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| Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. | |
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Autor | Mensagem |
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Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qui Dez 08, 2022 12:01 am | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————”A ignorância é uma dádiva”; a pessoa que disse isso, seja lá quem for, foi um gênio incompreendido e eu sou uma dessas pessoas que não a compreende. Não existe isso de ignorar os fatos na sua frente, expostos, escancarados para todos verem, mas parecia que o rapaz loiro que eu iniciei conversa tentando educar não parecia que acreditava nisso. Ele estava ignorando o que eu dizia e jogando-me contra mim mesma, tentando me dar uma imagem de depravada ao invés de só aceitar a verdade. Era infantil, irritante, me fazia querer usar tudo em meu alcance para calar essa criança disfarçada de homem crescido e pô-lo em seu lugar, no lugar de doente que precisa de ajuda e que não precisava abrir a boca para outra coisa além de reclamar de suas dores para que fossem identificadas.
——————O dilacerei por dentro e por fora, com os olhos, e agradeci a Deus por ele ter se poupado de continuar com aquela ladainha que não iria para outro resultado além de eu aumentar ainda mais sua punição por tratar assim uma freira, um símbolo de autoridade, respeito e bondade. Representei essas características lhe poupando de um aumento no castigo, como crédito por ter me desafiado desse jeito. Eram poucos que tentavam, então reconheci sua coragem. Burra, mas existente.
——————Minhas orelhas, bem treinadas em ouvir os burburinhos difamatórios noturnos do convento, captaram o murmúrio que ele soltou. Ergui uma sobrancelha, agora o encarando com um olhar interessado, mas mais interessado em receber mais um motivo para colocar o interno nos trilhos, à força, do que saber do que se tratava em si.
————————— Quadro? ——— Perguntei, deixando claro que tinha escutado mesmo com o copo abafando os sons que saíam pelos seus lábios, minha expressão demonstrando quão clara estava a dúvida sádica em saber e que não o deixaria escapar sem uma resposta. |
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Última edição por Paith em Qui Dez 08, 2022 11:00 pm, editado 4 vez(es) |
| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qui Dez 08, 2022 1:14 am | |
| you're the only one who can make me pray I N T E R A G I N D O C O M: N A TH A N N O J A R DI M Ah, perfeito.
Os contornos dos músculos se tornam indistintos e não sei se consigo afogar o desejo que foi despertado no meu peito. É sempre tão complicado empurrá-lo novamente para a jaula de onde escapou, controlar uma indecência que está implorando por imagens saídas diretamente de um bordel retratado nas pinturas renascentistas italianas.
O loiro provocou isso e agora está olhando como se estivesse totalmente alheio à minha agonia — como se, de algum modo, não fosse culpa dele. Mas é claro que é. Caravaggio precisou assumir responsabilidade por dar vida a quadros com personalidade forte e provocar algo na mente dos católicos, e dessa forma ele é obrigado a considerar um pouquinho o fardo da depravação ao qual me submeteu.
—— Ah, sim, você é mesmo irresistível.. —— digo, encarando as mãos dele sem sequer prestar muita atenção ao restante do corpo. Os dedos são um cardume de sereias cantando e enfeitiçando marinheiros; coisinhas extremamente macias que superam a beleza das sete maravilhas do mundo juntas.
É claro que eu não negaria sua iniciativa diabólica de sugerir um conforto que apaziguasse meu tormento. Ao menos esse garoto com um sotaque terrivelmente enjoativo para norte-americanos tinha alguma misericórdia nos seus ossos. Algo próximo à pena brincou atrás dos olhos azulados quando ele deu aquela acenadinha, mas acontece que estou tão acostumado a sentimentos piores que sequer a repulsa poderia desestabilizar minha cabeça agora. Talvez eu pedisse por isso, por uma lasquinha da sua reprovação e da sua violência — qualquer coisa que fosse perturbadora o suficiente para transportar-me de volta a bestialidade da famiglia na Sicília.
——— Eu não quero acabar todo fodido como você então... venha cá ——— disse, me acomodando e o exigindo ao lado na pequena mesa quadrada e com quatro lugares disponíveis no gramado do jardim. Imagino se invocar divindade e santos cujos nomes não lembro é um pecado muito grave. Me pergunto se a palpitação na caixa torácica é apenas um produto entre duas forças combustíveis; se já estou completamente perdido na febre que afundou sob a minha pele; se o loiro consegue ler alguma coisa enquanto está embriagado graças aos remédios. Sei que estou o encarando cheio de expectativa quando coloquei sua mão acima do meio das minhas pernas, curvando-me sobre a mesa como se estivesse com sono e precisasse dormir um pouco para recuperar algum ânimo. Os cabelos escuros se espalharam, uma cortina de escuridão tapando qualquer expressão potencialmente incriminatória. "Não olhe" — supliquei, acreditando que poderia desaparecer caso minha mente se concentrasse no significado que a palavra carrega.
Tudo é resumido às supernovas que explodem atrás dos meus olhos e no calor que me consome tal qual um rastro de gasolina. Um relâmpago atravessou as veias e se concentrou no ponto abaixo do estômago, eletrocutando toda estrutura assim que entra em contato com ela. É tão bom e não são pensamentos as perversões que estão gritando no meu cérebro, batendo contra as paredes do crânio, revirando os sentimentos da memória dos dedos contra os meus lábios, ainda tão recente que eu conseguia sentir a textura se espalhando pela língua.
Ouvi, de repente, o batimento cardíaco tamborilar e não conseguia discernir-lo dos copos chacoalhando quando dei com o joelho na mesa em uma confusão entorpecida que destruiu completamente minha mente. Mordisco os lábios e aperto a mão dele sobre o calor mais profundo que há na pele. As lágrimas salpicam os cílios e transformam o mundo numa coisa nublada e muito difícil de enxergar, sou o corredor de uma maratona que decidiu parar no hospital para conseguir um pouquinho de água, um maníaco expulsando completamente o carbono a uma velocidade bárbara e digna de um prêmio.
"Não me percebam", imploro, "não me notem ali". |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qui Dez 08, 2022 1:13 pm | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ———-Admito que assim que eu terminei a frase eu já me arrependi do que pensei. Por mais que eu ficasse irritado, eu nunca poderia permitir algo que me colocasse em risco assim. Não quero ir pra solitária, muito menos por uma pintura ridícula. Só algo que realmente valesse a pena ficar muito bravo me faria ser tão imprudente assim. O motivo da minha irritação é, na verdade, bem simples e assim que percebo isso ela se dissipa, pois vejo que não vale a pena. O fato é que a religião tem uma coisa que eu não gosto; essa hierarquia ridícula. Entendo, claro, a necessidade de ouvirmos quem sabe mais, mas detesto precisar ter cuidado com o que eu falo, como se fossem intocáveis. E por que eles sempre se ofendem 20 vezes mais que qualquer pessoa comum? Nunca vou entender.
———-Mas eu sei que aquele quadro seria um motivo bem justo para se ofender, então jamais poderia deixá-la saber disso. Dou um gole na bebida enquanto olho para a frente, encarando a paisagem mais longe possível para não encará-la. Não quero que ela fique me lendo com a mesma facilidade com que lê a bíblia; quero ser um livro em outra língua. Ou o alcorão na mão de uma freira católica. Me conheço o suficiente para saber que meu rosto é um livro aberto, especialmente em situações intimidantes. —— Ah, são só pensamentos aleatórios. É coisa de doido, sabe? —— expliquei casualmente, trazendo o copo de volta para a boca logo após. Bati o dedo duas vezes na minha própria cabeça, destacando que havia um problema ali. Tudo sem tirar minha atenção daquele balão torto ali bem longe.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qui Dez 08, 2022 3:40 pm | |
| ——————stop asking, you’re boring don’t complicate. nothing is wrong, right? NATHAN KENDRICK SEAWELL 20 YO DEPRESSÃO&HIPERATIVIDADE VETERANO
INTERAGINDO COM DEMÉTRIO NO JARDIM ——————Dividido entre achar bizarra e boa a confirmação do elogio fodidamente prepotente sobre mim mesmo, o olhei estar focado em minhas mãos. Deixou claro que ele estava falando sobre elas, mas eu não sabia como me sentir sobre aquilo direito, tudo estava passando muito rápido e minha cabeça muito lenta. Me poupei de tentar buscar termos e me concentrei nos meus sentidos, usando-os de âncora. Pensar só me faria mais letárgico.
——————Não reclamei quando ele disse não querer ser pego pra acabar como eu, fodido, drogado a ponto de estar me questionando se tudo isso não passava de um delírio coletivo, mas, ainda assim, sentar numa mesa e fazer debaixo dela não era muito discreto também. Mas quem sou eu pra julgar alguma coisa? Agir feito uma puta barata era o que me segurava à essa realidade, apesar de todo tédio e desmotivação que sentia toda santa manhã, que, aliás, só se tornavam mais fortes a cada dia que passava. Eu estava num medo interno de acabar feito uma casca vazia que é incapaz de tomar as próprias atitudes. Porém, obviamente, eu não demonstrava isso pra ninguém. Essa caixa de Pandora estava soldada, selada no meu interior, por debaixo dessa camada ofuscante de arrogância que eu mesmo criei.
——————Me sentei ao seu lado e um raio de nostalgia me fez soltar um sorriso inconsequente no momento em que ele colocou minha mão no meio de suas pernas, me fazendo ter contato com aquele calor todo. Até me sentiria tentado se não fosse pelos calmantes, mas, pelo contrário, apoiei o cotovelo na mesa e traguei naturalmente, me aproximando de seu tronco deitado sobre a mesa para soltar a fumaça perto de seu rosto coberto por seus cabelos escuros, que tentavam esconder as evidências do que estava acontecendo. Encarei-o com leveza, mas com um ar oculto de cumplicidade ao apertar a protuberância por cima da roupa, entretido com quão entregue aquele cara era por uma coisinha tão banal. Tive que segurar com todo o restante do meu ser o riso quando ele bateu o joelho na mesa, arregalando os olhos. Puta merda, que bizarro.
————————— Caralho, se acalma ——— Ri, com o ar saindo pelo nariz e, depois de me livrar do acúmulo das cinzas, coloquei a mão parcialmente livre no topo de sua cabeça, como se o consolasse com esse ato, brincando com os fios pretos enquanto o torturava daquele jeito. Se estivesse sóbrio, com certeza eu abusaria ainda mais dessa sensibilidade toda, mas tudo estava me empurrando para um estado de aceitação e de achar engraçado. No fundo, confesso que entendia essas reações. Era tão descontrolado quanto ele à mercê do pastor, mas não estava com cabeça nem ânimo para reviver memórias. Não tinha a mesma graça que vivenciar de verdade. Então, afastando os meus resquícios ralos de humildade, o olhei de cima.
————————— Se alguém nos pegar, você vai ser o único que vai sair de safado dessa situação toda, se controla. ——— Sussurrei e inundei meus pulmões com nicotina, como se falasse do tempo. |
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- cigarro favorito é o marlboro vermelho
- se livrou de ser levado à solitária por uma semana, quando chegou por que será…?
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sex Dez 09, 2022 4:30 pm | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————A resposta me deixou totalmente insatisfeita, porém, se ele estava dizendo que era coisa de doido, deixei estar. Não estava a par dos defeitos hereditários que o deixaram estragado o suficiente para ele ser internado aqui, ou seja lá o que fosse; e eu também não discuto com pessoas assim. Não valem meu tempo ou atenção de qualquer forma; eu era uma mensageira da palavra de Deus e do Papa, não uma médica formada. Não era a minha obrigação, muito menos era de meu interesse.
——————Ignoro o chacoalho da mesa, apesar do sobressalto inicial causado pelo barulho do impacto mais os copos quase caindo, pensando que fosse só alguma coisa referente ao interno próximo a mim. Talvez fosse uma reação por conta do nervosismo de ser pego em algo, apesar de seu semblante estar focado para frente, sem qualquer músculo se movendo, como se em um transe. Antes que eu pudesse responder qualquer coisa ou sequer reagir, uma terceira pessoa surge, DE DEBAIXO DA MESA??? me acertando uma bolinha de papel.
——————Minha expressão era de puro choque, mesmo depois de ele ter fugido como um antílope corre de um guepardo. A raiva subsequente me fez decorar as características do rosto daquele desajuizado, principalmente o fato de ser albino. Se topasse com ele após esse evento, a memória dessa brincadeira sem pés nem cabeça iria voltar em forma de um castigo que o faria pensar quarenta vezes antes de aprontar uma coisa dessas novamente. Instintivamente devolvi minha atenção ao loiro, a expressão com certeza irada pela incredulidade ainda morar em meus pensamentos.
————————— Você tem algo a ver com isso?! ——— Não podia ser só coincidência. Ele estava debaixo desta mesa em específico, não atrás de mim, como seria de esperar desse tipo de palhaçada. Qual o objetivo, quebrar minha compostura? |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sex Dez 09, 2022 9:12 pm | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ———-Suspirei fundo, olhando para a paisagem à minha frente, levemente indignado comigo mesmo por ter me chamado de maluco para me livrar de uma situação pior. Quando abaixei os olhos para meu prato, vi de relance algo voar em direção ao meu lado, para a freira má. Olhei rapidamente para identificar a bolinha de papel e meu olhar se voltou para onde a freira olhava; para o albino correndo desesperadamente como se não estivesse chamando o mínimo de atenção. Como uma criança pensando que estava invisível. Meus lábios se curvaram levemente para cima com o quão patético era essa cena, mas o sorriso se desfez assim que a freira praticamente insinuou que eu era um cúmplice desse crime. Era só o que faltava.
———-—— Quê?! Não! Eu nem conheço essa pessoa! —— respondo rapidamente, com a colher ainda na boca e a testa franzida. Os olhos meio arregalados com a surpresa. Coloco minha mente para funcionar, tentando achar uma explicação para isto. —— Ele deveria estar tentando me atingir e errou. Não teria porquê ele mirar numa freira, né? —— pergunto, embora meu tom de dúvida seja nítido. Ele também não teria motivos para me atingir, então a chance de estar mirando na freira era grande. Provavelmente odeia as figuras religiosas daqui. Mas não posso deixá-la pensar que tenho alguma culpa nisso, ou ela pode me marcar como um delinquente. Me levantei, limpando as mãos. —— Por via das dúvidas, eu mesmo vou trazê-lo aqui para se explicar.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sex Dez 09, 2022 10:44 pm | |
| I won't cry for you, I won't crucify the things you do I N T E R A G I N D O C O M: H E N R Y N O J A R DI M —— Meu nome não é… Joseph. Eca. —— digo, girando os olhos num perfeito ângulo de 360°. Joseph corresponde ao garotinho perfeito que cheira a creme de barbear e biscoitinhos de leite no café da manhã. E eu não sou assim. Isso é tão conformista e ridículo que a simples associação deste nome ao fã mais radical do Kurt Cobain consegue inverter as posições do globo e quebrar a dimensão em duas. Minha expressão é uma coisa mesquinha e crítica enquanto o encaro por três minutos. Que insulto! —— É Nico. Nicodemos.
Uma pulga atrás da orelha me faz pensar que Henry é sim a pessoa que sai soltando segredos por aí como se não tivesse controle — isso, além de um tonto que não consegue administrar corretamente o meu nome nos seus lábios. É provável que no estado atual ele não pudesse distinguir o rosto da própria mãe à distância de um metro. Ele morreria no primeiro estágio dos jogos sangrentos de Jigsaw e eu definitivamente seria o responsável por atraí-lo à uma armadilha. Um sorriso perverso recupera o humor que "Joseph" havia me arrancado.
O problema é a carinha de cachorro pidão para a qual passei tempo demais encarando. A pele dele possui uma ternura confortável contra a minha e percebo imediatamente a correnteza perigosa na qual meus pensamentos estão se permitindo navegar. Isso vem muito fácil; uma parte de mim que está sempre à espreita logo abaixo da superfície. Lembro a força da supernova presa no meu peito e do horror de sua explosão. Os cabelos de Henry voltam ao lugar de onde foram afastados no segundo em que retiro os dedos dele. —— O que você quer dizer com medo do escuro? —— pergunto, direcionando minha atenção a parte para a qual o garoto apontou com o queixo e esquecendo — ou não — a sensação formigando sob as unhas. Terra e sol. Acho que resmungo um "conformista desgraçado" antes de voltar à ele com os lábios franzidos.
—— vamos lá. —— pondo no degrau os pés calçados com sapatos evidentemente mergulhados em tinta guache preta, eu levanto os ossos com esforço. Abandono a bituca no chão porque seria uma verdadeira benção presenciar o hospital queimando a partir das minhas sobras. Odeio o sol. Uma bola quente feita para castigar os coitadinhos que vivem à mercê dele. Mas isso não é o que importa — penso nos instrumentos aos quais um novato teria acesso, às coisas que essa ovelhinha deve carregar dentro dos bolsos, uma caneta, um relógio, qualquer tecnologia que não tenho acesso há dois anos e que nunca fui esperto o bastante para esconder comigo no momento em que me prenderam. Será uma prova inquestionável de que o mundo ainda permanece o mesmo das memórias — a certeza que retornarei à pequena casinha no sul mórbido de Oxford e encontrarei com um Ashter convencido a triturar o seu irmão mais novo na máquina de lavar roupas. Vou roubá-lo assim que dormir.
Me desmonto no chão como se não pudesse ficar de pé por outros vinte segundos. A grama é uma carícia delicada nas partes do corpo que o uniforme desta prisão não alcança —— Ei. Não se aproxime demais, você pode trazer doenças desconhecidas de fora. Haha. —— digo, tão mecânico quanto os robôs que medem o ritmo cardíaco dos pacientes na ala médica e sem abrir nenhum sorriso que não fosse para irritá-lo. "Uau. Nico, você é um ótimo piadista!" me disseram um dia... —— Agora me conte mais segredos. Algo que ninguém saiba. Nem mesmo o seu diário. —— ergo uma sobrancelha, esperançoso, semicerrando os olhos por conta da iluminação.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sex Dez 09, 2022 11:40 pm | |
| Interagindo com Lawrence no jardim ———-O tédio me persegue como um câncer. Eu não tenho câncer, mas acho muito dramático a forma que sempre há o risco dele voltar e quem sofre com isso vive com este receio, mesmo após supostamente estar curado. É assim que me sinto sobre o tédio; uma maldita recidiva. Uma doença que retorna inúmeras vezes, mas não me mata apenas para me torturar. No entanto, quando começo a passar tempo demais nele, me pareço mais com um dependente químico. Como se estivesse preso em uma realidade muito feia e chata e não pudesse aceitá-la desse modo.
———-Minha mente começa a imaginar milhões de ideias para tornar essa realidade um pouco mais interessante, como por exemplo... que seria muito legal escolher alguém como vítima e fazê-lo apostar algo; um favor ou algo do tipo. As possibilidades de algo assim são excitantes num dia chato como esse. Eu poderia fazer a vítima chutar uma freira ou alguém que eu não goste. Poderia até mesmo acabar eu mesmo tendo que fazer algo assim. E tudo bem, porque a graça também está no risco, não só em vencer.
]———-Tem um cara em específico que está chamando minha atenção agora; um novato usando tapa olho e que está comendo bolo. Sei que ele é um novato, porque apesar de eu não estar aqui há tanto tempo, eu presto atenção nas pessoas e definitivamente aquela figura não poderia passar despercebida para mim. Por isso, eu o escolho como minha vítima e vou até ele. Sentei-me na mesma mesa que ele, exatamente em sua frente, enquanto brincava com as cartas em minha mão.
———-—— E aí, novato! Seguinte… você não me parece ser uma pessoa chata —— digo, porque ninguém que usa um tapa olho pode ser uma pessoa chata. —— Ao contrário desse evento que está sendo uma chatice, então pensei numa forma de tornar esse dia mais interessante... Que tal uma aposta numa partida de truco? —— balanço as cartas na frente do rosto, abrindo um sorriso torto e atrevido. Meus olhos brilham como uma criança que sabe que está fazendo algo que os pais não aprovariam. —— Quem ganhar pode pedir qualquer coisa ao outro, o que me diz?
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Última edição por Vicky em Seg Dez 12, 2022 7:05 pm, editado 1 vez(es) |
| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sáb Dez 10, 2022 3:26 pm | |
| ——————but besides all the glamour, all we got was bruised i will tickle you internally, and i see nothing wrong with that LAWRENCE NEIL BONHOMME 23 YO ALCOOLISMO&TPA*&VÍCIO EM JOGOS DE AZAR NOVATOINTERAGINDO COM ELLIOT NO JARDIM ——————A solitária não foi um lugar tão horrível assim para se passar a noite, já diria alguém bastante otimista sobre a minha situação atual. Não era a mesma opinião que eu tinha, no entanto; aquelas paredes acolchoadas, tão brancas quanto as roupas que eu estava sendo forçado a vestir, faziam minha mente trabalhar feito louca para me libertar das garras sádicas do tédio. Era tão impressionante assim alguém acreditar numa religião e apontar as inconsistências no que as pessoas acreditavam nela? Para mim não fazia o menor sentido, a não ser que todos os fiéis e supostos servos de Deus daquele lugar fossem extremamente ignorantes e eu a única pessoa que conseguia enxergar os fatos, o que seria ridículo. A faculdade de Teologia e conventos não existiam à toa. Bom, pelo menos não iria andar por aí exibindo a cicatriz que marcava a ausência do meu olho direito, era um começo.
——————Uma vez liberado do confinamento, minhas olheiras deixavam bem claro que eu não tinha dormido nem duas horas direito e, se tinha, foi por extremo cansaço. Estava inconformado, injustiçado e não podia fazer nada quanto a isso, era realmente uma provação divina para meu controle, que já era baixo. O lado que me deixava tranquilo era a falta de energia que me poupava de ligar para qualquer absurdo que eu provavelmente ouviria, pelo menos hoje. Convencendo-me com um esforço descomunal de que o jardim não estava tão superficialmente montado como uma peça teatral da Disney assim, fui atrás de forrar o estômago com alguma coisa para ver se meu humor não ia pelo ralo de uma vez só. O bolo parecia aqueles de padaria barata, o glacê chegava a fazer meus dentes quererem doer pelo excesso de açúcar. Talvez eu perca o resto de sanidade com tanta inconsistência; seria interessante me ver ultrapassar outro limite mental, então, que seja; me enlouqueça, St. Mary Magdalene. Vai ser um bom desafio, pelo menos não me deixaria totalmente ocioso. Ironicamente, comer aquela bomba de açúcar estava me fazendo me sentir mais leve…?
——————Pausei uma colherada quando um rapaz consideravelmente mais baixo que eu se sentou em minha frente, exibindo um baralho, o que chamou minha atenção automaticamente, me fazendo ajeitar a postura em interesse. Um sorriso rasgou meu rosto pela iminência da minha palavra favorita, piscando em letras neon garrafais na minha mente enquanto lia o diálogo dito internamente: aposta. Ah, sim, sim… não tinha ninguém olhando, certo?
————————— Qualquer coisa? Vai ser interessante. Estou dentro. ——— Pulei na oportunidade como um suicida pula de uma ponte, olhando rapidamente para os lados, conferindo os arredores discretamente para, então, devolver minha atenção ao dono dos olhos heterocromáticos. Um belo erro genético, com certeza; ambos azul e castanho se encaixavam perfeitamente naquele rosto. Depois de repará-los uma vez, tinha se tornado impossível imaginá-lo sem a desarmonia de cores. O único defeito da situação toda era o jogo, Truco. Não era tão fã, mas sabia jogar; já é um começo. Ah, o que não fazemos para alimentar o vício… |
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infos adicionais - *TPA é Transtorno de Personalidade Antissocial (sociopatia)
- francês (Bordeaux)
- está nos EUA desde os 12 anos, quase não tem sotaque
- ENTP 7w8
- sempre está usando um tapa-olho, por debaixo está uma cicatriz de aparência desagradável
- 1,90m e 73kg
- destro
- cristão católico
- bissexual e birromântico
- cursava Direito, mas largou no meio pelo vício em jogos
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sáb Dez 10, 2022 6:58 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no jardim ———-Engraçado. Lembrava-se que o estranho do café se chamava Joseph, mas Nicodemos também parecia um nome extremamente adequado. Que confuso. Desviou o olhar para cima e coçou a própria cabeça, meio pensativo sobre como responder aquela pergunta. O medo do escuro. Uma história tão fácil de parecer ridícula, mas tão íntima para ser explicada de forma mais aprofundada. Ele realmente se interessava por aquela história ou queria a versão resumida? —— Como eu posso explicar…? É complicado. —— murmurou, procurando por as palavras certas. Como era mesmo o nome científico para aquela fobia? De alguma forma, Henry tinha esquecido completamente agora, então ficou procurando por o nome em sua mente. ———-O rosto se iluminou com o convite para ir deitar na grama. Porque sim, ele queria muito ir, mas não queria ir sozinho. Não sabia se seria estranho fazer isso, e, como era novato, também não sabia se ele poderia fazer isso. Não queria levar um chute por deitar na grama de desavisado. Então, sentiu muita gratidão por Nicodemos ser um bom veterano e acolher ele daquela forma. Ele iria se sentar logo ao lado de Nicodemos, mas quando ouviu sobre as doenças, parou um pouco confuso, franzindo a testa. "Será que eu trouxe alguma doença?", pensava. Por via das dúvidas, afastou-se dois passos para o lado e sentou-se na grama. Fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, apreciando o calor e a luz do sol. Como era bom um pouco de luz. A sensação boa se espalhou pelo corpo, fazendo-o sorrir. ———-—— Meu segredos? Ah, por que você quer me conhecer melhor, não é? É justo, já que estamos aqui. —— disse, após refletir um pouco. Aquilo fazia sentido para ele. —— Bom, deixe-me ver… Eu morava na Califórnia antes de vir pra cá. Minha mãe quis atravessar o país depois do sequestro, pra ter mais privacidade e segurança, já que o torturador nunca foi pego. Passei 5 meses em cativeiro com alguns meninos, enquanto ele torturava eles. —— explicou, levantando a barra da calça para mostrar as marcas que tinha ao redor do tornozelo; uma faixa de cerca de 6 centímetros ao redor de cada um. Uma marca grossa e irregular de tecido cicatrizado. Marcas de atrito repetido com metal, usado para contenção. —— Eu, na verdade, nunca fui torturado, mas eu conseguia ouvi-los. Às vezes dava para ver alguma coisa no escuro, também. —— contou, enquanto olhava para o nada. Não gostou das memórias voltando durante essa breve pausa, então voltou a atenção para Nicodemos.
———-—— Enfim, é daí que vem meu medo de escuro. Você entende por que eu nunca contei isso, né? É uma história meio desconfortável de ser lembrada. Não tinha porque contar isso para um cliente, já que normalmente eles estão precisando é de um pouco de alegria no dia. Você, por exemplo… sem ofensas, mas você costumava ser meio ranzinza. Mas eu também evito contar para qualquer um, porque não gosto de ficar escutando as perguntas, nem dos olhares estranhos. E muito menos da mídia. —— confessa, com um pouco de amargura na voz. Ele solta um longo suspiro, soltando a frustração para fora. —— Às vezes… não sei como, mas descobrem a minha identidade e vêm atrás, insistindo para que eu escreva um livro sobre isso, por eu ser o único sobrevivente. Ou que eu ajude um ghost writer a escrever e venda com eles usando meu nome e minha história com exclusividade. O que me deixa mais irritado ainda.
———-Henry apareceu realmente incomodado com o que falava, porque detesta que as pessoas levem isso como uma história que pode ser lucrativa. Rangeu os dentes, mexeu no próprio cabelo e voltou a olhar para o sol com dificuldade, desviando sua frustração para aquela bola de fogo gigante. Pouco tempo depois, voltou a fechar os olhos, tranquilo, revirando suas memórias. —— Acho que a maioria dos meus segredos acabam tendo algo a ver com isso. Por exemplo… que eu sou virgem. Teve uma vez muito vergonhosa que a garota apagou a luz e eu comecei a chorar, então ficou meio impossível de continuar depois de uma cena assim. Extremamente humilhante. Arg. Quero morrer toda vez que lembro disso. —— confessou, fechando os olhos com força e apertando o próprio rosto com a mão como se não quisesse ver aquela cena em sua mente. Era vergonhoso demais para encarar. —— O nome dela era Rory, ela deve contar essa história como a pior experiência sexual dela para todo mundo, eu tenho certeza…
———-Deixou o corpo ir lentamente para trás para deitar-se na grama, colocando um braço atrás da cabeça. Sentia uma serenidade muito gostosa, porque ali estava realmente confortável, exatamente como ele imaginava. Talvez até mais. —— E algo que eu nunca falei pra ninguém, hmm… é que às vezes eu penso que fui torturado sim, não só psicologicamente. Tem umas coisas muito específicas como pequenas marcas, reflexos, reações e lembranças muito confusas que me fazem pensar isso. Pode ser tudo imaginação. Eu me lembraria de algo assim, certo...? —— perguntou, mas sem olhar para Nicodemos. Em vez disso, olhava para o céu, porque não queria uma resposta de verdade. E não deixou muito tempo para ouvir a resposta; virou a cabeça para fixar os olhos nos de Nicodemos, curioso. —— E você? Quais os seus segredos? Por que está aqui?
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 11, 2022 2:59 am | |
| Interagindo com Lawrence no jardim ———-O sorriso estampado no rosto dele me confirma que, de fato, ele não é uma pessoa chata. Ele tem um brilho no olhar de quem anseia para se sentir vivo, assim como eu. Por isso, antes mesmo de ele aceitar eu já tinha certeza de qual seria sua resposta. Observo a forma que ele olha cuidadosamente para os lados enquanto eu dou as cartas, conferindo os arredores. Quase me sinto um criminoso. —— Vale tudo. Não vai arregar depois, hein? —— lembro, e então termino de dar as cartas. E apesar da minha fala, ele não me parece do tipo que arregaria, mas seria muito frustrante se isso acontecesse.
———-Seguimos com a partida e quando estamos quase no final, minha ansiedade me faz mal conseguir conter meu sorriso. Estou inundado com a excitação por esse jogo, fantasiando as coisas que eu pediria se conseguisse ganhar. Ah, mas eu vou com certeza colocar ele para dar uma surra em alguém aleatório, e com certeza será em um daqueles dois caras que estão deitados na grama logo ali perto. Eu estava muito confiante que ia ganhar, no entanto... a partida acaba e o estranho do tapa olho me vence. Droga, eu estava com muita expectativa. Mal consigo esconder minha cara de surpresa.
———-—— Uhh, merda. Que sortudo, hein? Droga, eu tava muito confiante. —— ri, frustrado. Murcho um pouco pelo desapontamento. Parece que não vou assistir nenhuma briga hoje. No entanto, logo em seguida eu fico animado com outra ideia; com o que esse estranho vai pedir. Talvez eu esteja colocando expectativas demais puramente pela aparência, mas eu tenho a impressão que esse cara vai me surpreender de alguma forma. Tenho uma mania incorrigível de colocar expectativas demais nas pessoas. —— Então, o que vai ser? Só por favor, não peça meu olho —— supliquei, brincando. —— Meu nome é Elliot, a próposito —— digo, me lembrando dos bons e velhos bons modos.
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Última edição por Vicky em Seg Dez 12, 2022 7:05 pm, editado 1 vez(es) |
| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 11, 2022 10:40 am | |
| life of the party I N T E R A G I N D O C O M: E L L I O T E L A W R E N C E N O J A R D I M Urgh.
Os sintomas da abstinência estão acabando comigo. Eu não posso continuar a viver assim se isso significa tolerar dores de cabeça e o mal estar após cada maldita coisa que escorrega pelo meu estômago. Queria embrulhar minha felicidade no recipiente de plástico onde os comprimidos de metadona são armazenados. Às vezes eu faço isso — mas não é como se estivesse sob o meu controle receber as dosagens de um remédio que é feito para combater as síncopes da abstinência. As enfermeiras e os médicos me olham, avaliam se posso suportar outra noite me desfazendo em suor e vômito e julgam se é necessário alimentar meu cérebro com um pedacinho do vício que o consumiu — mas na maior parte do tempo eles confirmam que é esperado do paciente aprender a tolerar momentos como o inferno. São as consequências enquanto um maldito ex-usuario de ópio — não que, de alguma forma, eu compreenda o julgamento deles.
Dê ao homem o que ele pede, Saint Mary Magdalene — ninguém negaria um copo d'água ao garoto que passou semanas caminhando a terra árida do deserto, então por qual motivo você diria não à uma cabeça que precisa de substâncias estimulantes para funcionar?
Hipócritas.
Cutuquei o bolo com os dedos e levantei meus olhos, incapaz de esconder a carranca e um fundo de curiosidade brincando por trás dela. A imagem de Freiras, freis, pastores e malucos convivendo juntos como se isso aqui fosse a merda do paraíso perfura a minha visão — eu estou muito acostumado à costa da Califórnia e às meninas usando biquínis dois tamanhos menores que o recomendado para acreditar nele. Eu não conheço — e nem quero conhecer — outra coisa que não seja uma onda quebrando na praia; o sol cobrindo minha pele, o pé afundado na areia, o gosto do whisky na língua e o incômodo na garganta após uma festa na cobertura de um hotel lotado com turistas.
Mal percebo o instante em que meus dedos descartam o prato e meus ouvidos se interessam por uma conversa que discorre a poucos metros de distância. Me aproximo, inclinando a cabeça. Às vezes faço coisas sem pensar — minha mente não é muito boa formulando pensamentos. E a curta menção às apostas despertou uma célula adormecida no meu sangue, uma coisa caótica e respiradora de adrenalina que incendiou completamente a vontade de participar daquilo.
——— Ei, ei, ei… hermanos, ——— digo, diminuindo a intensidade do sorriso como se este fosse um carro em que eu estava mudando de marcha. Eram dois homens — dois loucos — negociando as vidas e o que suponho que sejam seus únicos bens de valor num lugar como esse ——— Me coloquem dentro ——— puxo uma cadeira, ocupando um assento. O do tapa-olho parece alguém que atiraria contra você se não respondesse educadamente ao seu bom-dia e dos olhos hipnotizantes é tão pequeno e fino que poderia ser usado como um palito de dente por um gigante. Excelente combinação de parceiros, sem dúvidas ——— Aposto o mesmo ——— e espero alguns segundos antes de perguntar: ——— não tem dinheiro envolvido, né? Estou meio quebrado, ultimamente.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 11, 2022 10:28 pm | |
| ——————but besides all the glamour, all we got was bruised i will tickle you internally, and i see nothing wrong with that LAWRENCE NEIL BONHOMME 23 YO ALCOOLISMO&TPA*&VÍCIO EM JOGOS DE AZAR NOVATOINTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM ——————Cada segundo que fomos jogando, eu sentia arrepios que me satisfaziam de dentro para fora, passavam por todos os meus nervos até a ponta dos meus dedos que seguravam as cartas durante a partida. Por sorte, essas correntes se limitavam a ser reações internas; por fora, meu sorriso social treinado ficava ali, como base da minha atitude natural numa situação assim, aumentando apenas quando me vi vitorioso, agora deixando a mente maquinar livremente em que eu o usaria a meu bel-prazer, já que estava valendo tudo.
————————— Prazer, meu nome é Lawrence. ——— Me apresentei em resposta à sua própria, deixando o questionamento de o que seria em segundo plano, só para vê-lo na expectativa de estar nas mãos de alguém desse jeito. Mas, antes que eu pudesse colocar minha intenção em prática, um terceiro corpo se fez presente em direção a nós, puxando uma cadeira e falando com um sotaque que me soava latino. O rapaz queria participar, mesmo sem saber o que estávamos colocando na reta; aparentemente a total população de internos desse lugar era o tipo de pessoas que não tinha mais nada a perder, sem nenhum tipo de respeito pela vida ou pudor sobrando. Magnífico; isso exigiria que as apostas e suas prendas teriam que ser mais criativas.
————————— Sinta-se em casa, amigo. Não é um jogo sério, ——— Passei o olhar a Elliot, na esperança que ele confirmasse minha fala e voltei a atenção ao outro ——— não se preocupe. Vamos deixar as punições para o final de tudo, sim? Só não vale dar pra trás ——— Me referi, claro, ao que Elliot teria que me “pagar”, junto com o reforço que ele mesmo me fez anteriormente. Tinham tantas opções, eu deixaria minha mente me listar uma a uma enquanto as analisava, dividindo minha atenção nisso e no mundo exterior. Outro costume que adquiri graças ao que se passava nas mesas de Pôquer. |
- !!!:
infos adicionais - *TPA é Transtorno de Personalidade Antissocial (sociopatia)
- francês (Bordeaux)
- está nos EUA desde os 12 anos, quase não tem sotaque
- ENTP 7w8
- sempre está usando um tapa-olho, por debaixo está uma cicatriz de aparência desagradável
- 1,90m e 73kg
- destro
- cristão católico
- bissexual e birromântico
- cursava Direito, mas largou no meio pelo vício em jogos
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 12, 2022 7:42 am | |
| you're the only one who can make me pray I N T E R A G I N D O C O M: N A TH A N N O J A R DI M Desejo inundou a minha pele e penetrou nas camadas mais profundas do meu espírito; eu afogo no oceano que nasceu ao meio das minhas pernas e transbordou pelo restante do corpo, desmanchando cada músculo e cada pensamento assim que a correnteza os alcançava. As pessoas perambulavam totalmente inconscientes do turbilhão de estrelas e astros e planetas que jorravam prazer para fora dos meus lábios — havia um universo morrendo e nascendo e levando minhas terminações nervosas à beira do colapso; uma coisa que está acelerando os batimentos cardíacos ao ponto de poder sentí-los na superfície mais fina da pele. Os olhos são a única janela que está aberta para o mundo caótico em que se transformou este corpo — sei o que parecem e sei o que eu pareço sob o olhar cúmplice que o loiro me lançou.
Sinto sua mão apertar e o cheiro acre do cigarro pairar acima dos corpos como se estivesse alheio à indecência do seu usuário. Um vulcão erodiu no estômago e meu prazer é descarado como um marinheiro que acabou de chegar ao porto e não pode evitar se sentir excitado até pela humilhação de uma mulher que não o deseja — minha mente está desconfortavelmente ciente do calor que sobe o pescoço com a perspectiva de alguém perceber e reprovar o que está acontecendo agora. Um ardor lento e baixo que se manifesta como se um passarinho estivesse tentando saltar para fora do meu corpo provoca o desmoronamento de todas as fundações no momento em que esse escapa de mim e não consigo mais segurar a depravação e um suspiro dentro das minhas paredes internas. Eu me desfaço e sou vítima do calor no qual me entorpeço como se bebesse vinho do gargalo e chego à conclusão que era isso o que estava procurando naquele tempo todo. Excitação. Paraíso. Uma válvula de escape — ainda que as enfermeiras estão tentando roubá-la de mim. Mordo os lábios, aperto os joelhos e tranco os olhos do mundo. A consciência começa com o gosto do sangue e desaparece com um instante de dor. O meio das pernas se desmonta e deixa para trás um único vestígio de umidade por ali — estou, de repente, exausto, recuperando o oxigênio que foi expulso do meu corpo no momento de êxtase; as estrelas, os astros e toda galáxia é devolvia a jaula de onde nunca deveria ter sido liberta e eu só tenho a companhia do cansaço para saber que ela existe e não passa de um delírio.
Doce satiríase. Estou mesmo doente.
Lembro, de repente, dos dedos pálidos dele se entrelaçando ao meu cabelo escuro; do hálito quente e do cigarro quando o loiro se curvou e sussurrou aquelas coisas próximo do meu ouvido; do jeito com que seu olhar dançou para decidir se queria rir ou correr para bem longe. Memórias surgem em recortes como se eu estivesse bêbado demais para processá-las antes, flashes de alguém passando muito perto e eu não dando mais atenção a isso do que daria a um inseto na lama —— ... seu bastardo, você toca nas pessoas sempre assim? sem saber o quão pervertidas elas são? —— pergunto, contradizendo a grosseria no momento em que permito uma última carícia na base da sua mão. Solto com certa relutância, ainda curvado sobre a mesa e recuperando os sete sentidos que dão inteligência ao corpo humano —— não tem medo com que tipo de louco vai se envolver? Que tipo de psicopata?
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 12, 2022 3:52 pm | |
| ——————stop asking, you’re boring don’t complicate. nothing is wrong, right? NATHAN KENDRICK SEAWELL 20 YO DEPRESSÃO&HIPERATIVIDADE VETERANOINTERAGINDO COM DEMÉTRIO NO JARDIM ——————Minha surpresa deveria ter sido menor já que eu estava acompanhando de muito perto as reações, mas ele não ter demorado tanto assim pra gozar me pegou desprevenido. A onda de calor que emanava dele estava quase sólida e eu queria me afastar. Direcionei-lhe o pior dos meus sorrisos sem-vergonha em resposta à pergunta dele, ignorando totalmente a rudeza e tomando as questões como elogios, como se me sentisse orgulhoso pela displicência comigo mesmo.
——————Pensei por um segundo e cheguei a conclusão que, sim, era como se eu não olhasse para os lados para atravessar a rua quando se tratava de situações sexuais. Não tinha muito o que eu perder. Acenei com a cabeça, devagar, como se o peso dela estivesse fazendo os ossos da coluna doerem. Olhei para o cigarro e o mexi com a mão, desenhando linhas no ar com a fumaça enquanto o respondia, parcialmente distraído:
————————— Não, não tenho, morrer transando virou o objetivo final da minha vida. Quer? ——— Voltei a olhá-lo na última parte, oferecendo o fumo que já estava da metade para o fim, imitando-o na aspereza misturada com uma gentileza estranha no final. O carinho que recebi na canhota antes de eu a ter de volta em minha posse evitou que meu tom saísse mais agressivo. Espremi os olhos e suspirei, me recolhendo em meu próprio espaço. Aquela letargia toda estava fazendo com que meus sentidos se confundissem um pouco. Puta merda, nunca mais confio em enfermeiros na minha vida.
————————— E você, que porra foi essa de ficar de pau duro só de eu encostar? ‘Cê tem tesão em mão, é? ——— O efeito hilário da pergunta saiu sem nem ter chance de eu prever pelos meus lábios, a ideia era esquisita demais pra ser verdade, mas uma parte da minha cabeça estava apostando três neurônios nisso. A outra, mais racional, tinha um ar de descrença tão pesado quanto o que eu tinha por fora. Não tinha chance. Nenhuma. Esse pensamento até me fez esquecer um pouco do incômodo.
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- !!!:
infos adicionais - ESFP 7w8
- canadense (Vancouver)
- canhoto
- 1,70m e 55kg
- pansexual e panromântico
- canta bem, mas está desmotivado para o fazer com frequência
- míope, só usa óculos se com dor de cabeça
- cristão não-praticante
- cigarro favorito é o marlboro vermelho
- se livrou de ser levado à solitária por uma semana, quando chegou por que será…?
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 12, 2022 4:54 pm | |
| Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim Pego as cartas na mesa para juntá-las antes de guardar, mas minha atenção se volta para a figura que chegou logo ao lado, querendo entrar nas apostas. Gosto de iniciativa; a ousadia me faz ficar ainda mais receptivo com o convidado. Respondo com um sorriso, voltando minha atenção para embaralhar as cartas em minha mão novamente. Levanto meus olhos para Lawrence no momento em que ele diz que o jogo não é sério, mas sem mover um músculo da minha face. Não interrompo, pois nem preciso raciocinar muito para ver o quanto as intenções dele são maliciosas. Que safado.
—— Sim, claro. Você não tem medo de ter que pagar alguma prenda boba, né hermanito? Isso é só por diversão —— digo, despreocupado. Volto meu olhar para Lawrence e apertamos mentalmente as mãos como um acordo de cúmplices que acabaram de fazer uma vítima. O amigo mexicano acabou de vir direto para armadilha e eu só vou descansar quando eu conseguir fazê-lo pagar uma prenda para mim.
Distribui as cartas novamente e dessa vez fiquei ainda mais animado, porque mais pessoas significa mais possibilidades de resultados e punições diferentes. Observo os dois e novamente estou fantasiando as punições que eu escolheria; os dois são altos e fortes, perfeitos para usá-los para dar uma surra em algum lesado. Também tem o fato de que quando alguém é mais alto que eu, me dá uma vontade inexplicável de rebaixá-los. Observando a boca dos dois, minha mente começa a fluir para um lado mais indecente, porque colocar um desses dois de joelhos para mim seria muito satisfatório.
Segura meu rosto com a mão de modo que os dedos cubram um pouco meu lado meus lábios, mas seria impossível conter o sorriso devasso que ganha vida própria agora. No entanto, minha cara vai no chão quando o Lawrence ganha de novo. Sou tirado dos meus pensamentos como um anjo tendo suas asas cortadas. E os meus sonhos? Não! De novo não. Dessa vez eu estava muito fundo nas minhas fantasias para simplesmente não torná-las realidade. Não posso esconder minha cara de bunda enquanto eu torno a juntar as cartas sobre a mesa.
—— Ah, mas não é possível… De novo?! —— resmungo, completamente infeliz e capenga. Esse caolho desgraçado está destruindo meus sonhos e praticamente debochando disso bem na minha cara. —— Vamos outra rodada, e daí falamos sobre as prendas —— sugiro, já distribuindo as cartas novamente. Não, mas isso aqui agora virou questão de vida ou morte. Não podem me privar das coisas que eu quero pedir agora, mesmo que eu me afunde em punições. Não ligo.
E mal posso conter o sorriso enorme que escapava da minha cara quando ganhei a última partida. Eu estava afundado na derrota e agora estou sendo recompensado. É indescritível o quanto é gostoso o sabor da vitória. Quase agradeço a Deus por me livrar do meu tormento, mas lembro-me de que ele não aprovaria isso nenhum pouco. Não posso desperdiçar minha chance com meu hermanito mexicano. Joguei as cartas sobre a mesa, mordendo o canto dos lábios para diminuir meu sorriso.
—— Relaxa, eu vou deixar você escolher. Sou um cara razoável. Você quer dar uma surra em alguém pra mim ou usar essa sua boca linda aí para algo mais interessante? —— pergunto, estampando meu sorriso descarado que agora tem vida própria. Desvio rapidamente meu olhar para escolher uma vítima no ambiente e ter na ponta da língua caso ele escolha a surra, mas não posso negar que o boquete cairia muito melhor depois do tesão desse jogo. —— Dependendo da opção, pode ser aqui mesmo debaixo da mesa…
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Última edição por Vicky em Ter Dez 13, 2022 2:05 pm, editado 1 vez(es) |
| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 12, 2022 10:05 pm | |
| I won't cry for you, I won't crucify the things you do I N T E R A G I N D O C O M: H E N R Y N O J A R DI M Este costume de compartilhar segredos é como oferecer um colo para que alguém descanse sobre a sua perna — é deixar entrar no coração alguém que pode estar escondendo uma faca nas costas; que vai anotando cada detalhe das suas paredes internas para usá-los contra você assim que se permitir baixar a guarda. Henry me dá munição e não enxerga o cano da arma que seguro entre os dedos. Eu sou assim; orgulhoso, cínico, sarcástico. Estou sempre mirando e atirando sem qualquer controle do indicador pressionado a todo momento contra o gatilho.
Meus lábios então se separam e é como se eu soubesse por antecipação as coisas horrível que estão os espreitando. Mas não posso — não quero — usar a fragilidade desta história contra ele. Eu escuto e o imagino cercado pelo pesadelo que me descreve, as imagens estão pulando para dentro da minha mente e formulando um filme de terror macabro — não consigo conter o suspiro após colar os olhos na cicatriz e enxergar o horror através dela, me compreendendo como incapaz de entendê-la por completo. Deslizo na grama e quebro a distância — desnecessária — dos dois passos que Henry havia estabelecido entre os corpos, como um buraco negro que deseja usurpar a luz das estrelas à sua volta mas ao mesmo tempo não quer destruir as barreiras do seu campo gravitacional.
——— Puta que pariu. ——— digo, estendendo a mão e tocando cada milímetro da cadeia de montanhas que foi esculpida sobre a pele dele; uma pulseira eternamente gravada sobre o tecido enquanto era um prisioneiro de um maluco. ——— Dói ainda? ——— pergunto, apertando de leve o tornozelo como se estivesse com algodão no punho, sentindo as dúvidas provocarem os fundos do meu crânio ——— Quer dizer… minha bisavó precisou amputar a perna e os médicos falaram sobre a permanência de uma dor fantasma ——— talvez porque a velha tenha setenta e sete anos e nunca viveu sem um membro do corpo. Até mesmo Henry, suponho, possui todas as feições de um adulto que sobreviveu tempo o bastante para não acostumar-se a uma pele esfolada.
——— Ouch. Essa doeu. Que puta, hein? ——— estou sorrindo, instigando alguma palavra feia a sair dos lábios dele. Não me considero moralista, mas há algo sobre a virgindade que automaticamente desvia meus pensamentos às imagens brilhantes dos vitrais da igreja. Sinto pena e o resquício dessa emoção brinca por trás da minha expressão. Deve ser difícil exigir a luz do quarto e não ser enquadrado como um pervertido no instante seguinte a exigência.
Não conto segredos a ninguém — nem mesmo a meu irmão, que já sabe o suficiente para se considerar um confidente especial se quisesse. São meus para fazer o que quiser; para descartar ou guardá-los em algum caixote velho e afundá-los no meio do oceano Atlântico. Tenho tantos deles que as suas simples existências moldaram as rachaduras no meu caráter — fortaleceram-me, de certo modo, enquanto foram fabricados. Eles são uma bagagem pesada no meu ombro e que aeroporto nenhum extravia, são um amontoado de experiências e decepções que se atropelam e dão forças à supernova do meu peito, são o combustível de que preciso para queimar e lembrar do quão cruéis as pessoas conseguem ser. Nunca compartilho nenhuma parte do meu interior, mas Henry está tão chapado e parece tão confiável que as defesas e os cadeados nos contornos daquele caixote cedem imediatamente ao seu pedido manhoso. Ele tem alguma espécie de chave mestra e está usando-a para acessar-me como um repórter acessa um quarto nos filmes de terror; muito silencioso.
—— Um segredo. Bem... —— fecho os olhos e procuro algo interessante dentro de mim mesmo. —— Hmm... ah. Eu já apareci no Amber Alert quanto tinha 14 anos. O meu desaparecimento durou 5 horas —— a memória é palatável, ela tem o gosto de areia e oceano e do meu pai tagarelando sobre como não consegue suportar os mosquitos nesses lugares estrangeiros. Enxergo duas sombras se erguendo no horizonte, figuras familiares e ao mesmo tempo estranhas já que não consigo imaginar os rostos com a mesma clareza quanto no dia em que os perdi. Eles estão se diluindo, e sei que futuramente não verei nem a sombra do que ainda possuo hoje. Dois anos me anestesiaram — cinco ou seis vão me tornar indiferente à eles. Eu sei disso —— A minha mãe ama... quer dizer, amava o clima de Portland, no Estado do Oregon e nós passávamos o verão inteiro lá por causa dela. —— ela tinha o cabelo preto e olhos duas vezes mais escuros e brilhantes que os de qualquer um dos filhos, mas naquela época eles passavam o tempo todo lacrimejando para a felicidade da sua casinha na cidade portuária —— Fui um adolescente rabugento, que usava calça de couro e jaqueta sob os trinta graus da praia em forma de protesto. Um pontinho preto na multidão de corpos e biquínis e vários quilos de areia. Eu fiquei sozinho por dois minutos e comecei a trocar ideia com um surfista conhecido pela região. Alto, uns vinte ou dezenove anos, não lembro corretamente os detalhes... enfim, uma belíssima história de amor para contar aos meus filhos —— sou sarcástico, inventando e omitindo pequenas informações porque elas são vergonhosas e ultrassecretas e não perturbam o curso verdadeiro da história. O que significa, portanto, que essa não é uma mentira completa. É a metade dela, uma fatia de pizza comparada a um rodízio inteiro. Um sopro no olho de um furação que nunca estará pronto para rasgar a superfície e ser conhecido pelas outras pessoas. Ninguém nunca saberá dele —— Na época, me achei muito esperto por conquistar a atenção de um homem mais velho. Foram alguns meses de... disso. Nem contei à ele que tinha quatorze anos, porém acredito que certas coisas sejam meio evidentes. Nós combinamos de fugir para o Alasca, mas no fim ele me dispensou porque não queria nenhum problema sequestrando o filho riquinho de uma socialite britânica e desesperada. Então eu voltei e tive que dar milhões de depoimentos à guarda costeira e à policia. Foi um saco, minha mãe nunca voltou à Portland e nós vendemos a casa semanas depois. Haha, pelo menos eu arruinei o quarto maneiro do meu irmão no dia seguinte. —— remexo as caixinhas das memórias disposto a utilizar qualquer coisa que não esteja atrelado àquela pessoa e à minha mania de encher-me com o quê os outros me doam. É um hábito que eu esqueci no fundo do guarda-roupa e jamais voltarei lá para recuperá-lo. A intensidade corrompe e me força a transformar o universo num lugar perfeito para atar-me ao destino de alguém especial, como um boneco que é puxado por cordinhas imaginárias eu me vejo à mercê de uma explosão enjaulada no meu peito, sempre canalizada por um sentimento forte e implacável e vou assassinar a próxima pessoa que ousar provocá-la novamente —— Estou aqui porque meu tio me submeteu à uma tutela legal afirmando que eu enlouqueci após a morte dos meus pais. Ah, e meu irmão também caiu no mesmo golpe, você vai conhecê-lo um dia. Aparentemente, para os juízes, nossa família é facilmente inclinada à loucura. [/color]
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 12, 2022 10:54 pm | |
| Interagindo com Demétrio e Nathan no jardim Antes, pareceu uma ótima ideia responder às ameaças de seus pais e desafiá-los, alimentando ainda mais a ira deles. No entanto, agora o arrependimento batia forte. Definitivamente seria melhor ter parado de dar trabalho, embora Winifred se conheça bem o suficiente para saber que uma mudança assim seria impossível de acontecer da noite pro dia. Talvez a entrevista com o pastor fosse a responsável por grande parte de seu arrependimento, mas ela tentava se convencer que não para não dar importância demais para quem não merecia. Do contrário, poderia estar de bom humor agora, estourando todos esses balões no ouvido de alguém.
Apanhar nunca foi um problema, senão jamais se arriscaria em campeonatos de muay thai, ou até mesmo treinando. O problema é quando ameaçam tirar o único controle que Winnie realmente se importa: o de seu próprio corpo. A ideia de ser sedada e não conseguir fazer nada é profundamente apavorante. E tão apavorante quanto isso é a possibilidade de ter uma agulha enorme perfurando e invadindo seu corpo. Uma seringa é algo tão subestimado, mas com tanta capacidade para fazer estragos. Basta a enfermeira errar a mão e uma pessoa pode ir para o saco.
No entanto, um pensamento que incomoda é que mesmo não tendo sido drogada, Winifred não teve controle nenhum sobre o próprio corpo. Esse é especialmente incômodo e insiste em invadir sua mente, porque é meio difícil ignorar quando suas costas ainda ardem. Essa parte causa um gosto particularmente amargo na boca que nenhum doce parece tirar o gosto.
Outro problema é que estando de mal humor ou não, Winifred precisava de uma distração para se aliviar. E obviamente não existe nada melhor para isso do que ir encher o saco de alguém. Os escolhidos da vez são os pervertidos que estão numa punheta nada discreta em pleno jardim, tentando esconder o que faziam debaixo da mesa. Que coragem... Eles, na verdade, estavam até bem discretos, mas depois de ficar analisando por algum tempo enquanto comia calmamente aquele bolo de chocolate, tudo acabou ficando muito claro.
Abandonou o bolo assim que enjoou e caminhou em direção às suas vítimas, motivada a empatar aquela foda. Quando chegou por trás deles, prestou atenção no último pedaço daquela conversa estranha e arrancou da mão do loiro o cigarro que ele oferecia ao moreno. —— Valeu, loirinho —— disse, enfiando o pé no pouco espaço entre os dois e se forçando a entrar por ali só para fazê-los se afastar antes de chegar à mesa, onde se sentou e ficou de frente para os dois. —— Quem tem tesão em mão? Isso é bem estranho —— comentou, franzindo a testa antes de dar uma tragada no cigarro que roubou.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 13, 2022 2:00 am | |
| life of the party I N T E R A G I N D O C O M: E L L I O T E L A W R E N C E N O J A R D I M
Uma prenda boba? Só não vale dar pra trás?
Ah, hermanitos...
——— Muito prazer, Lorenzo. Me chamam de Hernandez ——— odeio nomes estrangeiros. Eles simplesmente são coisas monstruosas que derretem a minha língua e depositam a essência das minhas palavras num saco preto. Distorço de propósito; erguendo a sobrancelha e imitando perfeitamente o papel do imigrante que está se acostumando agora ao modo de vida estadunidense. O outro garoto não se introduziu e eu não espero que vá fazê-lo de qualquer forma — eu poderia ser inteligente, mas algo naqueles dois me contaminou com uma ansiedade que fervia em antecipação ao resultado do jogo e da recompensa por trás dele. Desde que não sofresse muito, não fazia muita diferença.
O problema é que eu não permaneci intacto e tampouco ileso das armadilhas que o baralho lançou contra a minha mão. Lorenzo é bom demais para pensar em superá-lo, mas o outro também não fica muito atrás em questão de habilidade. Me compreendo como o jogador mais fraco e o resultado dos três jogos espremem a minha espinha e colocam-me à mercê de dois mafiosos — porque, sim, eles são — como porcos estão prometidos a morte no abatedouro. Largo as cartas — nenhuma manilha entre elas — sobre a mesa e assovio entre os dentes quando a certeza de que eu estava completamente fodido era quase palpável na atmosfera. Fiquei, ainda assim, esperançoso por um ato de misericórdia — mas o rapaz com olhos extraordinariamente diferentes quebrou essa parte de mim como uma criança atira uma pedra contra um espelho.
Urgh.
——— Você me quer de joelhos, gringo? ——— sugo os lábios entre os dentes, encarando aquela estranha anomalia colorida e sentindo o cabelo fazer cócegas nos cílios ——— Não vejo mal. Trato é trato, mas aqui... ——— freiras, freis, enfermeiros, e toda espécie de funcionário pareceu brilhar enquanto caço por uma abertura no meio deles. Estou agarrando qualquer argumento que poderia impedi-lo de desejar-me entre suas pernas sob a mesa, catando-os no ar e montando as frases como se voltasse a ser um menino brincando com a sopa de letrinhas. É nesse instante que, espiando as saídas do jardim, meus sentidos se voltam para a placa do banheiro orientando as pessoas do caminho para dentro dele ——— Mirá, mirá, encontramos um lugar perfeito. A mesa é meio... arriscado, e seria uma puta má sorte arranjar problemas agora ——— tento meu melhor sorriso, olhando para Lawrence em busca de apoio ——— não é?
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| | | Akemy
Mensagens : 35 Data de inscrição : 12/12/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 13, 2022 6:28 pm | |
| Felix Chamberlain27 anos | Veterano | Psicopatia | Pansexual | 1,92Interagindo com Carolyn Bell | Local: Jardim Ah, a brisa que perpassava pelos meus cabelos, era refrescante, o sol estava brilhando como nunca, realmente seria um ótimo dia para um belo passeio. Porém esse dia... esse dia é igual a todos os outros neste lugar para loucos. Nada me faria mudar de ideia quanto a isso, as pessoas iam e vinham por entre os corredores, salas, escritórios, jardins e mesmo que eu tivesse notado alguns rostos novos, nada era mais entediante do que estar ali. Muitos me olhavam com desconfiança e até pavor, o que não era nada de novo. Já estava acostumado a isso, para falar a verdade achava aquilo extremamente divertido. As imaginações férteis desses imbecis, achavam que eu iria pegar uma pedra e atacar a primeira pessoa que visse pela frente. Aquilo era no mínimo impensado. Eles realmente acreditavam que eu poderia fazer tal coisa com aquela quantidade de enfermeiros me vigiando a todo instante? Sentia uma grande vontade de gargalhar pela situação. Entretanto, eu me mantive impassível. Não é como se eu não tivesse vontade, sentir aquele gosto metálico em minha boca, que a tanto tempo não sentia, somente pensar nisso fazia minha boca salivar.
Aqueles pensamentos invadiam minha mente enquanto caminhava calmamente com um livro qualquer nas mãos, eram pensamentos intrusos, mas eu não poderia me concentrar muito neles, pois o medo real doa a minha volta de que eu realmente pegasse algo para bater na cabeça de alguém... não seria tão impossível assim. Decidi me concentrar no livro em minhas mãos, o que convenhamos, foi uma decisão péssima, mesmo que eu estivesse lá a 5 anos, o que não era tanto tempo assim, não havia um livro, pelo menos que ainda me interessasse, naquelas estantes da biblioteca. Todos os livros sobre religião eu já havia folheado e não havia nenhum novo. Eles não pensavam no bem estar dos paciente? "Ora Félix, você está bastante brincalhão hoje, não é mesmo?", aquele pensamento sarcástico veio a minha mente, o que mais uma vez me deu vontade de rir.
Quando aquele lugar ficou tão lotado? Me perguntava desde quando este lugar recebera tantos paciente para que não sobrasse um banco livre para que eu me sentasse. Suspirei irritado, aquele lugar não servia nem para isso! Vi um lugar vazio, oh, era uma pessoa pelo qual eu conhecia bem, desde sua entrada aqui, ao qual eu já era um internado, nós nos encontramos bastante nesses três anos em que ela trabalhava aqui. Era engraçado o fato de que nessas várias consultas não ter havido nenhuma "melhora" de minha parte, o que ela fazia o máximo para não demonstrar, mas era impossível não reparar no quanto ela ficava frustrada. E sinceramente, o que eu teria para melhorar? Eu somente estava fazendo um favor a eles, porque ninguém compreendia isso? - Doutora, como está? - um sorriso pequeno surgiu em meus lábios e logo depois me sentei no lugar que estava vago no banco.
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Última edição por Akemy em Qua Dez 14, 2022 12:13 am, editado 5 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 13, 2022 8:53 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no jardim Assistia às mãos correrem pelas marcas no tornozelo com um pouco de estranheza. Como não costumava deixar essa parte do corpo visível, também não estava acostumado com essa atenção ali, nem mesmo da própria. —— Ah, não dói não. Isso já vai fazer quase 5 anos. —— explicou. Mas era estranho, porque mesmo quando aquele antigo ferimento costumava doer, aquilo nunca chegou nem perto de ser a coisa mais dolorosa. A parte que sempre incomodou mais — e que ainda incomodava — eram as lembranças que tinha ao encará-la. Sentia que aquilo era como se fosse a assinatura de um artista cuja obra foi destruí-lo. Quase cinco anos parecia muito pouco tempo para acabar com o sentimento amargo que tinha ao encarar aquela marca. Ainda parecia uma assinatura. Uma marca que tornava tudo real, apesar das falhas em sua memória.
—— Mas eu finjo que elas nem estão aí, de qualquer forma. —— disse, puxando a calça para cobrir de volta. Frequentemente se incomodava com o pensamento de que poderia se esbarrar com aquele assassino e ser imediatamente reconhecido por causa dela. Pensava que mesmo estando diferente de quem era aos 15 anos, aquilo ainda o tornaria inconfundível, especialmente quando visto pelos olhos do responsável. E então, só perceberia tarde demais aqueles olhos frios, azuis e meio acinzentados o encarando de longe. Os olhos de alguém que já o conhecia — ainda que mais pelos outros sentidos do que pela visão —, mas que não o via há muito tempo. Só que isso não iria acontecer. Não daquela forma. Porque até mesmo usando calça, normalmente usava meias para não vê-las sem querer. Agora isso não parecia tão importante, estava tão desnorteado que não sabia sequer onde estavam os próprios sapatos.
Sentiu que ali, agora, Nicodemos o compreendia melhor do que ninguém. Mesmo que ele não tivesse passado pelas mesmas coisas, ele trazia um conforto e uma naturalidade que deixavam Henry ainda mais à vontade. Estava mostrando seus segredos mais profundos e se sentia inexplicavelmente bem com isso. Pensou que aquele conforto devia ser pelo fato de já conhecê-lo antes, mas nunca se sentiu tão próximo assim daquele cliente ranzinza. Talvez compartilhar os próprios segredos fosse realmente algo bom. Aquilo realmente aproxima as pessoas. Imaginou que Nicodemos também deveria ter se sentindo igualmente próximo, já que acabou com a distância entre eles e lhe tocou no tornozelo, ignorando que poderia pegar alguma doença que ele trouxe de fora. Os segredos acabaram com a proximidade entre eles de todas as formas e isso fazia ele se sentir menos solitário.
Os olhos se arregalaram levemente quando ele chamou Rory de puta, um pouco surpreso pela palavra pesada. Nunca pensou e nem falou dela com tanta dureza assim. —— Na verdade ela foi até legal, o problema fui eu. Eu não avisei de nada disso e também não tava esperando por aquilo. —— disse, seguido de um silêncio reflexivo enquanto buscava as memórias daquele dia em sua cabeça. —— Ela até me acalmou, mas talvez foi porque eu obriguei ela a se prestar à esse papel… Como ela ia ignorar aquele desespero? Eu ainda tava meio mal quando ela praticamente me colocou pra fora da casa dela, mas ela foi legal… —— explicou, demonstrando estar cada vez menos confiante sobre o que estava falando conforme as palavras saiam. Falando assim, não parecia nada legal mesmo. —— Mas pelo menos ela não saiu espalhando pra todo mundo da faculdade... Isso já é bem legal, né? —— perguntou, inseguro, buscando uma confirmação de que ela não tinha sido tão ruim assim.
Apesar do desastre em sua vida sexual, se sentiu mais confortável quando Nicodemos começou a contar sobre seus segredos, revelando também sobre sua vida amorosa. —— Um surfista? Sério? Desculpa, é que foi meio inesperado… Então você tem uma queda por surfistas? —— perguntou, fazendo o esforço inútil de tentar não rir. Os lábios tremeram enquanto ele tentava conter o sorriso que quase pulava para fora do rosto, porque é uma imagem muito engraçada de se imaginar. Um pontinho preto e ranzinza na praia dando moral para um surfista? Não, isso era demais para ele aguentar. Mesmo sabendo que ele tinha 14 anos, imaginou a cena com ele sendo um mini fumante em sua cabeça. —— Sabia que eu também surfo? —— comentou, deixando escapar um riso nasal. Umedeceu os lábios, tentando voltar a expressão séria enquanto olhava para o céu, deixando Nicodemos seguir com a história sem cortar o clima tenso para o qual ela estava caminhando.
Prestava atenção no formato das nuvens enquanto ouvia a história do desaparecimento de Nicodemos — que na verdade era uma história sobre um adolescente sendo manipulado por um adulto. Conforme ela ganhava um tom mais profundo, Henry foi ficando cada vez mais sério, voltando sua atenção exclusivamente para Nicodemos. Observando a forma de como ele contava algo tão íntimo de um jeito tão livre, mas que mesmo assim parecia ter um pesar amargo no fundo de suas palavras. Os olhos pretos e indecifráveis pareciam esconder mais coisas do que ele poderia ver atrás deles, o que despertava um sentimento estranho de querer entrar naquela escuridão profunda e misteriosa para libertá-lo. Queria alcançá-lo e libertá-lo de seja lá o que ele sentisse sobre aquilo.
—— Não se culpe por isso. Era a maturidade que você tinha na época. Não tinha como saber as más intenções de um abutre. —— disse, dócil, cedendo ao impulso de levar a mão até os cabelos de Nicodemos e passar os dedos suavemente entre as mechas na parte de trás da cabeça. —— É isso que os abutres fazem; eles veem uma vulnerabilidade e tomam vantagem, então se você chamou a atenção de um abutre significa que você não é um deles. Significa que você tem algo a oferecer, senão nem teria sido visto. Só foi por a pessoa errada e na hora errada. —— disse, seguido de um breve silêncio enquanto se entretia olhando o movimento dos dedos se enrolando nos cabelos de Nicodemos, prestando atenção nos fios negros e brilhantes. —— Não que eu entenda muito de relacionamentos. Na verdade, eu li isso num gibi uma vez, mas acho que faz super sentido. —— explicou, compartilhando sua fonte de conhecimento. Acreditava naquelas palavras, porque não era justo alguém sentir culpa por ter a ingenuidade de um adolescente, mas sabia que era muito difícil não sentir. —— Bem que dizem que surfistas não são confiáveis. Arg.
Sentiu seu estômago se revirar quando ouviu sobre o motivo de ele estar ali, sobre seus pais terem morrido. Até ignorou a parte sobre o golpe vindo do tio, porque não conseguia imaginar nada mais perturbador para si do que perder sua família. Imaginava que para qualquer um isso seria como perder o chão sob seus pés. Puxou de volta a mão que estava sobre os cabelos negros, se arrastando pela grama de modo que ficasse sentado na frente de Nicodemos, próximos. —— E você enlouqueceu? —— perguntou, curioso, olhando intensamente para aqueles olhos negros. —— Digo… Você me parece são, mas perder os pais é uma coisa muito pesada de se viver. Eu entenderia se enlouquecesse um pouco. Todo mundo entenderia... —— disse, inclinando a cabeça levemente para o lado enquanto olhava de um jeito cuidadoso, sentindo a fragilidade do assunto. E ao mesmo tempo com atenção, curioso para saber como ele se sentia.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qua Dez 14, 2022 2:17 am | |
| ——————but besides all the glamour, all we got was bruised i will tickle you internally, and i see nothing wrong with that LAWRENCE NEIL BONHOMME 23 YO ALCOOLISMO&TPA*&VÍCIO EM JOGOS DE AZAR NOVATOINTERAGINDO COM ELLIOT E MATHIAS NO JARDIM ——————Lorenzo. Eu podia muito bem ser aquele gringo chato que corrige a até um mísero erro de pronúncia, mas não importava tanto assim com nomes, então me tornarei Lorenzo para Hernandez, sem falar que o sotaque se encaixava perfeitamente em seus lábios, natural, sim… não me daria o luxo de arrancar-lhe a natureza de jeito tão cruel.
——————Veja bem: ganhar nunca é a parte mais importante de um jogo, mas numa aposta as intenções mudam e drasticamente, principalmente quando o prêmio é uma pessoa fazer o que quiser com outra. A atração de ter alguém à sua mercê desabrochava uma emoção tão intensa que era impossível se deixar levar, mesmo que fossem só cartas jogadas à mesa, cada soma dos valores delas significava que eu estava levando vantagem em sorte e, modéstia à parte, minha própria habilidade. Entender as regras e fluxo de jogo era uma de minhas aptidões mais preciosas, que eu deixava claro apenas quando extremamente confortável ou imerso em uma situação. Agora era a segunda; eu não me permitiria cair nas mãos de alguém tão fácil. Elliot caiu no segundo lugar de vitórias, significando que o latino teria que atender às prendas sem levar sequer um prêmio de consolação, em teoria. Preenchi-me com a sensação de agrado até a boca, deixando vazar por um deslize o curvar de um dos cantos dos meus lábios e um riso abafado. Que delícia.
——————O de olhos bicolores sugeriu que Hernandez ou desse uma surra em alguém ou usasse a boca para “algo mais interessante” palavras dele. A segunda opção me despertou um interesse maior, apesar de eu não estar planejando partir para esse lado mais sexual. Não que eu estivesse reclamando.
————————— Não esqueça que você também me deve algo, baixinho. Talvez eu peça bem mais do que só a boca. ——— Me foquei nela, sorrindo em antecipação antes de encará-lo nos olhos, com um ar de desafio. Alguém tinha que lembrá-lo que ele não era o único com benefício, não?
——————Antes mesmo que pudesse protestar sobre a ideia de ser debaixo da mesa, o latino o fez por mim, se referindo ao banheiro que tinha no jardim. Acenei com a cabeça, o resgatando do esforço que ele fazia para convencer, achando bonitinho o empenho para se livrar de ser pego por aqueles funcionários que nos rondavam de perto como corvos sobre corpos mortos, mas sem dar tanta atenção para o que falávamos. Talvez estavam nos dando um desconto hoje, talvez só estavam mais distraídos, ou talvez não. Quem sabe eu não ia parar na solitária de novo por estar jogando, sendo que fazia parte do meu diagnóstico; eu ia esperar pra ver os resultados disso depois, já agora…
————————— Acho que seria melhor para evitar interrupções, além da privacidade. O que acha? ——— Virei a cabeça para Elliot, na esperança que ele concordasse. Aproveitei da minha insinuação anterior, que, agora, servia de um alerta para ele pender mais para esse lado. |
- !!!:
infos adicionais - *TPA é Transtorno de Personalidade Antissocial (sociopatia)
- francês (Bordeaux)
- está nos EUA desde os 12 anos, quase não tem sotaque
- ENTP 7w8
- sempre está usando um tapa-olho, por debaixo está uma cicatriz de aparência desagradável
- 1,90m e 73kg
- destro
- cristão católico
- bissexual e birromântico
- cursava Direito, mas largou no meio pelo vício em jogos
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qua Dez 14, 2022 7:14 am | |
| Interagindo com Lawrence e Mathias no jardim Confesso que esperava ao menos algum protesto quando o mexicano abriu a boca, mas vê-lo aceitar daquela forma torna minha vitória ainda mais gostosa, pois seria um saco ter que vê-lo fazendo resistência. E eu definitivamente quero vê-lo de joelhos, colocando essa boca para trabalhar enquanto olha para mim como se não valesse nada e só tivesse que me agradar. Meu sorriso triunfante e a soberba exalando do meu corpo deixava isso muito claro. Pela nível da minha prepotência, parecia até que eu era a pessoa que mais tinha ganhado. Porém, o sorriso estampado em minha face morre assim que Lawrence resolve cortar as minhas asas e cuspir na minha cara. Me jogou na sarjeta, pois não aguenta a minha felicidade.
—— "Baixinho", Lorenzo? —— digo, alongando desnecessariamente o nome em minha boca. Levanto o queixo, retribuindo o olhar com audácia, porém calmo. Que vagabundo. Eu vim na maior boa vontade levar alegria para ele enquanto tentava fazê-lo de vítima e ele me agradece assim… me desrespeitando na frente do mexicano que devia ser minha vítima. Citando minha baixa estatura como se ele fosse superior. —— Pode rir se quiser, mexicano, daqui a pouco você vai estar com a boca ocupada mesmo. —— minha voz claramente tem um fundo de irritação, apesar da pose calma enquanto recolhia as cartas.
Não esperava aquela invertida de Lawrence, mas é de se esperar acabar tendo que pagar com o corpo em um jogo onde vale de tudo. Provavelmente eu mesmo instiguei isso dando a ideia e com minha prepotência com Hernandez. O que eu não esperava é a forma como essa conversa está caminhando para basicamente um sexo à três, com esses dois postes escolhendo cuidadosamente as palavras como se fossem cúmplices e eu o gado indo para o abate. Me sinto quase que traído por Lawrence, já que ele era meu aliado e tirou minha posição de poder num piscar de olhos a troco de nada. Quanto à essa parte, não posso evitar demonstrar minha insatisfação enquanto olho para ele.
Entretanto, ferindo minha honra ou não, não posso negar que a ideia é interessante. Deixando a aposta de lado, os dois são atraentes e é uma situação arriscada, o que significa que ela também é excitante. Sexo à três em um banheiro público não estava na minha lista de metas de vida, mas eu definitivamente acabei de acrescentar essa opção. Fico pensativo com a sugestão, calculando o risco de ser pego mesmo sabendo que eu não vou recusar. Não quero ir parar na solitária, mas creio que tem certas coisas que valem o risco e essa é obviamente uma delas. E já que eu tenho que pagar com mais do que a boca, fazer debaixo da mesa também não é uma opção muito viável. Por que não tornar tudo mais prático e interessante para todos nós?
Olho para o banheiro, como a expressão de quem estava com uma grande dúvida, mas que magicamente se quebra, tornando-se a de uma pessoa incrivelmente disposta e rendida, dando-se por vencida. —— Pois bem.. Aposta é aposta, não é mesmo? —— concluo, soltando um suspiro dramático antes de me levantar da cadeira, como se ceder fosse uma escolha difícil. —— Acho justo todos nós resolvermos nossas pendências juntos, então. —— sugiro com um tom de quem está resolvendo um problema chato, mas obviamente com um interesse muito grande transparecendo em meu ser, lançando um olhar profundo para ambos antes de sair andando em direção ao banheiro.
Enquanto caminhava, tomei o cuidado de olhar discretamente ao redor pelo jardim para ver se Cristopher estava por ali, porque apesar de estar pensando com a cabeça errada agora, também não sou nenhum idiota inconsequente. A adrenalina de estar indo fazer algo profundamente proibido — em tantos sentidos — deixa tudo ainda mais interessante e excitante. Entro no banheiro e caminho até uma das portas, abrindo ela de um jeito exageradamente elegante para os dois. —— Damas na frente. —— convido, desaforado, mas com a pose de um verdadeiro cavalheiro.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qua Dez 14, 2022 2:13 pm | |
| I won't cry for you, I won't crucify the things you do I N T E R A G I N D O C O M: H E N R Y N O J A R DI M ——— Surfista, hein ——— o meu sorriso é uma coisa que poderia fazê-lo arrancar um dos sapatos e acertar-me com toda a força contida no braço que tinha domínio predominante ——— Isso significa que você quer dormir comigo? Uau, que direto. Tudo bem. Hoje é seu dia de sorte ——— Henry sorri como um bêbado e de repente sou um eco das gracinhas que escapam pela sua boca; ele é um casebre brilhante e cheio de pessoas que está colada à minha mansão assombrada da qual ninguém se aproxima sem pensar duas vezes. É estranho como a história escapa como grãos de arroz; me sinto escorregando e então encontrando refugio dentro de uma caixinha pequena quando o sinto colocar as mãos na minha nuca.
Um arrepio percorre o meu corpo, eletrocutando todas as células e estremecendo as fundações do meu espírito — estou caindo, mas é uma queda tão lenta e confortável que nenhuma parte de mim está lutando contra este buraco que abriu-se sob a grama. Estrelas dançam e brincam e não tenho sequer um milímetro de controle do sentimento que revira e floresce no estômago — eu quero massacrar essa memória antes que ela se enfie profundamente nos meus ossos; eu quero impedi-lo de invocar as coisas trancadas no meu caixote velho e que jamais deveriam fugir dele. É tarde demais — e não sei que espécie de expressão meu rosto usa; se algo nela revela os segredos que tampouco eu consigo controlar.
Ele está alterado — e suas pupilas estão tão dilatadas que apenas uma finíssima camada azul é o único vestígio do oceano por ali. Este jardim presencia o momento em que eu me desmancho e me rasgo em pedaços cada vez menores; quando todo o universo começa e termina nos dedos de Henry brincando com a escuridão do meu cabelo; quando os fios se enrolam nele e quase imploram para que o contato nunca termine. O tempo é novamente uma ampulheta que resolvi destroçar; é a imagem do infinito se curvando aos caprichos de um garoto egoísta. E ainda que o restante do corpo esqueça e que uma parcela de mim anseie pelo próximo arrepio na pontinha da espinha; eu me lembro de permanecer ancorado às memórias de épocas em que um sorriso bonitinho tinha o poder de encerrar com a minha existência; do quão diferente isso reverbera para meus átomos e de como Henry — com seu espírito leve — não gostaria de contaminar-se com a intensidade da explosão no meu peito.
Sou um abutre que está o circundando e esperando a oportunidade perfeita para atacá-lo e despi-lo dos seus pertences. Este discurso conversa diretamente com as intenções nos cantos mais escuros da minha mente; foi uma premonição que Henry teve e não soube interpretá-la da forma correta — ele é a pessoa que tem algo a oferecer, e eu sou o errado que se personifica e toma vantagem do seu estado vulnerável. Mas a munição não encontra o cano da arma com a qual aponto para o peito dele; e algo considera deixá-lo imune aos efeitos que um encontro com Nicodemos provoca às pessoas. Considero deixá-lo ileso de mim e da minha existência. Esse momento — essa conversa, esse gesto, esse calor, essa grama e esse mundo — escorrerá como óleo pelo corpo de Henry e no instante seguinte já nem existirá para ele.
O toque abandona-me e me sinto novamente o órfão que está esperando alguém desmentir a sua realidade — um deslizamento de terra que se enfia em qualquer depressão geográfica pelo prazer e pela ilusão de sentir-se segura contra as ameaças do mundo; trancada eternamente no seu casulo de pedras, cinzas e areia. Henry está muito perto e se transformou em uma fogueira para o gélido inverno que é meu corpo; então me inclino ainda mais e espero destruir a ambos no processo ——— Não enlouqueci. Ah, fazem dois anos. É uma história velha. Às vezes parece a vida de outra pessoa, totalmente alheia à minha ——— respondo, não pensando em nada que esteja relacionado aos momentos de loucura porque isso me tornaria prisioneiro daqueles episódios em que o mundo deixou de fazer sentido. As lagrimas não são mais um caminho de buracos fundos sobre minha pele e seus nomes não soam mais como um veneno que alguém forçou nos meus lábios; nunca mais serão assim ——— No começo foi o inferno, mas agora... está tudo bem. Um dia aconteceria, de qualquer modo. Ninguém é eterno. ——— digo, esperando o tempo de dois minutos até endireitar a postura e colocar as mãos nos ombros dele para forçá-lo rudemente a deslizar no chão. Malditos tagarelas que não dormem facilmente ——— Mas chega de historiazinhas tristes e de coisas que faria um recém-nascido chorar. Aprecie minha gentileza de acompanhá-lo e tente fechar os olhos ——— um tom grosseiro aparece entre meus dentes ——— Agora.
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Última edição por yukizinha em Qui Dez 15, 2022 2:22 am, editado 1 vez(es) |
| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Qua Dez 14, 2022 8:25 pm | |
| ——————who in the world can give me unconditional love? my heart still wavers from time to time CAROLYN BELL 30 YO PSICÓLOGA VETERANAINTERAGINDO COM FELIX NO JARDIM ——————Os três anos que passei investigando os viveiros de plantas raras que eram as mentes dos internos de St. Mary passaram como uma chuva de verão; rápidos, porém deixando vestígios ao redor da área de minhas memórias, algumas promissoras, algumas decepcionantes, como era o caso de Felix Chamberlain, o único que foi capaz de escapar do hospital. Por sorte, haviam o resgatado de volta. O nível de periculosidade dele era bastante alto e o risco que inocentes corriam por sua soltura não valia a pena, uma vez que ele era totalmente errático e imprevisível, uma verdadeira incógnita.
——————Foi de muita arrogância inicial de minha parte pensar que poderia adentrar a psique e tentar entender o que se passava na cabeça de alguém que teve os impulsos de ceifar treze vidas e consumir o sangue para “sua própria vaidade”, de acordo com ele. Era impossível, incompreensível, impenetrável, por mais que sua fachada inicial se mostrasse calma e cortez. Para minha sorte ou coincidência do destino, esse mesmo homem estava agora me cumprimentando durante o evento festivo da instituição, sentando-se ao meu lado no banco em que eu havia me instalado para observação já que tinha meu tempo livre. Interrompendo-me do Alice no País das Maravilhas em minhas mãos, fechei o livro com um movimento leve e o encarei, vestindo-me de um sorriso leve, apesar de toda a frustração que sua presença representava para meu interior.
————————— Olá, bom dia, Felix. Estou bem, e você, querido? ——— Era realmente impressionante como um rapaz aparentemente tão promissor teve o azar de ter sua mente corrompida por infortúnios. Mantive-me atenta aos sinais de seus cristais azuis tão claros quase límpidos que tinham função de olhos, não desistindo de localizar brechas para poder me conectar a ele, para estudá-lo. Conhecê-lo, pelo menos um pouco, era uma das conquistas que eu queria obter. Um passo de cada vez, devagar, com paciência. |
- !!!:
infos adicionais - ENFJ 2w1
- britânica (Birmingham)
- destra
- cristã
- 1,66m e 54kg
- tem certo trauma de pacientes se apaixonando por ela
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| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. | |
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