendo para os lábios o corpo cilíndrico e ríspido do cigarro, expulsando a fumaça uma eternidade depois de sugar todo o conteúdo.

Ele estava mais inquieto do que gostaria de dizer, uma pena que seus picos de ansiedade não eram direcionado à sua carteira em forma de dinheiro. Ter uma pulseira eletrônica envolta do tornozelo não é exatamente o melhor dos seus pertences, mas acontece que é muito complicado disfarçar o aparelhinho chato por baixo da calça jeans escura — e esses drogadinhos ricos de merda, que completam quase uma  ciranda à sua volta, todos praticamente salivando pelos entorpecentes e as negociações que dizem respeito às aventuras alucinógenas, são dez vezes mais curiosos do que qualquer uma daquelas suas vizinhas de meia-idade; umas cinco velhas ranzinzas, distraídas demais com sabonetes caros e plantas secas para dar atenção ao meliante colombiano residindo a uma casinha de distância delas.

Ele ficou atento à atmosfera e à fumaça branca se juntando ao vento quando a garota que lhe perguntou sobre o volume no seu tornozelo contraiu os ombros, receosa de tocar naquela parte proibida que talvez lhe custasse um dos braços por saber até demais — uma bobona que tinha mais filmes de ação na cabeça que o próprio Tarantino, fissurado por explosões e tudo que envolvesse segredos e armas e balas trabalhando em favor da rivalidade entre gangues.

Santiago apenas deu de ombros, calculando como banqueiro os últimos dólares que foram entregues à ele, roçando os dedos vestidos com as luvas de forma quase religiosa, percebendo até os desenhos e o rosto de algum presidente super-importante nos simbolos do dinheiro americano — talvez, ele pensou, com mais dois anos de trabalho, a garantia de uma identidade nova e da qual pudesse utilizar os benefícios para o resto da vida, é praticamente certa. Não precisaria se submeter — não se realmente quisesse — a espreitar becos sempre que a polícia resolve invadir a parte pobre de San Diego; a entrar clandestinamente nesse tipo de festa cuja necessidade  por um traficante confiável é absurda; a dormir pensando no carma vindo cobrar as coisas que estão manchando seu passado igual o vinho derrubado numa camiseta branca.

Ele roçou o polegar no crucifixo envolta do seu pescoço como se pedisse silenciosamente misericórdia a Deus — movimentando seus lábios para sussurrar aquela prece que os garotos latinos estão cansados de ouvir todos os dias nos  orfanatos onde vivem.

Do sombrio horizonte além da multidão de pessoas que o cercavam, como numa rodinha de amigos dando espaço para que todos observassem um recém-chegado adentrando os corredores da escola, Santiago encontrou com um olhar heterocrômico capaz de esmagar o esplendor e o brilho de maravilhas que ele nunca conhecera, esbanjando uma confiança que ele só enxergou naquelas pessoas cuja soberba chega antes de qualquer palavra que ela possa dizer. Sentiu os dedos enroscando-se furtivamente no corpo gélido e metálico da arma na sua cintura, um hábito de segurança sempre que, por algum motivo, pressentia a presença de uma influência imprevisível habitando o mesmo ambiente que o seu — ainda que, avaliando-o uma segunda vez, não soubesse dizer com certeza quais foram as partes que lhe provocaram tamanho alerta.

O seu cérebro constatou que não passava de um mimado querendo usufruir dos produtos que Santiago carregava consigo — imaginou o custo daquelas calças pretas, fabricadas pelos estilistas de alguma grife de sucesso, banhada a ouro para que o garoto exibisse sua fortuna assim como os demais as exibiam. Quase soprou um suspiro, enquanto tomava tempo pisando no que sobrou do resto do seu cigarro, por cogitar perigo e um provável merdinha, na mesma frase.

Piada.

——— O que é que você quer?
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Vicky
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySeg Fev 06, 2023 1:15 am

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Interagindo com Konstantin no Hotel Mission Bay

——— E você é muito abusado, russo ——— respondi, levantando uma das sobrancelhas enquanto o encarava com seriedade, advertindo-o com o olhar de que também não era boa ideia abusar da minha boa vontade. Quem foi que encheu o ego desses nerdolas? Cristo. Ele deslizou a vodka para dentro como se fosse água e eu desejei mentalmente ter batizado a bebida com veneno só para tirar a afronta estampada na cara dele. É, os russos não estavam para brincadeira, mas nem em um milhão de anos eu daria o gostinho de reconhecer isso, porque também não era nada impressionante. Deixei um sorriso surgir pelos cantos, se tornando quase debochado. ——— Ahh, isso foi só porque eu te ajudei ——— segurei o copo na mão dele, fazendo os dedos se tocarem levemente enquanto despejava parte do líquido do meu copo, devolvendo a quantidade que eu tinha bebido anteriormente — e talvez até um pouco mais.

Foquei em minha própria bebida para acompanhá-lo, deixando o calor invadir minha garganta e se alojar em meus ossos. Continuava com um gosto de morte, mas ao menos os efeitos valiam a pena. Revirei os olhos como se ele tivesse falado uma baboseira enorme, apesar de o filho da puta estar absolutamente certo. Mesmo que eu consiga pensar em vários motivos bem convincentes para estar ali puxando assunto, é bem irritante saber que é tão previsível assim que foi por causa de uma aposta. Desconfio seriamente que Maxine está tirando essas ideias de algum filme clichê adolescente…

——— Sim, lógico que é uma aposta. ——— a seriedade pesa tanto no tom que parece até sarcasmo, mas é a verdade brincando em minha língua. É como dançar na beira de um precipício, flertando com o perigo enquanto encaro os olhos cor de âmbar de Kostya. Eu o encaro sem demonstrar preocupação em meu semblante, apenas analisando a reação, assistindo-o escutar a pura verdade como se fosse brincadeira. ——— Estamos num filme clichê de colegial americano. Eu tô no grupo dos populares, você no dos nerds esquisitos… ——— aproximei as costas do sofá e me afundei despreocupadamente, tão tranquilo quanto o tom em minha voz. Até porque… não estava falando nenhuma mentira.

——— E eu apostei com meus amigos que consigo te comer bem ali naquele banheiro ——— levantei o queixo, apontando para a direção da porta do banheiro próximo a uma pequena multidão de pessoas. Um sorriso cretino deslizou no canto dos lábios, inundando rapidamente todo o resto. Talvez fosse o álcool que estivesse envenenando a delicadeza que deveria estar presente em minhas palavras — embora a petulância já fosse de costume —, mas era estranhamente satisfatório ser tão direto. Ainda que com o tom zombeteiro no ar.

——— Vou ganhar duas caixas de cerveja e um maço de marlboro por isso ——— precisei deixar escorregar uma mentira em meio a enxurrada de verdades que deslizavam para fora da minha boca, e então encarei os olhos amarelados sem ter nenhuma culpa pesando sobre mim, sem ter problema nenhum em dizer que iria negociá-lo por um valor tão baixo. ——— Vai ser o dobro se eu te comer no carro do Maxine. O que você acha? ——— um tilintar soou com o movimento da chave do carro no ar e um sorriso indecente e sarcástico ganhou vida em meus lábios. Não minto, seria muito mais interessante no carro, ainda mais sabendo que Maxine desaprovaria.
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Paith
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyTer Fev 07, 2023 1:04 am

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we’ll be the envy of the gods above
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PROF. DE PSICOFARMACOLOGIA | VETERANO | BISSEXUAL


INTERAGINDO COM MILENA NO HOTEL MISSION BAY

As bochechas de Milena, agora rosadas, lhe deram uma razão para assentir à fala dela, desculpando-a mudo, ao mesmo tempo que sacudiu os ombros para cima, sinalizando que não foi nada. Porque realmente não foi. Ai, ai, esses jovens… O sorriso inocente de antes complementava a vergonha de agora de um modo consistente; era bastante corajosa, mas, ao mesmo tempo, tímida, de certa forma. Uma combinação intrigante, de verdade, o suficiente para Vicente se dispor a permanecer interessado nela e deixar que o que ela dizia sair sem interrupções, até uma de suas sugestões finalmente tomar sua atenção.

——— “Nos embebedar até cair”, é? ——— Alisou a superfície do copo de vidro na destra enquanto a desconfiança tomava o jeito com que a encarava. Uma moça daquele tamanho não aguentaria “beber até cair” sem ter que vomitar pelo menos umas cinco vezes sendo hiperbólico, claro, considerando que ela pegou uma batida que nem era considerada bebida direito. Então, é, duvidava, e muito, dela.

——— Você aguenta uma garrafa inteira de whiskey? Comigo, claro. ——— E estava lançado o desafio, com a cara de quem olhava uma criança incapaz de fazer algo que não condiz à idade. Para reforçar, olhou para o barman que fingia limpar uns copos enquanto ouvia a conversa, convicto do pedido. E é óbvio que havia sido percebido, já que havia cessado o burburinho de ambos e, em poucos instantes, lhe entregou a preciosa garrafa e a deslacrou, depositando um outro copo na frente de Milena, vazio, como se o próprio vidro estivesse a desafiando também.
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Akemy

Akemy


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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyQua Fev 08, 2023 10:53 am


Praia - Página 2 Milena12

Interagindo com Vicente Luna Gutierrez | Local Hotel Mission Bay


Arqueei uma sobrancelha ao vê-lo mudar de expressão, parecendo divertir-se com a situação? Bem, talvez ele duvidasse de mim, mas quando eu disse que "beberíamos até cair" não falei literalmente. Apenas disse que ficaríamos extremamente bêbados, mas sem ter que vomitar durante o processo. Também não estava acreditando muito no que via, o moreno parecia não se importar em fazer tal coisa com uma aluna, o que para mim não era um defeito, mas era extremamente diferente dos outros professores do curso. Era... diferente... divertido.

Quando ele fez aquela proposta o olhei, piscando os olhos, sem acreditar por alguns segundos, mas ao o mesmo receber uma garrafa de whiskey do barman sem nenhuma cerimônia e me estender um copo, percebi que ele falava sério. Ok, agora aquilo havia ficado interessante, me perguntava o que ganharia com aquela aposta velada. Um sorriso travesso surgiu em meu rosto e peguei o copo sem demora - Veremos... mas saiba que eu amo um Whiskey - - joguei aquela informação, mas me virei para o barman novamente e com um sorriso, dessa vez gentil e pedi uma água. Eu sempre tive essa técnica para que não acabasse colocando tudo para fora e imaginava que com Wiskey não seria diferente, era bom sempre beber com um copo de água junto- Você não disse as regras da aposta... - coloquei o copo de água ao meu lado junto com o agora copo cheio de whiskey puro.

Então, fomos conversando sobre coisas banais enquanto nos deliciávamos com o whiskey que deu-se para perceber, era de ótima qualidade, o que o deixava mais saboroso, mas o que podia-se notar também era o efeito do álcool que aumentava cada vez mais. Eu com certeza me sentia mais relaxada que antes... e mais animada também. Mais da metade da garrafa de Whiskey já tinha se esvaído quando interrompi o assunto para comentar animadamente - Oh professor... eu esqueci de comentar... você está ótimo com essa fantasia... super elegante, está me lembrando os Volturi da saga de livros Crepúsculo - fiz aquela brincadeira, com certeza era o álcool falando, mas apesar de detestar aquela sequência de livros, eu realmente adorava aquela "família" de vampiros que só se importavam em saciar sua cede de sangue e em manter a "ordem" para que aquele espécie não fosse descoberta, eram bem elegantes, para dizer o mínimo. Então de certa forma, ele podia encarar como um elogio.

- Pelo menos  as pessoas conseguem identificar a fantasia com facilidade... para as pessoas identificarem que sou a Lara Croft demora um século, a não ser que você seja um gamer... mas meu amigo Nathan, disse que eu devia ir com uma fantasia sexy pra compensar a fantasia que escolhi para ele - não sabia ao certo se sexy seria a palavra certa para aquela fantasia, bem, ela com certeza mostrava bem o corpo, com aquela regata super colada ao corpo e um short que quase mostrava a bunda, era um belo atrativo para os gamers de plantão, com certeza. Me perguntava se o de óculos era um daqueles adolescentes que ficava enfurnado no videogame e que sentia atrativo pela personagem ao qual eu estava fantasiada, mesmo naqueles gráficos horríveis dos jogos de antigamente. Bem, quem era eu para julgar, sentia atração por personagens de anime. Nesses pensamentos, quase fiz a pergunta se eu estaria sexy naquela roupa mesmo, mas mesmo que estivesse bêbada, eu me toquei do quanto aquela pergunta era inapropriada, a não ser que eu quisesse algo com aquilo... Milena, pare de pensar besteiras.

- Eu não consigo descrever a fantasia do meu amigo para você, na verdade consigo, mas, seria mais divertido se eu lhe mostrasse - disse a ele enquanto olhava para os lados pra ver se eu encontrava o loiro em meio aquela multidão e por incrível que pareça, ele não demorou a aparecer no meu campo de visão. Sorri divertida e sai do meu banquinho indo em direção a Vicente. Peguei em seu rosto delicadamente, colocando seu campo de visão na direção do loiro que estava lindamente vestido de empregada, uma fantasia fofa e sexy, para dizer o mínimo, quando o mesmo me mostrou antes de sair para a festa eu caí na gargalhada, mas realmente, não consegui pensar em outra coisa quando ele me pediu uma sugestão e falei a primeira coisa que me veio a cabeça, só não sabia que ele acataria sem pestanejar, o que deixava tudo mais divertido. Aproximei meu rosto do moreno para me certificar de que havia colocado seu rosto na direção certa e realmente estava - Ele não está uma gracinha? - dava para sentir o sorriso que estava em meu rosto através de minha voz.

Ficamos alguns segundos assim até que tirei minha mão de seu rosto e me afastei, voltando a meu banquinho calmamente. Peguei a garrafa de whiskey e completei nossos copos deixando então, a garrafa vazia - Olha só o que temos aqui... uma garrafa vazia... e você duvidou de mim professor - aquela ultima palavra saiu como uma provocação amigável, como se dissesse a ele que também tinha minhas dúvidas quanto a ele pelo cargo  - Então... o que eu ganho como premio? - um olhar desafiador, mas ao mesmo tempo brincalhão surgiu em meu rosto, realmente seria interessante saber o que ele me daria como recompensa por aquele "feito". Um beijo seria uma ótima sugestão.. Quase me dei um tapa na cabeça tentando tirar aqueles pensamentos da cabeça, era o puro álcool que falava aquilo, ou talvez Nathan tivesse impregnado meus pensamentos. Não sabia qual dos dois era, mas eu duvidava muito que tivesse aqueles pensamentos na minha mente em condições remotamente normais.

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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyQua Fev 08, 2023 4:48 pm

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INTERAGINDO COM DOMINIQUE NO HOTEL MISSION BAY

Ignorou as tentativas do ruivo de lhe retirar o pedestal de arrogância, devolvendo as duas falas como se o observasse de cima, mesmo com a diferença gritante de altura entre os dois. A batalha de egos era tão visível como se estivessem realmente tendo uma briga física.

Apesar de ter quase certeza do que achava, Dominique demonstrou uma ironia que fez com que Konstatin só erguesse as sobrancelhas, ainda descrente em certa porcentagem, mesmo que ele estivesse quase uma cena que seria visto muito fácil em um American Pie da vida. Hum, é, talvez estivesse errado, talvez não; era melhor segurar-se na barra da dúvida do que se entregar à decepção de acreditar num bully.

——— Ah, é? Só isso? Você é alcoólatra e fumante ou já tinha interesse prévio em mim? ——— Inclinou a cabeça, a ambiguidade das falas dele quase alugando um triplex de uma parte de sua mente. Convenhamos, ninguém na humildíssima opinião de Kostya deveria se sacrificar a preço de cerveja e cigarro pra sexo. A não ser se tivesse algo a mais, claro. Por favor, pensava, ninguém podia ser tão fútil assim, praticamente de graça. Ter fé nas convicções das pessoas ainda podia lhe trazer uma decepção muito grande, mas fazer o quê? Era de sua natureza só acreditar no que sua intuição dizia. E, na maioria das vezes, ela estava certa.

——— Nem em um milhão de anos, ainda mais pra um ladrão macumbeiro encarnado num boneco. ——— Ironizou o personagem que ele estava fantasiado, claro, sorrindo com a própria “piada”. Não o conhecia direito para ter uma impressão pior do que já tinha, então se ateve à superficialidade e planejava manter a interação ali; não tinha por que aprofundá-la se não tinha interesse.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyQua Fev 08, 2023 6:02 pm

Praia - Página 2 Elliot
Interagindo com Santiago no Hotel

Quase me esqueci de como era a sensação de receber a mão da minha progenitora com tanta força em meu rosto. Acontece que eu não previ que iria quase morrer e ficar preso na reabilitação, o que resultou em meu traficante de estimação ter que ir cobrar diretamente da minha mãe. Cristo, não dá pra confiar em ninguém hoje em dia. Ainda bem que o desgraçado foi preso enquanto eu estava fora. É claro que uma pessoa tão pura e inocente como Elizabeth não lidaria bem com isso. Não era engraçado, mas foi tão absurdo que eu tive que rir. Não que eu esperasse algo de bom, mas essa não era exatamente a recepção que eu imaginei quando ela disse que voltaria para casa hoje por minha causa.

Mas nenhuma palavra acompanhou a rispidez do tapa, só minha risada fraca e desengonçada seguido por um silêncio que logo se tornou incômodo. Ela não tem sequer a coragem de falar alguma coisa, porque já sabe qual seria a resposta e sabe que pegaria ela em cheio, mas consegue passar a mensagem com muita clareza. O problema é que a resposta que ela me nega a oportunidade de dizer em voz alta é ainda mais incômoda que a ardência do tapa. Sinto-a lutando dentro de mim, implorando para sair enquanto ferve sob minha pele e faz meus dedos tremerem enquanto termino de colocar o cinto em minha calça. Sou uma bomba ignorando que está prestes a explodir.

Coloco cada um dos anéis em meus dedos enquanto ignoro todas as coisas estranhas e desconfortáveis que sinto. A sensação estranha de não pertencimento que preenche meu quarto e sussurra em minha cabeça que, mesmo estando limpo, eu continuo sendo inadequado. Uma sujeira ambulante num estado extremo demais para limpar, mas que as pessoas limpam superficialmente e agem como se tivesse resolvido alguma coisa. Eu sei que continua ali. Faz parte de mim. Mas continuo ignorando, porque é necessário para seguir com esse teatro estranho de que algo mudou.

——— …Oi ——— respondi, após entrar no carro de Maxine. Meu olhar rapidamente deslizou para baixo e pousou no corte no lábio dele. Um pequeno raio percorreu meus pensamentos, mas antes que alcançassem a boca eu os desviei casualmente do caminho; comprimi os lábios e voltei o olhar para o vazio da vista à frente. Não importa. No fim, a estranheza entre nós é menos incômoda que certas conversas. Não sei se consigo dar as coisas que Maxine espera de mim nesse momento. Um suspiro esvaziou lentamente meu pulmão, então eu alcancei um cigarro no bolso e liguei o rádio do carro com um clique. Precisávamos de qualquer som para preencher esse silêncio. Enfiei o cigarro entre os dentes e apertei o botão para baixar o vidro da janela do carro, me aproximando quase querendo realmente me enfiar para fora. ——— Não me venha reclamar do cheiro, hein?



A música é uma boa distração, mas não o suficiente. Não com as pessoas nesse estado ainda tão desanimado. Finjo me perder no caminho até o banheiro quando na verdade estava muito certo quanto a onde estava indo. Talvez não soubesse muito além das instruções porcas de um drogado aleatório, mas simplesmente sigo e não é difícil identificar onde está o "animador" da festa. Como um falcão, cravo meus olhos na figura vestida feito um roqueiro dos anos 80 e basta meu olhar deslizar até o tornozelo para que eu nem precise perguntar para ter a certeza. Me aproximo, olhando fixamente para o estranho como se o magnetismo do meu olhar pudesse impedi-lo de fugir — não que ele parecesse querer fugir, era só eu quem precisava prendê-lo.

Franzi levemente a testa, levantando uma das sobrancelhas e encarando-o como se não estivesse entendendo a forma tão direta de iniciar uma conversa. Nem um "oi"? Um "boa noite"? Ouch! Muito mal educado para quem vai receber um ótimo cliente, mas no momento eu nem consigo me importar o suficiente para ensinar bons modos a um traficante. Deixo um sorriso insolente deslizar pelo canto dos lábios.

——— Que fantasia caprichada. ——— ignoro a rispidez dele, carregando tanta despreocupação na fala que a ironia seria sutil se a fantasia dele não fosse só uma roupa normal com um chifrinhos. Embora fosse meio hipócrita, já que a minha era quase a mesma coisa, mas com uma tiara com orelhas de gatinho que eu peguei por aí e enfiei na cabeça. ——— Quero ecstasy. Muito ecstasy. Todo o que você tiver aí. ——— digo, com a urgência de quem estava prestes a morrer de tédio se ficasse mais um segundo naquele ambiente. ——— Eu quero ver essa festa inteira subindo pelas paredes. Você me consegue isso, mexicano?
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySex Fev 10, 2023 10:04 am

Praia - Página 2 Basefichawinnie
Interagindo com Leilin no Hotel Mission Bay

Apesar de ambas serem ricas, Winifred se divertia com o contraste de sua pessoa comparado a Leilin. Se perguntava como conseguia se dar bem com uma pessoa tão fina. Alguém que mesmo sendo tão vaidosa e exigente quantos aos luxos, ainda demonstrava lidar consideravelmente bem com as coisas estúpidas que Winifred inventava, como envenená-la com corote, uma bebida tão barata e degradante. Esboçou um sorriso — não feliz por envenená-la, mas feliz por tê-la por perto e poder ver esse tipo de coisa.

——— E eu preciso dizer? ——— retrucou, provocativa, já que era óbvio que ela queria muito a companhia de Leilin. Os estranhos realmente não eram um perigo, muito menos incomodavam-na a este ponto, o verdadeiro perigo era não ter a pessoa que fazia qualquer lugar brilhar por perto. Não sabia se Leilin tinha ciência do quanto sua presença era importante ou se apenas brincava, mas era verdade. O tédio era perigoso e a presença de Leilin trazia o oposto disso.

Não precisava de nenhuma substância para tornar o momento mais interessante, mas jamais deixaria uma dama ficar entediada. Queria que Leilin vivesse coisas diferentes das chatices que ela precisava viver presa. O olhar cético era, na verdade, um desafio. E ele se iluminou quando viu que Leilin escolheu aceitar. Um sorriso deslizou em seus lábios ao ouvir a provocação, numa mistura de atrevimento e satisfação. Satisfação por saber que ela realmente era má influência, mas principalmente pelo fato de Leilin aturá-la mesmo assim.

——— Até parece que você conseguiria ficar longe.

Eu não danço — era o que diria se não fosse Leilin Candiomione. Mas como era, ela apenas entrelaçou os dedos nos de Leilin como se não tivesse mais intenção nenhuma de soltá-los e a acompanhou até a pista. O modo como os braços foram colocados ao redor de seu pescoço permitia que a loira tivesse a atenção da morena totalmente para si. A proximidade era tanta que não pôde deixar de reparar em cada detalhe do rosto de Leilin; a pele perfeita como a de uma boneca de porcelana, a forma de como os lábios quase convidaram-na para se perder ali e principalmente nos olhos lilases que às vezes pareciam leves como um campo de lavanda, mas que também parecia ter um roxo muito intenso para comparar com isso. Hey, até que esse negócio de dançar não era uma má ideia…

Colocou os braços ao redor da cintura da morena, trazendo-a ainda mais para si e praticamente colando os corpos. Estava secretamente reivindicando algo que era seu. Algo que a maldita MJ roubou antes mesmo que ela pudesse descobrir a existência, mas que mesmo assim continuava se achando no direito de se sentir roubada. Porque não havia nada que a contrariasse; quanto mais a conhecia, mais se apaixonava e se convencia mais que Leilin devia ser dela, mas não ainda assim não a tinha. Malditos monogâmicos.

Winifred levou uma das mãos para o rosto de Leilin e passou os dedos pelos fios rebeldes que estavam na frente da bochecha, colocando-os para trás da orelha enquanto ainda a olhava. Gostou da sensação de tocá-la; de poder olhá-la tão de perto. Talvez fosse meio perigoso saber disso, mas sentia que não era a única que estava gostando do momento, dos toques, da proximidade. Aproximou lentamente seu rosto do de Leilin numa distância inapropriada, deixando o olhar cair brevemente para os lábios enquanto prestava atenção na forma que conseguia sentir a respiração em seu rosto. Poderia tentar algo ali mesmo.

Ah…

Se não fosse pelas circunstâncias.


É claro que ela queria algo, mas não dessa forma. Não só porque Leilin estava drogada. Se ao menos pudesse continuar ali sem que vontades inapropriadas surgissem em sua cabeça e tomassem o controle de seu corpo… Mas sabia que não era possível. Confiava ainda menos em si mesma com o turbilhão de sensações que tomavam seu corpo nesse momento. Retomou casualmente a distância e abriu um pequeno sorriso, liberando um levíssimo suspiro de frustração por conter a si mesma, mas sabendo que era a coisa certa. Precisava sair dessa situação, antes que se perdesse.

——— Por que você não me apresenta aquela “bebida de verdade”?
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySex Fev 10, 2023 8:39 pm

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Interagindo com Konstantin no Hotel Mission Bay

Abriu a boca para respondê-lo, convicto em agarrar qualquer opção que não fosse admitir ser alcoólatra e fumante, mas fechou-a no instante em que percebeu que ambas as opções que saíram da boca de Kostya eram péssimas. O ruivo franziu a testa, encarando-o como se para se certificar de que ele tinha falado aquilo mesmo. Cerrou os olhos enquanto ainda o encarava em silêncio, em seguida levando o copo para frente da boca numa pequena pausa enquanto o chamava mentalmente de filho da putinha audacioso. Terminou de beber o restante do líquido, engolindo a irritação junto — que era mais difícil de descer que a própria vodka.

——— Você tá com uma autoestima muito alta, russo. ——— retrucou, empinando o nariz como se precisasse se forçar a recuperar a própria dignidade. Insinuar que Dominique já tinha interesse em um zé-ninguém como Kostya era demais para seu ego. Isso era o equivalente a uma facada. Umas quinze, se possível. Em público. Transmitidas em tempo real. Ouch, que baixinho canalha. Um sorriso maldoso deslizou no rosto de Dominique. Ele inclinou-se levemente em direção a Kostya apenas para fazê-lo encarar o fundo de seus olhos enquanto provocava. ——— Me ver de perto mexeu com sua cabeça ou você é desmiolado assim mesmo?

Já esperava uma negação, mas a resposta para o convite fez sumir o sorriso de seu rosto; a postura confiante murchando como uma flor que apodreceu em apenas alguns milissegundos. O ego fora levemente — e talvez até mais do que gostaria de admitir — atacado pela negação tão incisiva. Franziu a testa, olhando para as próprias roupas como para digerir aquela definição porca de um dos seus personagens favoritos dos filmes de terror. Entendia agora, melhor do que nunca, porque Kostya estava sentado sozinho numa festa. Talvez devesse estar afogando-o na privada em vez de tentando comê-lo.

——— O quê?! Ele não era só um ladrão macumbeiro, era um serial killer! Seu… seu nerdzinho sem cultura! ——— defendeu, sentindo-se diretamente atacado pela definição do personagem que vestia. Mas bem, se estava vestido de Chucky, então tinha algum direito de tomar as dores para si. ——— , como se eu fosse maluco de encostar em um… hã.. palhaço ladrão. ——— disse, depois de demorar um pouco enquanto o analisava de cima para baixo, tentando identificar qual era a fantasia apenas para tentar fazê-la soar igualmente ridícula. Na verdade, acabou reparando como ele até que combinava com aquela fantasia. Tinha o achado bonitinho, mas arremessou os pensamentos para longe assim que se deu conta deles. Maldito álcool. Nem em um milhão de anos, disse a si mesmo, firme, como se ele mesmo fosse o autor das palavras. Se não fosse pela aposta, se corrigiu mentalmente logo em seguida.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySáb Fev 11, 2023 7:00 pm

——
they say i’m a control freak
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GASTRONOMIA | VETERANO | REP. C.F
| DEMISSEXUAL

INTERAGINDO COM DOMINIQUE NO HOTEL MISSION BAY

Até o final de meus tempos, acho que não receberia uma frase que caberia tanto na pessoa que me disse, por mais que fosse direcionada a mim, como foi esse caso de Dominique, afinal de contas não fui eu quem veio com essa aura de jock pegador, esperando que eu fosse me derreter a seus pés como qualquer líder de torcida atirada faria. Os estereótipos do Ensino Médio me perseguiam até os dias de hoje, infelizmente, já que tudo isso parecia uma reprise de um filme dos anos 90 feita por um diretor bêbado e louco de pó. O risco de ter minha cabeça enfiada numa privada de novo, contudo, era mais que o suficiente para eu me ater a balançá-la devagar de um lado para o outro, como se desacreditasse e, ao mesmo tempo, negasse o que ele estava dizendo, deixando latente o incômodo que crescia a cada segundo que passava naquela posição do rosto dele do meu, perto demais. Que cara inacreditável, sinceramente. Era por esse tipo de pessoa existir que eu preferia mil vezes ficar enfurnado no meu quarto, mas, de qualquer forma, aqui estamos nós. Quando a revolução das máquinas vai acontecer pra eu me juntar a elas, mesmo?

A reação do ruivo fez com que uma janela de pop-up brotasse em minha mente, em letras garrafais de tamanho 50 ditando os dizeres “MISSÃO CUMPRIDA”. Ver ele murchando feito uma flor que não recebia água há um certo tempo me fez subir ainda mais, em um degrau, o meu ego. Não que fosse um prazer imenso o decepcionar, mas sim desmanchar aquela postura de quem tudo pode e não teria consequências nenhuma. Por causa disso, se eu fosse um pouco mais altruísta, poderia cogitar em dá-lo uma chancezinha, mas se eu cedesse assim tão fácil, ele voltaria ainda mais confiante do que veio, em primeiro lugar. Calma. E, claro, no topo de todo este bolo confeitado de razões, como um morango solitário que rouba todas as atenções, minha virgindade estava em jogo nisso. Não que fosse tão importante, mas era de Dominique de quem se tratava. Com uma certeza colossal tudo que fosse quanto a ele e a qualquer um de sua mesma laia, não era exclusividade, se partisse de mim, seria muito caro. Meu senso de justiça servia como uma blindagem a mais, além de minhas próprias escolhas pessoais.

Todo o desconforto, porém, tremeu em minha face com a reclamação que ouvi, em uma risada discreta. Além de dramático, pegou a piadinha sobre o Chucky e levou pro pessoal, sem mais nem menos. O humor continuou dançando em minha expressão, me fazendo até exibir os dentes num sorriso, um sinal que eu estava gostando das ofensas gratuitas, porque não passava de engraçado. Me afastei naturalmente em alguns centímetros enquanto ainda era encarado de cima a baixo por ele e ajeitei o blazer da fantasia nos meus ombros.

——— É Vossa Alteza, o palhaço do crime, pra você. ——— E, adotando o título para mim, o olhei de forma que dizia, mudo, que eu estava por cima. O que era um serial killer perto de um príncipe criminoso, afinal? Devia ser culpa da vodka por eu estar, a partir de uma só frase, gostando de interagir com ele. Mas o objetivo dele ainda provavelmente seria sexual, então não tinha muito o que tirar dali que poderia gerar qualquer fruto de amizade, além da diferença abissal de nossos “universos”. Não éramos tão diferentes assim; nossos egos eram dois titãs se enfrentando mentalmente, mas, ainda assim, titãs. Poderia me esforçar mais para encontrar mais similaridades se não fosse o álcool me interrompendo de pensar mais a fundo.

——— Você não vai desistir até cumprir a aposta, vai? ——— Cruzei os braços, agora a neutralidade me tomando por completo novamente e, soltando um suspiro, continuei, focando-me fundo naqueles espelhos azulados que ele chamava de olhos: ——— É idiotice. Sexo é superestimado, então por que você topou? E logo comigo? ——— As questões saíram além de meu controle, gerando um loop de frustração e culpa interna, mas era o que eu realmente queria perguntar. Não fazia sentido em nenhuma parte, por mais que eu gastasse todas as sinapses possíveis de meus neurônios para desvendar algum. Um “porque sim” seria inaceitável e eu me esforçava o máximo para deixar isso o mais claro possível em minha face.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 3:23 pm


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INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.

——— Não, não, vocês ainda não ouviram a melhor parte... ——— ouço-me dizer em voz alta, gesticulando os punhos como aqueles palestrantes que parecem mais interessados em cativar a atenção do público que passar corretamente o conteúdo da apresentação. É teatral, ou talvez religioso — lembro daquela imagem esculpida no teto da capela sistina; Jesus cercado por homens fascinados com a potência sobrenatural do seu discurso, cada um deles vidrados e salivando sobre aquele que promete um lugar no paraíso a quem aceitá-lo como o único e verdadeiro santo salvador. Ergo o cálice, ridiculamente decorado para a ocasião, sentindo o manto vermelho escorregar o ombro e acumular tecido na curva do cotovelo — seda, caros amigos, é uma coisinha que desliza como os lisíssimos fios de cabelo das mulheres indígenas; mais macio que a bunda da Deusa Afrodite e mais brilhante que a pérola extraída dos seios de uma ostra perfeita ——— É claro que eu a demiti. Nós sabemos, ——— escuto as risadinhas quebradas da plateia, tocando minha presença com suas expectativas, observando-me passar brevemente a língua nos lábios ——— não é culpa minha que a pobrezinha ficou tão distraída pelo pagamento e mal conseguiu se atentar às regras das minhas modelos.

Trisha — ah, que Deus a proteja — não pôde nem concluir o período de experiência de dois meses combinado previamente no contrato. Acontece que sua moralidade — hipocrisia, convenhamos — a impede de exercer com o oficio carnal de uma prostituta, ainda que a garota tenha todas as características — o grandioso par de íris safira, lábios carnudos e curvas mais fechadas do que qualquer estrada que já se tenha ouvido falar — esperadas nesta espécie de profissão. Pedi carinhosamente que tirasse as calças e histérica ela respondeu ao meu pedido. Mal de latinas, aposto.

Um garoto de cabelo castanho inclinou-se um pouco mais que o comum para escutar atentamente as reclamações — o observei sorrindo, mostrando-me o tipo de olhar que você dá a alguém quando precisa que essa pessoa leia seus pensamentos. Uma atmosfera de irrealidade nos circundou aos poucos, ascendendo lentamente acima da parte mesquinha e arrogante a qual havia plantado com minhas queixas sobre a incompetência de Trisha. Às vezes nosso corpo reage instintivamente à isso; endireitando os ombros, descruzando as pernas e dando de modo natural mais  atenção às encaradas do que qualquer outra pessoa normalmente dá.

É uma porra que eu tenha sido tão facilmente distraído por cabelos loiros e a silhueta de 1,70 arrumando confusão — graaande novidade — com um brutamontes 50x maior que ele. Sinto a expressão azedar como se fosse um leite que alguém esqueceu fora da geladeira, o pulmão inflamando  com todo oxigênio que podia reunir no tempo de 40 segundos — lembro-me; esse é um péssimo hábito, inflar o peito como se um flamingo tivesse tomado o controle do corpo, franzir o cenho igual uma criancinha que chupou um limão. Odeio que as pessoas percebam as emoções que devem permanecer trancadas naquele porão que todos nós temos dentro da mente — portanto, não esqueço de sorrir para o acompanhante como se pudesse convencê-lo que os meus modos estranhos de estalar a língua e fazer cara feia fosse uma  simples ilusão proporcionada pela luz. Sim. Reputação e contatos é tudo — tudo. Principalmente na faculdade.

Levanto-me do que parte do meu orgulho acreditava ser um trono e na verdade não passava de um sofá largado nos cantos da cobertura do Hotel. O roupão vermelho, que remetia às vestes hedonistas do povo grego, balançou junto com a brisa, moldando-se conforme o vento. É claro que descartei o copo — mas não sem bebê-lo uma ultima vez — em  qualquer mesa por aí. Não demorou muito até que me aproximasse de um cadáver loiro, vestido com um uniforme curto demais para que qualquer patrão achasse aceitável contratá-lo de empregada. Sinto os pés, descalços, roçando levemente um dos fios dourados —  onde está o agressor? lembro-me de ouvir vagamente o sussurro de alguém querendo chamar o corpo de seguranças para auxiliar na questão do atual morto. Mas, ah, é uma pena pra eles. Considero-me o adequado para a tarefa de acordar um belo adormecido do seu descanso à beira da piscina. Coloco-me inconscientemente na posição de uma pessoa muito pensativa; o indicador acariciando meu queixo como se dali fosse surgir a próxima invenção que transformaria a humanidade. Vejamos...

——— Ei Seawell, eu consigo ver suas parte daqui. Não que você se importe, claro. ——— ouço-me dizer, enlaçando diversão e mentira na voz. Ninguém pode enxergar nada. Agacho, ao seu lado, tomando tempo, de modo que possa deslizar os dedos na costura do vestido e ajeitá-lo com  puxões para evitar revelar tão fácil o que certamente deve existir entre suas pernas ——— Que vergonha. Vou tirar uma foto. Usarei por meses de perfil ——— seguro seu rosto com a mão, balançando para os lados, cutucando-o, logo em seguida, com o indicador. Demora algo em torno de 5 segundos para que minha mente se transfigure no próprio ofício do demônio e a ideia de estapeá-lo ocorra-me como um raio partindo o céu. Faço isso; abro a palma, chocando-a com força contra a sua bochecha e descontando as sensações conflitantes que se acumulam dentro do peito. Uma, duas, três, quatro, cinco. ——— Acorda ou vou apelar pro chute. Você não vai gostar do meu pé na sua costela, vai?
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 5:36 pm

——
nobody’s taking control all over me
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MEDICINA | VETERANO | PANSEXUAL


INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY

Os minutos, horas, dias que fossem, que forçadamente passou no fundo do crânio graças ao apagão do desmaio, passaram-se como um flash instantâneo em sua percepção consciente, os sentidos voltando aos poucos, de forma bastante retardada, o confundiam a ponto de pensar que estava em algum tipo de sonho eu tô em coma? e, se não fosse pela merda da demora de respostas aos comandos de seu cérebro ao corpo para reagir logo e recobrar seu ritmo normal para responder às falas abafadas que ouvia de longe, ininteligíveis, mesmo que estivessem vindo de tão perto de si, já teria o feito e se dado conta que ainda estava no meio de uma festa e de quem tentava o acordar.

Aí, veio o primeiro impacto pesado, bem mais do que o necessário, em seu rosto. Depois de perder as contas, quatro, cinco

Foram as cargas elétricas que precisava, como se fosse uma TV velha que precisa de umas pancadas para voltar a funcionar, para o primeiro espasmo chegar ao mesmo tempo que foi comandado, aproveitando da visão, mesmo que ainda um pouco embaçada por ter acabado de retomá-la, para usar o peso da palma da mão esquerda para mandar uma mensagem clara ao autor dos tapas PARA COM ISSO, se livrando do toque indesejado. A primeiro instante mal reconheceu a pessoa, mas uns segundos bastaram para as sobrancelhas levantarem em descrença, junto ao tronco de forma também bastante automática, observando aquele que tinha traços de, mas era um projeto mal feito de príncipe, que tentava corresponder às aparências de um cara que tentava se passar de muito rico e superior, como um artista multimilionário e megalomaníaco por algum cacete de razão. Alyssa. Esse mesmo cara que com quem teve uma história bastante conturbada quando deram um fim à uma amizade já considerada preciosa pelo próprio Nathan, mas que, agora, não significava nada além de uma experiência que passou com uma pessoa que, agora, não saía de seu pé quando tinha a oportunidade. Lhe dava uma impressão de que as pessoas tinham a capacidade de vestir uma máscara tão bem mais enfeitada que a sua própria. Isso enchia-o de asco, por mais que correspondesse a uma hipocrisia não-velada para si mesmo. Tinha mesmo que ser logo ele, Deus?

——— Seu lunático, filho duma puta ——— Choramingou a pousar a mão sobre a vermelhidão no rosto, agora percebendo umas gotículas de lágrimas nos cantos dos olhos pela dor física, enquanto a outra fazia questão de verificar se tudo estava no lugar; se perdesse alguma das argolas que o enfeitavam, ficaria possesso, mais do que já estava. Mexeu a língua por dentro da boca, a conferir se o piercing ainda estava ali, porque vai que por algum motivo tivesse engolido, mas estava tudo nos conformes. A confusão mental passou por uns momentos, dando lugar às dores que sabia que viriam mais cedo ou mais tarde. Vieram mais cedo do que o esperado, porém.

Antes que pudesse sequer liberar o carbono dos pulmões, a compostura do homem que tinha cerca de uns dez centímetros a mais que Nate quebrou e sentiu a mão dele agarrar os fios do topo de sua cabeça com força, soltando uma reclamação junto e reagindo contra ao segurar o braço usado, mas mesmo assim foi forçado a ficar de pé e a encará-lo nos olhos, estes que sempre lhe deram a impressão de que gotas de mel foram usadas para os colorir ao nascer. O contraste da cor com o manto escuro das madeixas sempre o deixavam bastante perplexo pelo contraste sempre que olhava direito, mas não reparava em nada disso agora, só na raiva que estava sentindo, deixando-a escorrer pela feição incomodada e claramente dolorida.

——— Me solta ou quem leva chute é você. ——— Cerrados os dentes, disse entre eles, como se tivesse se tornado um animal raivoso por esses segundos. Mas, claro, do jeito que estava alterado, era um pouco impossível. O equilíbrio estava lhe traindo tanto que, se não fosse pelo agarrão para mantê-lo no lugar, provavelmente o teria perdido. Preferia o contato  do chão ao dele, mesmo, então, que diferença iria fazer? Maxine, o maldito– faria questão de encher a fuça dele de soco depois.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 6:14 pm


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INTERAGINDO COM: ELLIOT NO HOTEL.

Santiago lentamente ergueu uma sobrancelha em resposta ao sarcasmo, tocando com a ponta do indicador o arco com chifrinhos de demônios no topo da sua cabeça. Suas pálpebras se estreitaram ao dar conta daquela estranha sensação que sempre o acometia quando encarava demais os olhos bicolores do rapaz à sua frente — algo como uma mão invisível o empurrando da beirada de um precipício, seus sentidos naturalmente alertas ainda mais amplificados pela promessa de que este garoto irá arruiná-lo no segundo no qual Santiago descuidar a postura. "Besteira" — pensou, afirmando várias vezes que este não seria diferente de nenhum outro se não portasse uma deficiência genética na ponta do seus glóbulos oculares. Fechou os lábios, logo tornando a fazer do silêncio uma coisinha com a qual ferir outras pessoas — tomando um tempo significativo antes de respondê-lo, quase tentado a ignorância de abandoná-lo ali mesmo.

——— É bonito. Eu gosto. ——— disse, avaliando as orelhinhas de gatinho como se falasse delas e não do seu próprio arranjo de fantasia. Lembrou-se do seu gato de estimação, um treco preto e antipático que Santiago tinha permitido dormir junto com ele na cama, que, se avaliasse bem, partilhava algumas das suas notáveis características com este desconhecido. O amarelo do olho. O cabelo escuro. O jeito traiçoeiro que parecia sempre pronto para atacá-lo com a mesma mão que pedia comida — ah, pensou, interrompendo a si mesmo como se seus pensamentos fossem um carro no qual estivesse mudando a marcha, é um hábito feio ficar presumindo coisas e coisas sobre os clientes. Eles pagam, isso é tudo.

Mas é claro que a surpresa do pedido ultrapassou aquela membrana natural de seriedade que o traficante levava sempre consigo — só faltou escrever na testa o quão desconfiado seus olhos castanhos cor-de-mel se tornaram, deformando o rosto como se não pudesse um dia ter outra expressão além de "mas que porra é que você falou garoto?".

——— Vai custar caro. Você tem? ——— disse, consciente no fundo da mente que poderia negar sem pensar duas vezes o seu pedido, mas assim como nenhum juiz recusaria a chance de conhecer a Grécia com o dinheiro da propina, ele também precisa pagar as contas. Remexeu nos bolsos internos da jaqueta preta, retirando três saquinhos plásticos cujo o conteúdo fere o código penal inteirinho, pílulas e pílulas amontoadas e coloridas como copia de um montinho de cereais ——— A maioria faz dívidas comigo. Mas para requisitar tudo isso vou precisar de garantia, um adiantamento para que eu não volte de mãos abanando, compreende? Me dê metade do preço. ——— ele esperou menos que um minuto para cravar o olhar no olhar do riquinho e afastar a parte da jaqueta que cobria a visão da arma, metálica e cinza, cujo cheiro de pólvora conversava diretamente com o nariz do traficante, acoplada ao cinto da calça jeans escura ——— E não é mexicano, gringo, é Santiago.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 7:59 pm


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INTERAGINDO COM: HENRY.



——— Era pra ser o ghostface, ——— respondo, respirando leve, sentindo minhas pálpebras pesando como se eu estivesse com tanto sono que já não me aguentasse em pé. O manto negro envolvia-nos de modo que sentia-o escorrer a cada movimento inconsciente do corpo; o delineado deveria estar um pouco borrado pela quantidade de vezes que esfreguei os olhos ——— mas perdi a máscara quando usei ela pra bater em alguém... não me lembro exatamente o porquê. Acho que me irritou.

Gosto de permanecer enlaçado à esta minha âncora; às vezes quero quebrar todas as leis da física e entrar no corpo de outra pessoa para descobrir se é tão quente e confortável quanto dizem as histórias. Queria que o garoto (qual o seu nome mesmo?) me desse uma chave, ou uma senha, dica, uma maneira de acessá-lo assim. Há algum tipo de astro se alimentando das emoções humanas — expandindo-se e lutando até arrumar espaço dentro do universo caótico do meu peito. Sensação estão brigando e então deitando-se juntas naquela que é a cama de todos os prazeres; parece cínico de mim encará-lo como se quisesse que simplesmente visse todas aquelas palavras que estão à beira dos meus lábios. Não digo — mas vejo pela primeira vez como na verdade é ótimo portar o buraco negro intrínseco à minha alma, dessa forma um pedaço dele sempre ficará guardado nela — absorvido. Entendo-me como um cemitério cheio de túmulos em cujas datas estão gravados os segundos em que me assisto morrendo no seu abraço.

——— Você quer mais doces? ——— pergunto, nos desvencilhando com um suspiro que mostra o quão ruim é afastar-se disso ——— Certo. Venha comigo. ——— uma súbita tontura leva-me a pensar duas vezes sobre caminhar em linha reta, mas encontro certa facilidade em orientar o corpo apoiando a mão esquerda sobre o ombro do garoto com olhos azuis. Não sabia que a terra girava dessa forma durante as madrugadas, quase desejando expelir a raça humana para fora, remexendo suas fundações e nos abandonando sem equilíbrio algum — tropeço uma vez na fantasia e bato a mão na bebida de uma garota que fica completamente encharcada. "Seu filha da puta" ela grita, enquanto mostro-lhe o dedo e não lhe dou mais atenção do que daria à um móvel esquecido numa espelunca. Odeio barulhentos — odeio que façam cara feia como se eu não pudesse assustá-los com outra ainda pior. O Homem-Aranha que venho arrastando é uma casa brilhante comparado a mansão assombrada na qual rapidamente me tornei, com sorrisos alegres e bobos enquanto tudo o que ofereço são barulhos arrogantes, expressões mesquinhas e um punhado bastante generoso de frases como "sai da minha frente, idiota".

Não demora muito para que alcancemos a mesa onde os organizadores colocaram a maioria dos doces — eca. Percebo-me, contudo, no outro instante, apanhando um daqueles brigadeiros que você costuma ver em festinhas de criança, franzindo a testa para o mero cheiro do açúcar, logo erguendo o punho e forçando-o contra os lábios da agradável companhia ao lado ——— Aqui. Fácil, não?
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 8:45 pm



life of the party
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INTERAGINDO COM: SETH NA ESTRADA PRÓXIMO À PRAIA.

O frio caiu do nada. Nenhuma brisa gélida sinalizou o que estava por vir. O céu apenas emborcou e, como um balde cheio de cristais e água congelada, o vapor pesado junto da frieza da névoa bateram com força e invadiram a janela aberta do motorista. As gotículas de sereno não foram capazes de neutralizar a inquietude que arrumou um quarto entre meus ossos. Ouço a batida frenética do pé contra o acelerador— vejo-me preso no meu carro como um maníaco controlando-se para evitar escapar pela porta e espalhar a totalidade do seu caos interno pela cidade. Sorte que está desligado; estacionado em frente a um posto de gasolina, cujo silêncio evidencia o encerramento das suas atividades, deixando ao cargo dos clientes colocar o dinheiro na máquina e fornecer-se da mangueira do combustível sem assistência alguma.

"Ah, legal. Eu tô orgulhoso de você. Foi mal fazer o convite. ✔✔"

Sinto o olhar passar umas cinquenta vezes pela mensagem e mesmo assim não absorver completamente o significado entrelaçado à ela — é preciso um pouco de tempo até que a verdade do que eu acabei de confessar à Nick me atinja bem na parte da compreensão; como se houvesse um problema com a internet dentro do meu cérebro e ele não pudesse interpretar os dados com eficiência, travando antes que a informação seja corretamente digerida pelos neurônios.

Não uso drgas Sad  Tô limpo agr Smile  — eu havia tomado quase 30 minutos clicando ocasionalmente nas letras e formando uma frase que a maioria das pessoas não demoraria mais que 5 segundos para digitar, muito tentado a abandonar o pedaço de mim que ainda acredita em todos os discursos motivacionais e todas as cartas de ex-usuários que li durante a recuperação.

O choque do que havia negado percorreu na forma de um pequeno suspiro, tão logo materializando a incerteza e a insatisfação em alguns tremeliques entre os dedos; naquele pequeno formigamento que inunda toda a minha língua quando o nervosismo é uma coisa violenta e da qual não posso mais ter o controle.

——— Qual é, Mathias, vamos lá, isso é... bom! ——— ouço-me mentir, olhando o retrovisor do carro e encarando um reflexo que parece receoso demais para passar alguma credibilidade durante toda sua mentira. Ele sabe disso. Tenta abrir a boca, então tenta fechá-la. Quem sabe, pensou, deve existir uma dose de coragem no ato de gesticular o corpo, ou fincar-se numa pose convincente, ou juntar um punhado de ideias que estão o orbitando como planetas ao redor das estrelas — mas ele desiste no instante em que percebe o quão ridículo é ficar conversando consigo mesmo sobre coisas que nem o seu próprio interior entende. Eu desisto.

A parte ruim de abandonar as drogas é largar aquela estranha personalidade carismática e pela qual a maioria das pessoas nutrira um certo apreço — fascínio, já disseram-me, você é tão fascinante. Um fantasma etéreo. Uma coisa legal de ficar observando. Não acho que seja bacana assistir esta minha atual circunstância que talvez dependa de comprimidos para evitar desmontar-se a cada vez que o coração quiser fugir do lugar onde deve ficar — médicos chamam isso de la-la-la, blá-blá-blá; uma forma curta e pessoal (meio engraçadinha) de resumir nomes complicadíssimos e os quais acabo esquecendo eventualmente.

Odiava, quando mais novo, portar um cérebro cuja capacidade de concentração se diferenciara um tantinho das outras crianças, tornando-me num daqueles moleques que não querem nada além de puxar o coitado do professor ao limite de qualquer paciência que ele pudesse manter.  Às vezes colecionando bilhetes de convocações, no fundo da lancheira, para que mi abuela não enfiasse à força o chinelo dentro do meu crânio — mas agora parece uma dádiva dos céus poder distanciar-me desses pensamentos como se tudo fosse um lugar ruim para o qual jamais retornaria algum dia novamente.

Encolhi-me em mim mesmo feito um caramujo; soltando-me então de uma só vez, ocupando espaço com todos os membros que há um segundo retraíram-se. Posso ouvir as ondas do mar se quebrando conforme giro a chave do automóvel e manobro-o estrada à fora do posto, concentrado demais no podcast tocando no rádio para dar atenção à maneira correta de dirigir — e ouch!

Meu rosto deve estar necessitando de ajuda divina para digerir o almoço. Sinto os músculos tencionando e imitando a dureza do concreto quando algo — alguém! —  é pego desprevenido pelos meus péssimos modos de subentender que o silêncio também significa descartar a prudência esperada dos motoristas ao controle do volante. Ok, péssimo erro. Um pouco irresponsável. Mas talvez não esteja morto! — disparo do veículo como se houvesse entre nós uma rivalidade mortal, fazendo a volta para tentar auxiliar o caído que infelizmente conheceu as piores partes daquele Porsche.

——— Dios mio, você está bem??! ——— trata-se de um garoto com cabelo escuro, com tantas cicatrizes que eu inconscientemente soltei um resmungo ao encará-las assim tão perto. ——— Ei, não morre, não morre! ——— mexo-lhe no braço, balançando-o para os lados como se estivesse ninando o berço de uma criança. Não é possível que desfaleceu com um impacto tão fraco! Uma verdadeira pena que eu tenha faltado à aula de primeiro-socorros no ensino médio, quando ainda era uma preocupação governamental ajudar os jovens estudantes cujos interesses se voltam mais para a maconha do que livros educativos ——— Padre nuestro, que estás en el cielo... ——— sussurro, orando baixinho entre meus suspiros de pavor, sentindo o suor escorrer na têmpora ao dar conta que talvez esteja apalpando um cadáver! ——— O que médicos fazem... o que médicos fazem... ——— murmuro, imediatamente aproximando o rosto da boca do possível-morto e aplicando o que os bombeiros conhecem como respiração boca-a-boca. Funciona sempre nos filmes.

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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 10:20 pm


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INTERAGINDO COM: SEAN NO HOTEL.

Há um protocolo entre os membros da República que nem mesmo o responsável pela casa pode ir contra. O décimo parágrafo do livro da irmandade diz que nenhum morador deve abandonar o outro quando álcool, festas e pessoas desconhecidas estiverem, todos os três, evolvidos; uma pequena rede de confiança que foi estabelecida durante uma reunião com os membros mais antigos, visando combater o problema dos escândalos de assédios que correm como corrente d'água na boca dos universitário.

Às vezes desejo que nunca tivesse aprovado isso — não quando percebo Sean Blythe largado e desengonçado sobre o balcão do bar, seus membros entorpecidos na ponta do gargalo que ele leva ocasionalmente aos lábios, intercalando, talvez, um momento ou outro a fim de degustar o sabor amargo do que raios enfia no estômago.  

É só o que me faltava — sinto uma coleção de arrepios desagradáveis dançar por cima da pele, tocando o corte na boca, fazendo-o arder mais do que já estava naturalmente dolorido. É a irritação criando morada na alma, abrindo espaços no meu crânio para se estabelecer junto com os movimentos do corpo, tornando-me duas vezes pior, se possível, bárbaro — um figura cuja expressão transmite o sentimento de um homem que daria tudo para não estar justamente onde se encontrava; abrindo caminho de forma rude entre o coletivo de pessoas roçando e bebendo o suor umas das outras.

A primeira coisa que faço, assim que ponho minhas mãos naquela bebida a fragilizar a consciência de Blythe, é estapeá-lo no pescoço — não tão forte quanto gostaria; notando que sua gravata havia ficado frouxa sob a gola da camisa e do terno, tudo desarrumado demais para que alguém um dia associe Sean àquele bêbado cujos sonhos se apagaram há muito tempo. ——— Jesus, você está uma merda. ——— digo, virando o vidro sobre meus próprios lábios, engolindo todo conteúdo da garrafa com poucos segundos; a queimação do corte aumentando ainda mais graças ao contato direto com o álcool ——— Fique em pé ——— ouço-me suspirar, constatando que não consigo  ser menos rude do que naturalmente sou; ao mesmo tempo puxando-o pelo braço de modo que pudesse jogar-me seu peso se quisesse ——— Te dirijo até a República.

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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyDom Fev 12, 2023 11:46 pm


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INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.

Não contei que fosse abrir os olhos segundos depois que o quinto tapa estalasse na atmosfera. Suas duas pálpebras piscaram e um oceano do qual eu conhecia cada gota se ergueu logo à minha frente; travando-me no tempo como se minutos e horas fossem uma ampulheta que ele controlava. Droga — reaja corpo, não fique parado a espera de que algo naquelas águas transpareça qualquer coisa diferente de desprezo. Eu o odeio — lembro-me de odiá-lo como um vulcão expelindo seu fogo para a superfície; lembro-me de puxar seu cabelo dourado quando o peso atrevido da sua palma esquerda estalou contra mim. Lunático — a palavra dança na consciência e acende um letreiro vermelho, desses que você encontra grudado na faixada de um restaurante famoso ——— Que elogio agradável. O que mais eu sou, querido?  

Odeio Nathan Kendrick Seawell quando envolvo seu braço com a mão e o forço a andar sobre as mesmas pernas que haviam desabado 30 segundos antes. Odeio Nathan Kendrick Seawell quando está encarando-me tão cheio da raiva que um pedaço traiçoeiro de mim detesta vê-la; é a promessa da maré crescendo e ameaçando transbordar para fora do seu olhar, uma forte correnteza marítima desejando que minha morte chegasse o mais breve possível — ouço-me começar a gargalhar, a deslizar um semblante irônico no rosto, acender os buracos das covinhas como se tivesse escutado a piada mais engraçada do século, ficando estranho e então muito estranho.

——— Mal-educado. Eu te ajudo e é assim que você me agradece? ——— aperto a pegada, negando completamente seu apelo para que o largasse no chão. O calor da sua pele contrasta com meus dedos frios, penetra neles uma ternura que não é desconhecida ——— Vamos ter uma conversinha, não seja chato. ——— podia sentir o batimento cardíaco em cada centímetro do corpo, martelando os ouvidos de modo que minha única escolha foi acostumar ao ritmo pesado e constante. É a mesma sensação de segurar a coleira de um animal selvagem, de flertar perigosamente com a probabilidade de ganhar mordidas feias. Mas a emoção de possuir Nathan logo ao alcance dos meus dedos é duas vezes mais embriagante que qualquer bebida que ele jogou no  estômago — um vício do qual eu não me considero totalmente recuperado.

——— Talvez um local mais... particular. Eu não compartilho das suas tendências exibicionistas ——— direciono ao primeiro lugar que tenha uma parede e um fluxo menor de pessoas, perdendo, às vezes, o argumento de força, quando Nathan se debatia como uma galinha desesperada caminhando para sua morte certa no abatedouro. Felizmente ele estava bêbado o bastante para que usasse isso como desculpa caso alguém viesse intrometer o dedo, mas não posso dizer que foi fácil manter as aparências quando tudo o que as pessoas viam era a imitação do Alexandre, o Grande sequestrando uma das empregadas para os fundos da cobertura do Hotel.

——— Para de ser teimoso! ——— digo-lhe, atirando-o contra uma estrutura caprichada de decorações com morcegos e assomando o corpo sobre o dele. A Deusa Afrodite cuspiu ironia sobre a atmosfera no momento em que me enxerguei no fundo do seu olhar, vendo um pedaço vacilando e afrouxando a pegada que mantinha na barra do seu vestido ridículo. Eu o odeio ——— Está com medo de conversar comigo? Depois de todos esses anos?

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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySeg Fev 13, 2023 12:18 pm

——
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INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY

Aquilo não tinha sido um elogio, mas o jeito que o moreno levou fez seu cérebro travar no lugar na hora de gerar algo para responder. Foi totalmente inesperado.

——— Me ajudou?! ——— Ecoou em puro escárnio, adotando a mesma reação que um evolucionista tinha quando ouvia algo sair de um cristão fanático sobre Deus ter criado tudo e todos como se fosse verdade absoluta. A adrenalina que há quinze segundos atrás o mantinha alerta o suficiente agora se dissipava devagar e, por mais que amaria afundar o punho em todo e qualquer ponto sensível que via depois que ouviu aquela risada que lhe deu uma sensação nauseante na base do estômago de tão estranha, enquanto era puxado contra a vontade não podia fazer muito mais que se debater como se estivesse sendo vítima de um sequestro porque, tecnicamente, estava!, insistindo a plenos pulmões para que lhe soltasse por todo o percurso. Mas que porra!

Só calou a boca quando o corpo foi prensado contra uma superfície rígida e praticamente imobilizado pelo porte de Alyssa, logo depois de ouvir a frase que o mandava parar de ser teimoso. Tudo graças ao choque que levou. Não estava entendendo merda nenhuma, mas a sensação de que estava numa posição desfavorável fez sua agressividade murchar instintivamente, percebendo que estava se sentindo muito menor do que realmente era em relação àquele sem-noção.

——— Tá… perto demais ——— A mão se ergueu para o peito dele, na intenção inicial de empurrá-lo, mas hesitou. Manteve-a ali, porém, quebrando uma política interna que o barrava de ficar tão próximo assim de quem tinha algum nível de amizade. Não eram mais amigos, então pra quê? ——— …tanto faz. ——— Resmungou e vestiu de um manto de pouca importância. Isso só demonstraria que ainda se afetava e não era o que queria transparecer. Suspirou e abaixou o braço, recolhendo-o junto ao corpo, os olhos ainda queimando de raiva menos intensamente, mas estavam, encararam os alheios de volta, internamente desejando que pudesse o fazer sumir de sua vista só com um estalar de dedos, à moda de Thanos.

——— Medo? Eu? De você? Caralho, pelo amor de Deus, se enxerga. ——— Gesticulava e apontava, mesmo que minimamente, com o vício que tinha em se expressar, incrédulo. Sua arrogância mal posicionada pela autodefesa avantajada quase fizeram com que a risada que estava com vontade de soltar se tornasse física quando escutou aquele absurdo sem tamanho, mas deu-se por vencido. Os orbes, depois de fazerem um 180 pela cavidade que habitavam, pousaram seu foco novamente no rosto de Alyssa, por mais que fosse um pouco difícil focar exclusivamente nele e não se distrair pelos morceguinhos do lado que enfeitavam a parede em sua visão periférica e o ar que batia por debaixo da fantasia. Seria melhor se não estivesse usando roupa íntima, mas agradecia que estava, ainda mais depois de ter desmaiado de vestido.

——— O que você quer, Benjamin? ——— Cuspiu as palavras e fez delas, junto da expressão, espelhos do quão impaciente e alcoolizado estava se sentindo, tal qual ousou chamá-lo pelo segundo nome, como fazia no passado quando estava puto de verdade com ele. Pensava que seria uma bobagem qualquer ou uma tentativa de o acalmar ou o caralho que fosse, só queria que fosse breve. Tinha toda uma carga de muitos assuntos não resolvidos que não queria, nem via a necessidade resolver. Não entendia por que ele era, ou tinha ficado, daquele jeito. Mas, ao mesmo tempo, tinha uma parte lá dentro, lá no fundo, que queria ouvi-lo. Permitiu, sem perceber, que essa se sobressaísse, mesmo que por nuances mínimas. Em nome do seu eu interno, impedia-se de sentir o perigo daquela situação.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyTer Fev 14, 2023 9:58 pm


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INTERAGINDO COM: NATHAN NO HOTEL.

——— Cristo. Poupe-me do teatro, Seawell. Você não é a virgem camponesa que está fingindo que é. Eu o conheço. ——— olho quase incrédulo para a mão que permanece contra meu peito, uma barreira silenciosa que evidencia com cinco dedos o quão indevido seria quebrar aqueles poucos centímetros de puro decoro que nos  separam. Sinto minha indignação — posta à atmosfera para batalhar contra sua indiferença, contra modo como rapidamente Nathan livra-se do toque ao recolher o braço junto ao corpo, contra o jeito como o seu "tanto faz" escapa — lutar como um homem amarrado à plataforma da guilhotina, morrendo após um suspiro que conseguiu com sucesso romper através da barreira da compostura, chegando na beirada dos meus lábios e escoando como um ruído baixinho, uma risadinha fraca, de puro cinismo.

——— Não me parece "tanto faz" quando você me encara assim, querendo me queimar vivo. Ouch. Seja mais discreto. É quase possível sentir daqui ——— digo à ele, inclinando sutilmente a cabeça, aos poucos captando o vislumbre de cabelos escuros caindo como um manto negro sobre meus olhos. O sorriso que adorna meu rosto é uma coisa falsa, fria, puxada nos cantos por cordinhas invisíveis para que não caísse e mostrasse o descontentamento que sentia por baixo dele — parece que alguém reajustou-me  para desagradar totalmente a vista. A imagem de um louco desesperado por algo do qual ele não faz ideia impregna-se como um chiclete nos ossos.

——— Me enxergar. ——— ouço-me repetir, ignorando sua má educação com toda paciência de um adulto repreendendo uma criança, erguendo o nariz tal qual é esperado da pele de mauricinho que usava por cima dos músculos ——— Você está tremendo, pobrezinho. Não é pecado admitir isso ——— vejo-me inconscientemente espalmando a mão na parede em que Nathan se apoia, amassando um morceguinho decorativo com pressa, encurtando ainda mais uma distância que não é muito adequada para conversar. Os batimentos me denunciavam, rápidos como um coelho, forçando o sangue a percorrer quilômetros e quilômetros de veias no tempo de pouquíssimos segundos. Ele está bêbado. Consigo sentir a embriaguez igual a uma pessoa física e traiçoeira acompanhando e influenciando à sua maneira os desdobramentos da nossa reunião.

——— O que eu quero? ——— estalo a língua no céu da boca, brincando com a pergunta antes de cuspi-la no ar. Benjamin parece outra pessoa que, de repente, foi convidada à discussão. Estamos no ensino médio e ele segura mão de Heather como se somente ela e seus dedos franzinos pudessem dar significado ao seu mundo inteiro ——— Agora você quer saber sobre as coisas que eu quero? Muito bem, então... ——— um silêncio grande e incômodo, igual ao silêncio de uma porta que se fecha na sua cara, precede o momento em que abro a boca; deixando-a suspendida e quase largando, no intervalo, o desejo que inundou-me a mente. Vejo-me vacilar. Sinto o suor traçando a têmpora e minha coragem escoando para fora como se não coubesse mais dentro da caixa torácica.

——— Me beije.

Não tem sentido — mas não é exatamente sentido que a minha atual natureza busca. É estranho e, se possível, contraditório. Não é quem "Alyssa" é, mas não posso deixar de pensar que uma confirmação, talvez, fosse trazer mais benefícios do que a memória frágil de um beijo que sempre permanece entrelaçado à nossa alma. É o toque efêmero — a brisa gélida roçando levemente a pele exposta, um raio de sol entregando por um curto momento a dádiva do calor às plantas — que promete-me cessar com aquela inquietação empurrada para o fundo do baú do meu espírito, enfiar nos neurônios que beijar o garoto não é diferente de beijar qualquer outro loiro que encontrar por aí — plantar-me a ideia de que Nathan não importa mais. Não importa mais.

——— Ah. Não se preocupe, jamais colocaria veneno nos lábios. Ou você tem, como eu pensei, medo de encostar em mim?
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyQua Fev 15, 2023 5:47 pm

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INTERAGINDO COM ALYSSA NO HOTEL MISSION BAY

——— É pra você sentir, mesmo, ——— Rebateu e intencionou-se a reforçar, pesando ainda mais o olhar sobre ele ——— eu nunca fui discreto. ——— Em praticamente nada; deixava-se, e era essa a ideia, muito fácil de ler. Não era uma pessoa que saía enfeitando suas palavras em busca de cair nas graças alheias, mas sim que sabia agir pelo menos acreditava que sim. Com a proeza de não se deixar passar por falso demais, assim como aquele sorriso que viu se formar no rosto de Alyssa. Morria de vontade de socá-lo, ao invés de dizer um seja verdadeiro, desgraçado. Só não o fez por falta de maiores motivações mas só um empurrãozinho serviria de pivô. Ao invés disso, engoliu aquela fachada fria como uma carne crua esquecida no fundo do refrigerador à força, tal qual engolia, também, os ardores no corpo.

Desconsiderou a observação que o de cabelos pretos fez, não por ignorância mas sim pela distância que foi encurtada, roubando-lhe o poder da reação imediatista que normalmente teria. Foi obrigado a senti-lo a centímetros de algo que sua mente o atentava de que seria imperdoavelmente indevido se acontecesse e, do mesmo jeito que um paradoxo se perde nele mesmo, soltou a respiração que nem reparou que estava prendendo, de forma trêmula, a demonstrar seu abalo com aquilo, e, ainda que a raiva ainda morasse nela, sua face vacilou por um momento. Pouco a pouco a irritabilidade desencontrava suas forças, à mercê do conflito interno e externo.

A ânsia que o silêncio deixado foi o suficiente para Nathan se recuperar brevemente, tudo sendo vencido pela espera da resposta, por mais que ele tenha feito mais rodeios do que estava acostumado a aturar, uma vozinha dentro de si implorava-lhe para esperar. Obedeceu.

Franziu o cenho. Quê?

Não, claro, tinha ouvido direito; a música estava abafada ao longe e não tinha gente falando ao redor, mas, de repente, seu cérebro tinha quase censurado o pedido quando ele foi dito e, o traindo de uma forma agoniante, agora ecoava nos fundos de seu crânio, como se fossem marteladas sendo desferidas diretamente no osso. “Me beije, me beije, me beije–”

Parecia até piada, de primeira. Mas não levou nesse rumo, não com a demora que ele levou para pedir, muito menos com a última fala que escutou. Estupefato seria apenas o resumo de um por cento de tudo o que sentiu, tanto que as sobrancelhas se arquearam ao mesmo passo que o maxilar relaxou, como se dissesse um então era isso?, mesmo que ainda chocado. Ah, ahaha, ele devia estar tão bêbado quanto Nathan pra pedir uma coisa dessas. Como sofreu com o silêncio anteriormente, o faria senti-lo também. Manteve-se quieto por uns quarenta segundos mal cronometrados, a expressão indecifrável, como se estivesse escolhendo por dentro qual seria a melhor resposta. Deixaria seus instintos o guiarem, no entanto.

——— Huh, você é meio frouxo, ——— Como se todo o espanto anterior simplesmente não tivesse existido, piscou os olhos e fez um sorriso convencido surgir ao mesmo passo em que, como um trovão que anuncia uma chuva de verão que irrompe um dia ensolarado, rapidamente inverteu suas posições, com uma facilidade incrível, durante a fala graças ao sedentarismo do mais alto, agora sendo Nate a prendê-lo contra a parede, batendo as mãos ao redor dele, mas sem a agressão contra os pobres enfeites nela, como o outro insensivelmente havia feito ——— é fofo… ——— Forçou a aproximação, insinuando-se como comumente faria ao puxá-lo para si pelo roupão, mas com um sobretom de que não deveria. Ei, não faz isso. Desviou o caminho para soprar próximo à orelha ———eu gosto. ——— E, sem perder mais nem um segundo sequer, recuou no intuito de roubar-lhe os lábios, a presunção, a incredulidade, tudo, a modo que sentiu a pressão do metal da argola que enfeitava o lábio inferior entre as peles. Ah, merda, eu fiz. Suspirou.

Como se não fosse o bastante, desceu os toques para os braços dele e os fez ficar ao redor da própria cintura, interrompendo o beijo por uns segundos ——— Aperta. Com força. ——— Mandou sussurrando e, então, sentindo uma sucessão de tremores correr pela espinha pela antecipação merda, merda, merda merda, deixou-se ceder e abraçar a nuca de Alyssa, para prová-lo mais uma vez, mais fundo, brincando de modo provocativo ao inevitavelmente encostar a bolinha do cilindro de metal que estava encaixada na língua, na dele. Uma pequena impressão de déjà-vu correu entre os pensamentos, não tinha logo ele com quem havia tido seu primeiro beijo?

Hum.

Engraçado.
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptyQui Fev 16, 2023 12:08 am

Praia - Página 2 Basefichadominique4
Interagindo com Konstantin no Hotel Mission Bay

Era quase possível sentir o ego do russo atrevido, pois ele ameaçava vazar do corpo conforme ia inflando. Só os respingos que vazavam já o fizeram revirar os olhos. Na verdade, o sorriso de Kostya pareceu realmente fazer a arrogância transbordar para fora, mas as palavras se superavam tanto na audácia que Dominique soltou um brevíssimo riso, meio surpreso e meio indignado. Pareceu difícil distinguir se achou isso extremamente irritante ou levemente atraente, mas percebeu que foram as duas coisas. ——— Vossa alteza se esquece de como é fácil derrubar a monarquia ——— disse sério, mas sem parecer um tom de ameaça.

Definitivamente não desistiria até cumprir a aposta. O encarou em silêncio, mas não sem o ar de superioridade que sempre o acompanhava, ponderando se deveria dizer que a aposta era apenas uma piada. Era o que fazia sentido, mas alguma coisa em Kostya lhe despertava uma vontade de ser descarado, exageradamente direto ou apenas brincar com ele, em vez de fazer um personagem convincente. Bem, talvez também fosse o fato de estar meio bêbado, ou quem sabe todas as coisas ao mesmo tempo, mas o fato é que as barreiras de seu autocontrole estavam meio danificadas. Ele respondeu apenas com um levantar de ombros indiferente, como quem não queria dizer nada, mas dizendo alguma coisa.

——— Superestimado? ——— ele riu, erguendo uma das sobrancelhas e o encarando com aquele olhar cínico e irritante de quem duvidava muito que ele mesmo acreditasse na própria besteira que estava falando. Não pode evitar dar outra olhada de cima para baixo no russo, porque pensou que essa deve ter sido a coisa mais virgem e deprimente que ele já escutou na vida. Kostya claramente só devia ter tido experiências sexuais péssimas para pensar isso. E provavelmente muito poucas. ——— Pra que tipo de pessoa você anda abrindo as pernas? ——— franziu o cenho, encarando o russo como se ele fosse um extraterrestre.

Dominique parou brevemente para pensar no porquê de ter topado. A verdade é que ele topava qualquer coisa, mas essa era a última coisa que qualquer pessoa gostaria de ouvir. Ele mesmo não gostaria. Mas, para ele, sexo não era superestimado. E muito menos perda de tempo. Mesmo que fosse com aquele russo, que, por mais que tivesse falado dele como se fosse o auge da decadência humana, também não era de se jogar fora. Não para um lance de um dia só. Não agora que já tinha dado abertura e demonstrava uma curiosidade tão bonitinha em descobrir uma boa razão para aquilo. Um sorriso deslizou pelo canto do lábio.

——— Você não sabia que os da realeza são os mais cobiçados? ——— provocou, encarando as íris amareladas. Ele levou a mão que estava repousada sobre a própria perna para o lado, indo para onde a de Kostya estava praticamente colada, e então deslizou suavemente os dedos, traçando um caminho perigoso ao subir pela perna do russo, curvando cada vez mais para a parte interna da coxa ao mesmo tempo que seguia para cima. Mas, quando chegou um pouco acima da metade da coxa, os dedos passaram a seguir de forma cada vez mais lenta, quase parando. E Dominique continuava encarando fixamente, estudando cuidadosamente as reações do russo para saber se ele era mesmo feito de gelo. ——— Eu gosto de um desafio.

De preferência com vossa alteza de quatro no banco de trás da Bianca, com o rosto e uma mão pressionados contra o vidro da janela, um punho segurando firme os cabelos negros da nuca dele e com essa grande boca arrogante com dificuldades para cuspir quaisquer dessas insolências. Mas isso foi só um pensamento que surgiu do nada e foi mais longe do que deveria, com detalhes demais.

Ah, esse álcool…
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySex Fev 17, 2023 10:16 pm

Praia - Página 2 Seth2
Interagindo com Mathias na estrada próxima à praia

A praia, apesar de estranha, é um dos melhores lugares dessa cidade. É diferente da praça; a terra é estranhamente fofa, as águas são agitadas e salgadas, tem cheiro de liberdade e é possível encontrar inúmeros tesouros só na areia. Isso sem falar no potencial de comida que dá pra arranjar se quiser brigar com as ondas. Dá vontade de se perder por ela, sem precisar buscar nada em específico. O único problema são as pessoas, mas a noite espanta praticamente todas elas e podemos ser só eu e Jude. Eu gosto disso. Não gosto dos desconhecidos e nem daqueles que se dizem parte da família, mas que não se parecem em nada conosco.

Apesar de todos os tesouros da praia, é uma coisinha pequena e brilhante que rouba minha atenção: um vaga-lume. Não é útil e nem serve de alimento, mas é uma criaturinha tão magnífica e impressionante que eu não posso evitar ao menos querer tê-la em minhas mãos por um momento, como se para confirmar que algo lindo e brilhante assim é mesmo real. O brilho me encanta de forma que mal presto atenção no caminho, mas algo que brilha muito mais forte que o vaga-lume rouba minha atenção quando percebo a proximidade.

É um carro — uma daquelas geringonças de metal que as pessoas usam para andar porque, por algum motivo, não gostam de usar os pés. Eles normalmente desviam e fogem de mim, mas talvez eu não tenha parecido intimidador o suficiente agora, porque esse não parece ter intenção alguma de desviar. Só tenho tempo de prender a respiração e o barulho da batida ressoa no ar, me derrubando no chão. Ele tentou… me matar?

O barulho da porta se abrindo dispara uma rajada em meu raciocínio, me alertando de que isso significa que uma pessoa está saindo por ela. Isso é ruim… Finja de morto — algo gritou em minha cabeça e eu apenas obedeci. Não sei exatamente o porquê. Reflexo de auto defesa? Para pegá-lo desprevenido? Ver o que seguiria de uma situação dessas? Mal tenho tempo para raciocinar; eu apenas o fiz. Jogado no chão, só fechei meus olhos e amoleci completamente os membros feito um javali recém abatido no chão da floresta.

Mesmo com os olhos fechados, toda a atenção dos meus outros sentidos estão focando na pessoa que sai do carro. O som dos passos dispara uma tensão em meu corpo que me deixa totalmente alerta e pronto para reagir a qualquer coisa que venha a seguir, mas não demora 10 segundos para que eu perceba que ele não representa perigo algum. Talvez a geringonça assassina de metal tivesse feito ele parecer mais como um urso, mas agora ele se parece mais com uma lebre.

Uma vontade de rir ameaça escapar em meus lábios e eu forço meu rosto a endurecer feito pedra no momento em que percebo o desespero dele, morrendo de medo de ter me matado. Haha, que ingenuidade. Os habitantes dessa cidade não conseguem sequer matar um javali, mas juram que são capazes de me matar, pisar na praça sem ter consequências ou até que podem vir oferecer marmitas e dinheiro. Tão presunçosos… O estranho começa a murmurar palavras que eu não compreendo, provavelmente realizando algum tipo de ritual que não conheço. Reanimação? Necromancia? Ele acha que pode me curar com essas palavras estranhas?

Ele está tão próximo que consigo sentir a respiração irregular e nervosa batendo em meu rosto. Não sei o que ele pretende fazer, mas acho que estou prestes a conhecer um pouco de como funciona a medicina daqui. Como não tenho machucados, sei que meu pai simplesmente me esperaria acordar ou jogaria água em minha cara, mas ele não era um bom exemplo de curandeiro. Sei que, independente do que ele fizesse, eu não sentiria os fios de cabelo dele roçarem no meu rosto como sinto os do estranho agora. Isso não é… proximidade demais?

Uma pressão repentina invade meus lábios e a surpresa é como um raio atingindo meu corpo. O choque paralisa meus pulmões e meus olhos se abrem numa urgência desesperada, tentando compreender o que diabos estava acontecendo. O estranho que nunca me deu sequer um pombo de presente está tocando meus lábios com os dele. Ele está mesmo fazendo isso. Meu… Deus… A consciência volta para meu corpo junto com o ar que invadiu meus pulmões e minhas mãos empurram bruscamente o estranho para retomar a distância entre nós.

O que foi isso? É uma técnica estranha de medicina? Ele gosta de beijar mortos? Ele não sabe o peso que é esse tipo de contato tão íntimo? Não sabe que esse tipo de proximidade é só para os amantes? Isso significa que ele quer…? Meu Deus, eu nem o conheço! Com o turbilhão da confusão em minha mente, só uma coisa é clara; nem em um milhão de anos eu esperaria algo assim de alguém que tentou me matar. A surpresa e o constrangimento gritam em minha cara enquanto eu o encaro sem sequer conseguir esboçar uma reação decente.

Será que eu posso… fingir de morto novamente? E simplesmente desaparecer dessa situação? Não. Eu encaro os olhos castanhos dele e bastam alguns instantes para que eu perceba que não posso baixar a guarda. Talvez seja justamente o que ele quer; me ver sem reação e amedrontado feito um animal fraco e patético. E é por isso que eu nem pondero sobre a ideia que me vem na cabeça e simplesmente me lanço em direção ao estranho, agarro o tecido no peito dele e o puxo para mim. A dor explodiu em meu punho quando eu atingi com força o nariz dele. Não é meu melhor soco, mas é o melhor que eu poderia fazer com tantas coisas se revirando dentro de mim.

——— Seu… seu tarado!
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySex Fev 17, 2023 10:51 pm

Praia - Página 2 Elliot
Interagindo com Santiago no Hotel

Me sirvo do silêncio que antecedeu a resposta do moreno com a plenitude de alguém que irrita as pessoas com a mesma frequência que inspira o oxigênio na atmosfera, mas com um interesse pela resposta que fica nítido na persistência em meu olhar. Curioso para descobrir a voz do estranho dos olhos castanhos, que tipo de pessoa que ele é e a forma que lida com pessoas como eu. Um formigamento se espalha em meu corpo com as palavras; percebo que não sei a quem ele se refere, mas levo a mão até minhas orelhas para endireitá-las em minha cabeça. ——— Às vezes menos é mais, não acha?

Uma sensação agradável preenche meu peito; é a satisfação daquela parte que insiste em arrancar alguma reação das pessoas; que precisa dar uma martelada para garantir que não se trata de uma pessoa feita de gelo. Percebo que gosto das reações dele, mas que jogar essa gasolina no fogo não é uma coisa boa para alguém que não pode perder o traficante que tem nas mãos agora, pois seria muito chato ter que ir atrás de outro. Meus lábios se comprimem para não deixar mais que um sorriso leve escapar por eles.

Desci meu olhar para a mão que ele enfiou no bolso e não movi um músculo em reação, mas uma palpitação em meu peito moveu tudo em meu interior para que eu fosse em direção ao conteúdo na mão dele com o desespero de alguém que finalmente encontrou água no deserto. É preciso algum esforço para não me render ao impulso. Meus dedos se contorcem algumas vezes, foco na sensação de sentir a textura das minhas unhas; cravo elas na palma da mão, fazendo força para que minhas mãos não conseguissem me trair e acabar me fazendo parecer um animal seguindo os extintos que eu sequer esperava sentir dessa forma.

A droga do amor. Confesso que, na verdade, ela não é minha droga favorita, mas foi tão presente na minha vida que não consigo evitar desejá-la. É aquele ex-amor que você coloca numa gaveta e tem certeza que esqueceu, mas no instante em que os olhos pousam sobre ele, você percebe que isso não é exatamente verdade; que você apenas tinha se esquecido de como era aquela sensação mágica, mas ela se mostra mais vívida do que nunca ao reviver em suas memórias. A saudade causa uma sensação fervente e incomoda em meu interior, porque não é exatamente uma coisa boa descobrir uma vontade desenfreada dentro de si por consumir um produto que não devia ser tão importante. E pior: quando pensei nela mais para os outros do que para mim mesmo.

——— Justo. ——— respondo, após ouvir as condições. Dessa vez, sem carregar nada além de seriedade e talvez um fundo de frustração em minha voz. ——— Quero cocaína, também. Mas só um pouquinho. ——— o suficiente para não me matar, porque eu não confio mais em mim mesmo. No entanto, essa parte não precisa ser dita em voz alta. Meus olhos deslizam novamente para baixo, seguindo o caminho que a mão dele percorreu em direção a cintura. A confusão preenche minha expressão antes que eu perceba, as chavinhas girando para fazer meus neurônios funcionarem. E então, a confusão dá lugar a um sorriso torto e irritante.

——— Santiago, é? ——— a calmaria em minha voz beirava ao cinismo enquanto uma vontade enorme de chamá-lo novamente de mexicano latejava em minha língua. O sorriso em meu rosto era uma barragem extremamente frágil, lutando para conter um rio que ameaçava transbordar minha vontade de provocá-lo. ——— Que ousadia da sua parte me mostrar sua pistola assim em público, Santiago. ——— deixo escapar, casualmente, falando o nome dele de forma tão lenta que conseguia sentir o gosto dele em minha boca. Malditos latinos que sempre carregam nomes tão charmosos. ——— Também não é gringo, é Elliot.

Levei as mãos até os bolsos da frente e puxei todo o conteúdo; uma quantidade exagerada de cédulas — literalmente tudo que coube no meu bolso — do tipo que não se leva para uma festa se você não tem alguma intenção suspeita por trás. Era o dinheiro que eu trouxe com o único propósito de utilizar dessa forma. Juntei o conteúdo de ambos os bolsos em uma coisa só e em seguida pressionei, de forma nada gentil, o monte de notas contra o peito dele, forçando como se quisesse devolver a coisinha desconfortável que ele fez palpitar em meu peito. Queria enfiá-las dentro dele. Ou ao menos pressionar o suficiente para conseguir ignorar meus dedos inquietos.

——— Tá bom pra você, Santiago?
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Paith
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MensagemAssunto: Re: Praia   Praia - Página 2 EmptySex Fev 17, 2023 11:49 pm

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PROF. DE PSICOFARMACOLOGIA | VETERANO | BISSEXUAL


INTERAGINDO COM MILENA NO HOTEL MISSION BAY

——— Não tem regras, beba do jeito que quiser. ——— Ainda mais para uma pessoa que se auto afirmou amar aqueles 40% de teor alcoólico, mesmo ela estando no limite ou abaixo dela, não se recordava com exatidão da idade legal norte-americana para beber. Uhum, interessantíssimo; um sorriso que carregava ambas satisfação e divertimento escapou-lhe. Descartava as teorias que brotavam em sua mente para ela aguentar uma bebida forte daquelas enquanto servia-se de uma outra dose a acompanhá-la, como havia dito que faria.

Dentre os assuntos descartáveis que acolhia em respondê-la, graças ao prazer de sua companhia e a sensação do whiskey descendo pela garganta, sentia que animava-se um pouco mais que o necessário. A razão disso, no entanto, não fez nem questão de bater-lhe à porta, pois sabia que podia acabar caindo no próprio jogo que tinha criado.

Ah, sim, o elogio.

Felizmente ou infelizmente, pela qualidade duvidosa, soube reconhecer de qual saga que ela estava falando. Alguns amigos eram fissurados tanto nos livros quanto nos filmes e o arrastavam para consumir esse tipo de mídia teen e altamente romantizada. Não que se importasse, afinal de contas a referência dela não foi nem relacionada ao casal ou clã vampírico principal ainda bem e sim com os Volturi. Pelo menos estavam, daquele universo, o mais próximo de Drácula. E olhe que ainda faltava bastante.

——— Ah, obrigado ——— Críticas à parte, ela ainda assim vestiu as palavras com luvas de veludo e acariciou o ego do professor, ganhando um curvar de lábios um pouco mais orgânico dele. Permitiu-se prestar a atenção nela enquanto ela continuava a falar, agora sobre a própria fantasia e de como foi o processo que a levou a se vestir de Lara Croft; não tinha reconhecido de primeira, mas olhando melhor, realmente tinha reparado que não lhe era estranha. Riu para si mesmo, lembrando-se da época em que jogava Tomb Raider, com um grupinho de amigos nas férias da escola. Era um bando de jovens argentinos tentando entender o que aquelas palavras em inglês significavam enquanto admiravam a beleza daquelas formas geométricas super realistas para a época da protagonista. Bons tempos.

Quase, quase disse-lhe que não tinha muito interesse no amigo dela, mas foi meio que obrigado a seguir com os olhos a direção que ela queria que olhasse, depois que se levantou e agarrou seu rosto.

Hã–

Antes que pudesse se conter, uma risada escapou da garganta ao ver o rapaz vestido de empregada enquanto enchia a cara. Pior que se não fosse pela informação de Milena, teria pensado que era uma garota mais encorpada, o que só deixava ainda mais hilário ——— Com certeza, mas ficaria ainda melhor se ele estivesse de enfermeira ——— Por conta do curso de Medicina, é a risada só ganhou mais forma com o próprio comentário; apesar de não ver aquele loiro no prédio com tanta frequência quase nenhuma, na verdade, quando ele inventava de aparecer era basicamente impossível não notar sua presença. Isso também o ajudou na hora de se lembrar de quem era Milena, já que os dois ficavam grudados um no outro.

Admitiu a derrota quando ela denotou a garrafa de whiskey totalmente vazia depois de ela servir as últimas doses, acenando com a cabeça como se estivesse dizendo um bom trabalho junto à expressão. Semicerrou os olhos à garota e esboçou um sorriso cheio de segundas intenções, inclinando-se para perto dela, um tanto sugestivo ——— Os vencedores escolhem seus espólios… ——— Ousou mais ainda em segurar o queixo dela com delicadeza, mas sem se aproximar mais do que era considerado invasivo demais ——— O que você quer, Milena? ——— Focou-se na cor acinzentada, que tinha um tom bastante discreto de roxo, de seus olhos, achando-os bastante atrativos no momento. Era, também, uma forma totalmente indiscreta de demonstrar que ela havia capturado sua atenção durante esse tempo todo, abusando da sorte de levar um empurrão, mesmo que estivesse em desvantagem por ser ele o devedor.
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