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 Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.

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Akemy

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Dez 15, 2022 12:48 am

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Felix Chamberlain

27 anos | Veterano | Psicopatia | Pansexual | 1,92

Interagindo com Carolyn Bell | Local: Jardim



Abri meu livro para que começasse a leitura, mas fui interrompido pela voz, como sempre, doce da psicóloga. Não sabia que ela queria manter uma conversa. Na verdade, porque eu me surpreenderia? A mulher a todo custo tentava fazer com que eu falasse, mesmo fora de nossas sessões que poderiam ser completamente cortadas já que, em minha opinião, não levavam a lugar nenhum. Se eles me tratavam como um doente sem cura então que assim o fizessem, aquilo tudo era uma perda de tempo.

Entretanto, todos aqueles pensamentos ficaram em minha cabeça, um sorriso surgiu em meu rosto enquanto olhava para a mulher e eu fechei meu livro. Eu conhecia muito bem aquele olhar. Aquela esperança de que fosse tirar algo significativo de mim. Pelo menos ela me divertia, pensar que ela tinha tanta esperança de ter algum progresso comigo, me dava vontade de rir. Bem, sonhar não custava nada, certo? Realmente, algo mais interessante estava em minha mente... qual seria a aparência de seu sangue? Como seria vê-lo derramado no chão, a escorrer sem rumo, aquele rostinho bonito... seria tão fácil de esmagar. PORÉM, eu não poderia fazer aquilo, mulheres estavam condenadas, eu não me atreveria a tocar em algo tão... impuro.

- Comecei um novo livro - informei a ela balançando o livro em minhas mãos enquanto ainda sorria. Sabia o que ela tantava fazer, mas não iria conseguir, aliás, o que teria de tão interessante em minha mente afinal? Eu era uma pessoa normal, essas pessoas que não compreendiam meu ponto de vista. Ninguém parecia compreender  
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yukizinha
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Dez 15, 2022 3:35 am



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I N T E R A G I N D O    C O M:    E L L I O T         E        L A W R E N C E      N O         J A R D I M  

Somos uma procissão infame de três pessoas que pretendem adorar umas às outras num cubículo apertado, trocando os olhares como se esses fossem hinos aos deuses aos quais cantamos; sentindo os lábios formigar em antecipação às coisas que aconteceriam fora da supervisão dos funcionários do hospital. O britânico — argh, péssimo sotaque — é um bastardo arrogante pelo qual meus bolsos desperdiçariam milhões se isso significasse vê-lo completamente despido do seu orgulho. Lawrence é a personificação do perigo e da incerteza que sentimos ao assinar um contrato com o Diabo; quase espero que subjugue a minha alma e arraste-me para o inferno que o brilho nos seus olhos de safiras promete. Me encontro perfeitamente entrelaçado à eles — um fio cinza nesta costura preta e azulada — como se fosse predestinado a acompanhá-los nessa loucura.

——— Ahhh, desista agora mesmo. Você não leva jeito para a comédia ——— respondo, sorrindo, ao teatro do baixinho e à sua postura muito cavalheiresca de segurar a porta. Lembrar do "mexicano" traz à superfície um calor que está fervendo meu sangue; um sentimento desagradável ameaça transbordar as beiradas da minha pele. Quero vê-lo destruído.

Não gosto de garotos — e com certeza não namoraria um; mas acontece que a indecência não é exatamente um desejo chegado a noção do romance. Divido ambos de modo que nunca poderão coexistir juntos — ao menos não em mim; não nas células e nas fibras unidas ao código moral que se acostumaram a seguir religiosamente. Às vezes eu realmente não penso —  às vezes esvazio a mente de uma maneira tão completa e implacável que nenhum ruído a não ser a confirmação do silêncio perambula a minha cabeça. Eu me desligo como se pudesse apertar um botãozinho, como se provocasse uma rachadura no meu crânio e permitisse que tudo escorresse através dela.  

Não acho que estou raciocinando quando puxo o britânico desgraçado e dou com uns olhos bicolores que encaram como se eu estivesse quilômetros abaixo dele. Remexo a mão no bolso e coloco algo entre os dentes, sinto a substância familiar ao paladar e o funcionamento dela ao corpo. Então tenho a completa certeza da minha falta de lógica quando forço meus lábios contra os dele e deslizo dois comprimidos para dentro de sua garganta — o meu bem mais precioso; a recompensa que encontro após me condenar aos sintomas da abstinência para acumular um pouquinho desse paraíso em formato de cápsula. Loucura, sim, mas desde que não morra com as síncopes...

——— Sente aí, ——— empurro o garoto irritante, esperando que caia sobre o outro como peças de dominó alinhadas em um esquema bem feito. Minha expressão inaugura um sorriso de encorajamento à Lorenzo e ao que quisesse fazer com o pobrecito britânico à mercê do seu colo. Ignoro o instrumento de nossas perversões e inclino o rosto para beijá-lo — Lorenzo — lentamente. De algum modo, o choque que percorre os meus músculos não permite que eu continue a compartilhar da sua presença sem tê-lo um pouquinho para mim. E ele é bonito. E não sei como pensar agora.
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Vicky
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Dez 15, 2022 6:49 pm

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Henry-new-format-maior
Interagindo com Nicodemos no jardim

Levou alguns segundos para processar o que Nicodemos tinha dito, um pouco confuso sobre como o comentário sobre o surf tinha escalado para os dois estarem basicamente marcando uma foda. Parando para pensar na própria fala, aquilo tinha soado claramente como um flerte mesmo, mas não era a intenção. O comentário só saiu, assim como todos os pensamentos pareciam estar fazendo agora. Alguém simplesmente tirou as barreiras do senso crítico e suas palavras saiam sem que ele pensasse muito nelas, como se não fossem ter peso algum. Mas Henry nunca sabe com que palavras rejeitar alguém, especialmente quando é uma pessoa que agora é tão próxima e a culpa sendo dele próprio, tornando a situação bem mais constrangedora.

—–— N-não foi o que eu quis dizer… Assim, não que você seja de se jogar fora, tem os olhos pretos e tal. Você é bonito. Mas também não é tão simples assim… Tem que ter um clima, um sentimento, sabe? E olha, eu tenho sérias dúvidas sobre se meu corpo funcionaria pra isso hoje, você ficaria extremamente ofendido… Fora que eu não te daria nenhuma experiência boa, não teria nenhuma vantagem. —–— justificou-se rapidamente, sem jeito. Ficou, obviamente, ainda mais envergonhado depois de abrir a boca negociando a própria falta de valor. Se sentia ridículo de ter que desfazer a situação que ele mesmo criou, ainda mais depois de ter exposto a própria intimidade. —–— Céus, eu tô falando demais hoje... —–— murmurou, desviando o olhar para o lado enquanto coçava o nariz.

Falar pelos cotovelos já era de costume — especialmente quando ficava nervoso —, então apesar de ter comentado, não percebeu nada de incomum no próprio comportamento. Apesar de alguns sentimentos serem muito difíceis de serem ditos em voz alta, sempre foi do tipo que fala o que pensa no impulso, sem pensar muito antes de abrir a boca. Algo também conhecido como estupidez. Nicodemos parecia ter algum tipo de feitiço que puxava as partes difíceis de serem ditas tal como um adulto competindo no cabo de guerra contra uma criança. E de alguma forma, isso era absolutamente reconfortante. Estranho e confuso, mas ainda reconfortante, pois era libertador.

Era quase injusto não conseguir alcançá-lo da mesma forma. Aqueles olhos indecifráveis mesmo sendo vistos de tão perto continuavam sendo tão misteriosos. Tal como a noite, a escuridão deles não permitia que Henry conseguisse enxergar com clareza, mas podia sentir. Durante aquela eternidade em silêncio, ficou pensando se deveria dar um abraço em Nicodemos, porque duvidava muito que estivesse tudo bem. Como apenas dois anos poderiam resolver algo tão horrível e trágico assim? Era uma dor que Henry era incapaz de compreender verdadeiramente, mas que tinha certeza que devia ser uma das piores coisas que uma pessoa poderia passar. Se fosse com a família dele, não tinha dúvidas que enlouqueceria. No entanto, Nicodemos dizia que agora estava tudo bem. E ele até acreditava, mas parecia um pouco mais complicado do que o modo que ele falava.

Mesmo com aquela proximidade entre corpos, havia uma parede invisível entre eles agora. O pesar daquela conversa. O cuidado de quem não quer ir a fundo no assunto, porque sabe que ele mesmo foge de se aprofundar em algumas coisas difíceis demais para serem ditas em voz alta. Então, queria apenas conseguir passar o mesmo conforto que sentia agora; o que sentia com as conversas com Nicodemos, o conforto do calor e da luz do sol… e a leveza dos sedativos. —–— Ainda assim, isso me parece tão… solitário. —–— disse, antes de render-se ao silêncio. Baixou a cabeça e deslizou levemente os dedos pela perna dele como se quisesse subir para fazer um carinho, mas não o fez.

Quando se viu de repente sendo basicamente forçado a deitar-se na grama, olhou para Nicodemos com a testa franzida, sem entender nada. Que gentileza era essa que ele falava que parecia tão grosseira? Mas não questionou, pois de fato estava precisando dormir. Talvez fosse só um modo de se livrar dele e daquele assunto, mas achava isso compreensível. Talvez estivesse sendo irritante demais. Não seria algo incomum. Só achou engraçado que as únicas vezes que chegou a ser forçado a dormir dessa forma foi quando era uma criança hiperativa e deixava algum adulto bravo. —–— Que delicadeza pra se livrar de mim —–— disse, com um tom leve apesar da ironia.

Então, consertou a forma que estava deitado para ficar mais confortável e colocou um dos braços atrás da cabeça, servindo de travesseiro. A exaustão era nítida; os olhos vermelhos e pesados estavam implorando por um momento de descanso. O corpo rígido, as dores e o cansaço deixaram-no completamente derrubado. Fechou os olhos, sentindo o conforto do calor do sol e o cheiro agradável do ambiente. Uma onda de conforto invadiu e se espalhou pelo seu corpo. —–— Eu tô me sentindo tipo… um vampiro invertido. —–— murmurou, com os olhos fechados. E então, não demorou muito tempo para que ele caísse no sono e dormisse feito pedra.
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Paith
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySex Dez 16, 2022 4:35 pm

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LAWRENCE NEIL BONHOMME
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INTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM

————————— Não tem medo de você acabar se tornando a dama primeiro? ——— Rebati a brincadeira do britânico e sua arrogância, típica de europeu sei de experiência própria, antes de Hernandez resolver cortar a graça de uma vez para tomar a atitude de puxar o baixinho contra si. Percebo o momento em que ele coloca algo na boca só para deslizar a Elliot por meio de o que era para ser um beijo na superfície. Balançando a cabeça negativamente em uma descrença risonha, me isentei internamente da responsabilidade de ter que cuidar de alguém posteriormente chapado e me movi discretamente para me sentar em cima da tampa do vaso, lançando um olhar de quem igualmente queria acabar com a petulância do menor de nós três ao latino.

——————Como se ensaiado, amorteci o impacto do corpo de Elliot ao meu e sem muita dificuldade, ajustando-o de modo tranquilo, pela cintura, em meu colo. Sua estatura parecia quase cômica comparada à nossa, mas seu orgulho aparentemente preenchia tanto espaço que, se fosse físico, não sobraria espaço para mais ninguém no cubículo. A recompensa de subjugá-lo, dada pela aposta, não foi uma escolha que eu me arrependeria nem um pouco, seria dez vezes mais excitante justamente por esse motivo, inclusive.

——————Deslizei a mão para invadir a pele por debaixo da camisa do baixinho quando tive os lábios roubados por Hernandez, só para não deixá-lo carente de prazer e, ao mesmo tempo, estendi o braço livre e arranhei a nuca dele, que tinha quase a minha altura, num protesto mudo pela dominância que ele estava exercendo. O calor pelas duas presenças extremamente atraentes fazia com que o meu interno aumentasse, além de todo o risco que corríamos. Se fosse um pouco menos eletrizante, não teria graça nenhuma, não importa em que situação isso se encaixasse. Minha mente martelava que muito provavelmente eu me arrependeria disso mais tarde, mas não dei ouvidos à razão; não importava.

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySex Dez 16, 2022 7:17 pm

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Elliot
Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim

Algo me diz que não é uma boa ideia irritar dois caras tão grandes quando se está numa posição dessas, mas a razão é uma coisa muito menor que meu orgulho. Agora ela é só uma coisinha minúscula, quase inaudível, zunindo no meu ouvido. Não consigo evitar. A resposta dos dois me faz esboçar um sorriso ainda mais canalha. Dou-lhes um olhar de desdém antes de revirar os olhos, sendo certamente tão irritante que não duvido que tenham vontade de desfazer minha expressão com um soco agora. Medo? Definitivamente não. Porque eu sendo a "dama" ou não, conseguir calar minha boca é uma tarefa muito difícil.

Observo Hernandez levar algo até a boca e isso instantaneamente prende minha atenção, como se eu já tivesse visto aquele gesto inúmeras vezes nessa mesma situação — porque já tinha — e soubesse imediatamente o que estava por vir. Ele me puxa e uma onda elétrica se espalha pelo meu corpo no instante em que sinto os comprimidos invadirem minha boca. Desconfio, nesse instante, de que talvez eu seja mesmo um viciado. Apesar de eu gostar de estar limpo, descubro que meu corpo não tem a menor intenção de lutar contra a mínima chance de sentir alguma coisa diferente agora — ainda que seja com os comprimidos de procedência duvidosa vindos do mexicano.

Nem tenho tempo de raciocinar direito — mas não que eu fosse mudar de ideia — e sou empurrado para o colo de Lawrence, oferecido como um coelho para virar o lanche de um leão. Minha cabeça, no entanto, estava um pouco distante nesse momento. Hernandez está ocupado beijando Lawrence e a única coisa que eu consigo pensar é: Que merda. Por que ele fez isso? Metade minha está feliz pelo presente e a outra metade está com raiva dessa metade, porque ela me mostra um lado fraco que eu não gosto de admitir que tenho. No entanto, eu sei que isso não é um presente e sei o quanto vai virar um tormento depois. A mão de Lawrence subindo por debaixo da minha camisa me traz de volta para a realidade, me lembrando que tenho que aproveitá-la. Seguro a gola da camisa à minha frente e puxo-a para baixo, obrigando Hernandez a descer até mim.

—— Vai cobrar por isso, hermanito? —— pergunto, fazendo questão de recusar qualquer gentileza. Cuspo-a, pois não vou cuspir os comprimidos. Eu não poderia recusá-los. —— Porque eu não vou ser gentil em te livrar da mamada por isso. —— eu disse, ríspido. Largo a gola da camisa e minha mão sobe para a mandíbula dele, segurando o rosto enquanto olho para aquela boca com desejo e um fundo de raiva. Aperto o rosto em minha mão e subo meu olhar para os olhos escuros, encarando-os com uma certa superioridade antes de forçá-lo para baixo. —— Me chupe como se estivesse valendo um green card. —— provoquei, descontando minha frustração nele. E então, afundo meus dedos em seus cabelos, agarrando-os com firmeza enquanto empurro-o para baixo.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySex Dez 16, 2022 11:15 pm



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I N T E R A G I N D O    C O M:    E L L I O T         E        L A W R E N C E      N O         J A R D I M  

As unhas de Lorenzo deslizam o meu pescoço, arranham uma pequena parte da tatuagem que adquiri há dois anos e reviram a memória da agulha penetrando os músculos por baixo da pele — eu não posso adivinhar que expressão está usando o meu rosto e tampouco compreendo o ruído que escapou entre os meus dentes. Permito que me envolva, que as dúvidas e tudo que ele puder oferecer me acoberte como se estivéssemos sob um cobertor e eu possuísse cada um dos meus duzentos e poucos ossos congelados.  Estou há semanas no deserto e os comprimidos são a única fonte de agua que encontro. Meu corpo se alimenta deles como se fossem um conhecido visitando a propriedade de um colega — é familiar e muito rápido, nenhum sinal de alerta é identificado pelas minhas células. Eu poderia permanecer me esquentando e bebendo do fenômeno preso em cápsulas pela eternidade — talvez ficasse mais embriagado com os lábios que do entorpecimento que logo está bagunçando as caixinhas da minha mente.

Mas o britânico arranca essas desilusões como se meu corpo não pudesse parar sozinho; meus olhos deslizam ao responsável por puxar a gola da minha camisa, pareço, de repente, um cachorrinho que está procurando a fonte de um chamado. Acho que não entendo direito — estou submerso no oceano e as pessoas estão tentando gritar coisas que nunca poderei alcançar. No outro segundo, vejo a irônica de um impostor penetrar o idioma que carrego comigo no DNA, um europeu está usurpando-o na sua língua e pronunciando as silabas errado. —— Hermano, —— corrijo —— ... bem que eu poderia, mesmo... —— mas acontece que não fui esperto o suficiente para sequer pensar em negociar as drogas. Fiz por imprudência, por um chamado fisiológico que liberou toxinas e induziu meu corpo a pensar deste modo generoso —— Mas... ah, pode ficar, cortesia da casa.

Sinto que ele vai me beijar — é o que normalmente ocorre quando alguém fica fascinado pela mera imagem dos nossos lábios e não pode se impedir de encará-los assim. Um arrepio consome meu interior como uma queimadura de cigarro devorando uma folha de papel — tento não parecer esperançoso, mas é meio complicado tomar o controle de uma carcaça que não pertence a outra coisa senão aos seus próprios impulsos. O aperto na minha mandíbula — uma reinvindicação, um controle bruto —  quebra essa expectativa em pedacinhos que fervem e evaporam de mim para a atmosfera. Ele está, na verdade, olhando como se estivesse avaliando o cavalo de corrida com o qual desperdiçar seu dinheiro — então força-me para baixo como se estivesse ocupado disciplinando uma pessoa teimosa; como se tudo isso fosse um enorme inconveniente para ele. Nunca mordi ninguém, mas acho que sou capaz de mordê-lo agora mesmo. ——— Vai se foder. ——— sinto um suor frio se espalhando pelo meu pescoço e descendo as costas, provocados pelo vermelho que queima sob mim tal qual a aurora levanta para anunciar uma enorme bola de fogo. Eu quero muito arrebentá-lo, meus punhos se fecham sobre suas coxas para que não avançassem diretamente para os óculos dele — Dios mio, não preciso da porra de um Green Card. O mundo ficou menor como um carro percorrendo um túnel. Meus joelhos reclamam contra o piso do banheiro. Sinto Lawrence através dele, uma comunicação rítmica e quase musical. Cordinhas estão atadas às minhas mãos quando, a contragosto, obedeço. A humilhação queima enquanto dispenso para trás da orelha uma cortina de cabelos pretos que caíram nos meus olhos — o planeta está girando e gritando para que eu fuja. Corra. Mas não quero isso. Não agora.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySáb Dez 17, 2022 5:06 am

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INTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM

——————Lamentei quando Elliot interrompeu o beijo, puxando o imigrante para baixo. De repente, me vi como um mero espectador da sucessão rápida que foi o momento do diálogo. Resolvi não me intrometer, já que se tratava de um assunto que não me dizia respeito, entretanto, me atentei ao momento em que Hernandez se submeteu à insistência do britânico e realmente começou a chupá-lo. Continuaria a assistir aquilo com todo o prazer se não significasse ignorar os meus próprios desejos. Em meu âmago, queria ver o de olhos bicolores sair daqui andando torto como prêmio por ser tão arrogante a nível de não reconhecer a situação em que estava se metendo.

——————Ergui um pouco seu corpo, na intenção de reivindicar o que eu queria, e o invadi sem qualquer cerimônia, provavelmente fazendo com que Hernandez se engasgasse com a movimentação toda, mas não era algo que eu estivesse ligando muito no momento. O aperto ao meu redor fez com a minha mente parasse de funcionar direito por uns segundos, não contendo um suspiro que me escapou sem antecedência. Tomado por um instinto quase que animalesco, cravei meus dentes no pescoço dele como se quisesse o marcar de propósito e queria, mas não desse jeito tão bruto e, ao mesmo tempo, descontando o prazer que estava sentindo. Que eu não levasse uma surra de Elliot por causa disso, por Deus.

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySeg Dez 19, 2022 1:32 am

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Elliot
Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim

Devo estar tendo uns 15 tipos de espasmo diferentes só com a satisfação de ver Hernandez se ajoelhando para mim. Eu o ajudo; enfio a mão dentro da calça e me ofereço de um jeito firme e impositivo, como se estivesse obrigando alguém a comer do prato os vegetais que não gosta e normalmente ignora. E ele obedece, porque sabe que não sai daqui enquanto eu não ver o prato limpo. Observo a forma que os lábios dele se adequam perfeitamente à mim, apreciando a sensação eletrizante que se espalha com o toque. Ele está acostumado com o trabalho sujo e barato, como qualquer mexicano. E faz com maestria.

Demoro alguns segundos para raciocinar e entender qual era o motivo de inclinar meu corpo para frente daquela forma, não dando tempo de reagir à entrada repentina e brusca que veio logo em seguida. Um gemido escapa e meu corpo inteiro se contrai, me fazendo apertar a mão que agarrava os fios de Hernandez e a outra sobre a coxa de Lawrence, quase no joelho. Consigo ignorar a falta de gentileza na penetração, mas não a brutalidade em meu pescoço. Imediatamente lembro-me de Cristopher e que seria difícil dar uma justificativa decente para essa marca. Subo a mão que estava sobre a coxa até a lateral da cabeça de Lawrence, agarrando e puxando os fios para afastá-lo do meu pescoço, mas ainda mantendo a proximidade entre os corpos.

—— Porra… Você não tem educação? —— pergunto, ainda que com a voz ameaçando falhar, me referindo à brutalidade e à falta de aviso. —— Sem marcas. Só peço isso. —— larga o cabelo dele, confiando que ele não vai simplesmente me ignorar. Ele pode até estar num manicômio, mas não é maluco. No entanto, isso não ganha minha atenção por muito tempo, porque o prazer logo fica grande demais para que eu me foque nisso. Ou para que eu consiga me focar em qualquer coisa. Me perco na realidade — tanto pelo prazer quanto pelas drogas — e sou incapaz de fazer qualquer coisa exceto por os movimentos nos cabelos de Hernandez, forçando a cabeça dele ainda mais em minha direção. Flutuo num céu branco enquanto nós três estamos em um ritmo perfeitamente sincronizado.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySeg Dez 19, 2022 1:35 am



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A garganta é invadida por um sentimento que a contragosto instalou pequenas doses de prazer ao longo do corpo. Borboletas resolveram bater contra as paredes do meu estômago; são animais enfurecidos e que clamam por uma fuga do coração ao qual pertenciam. O britânico está apertando os meus cabelos e meus os pensamentos pularam de mim para o mundo, deixando intacto a máquina na qual eles são fabricados; o cérebro não tinha a quem recorrer quando o calor consumia as minhas veias como se fossem rastros de gasolina atreladas a uma pontinha de fogo. Consigo senti-lo — a grã-bretanha inteira — pulsando contra a língua na superfície do seu prazer. O desejo de Lawrence é como um empurrão que vai dando ritmo a nossa orquestra.

O contato entre a pele é uma membrana finíssima que esperava a iminência de um prazer que logo a romperia — os gemidos do rapaz davam conteúdo e razão à antecipação dos meus músculos, ansiosos pelo fio de umidade que escorreria. Isso definitivamente não parecia certo, e os santos da igreja estão próximos demais para que meus princípios ignorem a influência religiosa pairando na atmosfera — eu os imaginava com suas faces voltadas para a parede, completamente ignorantes à indecência e à devassidão que corromperam o solo no qual a sua presença sagrada compartilhara bênçãos conosco.

Esperei que Lawrence insinuasse o seu corpo com mais rapidez e mais força a cada instante — queria que ele quebrasse o restante de racionalidade na mente arrogante do europeu; ansiei por  ouvi-lo gritar sons e gemidos que chegassem à mim como uma carícia na ponta das orelhas. Ensine-o uma lição.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySeg Dez 19, 2022 4:54 am

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INTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM

——————Como se mergulhasse numa piscina de águas turvas, Lawrence se isolou no próprio prazer nos momentos antecedentes ao que Elliot puxou seus cabelos de mal jeito, o forçando a livrar seu pescoço de seus dentes. Não chegou a doer, mas observou-o com um ar de quem o quebraria pedaço por pedaço se o fizesse de novo, ainda mais depois daquelas palavras que soaram tão a ponto de quebrar graças ao seu tom. Soltou o ar em forma de riso, próximo ao ouvido do imprudente e sendo o mesmo tanto quanto, quase debochando do que ele tinha pedido. Depositou ali, onde tinha deixado uma leve marca, uma lambida lenta junto a uma estocada mais violenta em resposta. Deixava claro que deixaria marca se, quando e onde quisesse; ele, o baixinho arrogante, não tinha qualquer controle sobre o que estava acontecendo.

——————Poderia, de fato, ter escolhido ser cordial e limitar-se a cultivar uma probabilidade de uma repetição, mas, sinceramente, agora estava pouco se fodendo para isso. Queria presenciar o britânico, que ainda mantinha sua postura como se fosse tão superior, quebrar a ponto de implorar, fosse por mais ou para que parasse. O desejo subiu do colo até seus neurônios e vice-versa; agarrou ambos os pulsos do rapaz e os prendeu com uma mão só, atrás de suas costas para que entendesse que era para se submeter, reforçando com a agressividade com que o invadia, na tentativa voraz de escutá-lo gemer alto, como se não houvesse mais nada no universo inteiro além de seu próprio prazer. Faria seu mês todo ter valido a pena.

——————A canhota, até então desocupada, enroscou os dedos no topo daqueles fios negros que compunham os cabelos do passivo e puxo-os para trás, na intenção de demonstrar o quão rendido estava, quisesse ou não. Se deliciaria ainda mais se estivesse ouvindo Hernandez também, mas infelizmente ele estava abocanhando Elliot e não podia fazer muito quanto a isso, o que era uma pena. Se não fosse pelo bolo batizado, no entanto, com toda a certeza estaria sendo muito mais agressivo que isso e não o deixaria escapar depois de acabar com o de olhos heterocromáticos.

————————— Tá gostando, putinha britânica? ——— Desafogou a garganta com o xingamento que tinha surgido no lado mais escuro de sua mente, rouco, perto de seu ouvido, proferido com algo dividido entre raiva e prazer; talvez ambos misturados como o oxigênio e carbono que estavam trocando naquele espaço minúsculo. Disse num volume íntimo a ele, porém alto o suficiente para que o latino também ouvisse, sempre preocupado em satisfazer todas as partes, mesmo que não pendendo para nenhuma delas. Ambíguo, sem lados, porém, ao mesmo tempo, parcial e cooperativo. A interação de Lawrence com os outros era um paradoxo, mas engraçada.

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyTer Dez 20, 2022 8:21 pm

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Elliot
Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim

O toque da língua em meu pescoço faz um arrepio percorrer por meu corpo, me respondendo que talvez Lawrence fosse sim um maluco. Um gemido abafado me escapa com a estocada mais bruta que ele deu em resposta, afrontoso. Essa era uma resposta muito mais clara do que se fosse verbalizado; ele queria dizer que eu não tenho poder nenhum aqui. A afronta dele, no entanto, não me assusta, pois faz com que uma sensação eletrizante se espalhe e queime pelo meu corpo. Minha respiração sai pesada e eu fecho meus olhos, tentando não fazer barulho demais para não acabarmos indo parar os três na solitária. Minha mão esquerda se apoia na parede ao lado, tentando manter o equilíbrio que Lawrence está tentando tirar do meu corpo.

O chão parecia particularmente difícil de alcançar — e nem era pela diferença de altura — enquanto Lawrence se enterrava dentro de mim como se estivesse tentando me quebrar no meio. Desperto de volta à realidade ao sentir ambos os pulsos sendo puxados, os braços mantidos atrás das minhas costas como se ele me negasse qualquer controle. Quase choramingo, soltando um suspiro de frustração. Além da mão de apoio para me ajudar a manter o autocontrole, a outra me fazia ter mais controle sobre o mexicano à minha frente que no momento era meu brinquedinho particular. De que adianta ter um brinquedo em que você não pode tocar? E eu queria guiá-lo, domá-lo, manuseá-lo como se ele não fosse conseguir fazer o trabalho sozinho direito, embora claramente tivesse sim um bom conhecimento de como usar o músculo em sua boca.

Mesmo tentando conter, os barulhos inevitavelmente saem altos e se espalham pelo banheiro, invadindo e tomando conta de tudo feito às águas de uma barragem que se rompeu. A foda que deveria estar sendo discreta, na verdade, tornou-se um espetáculo e qualquer um que passasse por perto estava sendo convidando a assistir com o barulho. A culpa não era minha, mas sim do monstro atrás de mim que parecia querer se tornar um só com meu corpo, tentando arrombar a porta para entrar nele. O problema é que Lawrence não parecia nenhum pouco preocupado com o ambiente em que estávamos. Ele não se importa com o barulho, como se estivéssemos realmente em uma realidade paralela e livres das consequências. Esse bastando não se importa nenhum pouco com isso quando a questão é o seu próprio prazer — ou me dar uma lição.

Meus pés se enroscam nos tornozelos dele, buscando desesperante me firmar em algo para lidar com o que eu estava sentindo. Eu precisava me prender a esta realidade. Desconfio que Lawrence está mais focado em testar me rasgar no meio do que em se satisfazer — ou talvez esteja numa busca incessante por petróleo. Típico de americanos. — enquanto Hernandez ajuda a manter a dor e o prazer em equilíbrio. Mas não sei se equilíbrio é a palavra correta quando a sensação, na verdade, é de que estou sendo violentamente jogado para algum dos lados o tempo inteiro e sendo bruscamente trazido de volta para o outro no instante seguinte. O redemoinho em meu corpo desordena todos os meus sentidos, mas permaneço tentando nãome perder. Fecho os olhos como se isso fosse me ajudar a absorver melhor o fogo que queima tão intensamente em meu corpo. A mão que se enfia entre meus cabelos e puxa minha cabeça para trás me deixa ainda mais rendido, mas sou incapaz de responder a isso.

Sinto um arrepio com o ar quente que veio junto à fala de Lawrence em meu ouvido, ditas entre as estocadas. A realidade parecia mesmo um pouco distante; embora eu tenha ouvido a frase em meu ouvido, ela não pareceu ter sentido algum enquanto eu tentava focar em não me afogar em tantas sensações, como se as palavras estivessem em outro idioma. Demoro, mas quando meu raciocínio funciona e eu me dou conta do que esse demônio está fazendo, abro os olhos e um sorriso torto de indignação com o atrevimento se forma em meus lábios. Olho para ele com uma mistura de incredulidade e descontentamento. —–— Vá se foder… —–— resmunguei, simplesmente, pois não estava em um bom estado para uma reclamação muito bem trabalhada no momento.

Embora eu secretamente estivesse gostando de ser tratado de forma tão rude, não gosto de como o caolho desgraçado está transformando minha humilhação em um show, se deliciando com isso na frente do mexicano. Quero chutá-lo. Mas como não posso, descontei desferindo um chute na costela de Hernandez logo à minha frente. Se ele tivesse se divertindo ao menos um pouquinho vendo essa cena, eu estaria punindo-o de alguma forma. Olho para baixo já o fuzilando com o olhar. A irritação me faz voltar a ter alguma sanidade. A mão em meu pulso se afrouxa ligeiramente e eu aproveito a oportunidade para girar um dos pulsos e trazê-lo para frente. Arrumo rapidamente os óculos que ameaçavam cair do meu rosto — que eu sinceramente não sei como diabos não caiu antes — e volto a mão livre para Hernandez, agarrando-o pelo pescoço e cravando as unhas com força na nuca enquanto o puxava para mim. —–— Vem aqui, mexicano inútil. —–— murmurei, impaciente. Claramente descontando nele, ainda que o desejando.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQua Dez 21, 2022 1:36 am



I won't cry for you, I won't crucify the things you do
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I N T E R A G I N D O    C O M:    H E N R Y    N O   J A R DI M


Qualquer pessoa escorregaria o olhar para o lugar — a parte do corpo — em que Henry informava de uma infuncionalidade; eu sequer me dei ao trabalho de disfarçar o momento em que corri os olhos do seu rosto como a analisar o conteúdo — ou a falta dele —  entre as suas pernas. Suponho que, devido ao trauma, pessoas podem mesmo aderir ao celibato — ou certamente deve existir algum sintoma pós-situações-de-estresse que comprometem o desempenho entre quatro paredes de um jovem perfeitamente normal.

Uma pena, acho.

——— você é... você... hm... é tipo.. impotente?

Henry agarra a minha coxa e os oceanos para os quais estou encarando não são compatíveis com as ações dos seus braços;  uma pontada de constrangimento surgiu em meio aos arrepios que o contato desprovido do decoro provocou. Levou cada grama do meu autocontrole para não transparecer o nervosismo de um garoto que há dois anos não pensa dessa maneira sobre outras pessoas — a ansiedade está percorrendo todos os meus músculos a partir daqueles nas minhas pernas, sinto como se cada batida do coração dele ressoasse por todos meus ossos e caíssem dentro do meu. É bom. Droga. Odeio isso — não é uma coisa da qual se tem controle.

O algodão de sua camisa está morno e agradável com o calor de seu corpo quando eu o empurro para o chão e resisto à ânsia do vermelho que está percorrendo as minhas entranhas. ——— É, sou mesmo muuuito delicado. Você não sabe fechar a boca?

O vento leva com ele qualquer emoção que tenha encontrado conforto sobre a minha pele, nunca a penetrando — o silêncio determina que todas as coisas devem permanecer como são. Me sinto alheio à Henry e ao lugar que mantém a nós dois como se fossemos reféns de um sequestro semelhante ao qual o garoto carrega sequelas. Abraço os joelhos, encarando aquelas roupas brancas e as pessoas as vestindo como se elas pudessem mudar a cor a qualquer momento — como se, não sei, alguém estivesse tentando me enviar um sinal através do padrão perturbador que um médico estabeleceu por pura burrice. Uma mensagem acoplada à costura do uniforme, aos fios, quem sabe ao número de pacientes, o cheiro diferenciado das instalações, qualquer coisa... qualquer coisa...  

Giro a cabeça, encarando, agora, Henry.

Me apropriei desse de sentimento de confusão como a pessoalmente satisfazer as dúvidas que rondaram a parte mais caótica do meu cérebro — irei resolvê-lo como se resolve um quebra-cabeças, montar uma peça na outra e decidir o quê raios de perturbação esse desgraçado está provocando no interior do cosmos e do universo. Não posso — ou não quero — ser outra coisa além de uma criatura curiosa que observa pela primeira vez o desconhecido carregado pelo mundo dos sonhos.

Ele parece pesar como uma pluma quando um suspiro vindo diretamente do seu pulmão escapa dele para a atmosfera —  eu me aproximo como se pudesse compreender os fenômenos presos à funcionalidade do seu corpo, encostando a testa na do adormecido e enxergando-o como um ciclope que escapou de uma história grega para os braços da humanidade no século 20. Estou contando todos os cílios e todos os movimentos que evidenciam a sua tranquilidade enquanto visitante ao torpor de algum conto de fadas. Eu quero entrar nele — invadir o seu subconsciente e plantar um resquício da minha presença sob a superfície do seu terreno.

Acorde, imbecil.

Olhe para mim.


Ao longe, o estouro de um balão serviu como um despertador para as coisas que eu estive muito próximo de concluir — foi uma cordinha invisível que impediu-me de encostar nos lábios dele, de experimentar um gosto que de nenhuma maneira me pertencia. A visão panorâmica trouxe à mim um homem de uniforme semelhante observando a intenção dos meus músculos se entrelaçar ao maior pecado que um paciente poderia cometer — e usei a minha expressão mais orgulhosa; a certeza física de que talvez não desse mais atenção à ele e ao seu moralismo do que daria a um móvel esquecido no canto da sala.  

Não vou testá-lo; então passo mecanicamente, como um robô programado para o assalto, as mãos nos bolsos no uniforme do garoto. Encontro uma foto — inútil —, um medalhão — que engenhoca estranha —, e uma cartinha ultrapassada de Yugioh — quem ainda carrega isso? —, sentindo a frustração se instalar sob cada átomo que esteve esperançoso por algo realmente valioso. O bom humor escorreu como se alguém estivesse puxando uma linha escapando do casaco; me encontro abandonado com somente pedacinhos das minhas expectativas — e as baboseiras de Henry — para dar força à tarefa de erguer o corpo. A irritação, no entanto, é uma emoção que envolve o estômago tal qual uma serpente, sufocando e apertando até o momento em que um músculo pulsou na minha mandíbula.

——— Argh. Inútil... mil vezes inútil! ——— então chuto o calcanhar do garoto para descontar em alguma coisa física o peso de uma bigorna no peito. Corro. Meus pés pisam forte, sinto-me rangendo os dentes, e pergunto ao vento que tipo de favores poderia trocar por uma cartinha lendária de Yugioh!
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQua Dez 21, 2022 11:19 pm



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I N T E R A G I N D O    C O M:    E L L I O T         E        L A W R E N C E      N O         J A R D I M  

O meu cérebro reproduz como um disco quebrado a frase "puta britânica" dentro das paredes do crânio. Não consigo me impedir de afastar os lábios da tarefa — muy humilhante, diga-se de passagem —, a qual dediquei certo esforço, para transformá-los num sorriso de escárnio. Estou, a priori, gargalhando — então no instante seguinte recebo na costela um chute tão desagradável  que uma  lufada de ar irrompe em protesto através dos meus dentes. Hijo de puta. Resisto ao impulso de fechar os punhos e mergulhar o gringo desgraçado numa confusão com chutes e socos. Quase me entrego a isso. Mas então eu percebi uma dilatação profunda circundando as íris bicolores nas suas  órbitas e algo despertando no meu peito como um animal acordando da hibernação do  inverno; assisti o espetáculo ao qual Lorenzo o submeteu e o desajeitou, naquelas violentas carícias que ateiam fogo ao  sangue de um jovem.

——— Já que você ainda tem coragem de falar merda, por que não dá logo um jeito nessa boca? ——— ergo-me sobre as pernas quando o britânico se desmonta de um jeito caótico à minha frente, o seu gosto pairando como um fantasma sob a superfície do meu corpo. Estou afundando, depressa, um dedo na sua língua e contornando seus lábios de modo que pudesse abrí-los o suficiente para me encaixar lá dentro — o zíper da calça e o tilintar do cinto zuniu como um prefácio dos capítulos que se seguiram logo depois. Uma réplica perfeita das boas maneiras as quais o britânico apresentou à mim.E me divirto. Roubo seus óculos e enxergo o mundo através da sua lente, franzindo o cenho como se tivesse chupado um limão ao quão forte é a pressão do grau sobre meus olhos ——— É... daqui só eu que não tenho a visão comprometida. Haha.

Encaro uma versão distorcida de Lawrence e mal percebo o momento que levo meus lábios ao rapaz, encontrando a perfeita curva entre as colinas dos dele. Um tesouro trancado por trás daqueles dentes me aguardava e me chamava para desvendar todo o segredo do universo num único segundo. Não tenho forças e nem desejo de contradizer esse impulso que sempre me atrai para beijá-lo ——— Isso é coisa de francês… ——— eu disse, ainda sentindo o contato da sua boca contra a minha, entorpecido nos comprimidos que provocaram as engrenagens da tranquilidade sob a pele ——— esse… esse… isso.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Dez 22, 2022 11:14 pm

——————
but besides all the glamour, all we got was bruised
i will tickle you internally, and i see nothing wrong with that

LAWRENCE NEIL BONHOMME
Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 OoLQ4uQ Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 PFYmf84 Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 F5g0nUA
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INTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM


——————Obviamente não podia esperar quaisquer reações diferentes do britânico, mas as previsões que seu cérebro fez o concederam um prêmio em forma de um sentimento de missão cumprida em teoria, já que ainda estava meio longe de satisfeito. Pelo caminho que seguia, Elliot estava bastante, se não já, à sua mercê como um vassalo a um senhor feudal. Conter a risadinha infame foi impossível ante ao xingamento que foi vítima de, estava se divertindo mais do que deveria; normalmente o puniria de novo, mas deixou passar por ter noção que devia estar doendo. Não era sua intenção deixá-lo chegar num nível de estragar o prazer ou de sangrar.

——————Tirou uns momentos de distração por conta de seu próprio orgasmo, tanto que o próximo contato que teve com a realidade foi com Hernandez, que tinha fugido de sua atenção até então, lhe beijando pela segunda vez. Se perguntou internamente se aquilo não era só uma recapitulação de sua mente, como um déjà-vu, mas a teoria se dissipou tão rápido quanto gelo no sol quando o ouviu. Não evitando o sorriso de canto presunçoso, completou sua frase, ainda um pouco ofegante:

————————— Charme? Oh, bien sûr (Ah, claro). ——— Apesar de enferrujado, era claro que já tinha usado aquele sotaque em algum momento da vida apesar de francês tropeçar um pouco tanto em seus lábios como em sua memória. Pela distância dos lábios ser quase nula, o esforço para encostá-los novamente foi mínimo, agora rápido como uma despedida antes de empurrá-lo leve pelo peitoral para que se afastasse. Ainda mantendo o contato visual, manuseou o corpo do britânico arrogante como se não fosse nada e até com certa brutalidade, ajeitando-o a seu bel-prazer para que ficasse virado para si e expondo para o único que falava espanhol sua entrada desocupada, porém com o gozo escorrendo para fora.

—————————Sua vez. Ele é todinho seu. ——— E, então, agarrou o maxilar de seu “produto”, colando os lábios aos dele, mantendo-o próximo o suficiente só para poder olhá-lo de perto, para ver suas expressões. Desejou ter memória fotográfica para nunca se esquecer delas.

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySex Dez 23, 2022 9:00 am

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Elliot
Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim

Sou contra a violência contra animais, mas existem certos tipos de cães que imploram por uma boa surra para aprenderem a se comportar. Hernandez é um deles. Quase não raciocino direito quando ele invade a parte mais íntima do meu corpo com seu dedo sujo, me deixando sem reação. Olho para ele não muito feliz, mas um leve sorriso debochado escapa pelo canto dos meus lábios ao entender a forma que ele queria calar minha boca, achando quase fofo ele tentando ter tal atitude. —–— Ei… —–— reclamo, tentando inutilmente alcançar os óculos que foram roubados do meu rosto, mas rapidamente desistindo. Ninguém ensinou a esse verme que não se brinca com os óculos de um míope? Eu deveria ensiná-lo, mas o estado atordoante dos meus sentidos me deixa um pouco incapacitado de repreender essas gracinhas no momento.

Agarro novamente o tecido à minha frente e puxo em minha direção, trazendo Hernandez para baixo. Olhe para mim. Minha mão desliza de uma forma um tanto brusca pela bochecha dele, atravessando até alcançar e se enfiar nos fios dos cabelos negros na nuca, o polegar deslizando por cima dos lábios até pousar bem no começo da mandíbula. Seguro o rosto com firmeza para trazê-lo até mim, mostrando o caminho para chegar em meus lábios que ele parece não conseguir enxergar. Avanço quase que ferozmente em direção aos lábios dele, a língua invadindo para alcançar a dele como se ansiasse por isso — porque ansiava mesmo. O beijo é molhado, intenso e entre gemidos abafados que continuavam saindo da minha garganta.

Separei nossos lábios de repente, me despedindo com dois selinhos antes de ir em direção ao pescoço, lambendo, chupando. Deixando meu rastro pelo caminho e, ao mesmo tempo, distraindo-o enquanto pegava casualmente meus óculos de volta. Mexicano tonto. Um gostoso, mas ainda um tonto fodido. Apesar de tudo, agradeço mentalmente que Lawrence tenha acabado, porque eu já estava achando que iria sair daqui manco, o que seria bem complicado de disfarçar. Mete bem, eu admito. O problema é que eu ainda tenho um namoro para manter. Abaixo meu rosto, empurrando os óculos de volta para o lugar de onde nunca deveria ter saído e vendo o mundo voltar a ter formas nítidas. —–— Que sotaque horrível —–— murmuro, criticando o francês de Lawrence com uma propriedade que por um instante até pareceu que eu sabia falar francês.

Como se não tivesse nenhuma firmeza nas pernas, quase caio com a forma em que fui surpreendido sendo bruscamente reposicionado, sem ter nem sequer uns segundos de misericórdia para me recompor do cansaço. Lawrence me oferece como se estivesse dando um objeto para um amigo, o que me deixa seriamente em dúvida se eu fico indignado ou excitado pela indelicadeza e a forma que estão me usando. —–— Que me-... —–— antes que eu pudesse questionar, a surpresa dos lábios colados nos meus me cala. Eu o encaro de volta, sentindo que ele está me devorando de alguma forma. Admito que agora ele conseguiu fazer com que eu me sentisse pequeno mesmo. O arrepio que sobe por minha espinha parece me fazer perder qualquer intenção de contrariá-lo.

E na verdade, também não tenho intenção nenhuma de me distanciar dele. Pelo contrário, quero intensificar a proximidade. Deslizo minhas mãos subindo pelo peito dele, meus braços passam por cima dos ombros de Lawrence e o envolvem como se eu quisesse prendê-lo a mim. Talvez eu quisesse mesmo. Minha mão direita parece ganhar vida própria quando decide subir pela nuca e entrar nos cabelos dele, onde agarro com firmeza, puxando levemente para trás enquanto mantenho meus olhos encarando fixamente os dele, desafiando com um leve sorriso atrevido antes de fechar os olhos e me derreter em seus lábios.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySáb Dez 24, 2022 4:09 am



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I N T E R A G I N D O    C O M:    E L L I O T         E        L A W R E N C E      N O         J A R D I M  

Tive tantas brisas em minha vida que essa tenra idade de vinte e poucos anos era incompatível com a intensidade e a violência da maior parte da minha experiência. Não é o que consumi, mas me sinto alto no MD — sinto aquela confusão que desorienta o nosso modo de interpretar o mundo; que nos separa em uma caixinha onde a comunicação com outras pessoas alheias à nossa explosão interior torna-se impossível. É tão bom, derreter, escorrer. Meu corpo está mergulhando no fundo do oceano e os sons ficam silenciosos como se alguém estivesse apertando botões e diminuindo o barulho do celular. Só resta a eletricidade — a adrenalina — e os fenômenos químicos — os batimentos acelerados, a boca surpreendente seca e minhas pupilas infladas como balões de ar quente — do comprimido para dar sentido à minha existência; me sinto como uma coisinha selvagem que torna-se mansa frente às investidas do francês. Ele tem lábios tão macios quanto lençóis de seda egípcios — não que eu conheça esse tipo de luxo — e sussurra de um jeito tão íntimo — ah, maldita língua — que a voz reverberou por completo o interior do meu corpo.

Mal tenho tempo de perguntar o que raios ele quis dizer com "bien sûr" e mãos furiosas e dois olhos bicolores reivindicam o foco de um mundo que enxergo distorcido pela lente do óculos. Eu poderia, na verdade, ter negado a sugestão do seu beijo — ter virado a cabeça e deixado claro que esse é um privilégio que eu nunca compartilharia com alguém como ele. Um bastardo como ele. Mas não é isso o que faço. Eu cometo o erro de deixá-lo — de senti-lo me xingar enquanto o beijava. Cada ofensa se tornou palatável conforme meus lábios pressionaram os dele e os minutos se afundaram profundamente na minha pele — é provável que o achariam ali se alguém levantasse a superfície dela. O ar se encheu com surpresa quando o britânico resolveu marcar a minha garganta, o pescoço e tudo aquilo que poderia colocar entre os dentes. O meu corpo não sabia mais explicar qual o significado de "impassível" — um ruído, ou dois, me escaparam. O óculos também. Droga, ele é bom nisso.

Precisei realocar a cabeça para o lugar de onde ela foi arrancada, uma mão esfregando meu rosto enquanto a memória do seu beijo e do seu sorriso esmagando a pouca coragem nas minhas investidas era viva e selvagem. Tenho quase certeza de que vi um lacinho de presente amarrado aos cabelos do britânico quando Lawrence o ofereceu — e eu o aceitei como se nós estivéssemos trocando um desses objetos que você dá ao vizinho que mudou recentemente para o bairro. Minhas mãos grudam na sua cintura; sinto a frente completamente colada na curva da coluna dele. Meus dedos deslizam e sobem por baixo da camiseta do seu uniforme, alcançando sua pele e todos os relevos sobre ela com a mesma delicadeza de um cartógrafo mapeando um novo território.

Não sei — ou não consigo — vestir o manto da ignorância como o britânico ou o francês se mostraram capaz de fazê-lo. Afirmar que não me encaixo na imagem de menino ansioso por agradar seria uma mentira — eu quero, mesmo, retribuir — em dobro — todos os beijos que marcaram o comprimento da minha garganta quando me atirei na sua armadilha; observá-lo por trás, ter uma visão panorâmica das suas costas e do quadril encaixado perfeitamente ao meu enquanto minha testa repousa sobre o cabelo escuro na parte de trás do seu pescoço. É bom, eletrizante, confortável e molhado. Sinto as suas paredes se fechando e contraindo-me conforme o movimento vai se adequando a um ritmo rápido e concentrado em arrancar alguma coisa — qualquer coisa; talvez uma prova de que isso é real e não uma ilusão provocada pelo abuso de entorpecentes..

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Akemy

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyTer Jan 03, 2023 12:52 am

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin10Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin11Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin12


Leilin Candmione

23 anos | Novata | Psicopatia | Bissexual | 1,70

Interagindo com Jasper Larusso | Local: Beira do lago
















- Leilin, senhor... Leilin Candmione - o nome saiu de forma polida e elegante, como meus pais haviam me ensinado a pronunciar. Entretanto, sabia que ao ele ouvir meu sobrenome, era bem provável que ele soubesse o que eu tinha feito, eu já tinha quase sido linchada por isso, mas confesso que, eu não me arrependo por um segundo, não era algo que eu poderia me arrepender um dia, não quando eu tinha o histórico que eu tinha. Me deixava curiosa para saber como ele reagiria a essa nova informação, mas não me deixei levar por isso, apenas me concentrei em sua fala seguinte

Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo me fazer aquela afirmação, um sorriso largo e ao mesmo tempo irônico surgiu, para em seguida eu colocar minha mão a frente de minha boca e dar uma leve risada. Uma risada irônica e ao mesmo tempo um tanto, má? Não sabia ao certo, mas saber que aquele meu ultimo pedido tinha o deixado intrigado, era extremamente divertido. Ele realmente achava que eu não esperava que ele quisesse algo em troca? Uma das coisas que tinha aprendido em minha vida era: nada era de de graça. Mas eu confessava que ali eu estava em desvantagem. Não estava lá fora onde eu poderia me beneficiar de meu nome e status, além de meu dinheiro. Eu não tinha muito a oferecer.  - É claro que não padre... a ultima coisa que poderia pensar é que as coisas são feitas sem ter algo em troca - um tom "perigoso" se fez em minha voz, como se eu quisesse dizer a ele que eu sabia muito bem onde eu estaria entrando, mas como eu já havia dito, eu não poderia oferecer muito, além de obediência e talvez... meu corpo? Não sabia se o fato do mesmo ser um padre deixaria aquilo impossível, mas para mim, esse fato... de ser alguém daquela classe que poderia cair na "rede" deixava aquilo tudo tão interessante. Tê-lo na palma de minha mão não só me traria uma satisfação como também me traria proteção, seria bom demais se eu conseguisse esse feito. Eu já havia notado que não seria nada fácil, porém, qual era a graça se não tivesse um desafio, certo?

Com esses pensamentos em mente um sorriso novamente veio aos lábios, tão cínico como o que se fez no rosto do clérigo a minha frente. Então me aproximei, próxima o suficiente para que eu precisasse levantar meu rosto ainda mais em sua direção, colocando minhas mãos em minhas costas durante essa "investida". Talvez nossos rostos tenham ficado a centímetros um do outro por esses breves instantes, eu não sabia bem o que ele estava pensando sobre essa proximidade e para ser sincera não me importava tanto também. Pelo que havia notado ele não parecia ser um padre que se impressionava muito com "garotas devotas", na verdade parecia se entediar com o fato e esse detalhe me apeteceu, não precisava fingir ser uma puritana que seguia a palavra a todo o custo, o que era ótimo. Então, imaginava que aquilo pudesse deixar um pouco claro para ele do que aquilo tudo se tratava.- A questão Padre Jasper, é o que você quer para que eu consiga ter a sua benção? - aquela ultima palavra novamente saiu de maneira depravada de meus lábios, mas minha voz voltou a ter um tom sedutor e aveludado, ao qual eu adorava usar. Entretanto, me contive ali, apenas olhei em seus olhos profundamente por segundos e me afastei abruptamente sem esperar sua resposta, me desvencilhando do moreno fazendo com que meus cabelos esvoaçassem um pouco com a rapidez do movimento.

Comecei a me distanciar a passos lentos até a saída da capela e me pus a falar novamente ainda de costas para ele - Eu volto mais tarde para te ajudar a se preparar para o culto e ajudá-lo também depois dele... nos vemos daqui a pouco... - acenei para ele de forma graciosa e delicada, como as garotas de alta classe eram treinadas a fazer. Não pude deixar de pensar que aquilo... seria meu divertimento a partir de agora.


-.-.-.-

A semana passou um tanto devagar, mas quando eu não estava em um canto enfurnada em um livro, estava na companhia do padre. Como eu havia prometido, havia se tornado um habito eu ajudá-lo antes e depois dos cultos a colocar os objetos e retirá-los logo após a cerimônia. É claro que eu fazia o possível para me manter perto, jogando meu "charme" sempre que possível. Ele não correspondia, mas não parecia se desvencilhar também, somente as vezes quando parecia ter se irritado com algo ou alguém, porém eu não me importava, achava aquilo mais divertido, com ele não sendo "fácil". Era muito visível que ele sabia muito bem o poder que tinha e usava-o sem pudor nenhum, o que fazia com que eu me interessasse ainda mais. Sua aura ameaçadora e seu desprezo eram coisas que me atraiam.

Entretanto eu também não me atrevia a ser muito incisiva, já que pelo que ouvi alguns pacientes comentando comigo, ao ver que estava passando um pouco de tempo demais com o moreno, ele não era muito piedoso quando se tratava de punir aqueles que ele julgava estarem fazendo algo errado ou que apenas o irritavam quando ele não estava em um dia bom. Seu "castigo" preferido era fazer com que as pessoas se ajoelhassem no milho. Em minha opinião aquilo era um pouco arcaico, porém quem era eu para dizer algo, certo? Eu sabia muito bem meu lugar e não estava afim de desafiá-lo, pelo contrário, eu o queria como aliado e estava fazendo o possível para que ele confiasse minimamente em mim e eu tivesse alguma recompensa e sentia que de certa forma, eu estava melhor do que certos pacientes.

Certos comentários e ações minhas que pelo que haviam me contado, poderiam fazer com que ele se irritasse, comigo ele não pareceu se importar, não a meu ver. Claro que eu estava longe de conseguir ter liberdade total, mas sentia que ele concedia a mim um pouco mais do que com outros pacientes e eu não sabia ao certo o porquê. Eu preferia pensar que não havia despertado seu interesse ainda, para que não me sentisse superior e caísse do cavalo logo depois, era muito cautelosa quanto a isso. Eu somente saberia com certeza se ele... está aí uma boa pergunta, como eu saberia de seu interesse? Jasper era no mínimo, esquivo e não demonstrava nada a maior parte do tempo, a não ser seu desprezo e desaprovação, era ranzinza, mas eu preferia pensar que se ele demonstrasse algo, seria com ações e não palavras.

Caminhava entre o gramado com um livro em minhas mãos, o lago sempre era um bom lugar para uma leitura, e mesmo que não fosse, eu poderia ao menos me deitar e ficar olhando o céu. Era calmo e silencioso, ao mesmo tempo que podia-se ouvir o coaxar dos sapos e o canto dos grilos, era relaxante, me fazia esquecer da loucura, ou melhor, dos loucos que me rodeavam agora, era algo que em minha outra vida eu nunca o faria, mas ali, convenhamos, não havia muito o que fazer e mesmo que não fosse possível ler eu poderia relaxar mesmo assim. Olhava em volta a procura de um lugar a beira do lago quando algo me chamou atenção. Jasper... estava ali? Eu nunca havia o visto aqui, não achava que seria muito seu estilo de lugar, ele parecia muito mais daquele tipo de pessoa que ficava enfurnado no seu escritório ou na própria capela.

Parando para pensar agora, era a primeira vez em uma semana que eu não havia ido ajudá-lo em seu culto, a sessão de terapia, ao qual era obrigada a fazer, tinha durado mais tempo do que eu imaginava hoje e quando dei por mim o horário já tinha passado, não adiantava de nada ir lá para encontrar a capela vazia, e também, nem sabia ao certo se ele teria se importado com minha ausência ou não, era uma coisa que eu queria mudar com certeza, mas agora, era cedo demais para eu dizer se ele tinha sentido minha ausência ou não, eu faria com que ele a sentisse, isso poderiam ter certeza.

Me aproximei a passos silenciosos, vendo-o com algo na mão que depois percebi ser um cigarro a medida que a distância se encurtava. Um padre fumando? Isso eu nunca havia visto, pelo menos os que eu havia conhecido até então prezavam pela saúde e nenhum vício "degenerado" acima de tudo. Aquela cena fez com que um sorrisinho se formasse em meu rosto, então, eu parei atrás dele e puxei o cigarro que estava em seus lábios naquele momento deixando com que meus dedos gelados, indicador e médio, pausassem em seus lábios por alguns instantes antes de tirá-los e direcionar o cigarro para minha boca, puxando a fumaça e soltando-a em seguida. A ultima vez que havia feito isso... estava com meu ex, porém na época não era tabaco ao qual eu estava fumando. - Olá Padre Larusso... - cumprimente-o com um sorriso largo nos lábios logo após me sentar ao seu lado, talvez um pouco mais próxima do que deveria.

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Vicky
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQua Jan 04, 2023 9:25 pm

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Interagindo com Leilin na beira do lago

Quando tinha 14 anos, Jasper decidiu que queria ser padre. Ninguém sabe de onde ele tirou essa ideia, já que os pais não eram tão religiosos assim e trabalhavam em um ramo muito diferente; o pai era um empresário, enquanto a mãe agora se dedicava a ser apenas a esposa rica. Era natural que os pais desejarem que os filhos seguissem os passos deles e isso não era diferente com os de Jasper. No entanto, ele sempre foi muito firme — mas respeitoso — quanto ao que ele realmente queria ser. Viver pelo trabalho e dinheiro nunca pareceu ter muito significado para ele; isso era ser só mais uma peça de um sistema que já girava com inúmeras outras pessoas exercendo o mesmo papel. Ele queria fazer algo diferente. Queria ajudar as pessoas de uma forma que considerava realmente fazer a diferença.

É claro que para seus pais isso não era uma coisa boa. O único filho de uma família de nome rejeitando tudo que os pais já tinham construído e deixado pré-estabelecido para ele para seguir um caminho totalmente diferente? Buscando o sonho puro e ingênuo de um jovem? É claro que era um sonho bonitinho, mas não levavam muito a sério. Imaginavam que ele não demoraria muito tempo para mudar de ideia. Depois de ver o primeiro rabo de saia, ele certamente iria mudar o discurso e começar a falar sobre assumir a empresa do pai. Entretanto, conforme os anos foram se passando, ele parecia cada vez mais sério. Deixou de parecer uma coisa só uma fase na vida de Jasper no momento em que ele se mostrou realmente dedicado, quando estava perto de terminar o colegial e já tinha seus planos para os estudos para se tornar padre.

Também havia algo de bonito em dizer para as outras pessoas que o filho queria ser padre; passava uma imagem de moralmente superior. Sua mãe começou a falar isso com tanto gosto que a ideia parecia nunca ter causado nenhum descontentamento antes. E então, a ideia tornou-se cada vez mais aceitável. Só havia uma condição; Jasper teria que se dedicar aos estudos, mas também deveria começar a trabalhar com o pai e estar preparado para assumir a empresa se mudasse de ideia. Não foi fácil conciliar os dois; um futuro padre já sacrificava muitas coisas boas que poderia viver, mas alguém que precisava estar pronto para assumir as duas opções precisava sacrificar diversos outros prazeres por pura falta de tempo.

Por alguns anos, ele continuou sendo uma pessoa meio alheia ao mundo, mas sentia que estava indo no caminho certo, que uma hora sua existência iria fazer sentido. Todo o estresse tinha um sentido e um prazo; quando ele se tornasse um padre, tudo aquilo iria simplesmente desaparecer. Ele finalmente poderia focar em fazer apenas o que realmente sempre sonhou. Virar um padre não era uma jornada rápida. Às vezes era um pouco desmotivador, mas forçava-se a lembrar de seus motivos; de como guiar uma pessoa perdida até Deus era a coisa mais forte que um ser humano poderia fazer por outro. Sabia como isso fazia a diferença e queria fazer o mesmo pelos outros, assim como o padre que também trouxe luz para sua vida. Prazeres mundanos, aparências, um sobrenome forte, dinheiro… nada disso tinha importância. Tudo sempre foi muito claro em sua cabeça e permaneceu assim por muito tempo. Mesmo quando estava exausto trabalhando com seu pai ao mesmo tempo que focava em seus estudos.

Jasper tinha a impressão que seus pais, no fundo, ainda esperavam que ele fosse mesmo mudar de ideia. Ou que tentavam convencê-lo a se render pelo cansaço, o afundando no trabalho até ele só ver isso à sua volta. Teve ainda mais certeza quando finalmente formou-se como padre e teve uma grande briga por causa disso, porque Jasper queria simplesmente largar tudo e trabalhar longe. O pai, que a esse ponto já estava quase aposentado, deixando a maior parte do trabalho para Jasper, já estava certo que ele teria o bom senso de assumir de vez essa responsabilidade e permitir que ele descansasse e ao mesmo tempo mantendo o legado da família.

Pareceu o cúmulo do egoísmo quando Jasper se recusou a exercer esse papel. Ele tinha se tornado essencial nos negócios, mas mesmo assim insistia num sonho bobo e desnecessário que seus pais, por mais que tentasse, não conseguiam entender realmente como ele podia pensar daquela forma. Insistiam que aquilo não iria compensar o vazio existencial dramático que ele tinha. Apesar de não ter sido deserdado, Jasper sentia que era isso que tinha acontecido. Sentia isso pela forma amarga que eles ainda falam com ele, pelo fato de eles nunca lhe enviarem cartas e principalmente pelo dia que lhe negaram dinheiro para o tratamento quando quase precisou amputar a perna. Esse último em particular causava uma amargura difícil de ignorar.

Mas, agora, em meio a essa escuridão, o clima gélido da noite e o vento sussurrando entre as árvores, Jasper se encontrava distraído em seus pensamentos enquanto estava sentado no chão, observando o brilho da lua batendo sobre as águas do rio. Em uma mão, o cigarro lhe fazia companhia. No chão, logo ao lado, estava a luz amarela do lampião que trouxe consigo iluminando o ambiente. Um pensamento desconfortável insistia em invadir sua mente: entendia agora que seus pais estavam absolutamente certos. Não se sentia nenhum pouco melhor no papel que sempre pareceu ser a única coisa que fazia sentido em sua vida.

Como ele pôde desperdiçar metade da fase de parte de sua vida dessa forma? E pior: não aproveitou o tempo que tinha a perna direita viva. Daqui pra frente só iria envelhecer e definhar ainda mais, sem ter sequer a possibilidade de alcançar as coisas que poderia anos atrás. Agora, todos aqueles sonhos que costumavam fazer os olhos de Jasper brilhar pareciam ser tão estúpidos e sem sentidos. Não conseguia mais entender como podia ser tão cego antes, achando que seria tudo tão simples e feliz. A fé era uma coisa que não parecia ter mais sentido. Aquele calor confortável e inspirador de antes não parecia queimar mais em seu peito; tornou-se um buraco vazio, escuro e sem vida.

Soltou a fumaça do cigarro no ar, observando-a se desfazer até sumir. Ao menos o efeito da nicotina fazia uma sensação confortável se espalhando por seu corpo, preenchendo minimamente aquele maldito buraco gelado em seu peito com um pouco de calor. O toque repentino dos dedos em seus lábios o arrancou de seus pensamentos e levou embora seu cigarro, trazendo-o de volta à realidade. Rapidamente olhou por cima do ombro para a figura que apareceu logo atrás, buscando identificar quem era o ladrão de seu bem mais precioso no momento.

——— Ah. Candmione. ——— o olhar estava meio surpreso, mas ele ainda falava com aquele mesmo tom meio indiferente de sempre. Leilin Candmione era uma figura irritante, mas Jasper não tinha vontade de afastá-la sempre. Agora, por exemplo, mesmo com a insolência ele não pensou em afastá-la, pois ela tirou sua atenção da solidão e do vazio que ele estava tão imerso. Achava curioso e até meio admirável a dedicação para conseguir sabe-se lá o quê com ele. ——— Me perseguindo até no mato? Você é mesmo insistente, hein? ——— disse com desaprovação, apesar de ter achando um pouco de graça.

Não sabia exatamente o que pensar sobre Leilin. Depois de conhecê-la, verificou a ficha dela para lembrar o porquê de aquele sobrenome ser tão familiar, e então descobriu sua história e diagnóstico. Se surpreendeu, pois não imaginava nada do tipo vindo daquela garota. Ela lhe causava curiosidade, além de gostar de sua presença de vez em quando. Por se tratar de uma psicopata, sabia que devia ficar mais esperto que o normal com suas intenções, mas ainda assim ela tomava sua atenção com tanta casualidade que Jasper até se irritava um pouco. Ele ergueu a mão e puxou de volta o cigarro dos lábios dela, trazendo de volta para si.

——— Você não foi no culto hoje. ——— era uma afirmação, mas ele a olhava fixamente como se, na verdade, fosse uma pergunta. Estava esperando por uma explicação, mesmo sabendo muito bem que ela não era obrigada a fazer o que vinha fazendo. No entanto, uma coisa que ele não poderia deixar de reparar na quebra em sua rotina, que para ele era algo importante. No fundo, também achava um pouquinho decepcionante. Ainda mantendo os olhos fixos nos dela, deu outra tragada no cigarro e soltou a fumaça lentamente no ar. ——— Eu esperava um pouco mais de dedicação.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Jan 05, 2023 11:35 pm

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin10Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin11Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin12


Leilin Candmione

23 anos | Novata | Psicopatia | Bissexual | 1,70

Interagindo com Jasper Larusso | Local: Beira do lago
















Sua afirmação sobre a "perseguição" ao qual, segundo ele, eu estaria fazendo, me fez dar uma gargalhada, uma gargalhada realmente verdadeira, que a muito tempo eu não tinha o prazer de dar. Os homens realmente... são uma espécie curiosa e devo admitir, um pouco patética. Pensavam que estavam no centro do universo de uma mulher, não podíamos pensar em mais nada a não ser estar a disposição e tentar agradá-los a todo custo, mais uma vez digo, patético. Entretanto, realmente eram uma boa fonte de entretenimento, em todos os sentidos, o moreno era um bom exemplo, suas palavras foram divertidas, mesmo que não fosse sua intenção, o que tornava tudo mais engraçado.

Tinha perdido a conta de quantas vezes eu tinha amado esmagar cada traço de auto estima que estes seres tinham. Não era difícil encontrar homens que só por me acharem bonita e rica pensaram que eu era burra ou inocente, que só pensava em roupas, sapatos e assessórios caros... ok, eu não podia dizer que me isentava de gostar dessas coisas, a ostentação me era agradável, mas se poderiam ter certeza de algo, é que meu pais, além de fuderem minha vida, tinham pagado caro pela minha educação, afinal eu teria que seguir o caminho de minha mãe ou de meu pai, não menos do que isso e para tal, eles investiram cada centavo. Pelo menos a isso eu era grata. 

- Sinto lhe informar padre, mas não estava em meus planos te ver hoje, eu tinha outras coisas pra fazer... estava procurando um lugar para ver a lua antes de te encontrar, ela está linda hoje - as palavras saíram de minha boca com divertimento desviando meu olhar do dele e encarando o satélite natural, mas também queria dizer a ele para não se vangloriar tanto, talvez fosse bom eu ter passado esse dia longe dele, assim ele via que não era o centro, como pelo visto ele achava que era para mim, ou talvez não, poderia ser apenas impressão, não sabia. Era obvio que eu queria chamar sua atenção e consequentemente me tornar algo a mais para ele, afinal sua posição me apetecia, porém, nessa semana, eu apenas aparecia na hora do culto para ajudá-lo e acabávamos conversando, para que não parecesse uma maluca perseguidora chegava apenas nos momentos mais convenientes e o cumprimentava sempre quando o via pelos corredores e parávamos par conversar, de maneira um pouco maliciosa? Com certeza, mas uma coisa que eu detestava era parecer melosa e carente, gostava de pelo menos parecer que eu estava no controle e ser um tanto "desapegada", o que, a primeira opção ao menos, não era o caso naquela relação, sabia muito bem, mas se eu não sentisse que tinha um controle, ao menos fictício, eu entraria em parafuso. - Mas você estar aqui, com certeza é um bônus - voltei meus olhos a ele vendo que o mesmo não desviou os olhos castanhos um segundo, o que me agradou. Deixe-o com o ego um pouco ferido para depois amaciá-lo de novo, era ótimo brincar com isso.

Uma de minhas sobrancelhas se arqueou ao ouvir sua observação. Oh, então ele realmente sentiu a minha ausência? Aquela informação era no mínimo, interessante. Realmente não esperava que ele fosse tocar nesse assunto de primeira. Olhei-o por alguns segundos sem dizer nada, percebendo que Jasper me observava de modo inquisitivo, como se demandasse explicações, como se fosse um crime o fato de eu ter faltado aquela reunião religiosa. Haviam duas opções ali, ou ele esperava que eu fosse mais devota e portanto, que não faltasse a uma cerimonia sequer, ou ele realmente havia se acostumado com minha presença  e se sentiu contrariado de não estar lá para auxiliá-lo antes e depois. Mesmo que tenhamos passado uma semana juntos, ele não teve como me enganar em seus cultos. Eu via a amargura com que ele recitava certos textos da bíblia, seus pensamentos em algo distante que faziam com que se sentisse mais irritado do que o normal, era visível sua insatisfação, mas eu não sabia ao certo se era com seu cargo ou com a vida no geral, quase como se não tivesse mais fé, mas não podia dizer, não conhecia sua história, entretanto, eu tinha quase certeza de que a segunda opção era a certa, consequentemente, um sorriso de orelha a orelha surgiu em meu rosto.

Também era engraçado que, somente agora eu havia notado que ele não tinha se distanciado um centímetro desde que me sentei ao seu lado, nossos braços estavam praticamente colados e ele não parecia se importar nem um pouco, nossos rostos também ficavam a centímetros quando nos olhávamos. Era estranho e ao mesmo tempo excitante pensar que eu estava fazendo esses joguinhos com alguém que se diria tão imaculado, eu não falaria que aquilo era algo parecido com o que seus votos pediam a ele. Me perguntava se ele fazia aquilo de propósito ou não, mas que pergunta Leilin, ele não era burro, sabia exatamente o que estava acontecendo, o que me levava a outra pergunta, se ele realmente estava me mandando sinais com aquilo ou não. Argh... merda, geralmente era tão fácil ler o que os outros queriam, mas com ele era diferente, era fechado demais - Eu sou dedicada senhor... mas hoje eu estava... ocupada, só isso - joguei aquelas palavras no ar, eu não diria a ele o que estava fazendo, e eu sabia muito bem que era só uma ele pesquisar um pouquinho mais a fundo que ele saberia o que era, e que não era nada demais, apenas estava na psicóloga. Não duvidava também que ele poderia saber até dos assuntos da sessão, do jeito que aquele lugar era, não duvidava de nada. Porém, naquele momento, eu deixaria seus pensamentos divagarem e irem para onde ele achava pertinente, se ele pensaria que eu estava apenas fazendo algo para a instituição, ou estava com alguém ao qual não deveria estar. Somente seus pensamentos poderiam dizer, vamos ver em qual dos dois sua cabeça penderia.

Entretanto, para que aqueles pensamentos não embaralhassem sua cabeça e pudessem estragar o momento um minuto mais tarde direcionei meu olhar para os lados como se quisesse verificar que não havia ninguém nos observando, mas é claro que não havia, uma das regalias que gostava quando estávamos juntos era a privacidade, sem aqueles enfermeiros idiotas me olhando, o que era um frescor, eu apenas havia feito aquilo por diversão antes de aproximar meu rosto do dele com uma de minhas mãos tampando minha boca como se quisesse ter certeza de que ninguém ouviria ou leria meus lábios, então sussurrei - Mas você também pode dizer que sentiu minha falta... ninguém vai julgar - nesse meio tempo nossos lábios ficaram a milímetros de distância, se algo ou alguém empurrasse um dos dois nossos lábios se tocariam, mas felizmente ou infelizmente, nenhuma força fez este trabalho, então voltei ao meu lugar e me ajeitei novamente ficando na posição de lotus.

Encarei então o lago cristalino que refletia a lua. Aquela realmente era uma noite magnifica, uma ótima ocasião para um mergulho ao luar, ao qual eu adorava fazer antigamente. Foi então que me deu um estalo. Aquilo poderia ser bem divertido. Um sorrisinho surgiu em meu rosto me perguntando se ele aceitaria fazer a loucura que eu iria propor. - Senhor Larusso, você aceitaria a proposta de nadar comigo nessa noite de luar? - eu o olhava esperançosa, sabia muito bem que sua resposta poderia ser negativa, conhecendo o pouco que conhecia dele, mas tinha esperanças de que no fundo ele conseguiria sair dessa carranca que insistia em permanecer em seu rosto e se divertir um pouco, quem sabe eu não poderia arrancar um sorrisinho dali e talvez até algo mais.

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptySex Jan 06, 2023 10:43 pm

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Interagindo com Leilin na beira do lago

Lembrou-se imediatamente de porque Leilin Candmione era tão irritante; algo em seu jeito doce e debochado, apesar de fazer ele se divertir, também despertava uma vontade enorme inexplicável de querer calar a boca suja dela. De colocar uma coleira e adestrá-la feito um animal, não permitindo que ela vá para muito longe, mas que também não desrespeite seus limites. ——— Ocupada, é? ——— perguntou de forma calma, quase irônica, embora a resposta tivesse lhe causado uma pontada de incômodo. Perguntou-se o porquê de ela escolher não contar com o que estava fazendo, mas não se atreveria a perguntar. Isso seria demonstrar interesse demais, que era uma coisa que Jasper se recusava a fazer. O olhar era de reprovação, mas ele não se atreveu a reclamar. Em vez disso, usou o cigarro como fuga.

Franziu a testa ao vê-la conferindo os arredores, acompanhando automaticamente com o olhar, mas a confusão deu lugar a um leve sorriso debochado assim que ouviu a frase que veio junto a aproximação indevida. Leilin tinha mesmo coragem para provocá-lo dessa forma, praticamente insinuando que ele era algum tipo de cachorrinho carente ou algo assim. Reconhecia que tinha parte da culpa, já que deu a liberdade para isto acontecer. Enquanto a distância era quase inexistente entre eles, precisou se segurar para não deslizar o olhar até os lábios de Leilin. Se aproximou para tornar a distância ainda mais indevida, mas em vez de ir em direção a boca, desviou-se em direção a orelha dela. ——— Você é mesmo presunçosa, hein? ——— sussurrou, antes de se afastar.

Desviou o olhar para o lago, culpando-se pelo monstro que criou ao dar liberdade para essa garota. Ela não o levava a sério, isso era óbvio. Precisava corrigir isso, mas não estava muito interessado em pensar nisso agora. Na verdade, precisava conversar abertamente com ela em algum momento. Por enquanto, Jasper estava apenas atrasando isso, permitindo que ela mostrasse a dedicação dela em se aproximar daquela pessoa amarga e desagradável que ele sabia que era. Achava o esforço admirável, pois mesmo sendo um padre ele jamais iria para tantos cultos se tivesse a opção de escolher — não conseguia pensar em coisa mais desagradável do que isso. O silêncio foi interrompido com uma proposta repentina. Mesmo com a ideia soando muito seduzente enquanto saía dos lábios de Leilin, teve que gargalhar com o convite para nadar no rio em plena noite, nesse clima frio.

——— Por que não vai você nadar enquanto eu te assisto? ——— propôs, fitando de forma provocativa as órbitas cor de ametista da garota ao seu lado. Levou o cigarro até a boca, fazendo uma breve pausa enquanto deixava a fumaça chegar até os pulmões. Durante esse breve instante, mesmo mantendo o olhar ainda fixo em Leilin, Jasper pareceu estar um pouco distante, como se estivesse realmente pensativo sobre a proposta. Soltar a fumaça no ar, calmamente. ——— Mas tem que ser sem nenhuma peça de roupa. ——— acrescentou com firmeza, mas calmo. O olhar quase cintilando com o desafio, se perguntando internamente se ela teria essa coragem mesmo.
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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyDom Jan 08, 2023 6:08 pm

Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin10Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin11Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 Leilin12


Leilin Candmione

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Interagindo com Jasper Larusso | Local: Beira do lago











Assim que ele retrucou a minha proposta eu abri a boca cheia de argumentos convincentes para que ele mudasse de ideia enquanto o mesmo dava mais uma tragada em seu cigarro e eu tomei folego para começar a argumentar, mas quando ele pronunciou aquela ultima frase fechei minha boca quase instantaneamente. Ah não, ele não tinha dito isso... tinha? Quase pedi para ele repetir, mas eu me contive, não daria esse gosto a ele, que parecia estar se divertindo bastante com sua "ordem".

Qualquer tipo de dúvida sobre o mesmo se ater aos costumes católicos que um padre deveria seguir foram por água abaixo naquela ultima frase. Ele era o completo oposto, mas que grande filho da puta e um belo de um pervertido também, estava se mostrando apenas um homem com desejos e amarguras, e eu sabia muito bem lidar com esses tipos. Talvez aquilo fosse uma pequena vingança por eu não ter lhe falado onde estava, talvez ele quisesse me punir por isso, o que para mim, era do feitio dele, porém, se ele achava que aquilo seria um castigo para mim ele estava bastante enganado, pelo menos aquele sentido aquilo não era uma punição. Ficar sem roupa, pra mim, pelo menos naquela circunstância não me agradava muito, era verdade, eu me sentia extremamente vulnerável, algo que detestava, mas não é como se eu já não tivesse feito isso antes.

Nadar nua para provar a ele que não tinha medo, seria prazeroso demais e ainda poderia provocá-lo no processo, o que me incomodava não era isso, era... outra coisa. Entretanto, se ele queria brincar daquele jogo, ele que esperasse. Um sorrisinho cínico surgiu em meu rosto antes de proferir aquelas palavras- Tudo bem... seu desejo é uma ordem - me levantei e comecei a tirar os sapatos, depois a calça e em seguida a blusa, fazendo questão de jogar cada peça em cima do moreno no processo para bloquear sua visão da "paisagem". Parei por alguns segundos sem tirar as ultimas peças de roupa que faltavam e me pus de frente para Jasper com um sorriso malicioso, pegando em seu queixo com delicadeza, mas também com firmeza, me abaixei fazendo com que meus cabelos se pendessem para frente fazendo-se uma "cortina" com eles, parecendo que eles tinham nos separado do resto do mundo. Então, olhei profundamente em seus olhos castanhos, de uma maneira que nunca havia feito antes, como se quisesse despi-lo também, mas de outra forma.

- Grave bem essa cena padre... talvez seja a primeira e ultima vez que verá isso - a voz saiu de maneira sedutora e aveludada. Aquela provocação... era apenas uma vingança por ele ter me feito passar por isso, e sim, eu havia dado ênfase no seu papel, pois em minha opinião, ele não teria coragem de fazer nada, apenas olhar, o que para mim, aquilo era uma afronta. Se ele tinha a indecência de me fazer aquele tipo de "pedido" ao menos que tomasse uma atitude quanto a isso. Talvez eu me arrependesse dessas palavras? Era bem provável, mas era mais forte que eu, meu ego não me permitia sair calada dessas situações.  

Tirei meus dedos de seu queixo, me ajeitei novamente e me desfiz das ultimas duas peças jogando-as em cima dele como fiz com as outras. Me afastei alguns passos para que ele pudesse ter uma visão melhor, antes de me virar e ir em direção ao lago a passos lentos fazendo com que ele também tivesse uma boa visão. Eu agradeci ao que quer que estivesse lá em cima por ser somente ele que estava presenciando tal momento, não que fosse desagradável que ELE estivesse assistindo aquilo, mas eu não me sentiria nada bem se alguém que não fizesse parte da "brincadeira" estivesse presenciando aquilo tudo. Isso era somente entre eu e ele e ninguém poderia interromper ou entrar no meio.

Senti a água gelada em meus pés o que fez me arrepiar por inteiro, mas não me deixei abalar, entrei aos poucos, bem, pelo menos eu não teria roupas molhadas ao sair dali. Por ultimo dei um mergulho o que fez com que eu molhasse totalmente meus cabelo, mas eu fiquei com a maior parte do corpo submersa, deixando apenas dos ombros para cima a mostra. Se ele quisesse ver mais que chegasse mais perto ou entrasse.

Eu me sentia contrariada, não por ele ter recusado, mas por ter provado para mim que não era eu que estava no controle, não era eu que poderia ditar as regras ali. Ele sabia bem que eu também não tinha o poder de recusar, as consequências, acredito que seriam graves caso eu o fizesse e aquilo era algo que me corroía por dentro, ele saber que tinha o controle, para mim era frustrante, mas eu não demonstraria isso a ele. Mantinha uma expressão calma impassível. Ele só saberia disso em meu leito de morte, e talvez nem dessa forma.- Você não acha que eu vou ficar mostrando tudo pra você assim não é? Você vai ter que chegar mais perto - o tom saiu desafiador e eu o encarava de maneira igual, mas não esperei por sua resposta, dei mais um mergulho e emergi novamente, só que dessa vez de costas para o mesmo, sem me importar muito, curtindo pelo menos o frescor da água enquanto olhava a lua.



Última edição por Akemy em Qua Jan 11, 2023 9:08 am, editado 1 vez(es)
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Vicky
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Vicky


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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQua Jan 11, 2023 5:03 am

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Interagindo com Leilin na beira do lago

Os olhos estavam vidrados para observar a reação de Leilin; a seriedade não conseguia mascarar a satisfação de tê-la feito calar a boca graças ao levíssimo sorriso cínico que se ergueu em um dos cantos dos lábios. Manteve a mesma cara de canalha dissimulado quando ela se reergueu e mudou a postura para uma mais confiante, mas não desviou os olhos em nenhum momento enquanto assistia ela se livrar de cada peça de roupa e atirá-las em cima dele. O olhar que desceu e analisou o corpo de Leilin não foi nem um pouco discreto. Assistia tranquilamente o espetáculo particular enquanto continuava fumando, só mudando um pouco a postura quando aparava as roupas que eram atiradas nele no ar. Uma escolha inteligente, pensou.

Permitiu que ela se aproximasse e fizesse suas provocações, mantendo o olhar firme nos dela apesar da onda de irritação que atravessou seu corpo feito um raio com o toque no queixo. Imaginou-se deslizando a mão livre pela nuca e agarrando-a pelos cabelos para colocar algum senso na cabeça da pirralha audaciosa. Talvez queimá-la com o cigarro, marcá-la usando a própria bengala, afogá-la nesse rio que estava tão perto. Todas as opções próximas percorreram por sua mente, mas não fez nada. Em vez disso, engoliu a própria raiva junto à saliva em sua boca. Talvez tivesse algum resquício do incômodo em seu olhar, mas esboçou outro de seus sorrisos de escárnio.

——— Ah, por favor. Você acha que ver uma mulher nua é alguma novidade só por eu ser um padre, não é? ——— provocou de volta, levantando uma das sobrancelhas como se estivesse achando graça da audácia. Sabia que ela não era tão inocente assim — embora ela parecesse gostar muito de atuar como uma pessoa muito ingênua e inocente o tempo todo, sabe-se lá o porquê — e que sua intenção era justamente provocá-lo, mas decidiu que não iria se estressar. Bem, quanto ao estresse talvez já fosse tarde demais, mas o descontrole ele ainda poderia evitar. Não queria isso justo na hora que só buscava se aliviar com seu cigarro e ter um pouco de paz.

Apesar da coragem de ter se despido ali, Jasper não estava colocando muita fé que ela realmente entraria na água, mas Leilin provou ser firme o suficiente para ir até o fim. Admirável. Estúpido, mas ainda admirável. A provocação convidando-o para se aproximar e poder ver mais de perto o fez esboçar um leve sorriso. Era mais que justo, mas achou graça da maneira com que ela tentava sair por cima de alguma forma. Talvez estivesse com vergonha, mas tentando ser corajosa, ou talvez estivesse apenas se esforçando para ser uma peste. Deslizou os olhos pelas águas — agora agitadas, graças à movimentação — que cintilavam e pelas costas da garota audaciosa dentro delas. Se havia alguma dúvida escondida em algum canto da mente, o vento frio que atravessou seu corpo trouxe de volta. Ah, mas nem fodendo.

A ideia que percorreu pela mente de Jasper era tão maldosa que ele esboçou um sorriso só de considerá-la. De fato, precisava mesmo ensinar uma lição a ela, e essa oportunidade caia como uma luva, sem nem precisar se esforçar. Decidiu que brincaria ainda mais com o controle dela. Levantou-se, jogando o cigarro que agora já estava no fim no chão e em seguida pisou em cima para apagá-lo. Recolheu as roupas de Leilin que estavam no chão logo ao lado dele e deixou o lampião que trouxe consigo no mesmo local. E então, simplesmente saiu andando silenciosamente em direção ao interior do hospital.
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Última edição por Vicky em Qui Jan 12, 2023 2:48 am, editado 1 vez(es)
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Akemy

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MensagemAssunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.    Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago.  - Página 3 EmptyQui Jan 12, 2023 12:08 am

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Leilin Candmione

23 anos | Novata | Psicopatia | Bissexual | 1,70

Interagindo com Jasper Larusso >> Ninguém | Local: Beira do lago



Haviam-se passado alguns minutos. Estava tudo quieto... quieto até demais. Eu me perguntava porque ele teria se calado. Depois de sua pequena provocação, ao qual eu decidi ignorar, sobre ele já ter visto uma mulher nua, ele havia ficado quieto demais. Aquelas suas palavras somente me irritaram ainda mais, ele não havia entendido que eu não estava falando de qualquer uma, estava falando de mim. Se dependesse dele, pelo menos até o momento, ele só veria aquilo uma única vez. Não que eu me importasse em circunstâncias normais, na verdade, nada ali iria me chamar atenção em outra época. Muito menos Jasper, seus trejeitos e dominância eram cativantes, era verdade, porém, se eu não estivesse tão vulnerável, sem dinheiro, sem a importância do meu nome, eu poderia muito bem fazer dele meu brinquedo, ele não teria a menor graça para mim se não estivesse naquela situação deplorável. Aquilo tudo me frustrava de tal forma que não conseguia mensurar.

Dei um suspiro contrariado, até um pouco triste e me virei novamente para onde o moreno deveria estar, depois de olhar alguns segundos para a água que tremulava com o movimento do meu corpo, meus olhos se voltaram para cima. Para a luz do lampião que agora estava... sozinho? Olhei em volta sem acreditar. AQUELE IMBECIL, FILHO DA PUTA... o xinguei de tantos nomes que nem poderiam ser pronunciados ali, já havia ficado completamente irritada ao ver que ele tinha apenas ido embora, mas ao olhar de mais perto e ver que minhas roupas não estavam lá, eu não consegui explicar qual era meu sentimento. Eu nunca havia ficado tão possessa em minha vida, nem quando aquele idiota do meu ex-namorado havia confessado tudo a polícia. Eu queria ir até aquele energúmeno, tirar aquela bengala dele e se possível batê-lo com a própria. Ah, mas ele iria ver. Eu estava pouco me ferrando se ele era a autoridade daquele lugar. Fazer com que eu passasse por aquela vergonha, aquilo não passaria impune.

Parei por um minuto tentando raciocinar, quem poderia ser idiota o suficiente para não se importar de ir para a solitária? Eu teria que pensar nas possibilidades mais tarde, mas eu já tinha uma possibilidade. Eu faria aquele idiota se arrepender de ter feito aquilo comigo. Fazer com que eu me sentisse vulnerável aquele ponto, era imperdoável em minha opinião, se ele achava que a situação poderia me fazer respeitá-lo, de alguma forma, teve o total efeito contrário. Aquela situação me deixava ainda com mais vontade de que ele comesse em minha mão, pensar que tinha conseguido me conquistar de alguma forma e logo após quebrar suas expectativas de uma forma que o afetasse profundamente. Queria vê-lo sofrer com isso, que se ajoelhasse e implorasse para que eu ficasse, pois ele que esperasse, se ele queria uma vilã, ele teria uma.

Só havia um problema... como eu sairia dali. Como eu poderia sair sendo que eu não tinha roupa nenhuma? A raiva borbulhou em mim novamente, mas eu apenas sai do lago e peguei o lampião, tentando não congelar. Se eu pegasse um resfriado por causa daquele imbecil... argh, eu estava tão irritada que que eu pensei na possibilidade de ir até seu encontro naquele estado, porém me contive, era melhor que eu pensasse em uma solução, ele não ganharia, não me humilharia a esse ponto. Mas ele iria me ouvir... faria ele se sentir minúsculo, como ele realmente era, eu o ofenderia de todas as maneiras possíveis, de maneira sutil, talvez, mas eu o faria, porém, eu teria de esperar para que todos estivessem dormindo, para que eu conseguisse entrar sem problemas. Eu me sentei contrariada e encarando o lago. Eu poderia afogá-lo se pudesse, porém eu não o faria, era rápido demais. Fiquei encarando o lago enquanto pensava em várias formas de torturas psicológicas que eu poderia fazer com aquele clerigo, e eu faria uma por uma, tinha todo o tempo do mundo para isso.


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