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| Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. | |
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Autor | Mensagem |
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yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Sáb Dez 03, 2022 4:23 pm | |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 10:29 am | |
| Interagindo com Nicodemos no jardim ————Os olhos grandes, azuis e perdidos corriam nervosamente pelo ambiente analisando cada pedaço. Olhava o chão como se houvessem armadilhas escondidas por ali e ele precisasse ter cuidado por onde pisa. Qualquer passo em vão poderia ser fatal. O aspecto sufocante e controlador estava presente em todo o ambiente, com os funcionários observando como se estivessem sempre preparados para colocar alguém na linha. Era intimidante. Tentava não presumir muito sobre as pessoas com quem teria que conviver, mas era inevitável pensar que estava sendo jogado em uma selva cheia de animais selvagens. Mesmo assim, conseguiu encontrar algum conforto ao lembrar de seus irmãos que haviam o deixado ali e o dado tanto apoio. Se pensasse bem, apesar de um lugar assim ser meio assustador, seria realmente útil para a vida de Henry ter esse trauma curado. E esse era um lugar bem falado, é de se esperar que não seria tão ruim assim. Talvez o aspecto sufocante na verdade fosse de segurança, pois se observavam cada parte, também significava que nada de ruim poderia acontecer. E então, ficou até mais animado quando foi chamado para a entrevista com o pastor. |
✦ —————— Eu imploro! Eu faço o que vocês quiserem! —— gritou. ————Ele resistiu com todas as forças para entrar na solitária. Agarrou o segurança para não ser largado sozinho lá, chegando até a apanhar para conseguirem se desvencilhar dele. No instante em que escutou o som alto da porta se fechando e se deparou com a escuridão, o coração já começa a palpitar forte, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Ele se aproximou da porta e começou a bater nela, gritando. Como alguém pode achar isso uma boa ideia de tratamento? A respiração e os batimentos começam a acelerar e ele afunda a cabeça na porta até ficar com o rosto no chão. Antes de se deixar ser tomado por o desespero, a coisa mais óbvia vem a sua cabeça: procure por uma superfície dura o suficiente para conseguir ficar inconsciente se batendo nela. ————Ele se arrasta pelo quarto tateando tudo pelo caminho enquanto se mantém com os olhos fechados com força, tentando não entrar em pânico. Percebe que não tem absolutamente nada, nem mesmo as paredes são duras, pois elas têm uma superfície fofa. Merda. Ele começa a sentir a cabeça girando e o estômago se revirar, sendo tomado pelo pânico. Não tem escapatória e ainda por cima precisa ficar consciente. Nem mesmo quando foi sequestrado ele ficava consciente todas as vezes. Teve uma época que Dean ajudava, fazendo-o ficar inconsciente quando as luzes apagavam. Inicialmente ele apenas o abraçava enquanto aquilo durasse, mas chegou num ponto que não era mais o suficiente. Depois que chegou a vez do próprio Dean ser torturado, ele viu o quanto Henry se machucou se batendo até apagar depois, pois não suportava ouvir a pessoa que mais lhe dava conforto gritando tão intensamente. E então começou a ajudá-lo, pois isso tinha se tornado algo constante. Ajudá-lo a apagar era menos agressivo. ————O oxigênio parece ter desaparecido. Ele está ali, mas ele não consegue alcançar. Está hiperventilando no chão frio daquele quarto. Sente como se fosse morrer, mas não morre. É uma tortura infinita e dolorosa que está sendo inflingida pelo seu próprio corpo. Ou melhor; pela própria mente. Ele se arrasta até um canto do quarto e se encolhe o máximo que pode, cobrindo as orelhas com as mãos. O choro escapa num ritmo que atropela os pulmões dele, tornando ainda mais difícil respirar. Mesmo sem ter ninguém nessa sala, ele consegue ouvir gritos que perfuram seus ouvidos. Gritos de profundo desespero, do tipo que as pessoas só usam quando realmente pensam que vão morrer e está sendo de uma maneira brutal. A falta de respiração o deixa tonto, mas ele mantém-se tentando convencer a si mesmo que aquilo vai acabar logo. O problema é que não acaba. Por longas horas. Até a manhã do dia seguinte. |
✦ ————Os olhos grandes, vermelhos e abatidos corriam pelo ambiente ao seu redor tentando encontrar algum sentido em toda esta merda. O clima dessa comemoração estranha parece quase teatral. O olhar logo se voltou para o chão, pois sua visão estava meio confusa; o inchaço nos olhos era tão grande que estava atrapalhando. Sentia os olhos pesarem, tornando difícil focar-se realmente em qualquer coisa longe. O fato de estar grogue por causa da medicação que recebeu também não ajudava muito, fazendo com que Henry ficasse parecendo um tipo de maluco que ele imaginou que veria por aqui: apático, desorientado, derrotado, mas no fundo instável. Ao menos conseguia olhar para o chão sem se cansar, então focou-se em observar os próprios dedos se enterrarem na grama. Onde é que seus sapatos foram parar mesmo? Bem, não importa. ————Qual era o sentido de estar aqui? Não estava comendo nada e todos esses balões não davam nenhum pouco de alegria. Era até irritante a quantidade excessiva, na verdade. Será que eles eram obrigados a ficar no jardim durante esse evento? Definitivamente ele não iria perguntar. Em vez disso, ficou se arrastando por aí, esperando acabar. Ao menos estava gostando de pegar um sol depois de ficar aquela eternidade na escuridão, ainda que isso não compensasse nenhum pouco. Enquanto andava, levantou a cabeça e avistou uma figura de cabelos pretos fumando enquanto estava sentado em um degrau. Ele parou e franziu a testa, se perguntando o porquê de ele ser tão familiar. —————— Hum… oi. —— ele diz, se dando conta que não faz ideia de como deveria tratar as pessoas que também estavam internadas ali. Sabia que ele mesmo não era perigoso, mas não poderia presumir o mesmo das pessoas ali. O pastor o alertou dos criminosos e assassinos, então ele devia estar com muito mais receio que quando chegou. No entanto, o moreno fumante não parecia representar perigo, mas talvez a impressão viesse do fato de ele estar dopado, tirando qualquer senso de perigo que ele pudesse ter.
—————— Eu amo olhos pretos. Gosto de outras cores também, mas os pretos parecem que estão sempre com a pupila super dilatada, então fica muito mais bonito. São mais enfeitiçantes, sabe? —— o pensamento escapa naturalmente, como se fosse um fato que precisasse ser dito. —— O que é engraçado, já que eu não sou muito fã da escuridão… —— ele dá um sorriso com a própria ironia e se senta ao lado de Nicodemos de uma forma meio desajeitada. Nem percebe que está mais desbocado que o normal. —— Eu não te conheço de algum lugar? Ah, já sei… Você fazia aula de zumba? —— pergunta sério, embora nunca tivesse tido aula de zumba. No momento, fazer sentido não era uma coisa que parecia importante.
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Última edição por Vicky em Dom Dez 04, 2022 11:58 am, editado 2 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 11:34 am | |
| Interagindo com ninguém no jardim ————Eu não consigo ter contato direto com Tobias e nem tenho memórias do que ele vive no meu corpo, mas compartilhamos um caderno para nos comunicarmos. Por mais que eu tenha o matado, ele ainda existe em mim e precisamos fazer isso dar certo. Ele, no entanto, faz com que isso se torne uma tarefa desafiadora. O caderno hoje em dia é cheio de riscos, frases confusas e é todo desnivelado de tantas folhas arrancadas. Sei que ele deixou uma mensagem nele, pois ele deixou o caderno aberto sobre a mesa. Vou em sua direção, embora não esteja muito animado com o que vou encontrar. Sinto que ele não leva isso muito a sério, mas acaba sendo útil mesmo assim.
————"Você vai pagar por a pintura : )"
————Pintura? Franzo a testa em confusão, mas me lembro da pintura que joguei fora há 3 dias — ou talvez mais, porque ainda não sei por quanto tempo Tobias assumiu o controle. Era uma tela com uma pintura inacabada de uma freira seminua que parecia muito com uma funcionária daqui, então eu fiquei com medo de isso ser descoberto e acabar se tornando um problema. Pelo amor de deus, isso é um manicômio católico! Não é possível que ele pense que isso é realmente tolerável. Temos regras de conduta para facilitar a vida de ambos e esta é uma das coisas que deveria estar entre elas, já que desenhar uma freira nua é perigoso para ambos. Ao menos nisso deveríamos chegar a um acordo, já que claramente falhamos com as regras de convivência entre nós mesmos.
————Houve uma época em que eu quase não tinha o controle, mas agora eu o tenho na maior parte do tempo e isso deve deixá-lo louco. Ele deve querer desesperadamente provar que ainda é um indivíduo, que ainda existe. Sei disso porque eu fiz a mesma coisa quando era minha vez. Aproveitava qualquer segundo de consciência para foder a vida que ele construía, chegava até a procurar problemas de propósito para ser drogado e ir para a solitária — uma vingança que durou pouco, pois logo percebi que essa punição não valia a pena. Compreendo o valor que ele dá para aquela pintura, pois é um modo de sentir que ainda tem uma vida. Está se enganando, fingindo que não está perdendo essa briga pelo controle.
————Suspiro, fechando o caderno e em seguida o guardo na gaveta da cômoda. Estou cansado de brigar com ele, especialmente por coisas tão idiotas. Indo até o banheiro, eu paro em frente à pia para lavar meu rosto e não presto muita atenção na minha imagem, até que meu olhar se volta rapidamente para o espelho no instante em que me dei conta que vi uma mancha suspeita naquele meio segundo em que me olhei. Passo a mão para conferir a marca em meu pescoço; há uma marca enorme de mordida. E recente, a julgar pela cor chamativa que ainda estava. Que merda.
—————— Filho da puta... —— murmurei, amaldiçoando o desgraçado em meus pensamentos. Do jeito que Tobias é, já prevejo que o responsável por isso deve ser alguém que eu não iria gostar nenhum pouco. Já penso nas pessoas mais repugnantes possíveis — como aquele pastor assediador — e um arrepio percorre pelo meu corpo com o pensamento. Arg. Ele não baixaria tanto o próprio nível, certo? O corpo também ainda é dele. Tá... foda-se. Não tem como cobrir isso, vou ter que sair assim mesmo. Só não venha reclamar de ficar na solitária depois.
————Meu olhar brilha quando eu vejo as comidas e bebidas que preparam para nós como comemoração do aniversário da instituição. Que gentil! Atravesso o jardim admirando os balões e inspirando o ar fresco. Como é bom um clima de felicidade genuína assim para variar. Me sirvo da comida provando um pouco de tudo e depois me sento em uma das mesas. Conforme vou comendo, me sinto cada vez mais leve e feliz, por algum motivo. Acho que comer um bolinho deixaria qualquer um assim. Não é como se fossem colocar droga na comida, né? |
Última edição por Vicky em Dom Dez 04, 2022 5:35 pm, editado 1 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 3:09 pm | |
| Interagindo com ninguém no parquinho ————Em um lugar que só tem maluco, é preciso ser o pior deles; aquele que traz controle com sua loucura. Quando você dá o mínimo de liberdade para um deles, os outros pensam que podem fazer de tudo sem ter consequências. Eu tenho uma fama para manter e os novatos são os que mais precisam ser avisados sobre quem eu sou. Não só avisados como também serem salvos. Esses veteranos pervertidos e sujos certamente vão tentar manchá-los, mas eu estou aqui para salvá-los. Eles precisam desesperadamente de mim e ainda não sabem disso. Porque se Lúcifer costumava ser um anjo antes de cair, eu presumo que também posso fazer o contrário; eu posso subir, ainda que eu seja filho de Satanás. E eu vou provar para todo mundo que eu posso. ————Eu achei que por ser um enviado do diabo, jamais iria encontrar meu lugar aqui. Estranhamente, quando decidi me converter, os funcionários mais religiosos realmente me deram apoio e parecem realmente gostar que eu esteja do lado deles. Luci, meu demônio particular, me disse que isso seria impossível. O mentiroso maldito estava tentando tirar minha chance de me salvar. Tenho que aturá-lo, pois ele é como se fosse um segurança mandado por meu pai. O problema é que ele insiste em tentar me confundir. É difícil não dar ouvidos a ele, porque mesmo que ele seja do mal, ele ainda me fala muitas coisas úteis. Eu sinto que ele realmente quer me ajudar, mas tem uma moral um pouco questionável. Não posso culpá-lo por isso. ————Um evento assim é a oportunidade perfeita para a pregação. No entanto, resolvi deixar meu papel de converter os novatos para mais tarde, pois tem algo muito mais importante para ser investigado agora: o próprio evento. O problema dessa comemoração era que estava tudo muito suspeito. Se era para ser algo feito para nós, por que tinham tantos pacientes dopados? Já contei uns 10 zumbis ambulantes até agora. Fora o fato de estarem proibindo a passagem até a entrada do manicômio. Acredite, eu tentei várias vezes e por rotas diferentes. Há algo lá que por algum motivos os pacientes não podem ver. Depois de fazer minha última tentativa, voltei andando para o jardim frustrado, chutando a grama pelo caminho. —————— Você sabe o que isso significa, certo? —— Luci me pergunta, fazendo aquela expressão típica de “eu avisei”. Eu enfio as mãos nos bolsos e dou um longo suspiro de frustração. É tudo muito óbvio, embora não me agrade. —————— É claro que eu sei... o governo tá envolvido nisso. —— respondo, balançando a cabeça negativamente. —— Desgraçados! Será que são aliens? —————— Provavelmente. Com certeza devem estar drogando as pessoas para que elas sejam entregues a seja lá o que estiver na entrada enquanto as outras se distraem e nem reparam nisso. —————— Mas o que aliens iriam querer com um bando de maluco? —— pergunto com uma das sobrancelhas levantadas e um sorriso irônico. Imagino que os aliens não teriam motivos pra preferir pessoas sãs, mas é engraçado fazer logo essa escolha. Provavelmente a intenção é justamente porque ninguém vai dar falta. Eu ando até um dos balanços do parquinho e me sento, enquanto Luci me acompanha e se senta no outro logo ao meu lado. —————— Um corpo é um corpo. Qualquer um serve para experimentos humanos. —————— Será que o Ashter tá drogado? Espero que levem ele! Se querem fazer uma limpeza nesse manicômio tem que fazer direito!
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Última edição por Vicky em Dom Dez 04, 2022 7:57 pm, editado 7 vez(es) |
| | | Daphne Admin
Mensagens : 25 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 3:54 pm | |
| Why the fuck you look to me for help? There ain't an ace in the cards I was dealt Interagindo com Saetan no parquinho————A fartura vista naquele dia não passava de um simples truque para parecer que ali não lhes faltava nada. Os balões, coloridos, serviam apenas para dar um pouco de cor a vida cinzenta que os internos levavam. Mas, para Ashter nada disso importava, aquele era o dia perfeito para mandar um recado para seu maldito tio. Mas aparentemente tinha sido uma péssima ideia cravar a data de hoje nas paredes do quarto, mais uma vez a raiva foi tanta que acabou tornando-o previsível. ————Não era comum que ele fosse sedado, a não ser nesse tipo de ocasião. Costumava ser um paciente bem controlado apesar das grosserias com funcionários e colegas e as ocasionais vandalizações de alguns ambientes do manicômio, como por exemplo o bigodinho feito na Virgem Maria que rendeu a Ashter 2 dias na solitária. Na verdade, não fez muita diferença. O mundo dele é sozinho, é frio e não necessita de calor humano. Mas algo sobre Saetan lhe chamava a atenção, talvez a necessidade gritante de lhe romper a moral do rapaz apenas para vê-lo se afundar na própria desgraça. É difícil saber quando os sentimentos do primogênito dos Grimm-Pitch são verdadeiros. ————Absorto nos próprios pensamentos, demorou a perceber a presença do rapaz no local. Foi quase como se tivesse o invocado, com aqueles olhos vermelhos que pareciam pedras de rubi brilhando enquanto se empanturrava de bolo. Era difícil saber se estava sonhando, já que tudo era meio embaçado e lento no momento, mas aparentemente Saetan estava falando sozinho e a conversa estava interessante, mas complexa demais para Ashter entender algo propriamente até ouvir seu próprio nome ser citado. Gargalhou em slow motion de forma provocativa ao ouvir a frase do rapaz. —————— Quer tanto que eu vá embora, mas fica aí pensando em mim. Pode admitir que está apaixonado, não vou ficar chateado. —— Ele se sentou ao lado de Saetan, enfiando as mãos no prato de bolo dele e levando um grande pedaço até a boca. Aela, que estava igualmente se afundando nos comes e bebes da festa levantou a cabeça assustado e com os olhos arregalados ao ouvir o som do impacto das mãos de Ashter no pratinho de plástico, mas logo se distraiu com outro pensamento e tornou a comer.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 5:20 pm | |
| Interagindo com Ashter no parquinho ————Encaro Ashter com a expressão mais amarga que consigo fazer. A presença dele é como um defunto esquecido há muitos dias, infestando a beleza do jardim com o cheiro pútrido. É tão sujo quanto um. Ele me dá vontade de violar metade dos mandamentos da bíblia. Dá vontade de quebrar a cara dele usando uma bíblia, na verdade. Luci some assim que Ashter aparece, me abandonando sozinho com esse energúmeno. O que me consola é que ele aparenta mesmo estar dopado, então logo os aliens vão estar usando as tripas dele para estudo. Um sorriso escapa pelo canto dos meus lábios ao pensar nessa cena maravilhosa e ele logo evolui para uma gargalhada exageradamente longa ao ouvir o absurdo que ele disse. —————— Eu? Apaixonado por você ?! Faça-me o favor! —— volto a gargalhar, mas me atrapalho com uma breve engasgada. O absurdo é tão grande que é difícil até engolir. Limpo a garganta, voltando à minha expressão séria. Se eu pudesse queimá-lo com a força do meu olhar ele certamente estaria carbonizado agora, mas infelizmente não tenho esse poder ainda e homicídio é pecado. —— Primeiro que isso seria homosexualismo... Segundo que você é um maluco lunático! Eu poderia até pecar, mas ainda tenho um bom gosto. —— respondo, levantando o queixo com um olhar afrontoso. Assisto-o comer aquele bolo incomodado com a nojeira, desejando que ele morra engasgado. Que esteja envenenado.
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Última edição por Vicky em Dom Dez 04, 2022 7:57 pm, editado 1 vez(es) |
| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 5:29 pm | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————Amethyst não odiava de verdade ser freira. Só às vezes. Cuidar daquele bando de doidos podia ser cansativo, mas era algo que se propôs por pura e espontânea pressão de suas madres no convento que a consideravam uma beata extremamente dedicada aos menos afortunados. Ugh, por Deus, só estava fazendo isso porque estava escrito na caralha das escrituras divinas, não era bondade.
——————Hoje em especial, dava graças ao Senhor por ter um dia livre naquele lugar, pôde aproveitar para ler sua Bíblia copiosamente sentada numa mesa do jardim, observando de tempos em tempos se alguém fosse aprontar alguma coisa indevida. A única coisa que reclamava por dentro era não poder se livrar das roupas comuns de freira. Era esperado e já estava acostumada, mas estava calor. Bom, era aguentar, em nome de Deus. Também lhe pedia um pouco mais de paciência, pelo bem da festividade.
——————Notou com o canto dos olhos quando um dos internos resolveu sentar-se na mesma mesa que si, com uma pilha enorme de comida batizada. Provavelmente nem notou a presença dela lá. Suspirou baixo e, notando que tinha algo a corrigir em sua conduta, se colocou a obrigação autoimposta, quase impulsiva, de lhe advertir:
————————— Vá com calma. Gula é pecado. ——— Disse num tom monótono que esperava do fundo do coração tê-lo assustado de alguma forma. Não se lembrava do nome do loiro, mas também não fazia muita questão. Esses doidos… |
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Última edição por Paith em Dom Dez 04, 2022 6:31 pm, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : ficar bonitona) |
| | | Daphne Admin
Mensagens : 25 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 6:10 pm | |
| Why the fuck you look to me for help? There ain't an ace in the cards I was dealt Interagindo com Saetan no parquinho————Se não estivesse dopado, com certeza teria agarrado os cabelos de Saetan e mostrado para ele o que era o tal do homossexualismo, mas os remédios estavam atrapalhando os impulsos depravados de Ashter. Se fosse qualquer outra pessoa falando com ele daquela forma, os dentes dela já teriam sido esmigalhados contra a mesa de madeira. Só que para ele, ser rejeitado por Saetan era comum e até divertido, tornava as coisas mais difíceis e interessantes. —————— Maluco lunático, eu? —— Arqueou a sobrancelha, preparando-se para soltar um comentário ácido entorpecido pelo efeito dos remédios e do bolo. —— Primeiramente, não sei se você reparou mas estamos num manicômio, então não espere encontrar sanidade aqui, gracinha. E em segundo lugar, até onde eu sei não sou eu quem fica falando sozinho pelos cantos. ————Limitado de força física mas ainda inspirado a quebrar a postura de Saetan, Ashter lambeu a bochecha dele deixando um rastro de saliva escurecida pelo chocolate do bolo. Queria pecar e queria muito, uma pena que o jardim não fosse o local mais adequado. ———— —— Algum sucesso na busca dos peixes? Ouvi dizer que tem um aquário cheio deles dentro do confessionário, mas que só aparece depois de meia noite. O comentário não passou de uma simples tentativa de amenizar a reação sobre a lambida, a obsessão por peixes era uma boa distração e se fosse burro o suficiente para cair nesse papo, teria a oportunidade de estar sozinho com ele e finalmente violar o tal puritanismo do rapaz.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 6:34 pm | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ————Nem sei o quanto já comi, só sei que eu estava muito motivado a aproveitar o bolo pra valer pelo ano inteiro. Olho para identificar de quem era a voz que havia me alertado sobre a gula e arregalo os olhos quando percebo de quem se trata. Rapidamente viro a cabeça para o lado e cuspo o bolo que estava em minha boca, sujando a pessoa que estava do meu outro lado. Murmuro um pedido de desculpas e passo a mão nas mangas da pessoa, tirando os restos do bolo. ————Volto a olhar para ela e a maldita pintura me vem à mente, fazendo meu rosto esquentar. Apesar de ela não estar finalizada, já estava bem perto e digamos que Tobias é um artista talentoso, alguém muito preocupado com os detalhes. Céus, ainda bem que eu já vou descer de tobogã pelo assassinato, senão eu estaria infinitivamente mais preocupado com meus pensamentos agora. É uma freira, cacete... Calma, mas ela não sabe de nada disso. Tá tudo sob controle. Só Deus pode ler meus pensamentos, não é? Não vai ficar uma situação constrangedora.
—————— Haha... É, você tem razão… —— limpo a garganta, tentando voltar a agir com o mínimo de normalidade. Ou ao menos fingir, enquanto uso toda a minha falta de talento para a atuação. —— Servida? —— pergunto, apontando para meu prato. E me arrependo logo em seguida. Burro do caralho. Por que ela ia querer os restos do um bolo de um paciente? Ignoro a vontade de bater na minha própria testa e me mantenho olhando para ela, esperando por uma resposta. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 7:50 pm | |
| Interagindo com Ashter no parquinho ————Detesto quando insinuam que eu sou maluco só por ouvir vozes. Sou privilegiado com uma bênção incrível, ainda que a fonte seja meio questionável. Eu nunca poderia ser ingrato com meu verdadeiro pai por me proteger com um demônio, pois ele me faz companhia nos momentos mais solitários. É o único ser em que eu posso confiar, ainda que eu não possa confiar na moral duvidosa dele. Alguém inferior como Ashter jamais poderia compreender a grandiosidade disso. —— Mesmo assim você continua sendo um maluco lunático —— murmuro, revirando os olhos com o comentário desagradável dele. ————Quando volto a olhar para Ashter, percebo que ele está perto demais do meu rosto. Só tenho tempo de arregalar os olhos, prender a respiração e jogar meu corpo um pouco para trás enquanto encaro os olhos negros dele, não conseguindo impedir a lambida em meu rosto. Meu coração dispara com a aproximação e eu viro o rosto com a mão na bochecha lambida, processando a situação. Aperto a corrente do balanço com força, como se ainda tivesse perigo de cair. Que filho da puta, até dopado consegue me dar trabalho. Olho ao redor preocupado com a possibilidade de alguém ter reparado na cena, enquanto limpo meu rosto. —————— Maldito! Não faça essas coisas em público! E nem em lugar nenhum! —— repreendo. A mudança repentina de assunto me faz ficar meio perdido, mas meus olhos se iluminam ao ouvir a história sobre os peixes. No entanto, penso melhor na tal história e principalmente na pessoa de quem ela está vindo. Não é nenhum pouco confiável. Tenho certeza que esse maldito brincando com meus sonhos inventando essa história suspeita, mas não posso evitar ficar com uma pontada de dúvida. —— Aquário? Por que colocariam um aquário dentro do confessionário? —— pergunto cético, mas algo destrava minha em minha mente como num estalo. Arregalo os olhos, incrédulo. —— Nãooo! Pera aí... Eles escondem os peixes lá só porque sabem que eu iria pegá-los? Nem fodendo... ————O choque está estampado na minha cara. Um novo mundo se abriu para mim. Eu disse que eles sabotavam o lago para que eu não pudesse pegar nenhum peixe, mas essa informação de Ashter me abre uma dimensão totalmente diferente. Quer dizer que a dedicação deles para que eu não encontre os peixes é ainda maior. Por quê? É uma dúvida que ainda não foi respondida nem quanto ao lago, mas creio que vou precisar investigar muito para descobrir o motivo. —— Isso explica tanta coisa... Então é mesmo de propósito! Mas onde eles deixam os peixes de dia, então?
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 8:28 pm | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————O rosto não resistiu em curvar as extremidades dos lábios para cima ao ver aqueles olhos azuis arregalados como se tivesse visto um fantasma, mas conteve-se em não deixar a expressão completar, voltando à sua seriedade comum. Sorte que ele tinha desviado o olhar para cuspir o bolo que comia num outro interno. Que nojo.
——————Ao ser alvo daqueles olhos cristalinos novamente, ergueu uma sobrancelha ao ver o rapaz ganhar uma coloração avermelhada. Se perguntou se foi por sua aparência o agradar ou se foi por algum pensamento indevido. A primeira estava fora de questão porque já haviam interagido antes, tinha certeza disso. Fechou a expressão com firmeza, mas acenou com a cabeça quando ouviu-o dizer que tinha razão, concordando com ele. Tinha, mesmo. O olhar transicionou para um cruel, de pena fria. Olha só que bonitinho ele tentando amenizar a situação de ter pensado algo impróprio de uma freira, oferecendo aqueles restos de bolo.
————————— Não, não estou. Sem beijo indireto. ——— Cutucou o que a própria mente concluiu qual era sua intenção, deixando bem claro que podia, sim, ler mentes, de modo subliminar, tudo graças aos anos de convivência com pessoas de índole igual ou até mais podre do que a dele. Foi um palpite, mas tinha certeza que não estava tão longe. Praticamente o triturava com os olhos. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 9:48 pm | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ————Fico estático, processando o que ela disse. Beijo indireto? Basicamente ela disse que está vendo estampado em minha face: pervertido e indecente. Consegui dar a pior impressão possível enquanto tentava melhorar o clima constrangedor que eu criei. Tudo por causa daquela pintura maldita. Sinto minha cara ir parar no chão, mesmo que ela ainda esteja na mesma posição de antes. Permaneço olhando para a freira ao meu lado com a surpresa estampada em meus olhos, enquanto encaro a expressão séria dela. Ela me encara de um jeito como se pudesse ver meus pensamentos mais sujos. Ela lê mentes. Eu tenho certeza. Ou ao menos é muito boa em ler as pessoas e tem um fundo de maldade em sua personalidade. Ela leu e tentou me punir de alguma forma. Talvez a maldade seja só com os pecadores e eu acabei de mostrar que sou um dos piores, então preciso desesperadamente mudar essa impressão. Não era essa minha intenção, pra começar. —————— Eu... não queria beijo indireto —— tento me explicar, engolindo em seco. Céus, eu nem pensei nessa possibilidade. De onde ela tirou isso? Isso só deixa a situação mais humilhante ainda. Estou murchando aos poucos na cadeira, mas sinto um relâmpago de confiança me atingir e percorrer pelo meu corpo no instante em que percebo um detalhe. —— Espera... Foi você quem pensou nessa possibilidade! ARÁ! Que indecência, hein minha senhora... —— repreendo, fazendo uma cara de reprovação como se tivesse pego ela em um flagra muito grave. Tento me agarrar a uma pequena migalha para ter algum controle da situação. Puxo o prato para mim, como se quisesse impedir que ela encostasse. —— Sem beijo indireto pra você! —— atesto como se ela quem quisesse isso, e então volto a comer.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 10:09 pm | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————Amethyst queria ter o poder de desouvir o que ele disse. Fechou a Bíblia que estava em cima da mesa à sua frente, antes aberta em Levítico, e apoiou o braço em cima da capa, encarando o loiro como se o ridicularizasse pelo que ele disse. Tinha plena noção que, para os acéfalos daquele lugar, lógica não tinha vez, então iria ensiná-lo a pensar pela primeira vez na vida.
————————— Com potenciais loucos e criminosos, é natural pensar no pior. Ponha-se no seu lugar. ——— Firmou cada sílaba como se falasse pausadamente para uma criança, com uma raiva bastante presente. Deus a perdoe, mas na próxima gracinha que ele soltasse não hesitaria em jogar o livro grosso em sua direção. |
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Dom Dez 04, 2022 11:20 pm | |
| I won't cry for you, I won't crucify the things you do I N T E R A G I N D O C O M: H E N R Y N O J A R DI M Senhorita Helen está me olhando como se pudesse resolver todos os problemas do mundo com a força do seu sorriso. Como se, de algum jeito, a sua arcada dentária perfeita decidisse afundar os vilões no oceano e libertar as criancinhas africanas da fome que as persegue por séculos. Urgh. Mal percebo meu movimento ao esmagar, furiosamente, um balãozinho vermelho com o pé, estourando-o como se estivesse golpeando a cabeça dela com esses sapatinhos ridiculamente brancos. Seus olhos quase roxos à luz ambiente devoram a silhueta de minha estrutura e transforma a certeza de que a odeio numa coisa ainda mais concreta. A enfermeira coloca os dedos nos lábios — faça silêncio.
Sinto-me como uma bolinha de lã puxada por um grupo de gatinhos hiperativos, a cada momento que passa me desenrolando mais e mais. Perdendo as forças. Estou cansado e não há muito o que posso fazer para esconder isso — um sentimento estranho, uma onda de algo desagradável, deslizou pelas minhas veias, incinerou qualquer vontade por uma discussão que eu pudesse, um dia, ter tido.Foda-se, não quero saber dela; estou preso há dois anos e as pessoas estão comemorando o aniversário da minha prisão como se a propriedade fosse um bebe completando seu primeiro mês. Eu poderia ter aprendido a nadar, a investir na bolsa de valores, a pilotar um daqueles aviões de guerra e incendiado essa espelunca como fogo num celeiro se possuísse a chance. Mas não.
Sou uma coisa desbotada, que foi vencida há muito tempo e ainda não percebeu. Uma ruína ambulante sempre acompanhada pela fumaça acre do cigarro e que tem a esperança tola de reconstruir-se — pois eu, infelizmente, não sei desistir. A teimosia é tudo o que me restou. Faço questão de chutar cada decoração que tenta servir como um obstáculo no caminho, uma orquestra de balões pisoteados segue a minha sombra. Vejo um rosto — o rosto de qualquer pessoa — na superfície plastificada, cada centímetro da minha pele implorando para sair deste lugar como um peixe de água doce largado cruelmente no oceano.
Eu procuro alguém para acender a chama na ponta do cigarro; para marcar minha transição a um mundo onde a tranquilidade é induzida. Não foi difícil cutucar um voluntário e conseguir o fogo. Meus pulmões se encheram tão rápido que por um momento o hospital pareceu estranhamente distante, como se todos não passassem de pequenos insetos presos no vidro ao qual eu segurava. Eu os observei — os loucos — pensando que jamais conseguiria fazer parte disso — da loucura —, sentado no degrau da escada que levava ao prédio e demorando alguns segundos entre as tragadas. O silêncio é um amigo íntimo. E tudo bem não ter ninguém, digo a mim mesmo, funciona comigo. Mas os passos que ecoam pelo ar morrem muito próximo de onde estou — me pergunto, por um instante, se não pensei alto demais. A voz grogue e dois olhos azuis trazem as minhas emoções de volta ao lugar. Na verdade, me perturbam; me fazem abandonar o estado catatônico no qual afundei — devolve o mundo ao eixo do qual ele escapou graças a ação do cigarro. Estou, de repente, acordado. ——— Oi ——— respondo ao estranho, expulsando a fumaça entre os lábios. Percebo uma espécie de entorpecimento afundando seu corpo e vejo nele um sorriso brilhante demais para esse lugar. É como se fosse uma estrelinha que está perigosamente tentada a conversar comigo, um maldito buraco negro que deseja secretamente usurpar a luz dele.
Estou prestes a dizer algo muito rude — porque, de outra forma, já não seria Nicodemos. Mas as palavras do garoto chegam mais rápido do que as minhas. Permaneço quieto. Não mexo um músculo. Talvez, se não me mover, ele continue falando para sempre — não parece impossível e eu me descubro disposto a ouvi-lo dissertar sobre o quão lindos e maravilhosos meus olhos pretos podem ser. O comentário atingiu o nervo certo. ——— Legal ——— digo, olhando fixamente para o contorno azulado da sua íris, mergulhando no que imagino se tratar de um oceano ——— o que mais eles são? Vá em frente. Me exalte.
Ele se senta ao meu lado, não se importando nenhum pouco com o cheiro de gelo e metal impregnado na escada, perto o suficiente para que minha pele dançasse com consciência. Não quero afastá-lo. Não por enquanto. Às vezes, tenho certeza de que vou despencar de um penhasco para um universo alternativo no qual ninguém me encontrará — conversar com os malucos diminui a sensação de que, talvez, eu fique preso com eles para sempre. Sorte a minha que esse maluco seja tão bobinho. ——— Sim. Aula de zumba. Sou eu mesmo, droga, você me descobriu. ——— digo, tentando afastar a voz robótica para fora do sistema, batendo no cigarro com o indicador para espantar as cinzas. É um novato, sei disso, estou aprisionado aqui há tanto tempo que consigo listar o nome dos internos em ordem alfabética. Um sentimento agridoce escorre pelo estômago. ——— Achei que nunca mais fosse ver você, ér... hm... ——— murmuro, como se estivesse tentando lembrar algo muito importante e isso fosse ajudar-me na busca pela memória ——— Matthew? Alisson?
Alguma coisa em seus olhos me sussurra que não poderia acertar nem se os alienígenas me ajudassem. ——— Esqueci. É que faz tanto tempo... Tenho boas recordações, você lembra quando nós assaltamos o dinheiro da professora Patrícia? Ninguém descobriu até hoje ——— um sorriso desliza pelo rosto, o cigarro fica frouxo entre os lábios ——— mas mesmo assim não conte a ninguém, George. Nós somos cúmplices, afinal.
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Última edição por yukizinha em Ter Dez 06, 2022 8:51 am, editado 4 vez(es) |
| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 8:57 am | |
| ——————stop asking, you’re boring don’t complicate. nothing is wrong, right? NATHAN KENDRICK SEAWELL 20 YO DEPRESSÃO&HIPERATIVIDADE VETERANO
INTERAGINDO COM DEMÉTRIO NO JARDIM ——————Passada a semana de anistia da solitária, não demorou muitos dias para parar lá, daí começou a ser dopado para sua atitude ser controlada. Quase não tinha lembranças e, se tinha, eram borradas ou momentos muito específicos. Lembrava-se de, por exemplo, quando os primeiros sinais da depressão foram se formando. Gradualmente ia perdendo o brilho no olhar, o entusiasmo, quase não se reconhecia quando não encontrava forças para levantar nuns dias, em outros pegava-se encarando o nada e afirmando que “merecia mesmo estar num manicômio, afinal das contas” enquanto conversava com outro interno. Começou a se acostumar melhor com essas sensações horrorosas quando se viciou em Marlboro.
——————O pior, se é que podia chamar assim, era que tinha se afundado na necessidade de sempre estar fazendo alguma coisa, qualquer coisa, mesmo que se arrastasse para tal. A vida estava perdendo o sentido, nem cantar estava em sua lista de prioridades mais. Tudo parecia lento desde que completou seis meses do dia em que sua mãe tomou a decisão incrível de puni-lo por não ter escolhido o que ela queria para si. Foda-se, pelo menos não estava mais dando trabalho para Sarah em casa, yay! Vai tomar no cu, Liliann.
——————Estava esperando que aquela data fosse mais um dia comum, ou seja, horrível, mas, para sua surpresa, no jardim tinha cor. Naquele lugar monocromático, como se não pertencessem à mesma realidade. Balões. Comida. Tinha quase certeza que aquilo estava sendo algum tipo de alucinação, já sob os efeitos dos calmantes, então não se afetou tanto, muito menos se agitou como faria há nove meses atrás. Se estivesse normal, seria um dos primeiros a atacar a mesa de comes e bebes e a estourar umas daquelas borrachas cheias de ar. Pelo contrário, encarava os arredores com certa apatia enquanto tirava um cigarro da caixinha, andando com a mente em silêncio até um funcionário aleatório.
————————— Acende? ——— Pediu, já se adiantando, colocando o cilindro bicolor entre os lábios, observando de perto e atento quando a chama do isqueiro queimou a ponta. Tragou com força e, depois de desocupar a boca, despejou a fumaça no ar e as cinzas no chão, com o cigarro entre os dedos indicador e médio enquanto ia sentindo a nicotina atingir os pulmões, relaxando-o um pouco mais, momentaneamente. Acenou com a cabeça algumas vezes e sorriu, contido, como se estivesse provando uma droga totalmente ilícita pela primeira vez. Sempre tinha essa impressão no primeiro fumo do dia, mas depois ela sumia. ——— ‘Brigado. ——— Se afastou dos olhos do moço, andando devagar e leve, o olhar caçando algo ou alguém para receber sua tão importante atenção.
——————Pousou os orbes sobre um rapaz de aparência bastante estrangeira, tanto do manicômio quanto do país. Sua curiosidade o fez se aproximar dele, reparando que ele estava muito entretido com as próprias mãos, não de modo malicioso. Franziu o cenho, pensando no que seria e, sem aviso nenhum, invadiu-lhe o espaço, tomando-as para si, agoniado com a inquietação.
————————— Tá com frio? Eu te esquento ——— Brincou, com o tom flutuante entre o riso e a embriaguez, como se estivesse bêbado. Claro, sabia que estava de dia e um pouco quente, mas vai que ele tinha alguma coisa que deixava as mãos com sensação de frio? Nunca se sabe. |
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- se livrou de ser levado à solitária por uma semana, quando chegou por que será…?
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 11:15 am | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ————Pausei a colher no meio do trajeto para minha boca no instante em que ouvi a resposta. Senti uma alfinetada, não sei se pelo tom ou pelo fato de eu estar incluído no “potenciais loucos e criminosos”. Ela não disse isso diretamente, mas eu sei que sou os dois. E embora ela esteja absolutamente certa, não gosto da forma com que ela fala isso como se ela fosse superior e não pudesse se misturar. Mesmo que isso seja verdade. Ela me lembra que somos um monte de pessoas indecentes e indignas de viver em sociedade, condenados a viver nesta prisão. A realidade é incômoda e não precisa ser lembrada dessa forma. É desconfortável. —————— Ah, entendi. —— digo, usando um tom estranhamente manso. Concentro-me em brincar com o bolo usando a colher em minha mão enquanto sinto minha língua afiada querer se libertar. Nesse momento eu até consigo entender o desejo de Tobias por querer perverter essa freira de alguma forma, porque parece que faria com que eu me sentisse menos errado e desprezado. Ela me dá o papel de louco e eu o assumo. —— Não seja modesta. Você teve a mente mais fértil pro lado indecente que um louco criminoso, isso tem seu mérito. Não precisa ter vergonha de admitir que você é gente como a gente.
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Última edição por Vicky em Seg Dez 05, 2022 12:38 pm, editado 2 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 11:29 am | |
| Interagindo com Nicodemos no jardim ————Seus olhos se iluminaram. Não era grande coisa, mas ele se sentiu especial por ter sido lembrado. Qual a possibilidade de encontrar uma figura conhecida em um manicômio? Apesar de tudo de ruim que aconteceu até agora, uma pequena dose de felicidade tinha sido dada a ele. A animação murchou levemente ao ouvir os nomes que nem chegavam próximo ao dele, mas isso não tirava o valor de ele ter se lembrado. —— Henry —— corrigiu, sem deixar que isso o abalasse. O nome não era tão importante. Os olhos se arregalaram e a boca se entreabriu com a surpresa de ouvir a tal recordação. Ele foi lembrado, mas por uma coisa absurda e que Henry tinha certeza que não tinha feito. Assaltar a professora? Até cogitou a possibilidade de ter feito isso e se esquecido, mas não. Definitivamente ele não faria isso. E isso significava que ele tinha acabado de admitir um crime. —————— O quê? Mas eu nunca roubei ninguém! Eu… Você está me confundindo! Mas eu não vou contar pra ninguém do seu... assalto. —— falou a última palavra em um tom mais baixo, como se fosse perigoso ficar repetindo em voz alta. Sentia que agora tinha uma grande responsabilidade em suas mãos. —— Eu te conheço porque você tomava café no lugar que eu trabalhava quando saia da zumba. Lembro de você porque você ficava cuspindo fumaça na minha cara, só isso —— explicou. Lembrava-se nitidamente da figura de cabelos e olhos negros que soprava a fumaça do cigarro em sua cara enquanto ele anotava os pedidos. Da forma com que ele ficava assistindo a reação de Henry com tranquilidade e cinismo, como se fosse divertido ver a cara de desaprovação dele enquanto ele não podia reclamar. Agora, em sua memória, essa figura parecia ser claramente Nicodemos. ————Coçou a nuca sem graça, pois agora a situação parecia estranha. Sentia que precisava equilibrar a situação de alguma forma para que ele não se sentisse muito errado e exposto por Henry não ter cometido aquele assalto, então vasculhou em sua mente os crimes que poderia ter cometido. —— Os únicos crimes que eu já cometi foi ter batido no menino que me fez estar aqui, bater em alguns bullies no ensino médio, invadir quintal pra roubar fruta, trocar clonazepam por um quadro meu pintado como um rei e sonegar imposto. Oh, na verdade isso é muita coisa... e parece bem grave. Até pior que o seu assalto. Você me acha uma pessoa ruim? Pode falar a verdade —— perguntou preocupado. Não havia percebido o quão grave eram as coisas que ele já tinha feito até que disse elas em voz alta. ————Colocou a mão no queixo enquanto pensava mais um pouco, como se agora tivesse o dever de admitir seus crimes, por algum motivo. Estranhamente, não havia nada barrando as coisas que ele falava agora. Muito pelo contrário, parecia que alguém havia retirado de repente a barragem de um rio e os pensamentos simplesmente jorravam para fora. O julgamento da figura conhecida — porém desconhecida — à sua frente parecia muito importante. —— Também teve uma vez que eu pedi uma garota em namoro em público, com flores e tudo. Não é um crime, mas ela me disse que era como se fosse. E então recusou. Você acha isso um crime? —— perguntou, inclinando a cabeça para o lado feito um cachorro. A sobrancelha levemente franzida enquanto o olhava fixamente com um pouco de receio da resposta.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 2:16 pm | |
| ——————did you have fun? i really couldn’t care less i’m not your friend or anything, damn AMETHYST SUYOKI 22 YO FREIRA VETERANAINTERAGINDO COM OLIVER NO JARDIM ——————Teve a impressão que não ouviria mais nada depois daquela resposta mansa, o que proporcionou-lhe um certo alívio. Não era fã de manter conversa, isso era perceptível, mas sua maior preocupação era achar a parte que havia parado de ler. Franziu o cenho, a fim de abrir a Bíblia para voltar à leitura, mas, então, foi interrompida, tornando a fechá-la. Fixou a atenção nele.
——————Como um mecânico encara um carro parado na oficina; era assim que enxergava todos aqueles internos do manicômio. Eles precisavam ser arrumados, ajeitados, para, então, talvez ficarem o mínimo aceitáveis para a sociedade. Para Amethyst, era impossível encará-los como animais racionais ou, no mínimo, seres em seu nível. A afronta do loiro a fez soltar um riso zombeteiro, achou graça. Como sequer pensasse em se comparar a gente igual a ele.
————————— Não sou eu quem está vestida de branco da cabeça aos pés. ——— Abaixou e levantou os olhos para reforçar o que dizia. Não estava em seus planos revelar que já foi, sim, uma pessoa do mundo, mas não era mais e esse era o ponto. A hipocrisia era vencida por sua superação; não voltaria a ser quem era, seu orgulho tinha se tornado um trono de cem metros de altura, com rios de espinhos venenosos ao redor. Ninguém entrava, sequer se arriscava a tocá-la. Era bom estar assim. ——— Está livre hoje, mas, amanhã, esteja pronto para copiar Apocalipse inteiro, três vezes. Se tentar fugir da obrigação, eu mesma irei atrás de você. ——— Ameaçou, batendo a ponta dos dedos no livro algumas vezes e exibindo um sorriso macabro. Tinha que viver o inferno na Terra para conhecer os céus, suas madres diziam. Ah, agora entendia a sensação que elas tinham. |
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| | | Daphne Admin
Mensagens : 25 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 5:42 pm | |
| Why the fuck you look to me for help? There ain't an ace in the cards I was dealt Interagindo com Saetan no parquinho————Passou a língua nos próprios lábios a fim de saborear até o último resquício do gosto de Saetan, sentindo fagulhas de excitação ao perceber que ele era sim inocente o suficiente pra acreditar na tal história dos peixes. Os olhos brilhavam sempre que os animais eram mencionados, e seja lá de onde vinha essa obsessão, o brilho era mais uma das coisas que Ashter queria arrancar dele. —————— É, no confessionário. Decoração, mas eles estão monopolizando os peixes somente para algumas pessoas. ——Um grunhido maléfico estalou sob o fundo da garganta dele enquanto a mente começava a arquitetar o tão esperado momento. Urinaria nos pés de Jesus após depravar a capela.—— Acho isso muito injusto, sabe... E ouvi as faxineiras fofocando sobre você. ————Colocando as mãos, agora limpas devido ao uso de um guardanapo, disfarçadamente sob o joelho de Saetan, olhou para os lados reparando se alguém os observava. Todos estavam distraídos com a comemoração. Não havia fofoca nenhuma, mas precisava gerar curiosidade para alimentar a ingenuidade dele. ———— —— Eu também queria muito saber onde esses peixes estão, e se você quiser vir comigo, tenho o plano de ir até o confessionário hoje a noite após o toque de recolher. Caso não queira, eu vou achar os peixes sozinho e não vou te contar nem aonde eles ficam durante o dia! ————Teria que ser esperto. Se funcionasse, quando ele percebesse que não haviam peixes com certeza abriria um berreiro e isso traria problemas. O plano era não demonstrar perigo e atacar como uma cobra dando o bote no último segundo.
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Seg Dez 05, 2022 11:47 pm | |
| Interagindo com Ashter no parquinho ————Ashter está me revelando informações preciosas demais. Tão preciosas que eu até me questiono do porquê de ele estar me entregando elas de bandeja. Meu olhos brilham com a surpresa de ouvir as coisas que ele diz. A surpresa de quem por muito tempo teve as teorias apenas na própria cabeça, mas nunca nada que as confirmasse. Minha surpresa fica ainda mais nítida quando ele me fala sobre as fofocas. Descubro que sou um alvo ainda maior do que imaginava. —— O quê? O que elas falaram sobre mim?! —— pergunto mais alto do que eu esperava, espantado com a audácia das faxineiras. Até elas estavam envolvidas nisso? Que pilantras. Servas do demônio! ————O brilho some dos meus olhos quando ele ameaça ir atrás sozinho e não me contar sobre os peixes se eu não fosse com ele. Do jeito que ele é um canalha fodido, não tenho dúvidas que ele faria mesmo isso. Franzi o cenho, demonstrando minha indignação. —— Que maldade, só por que eu desejei que os aliens te levassem? —— reclamei. Não sei o que eu esperava dele, já que é só mais um desses degenerados que tentam me arrastar para o fundo do poço junto a eles. O problema é que agora ele parecia mesmo estar interessado na conspiração dos peixes. Tanto que foi atrás dessas informações. Embora ele fosse um estúpido, talvez não fosse estúpido o suficiente para negar a preciosidade dos peixes. ————Fiquei em silêncio por alguns segundos. A dúvida estava estampada em meu olhar enquanto eu pensava mais na proposta. Eu faria qualquer coisa por meus peixes, mas lembro-me de quem ele é e do perigo que ele representa. Por que eu confiaria nele? Não quero deixar esse idiota ficar com meus peixes, mas também não pretendo dar o gostinho da vitória para ele. Ele já me deu a informação sobre onde os peixes ficam, tudo que eu tenho que fazer é simplesmente aparecer lá e pegá-los antes dele. Vou usar a informação e deixá-lo para trás. Um sorriso maldoso desliza em meus lábios com o pensamento. —— Pff... Até parece que eu tô desesperado nesse nível. —— ri. Eu estava sim, mas não iria falar isso. ————E mesmo assim, a ideia ainda parece tão tentadora na minha cabeça que não posso evitar cogita-la. E se ele chegasse antes e sumisse com todos os peixes? E se eu perdesse para sempre a chance de encontrá-los? Não posso permitir isso. —— E o que você faria com os peixes se ficasse com eles só pra você? Desde quando você se interessa por peixes? —— pergunto quase num murmúrio, coberto de amargura. Só a possibilidade de deixá-lo com os peixes já me incomoda, porque eu claramente mereço muito mais que ele. Não sou um pecador nojento. —— Quer dizer... Mesmo que eu fosse, até parece que você iria me dar os peixes assim de graça, né...? Já que está tão interessado —— questiono com desconfiança, por mais que uma parte minha esteja implorando para que ele diga que iria me entregá-los porque eu mereço.
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Última edição por Vicky em Ter Dez 06, 2022 9:31 pm, editado 1 vez(es) |
| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 06, 2022 10:33 am | |
| I won't cry for you, I won't crucify the things you do I N T E R A G I N D O C O M: H E N R Y N O J A R DI M —— Henry.
Disse, com medo que o nome se adequasse à minha língua; que encontrasse algum lugar entre os meus dentes e eu nunca mais fosse capaz de tirá-lo da boca. Henry, Henry, Henry. Não soou tão mal assim. O cigarro se forçou contra os lábios e meus olhos avaliaram a pessoa pela qual eles nutriram interesse, o azul se fundindo perfeitamente à escuridão.
O garoto pareceu chateado com a acusação do crime e suponho que eu deva estar fazendo alguma coisa certa ao chamá-lo de cúmplice. Ele tem aquela espécie de inocência pela qual desgraçados como Ashter adoram tomar vantagem — uma ingenuidade tão cristalina que com certeza o tornou vítima de muitos mentirosos. O seu ar de embriaguez, como se estivesse tão bêbado e alheio à racionalidade que os mecanismos que dão sentido ao planeta não passam de um mero inconveniente à ele, certamente colaborou para que acreditasse em mim. Assumi o papel de ladrão tão casualmente quanto o movimento de piscar os olhos e bater o indicador contra o corpo cilíndrico e alongado do cigarro, abaixando o tom de voz para que nenhum enxerido escutasse a confissão desses crimes.
——— Ah, sim, é mesmo, você é o Henry ——— afirmo, como se fosse uma coisa que eu mesmo soubesse e que me veio à memória ——— O bobinho que não conseguia quebrar nenhuma das políticas da empresa onde trabalhava. Nem para defender a si mesmo. Lembrei ——— expulso a fumaça enquanto a hipótese de soprá-la na cara dele se transforma numa ameaça quase física entre nossos corpos. Me imagino sentado e expelindo a nuvem branca no rosto de um garçom cujo único erro foi agir como um bom garoto e atender a um Nicodemos irritado com o mundo. Mas não o faço. Ao menos, não agora ——— Sorte a sua que meu humor está muito bom hoje. Eu, na verdade, odiava zumba. Só frequentava as aulas para assistir ao seu tormento no final delas. Um prazer pessoal.
Escuto a sua ficha criminal como se estivesse o avaliando para a vaga de emprego pela qual Henry estava desesperado. Olhei dentro dos seus olhos e aquelas duas safiras confessaram que nenhum segredo poderia estar escondido sob elas. Ele não quer ser considerado uma pessoa ruim e eu encontro um pedaço de mim tentado a entregá-lo à dádiva dessa gentileza — ainda que, de certa forma, se alguém me perguntasse, nunca teria associado o motivo de sua internação à violência. Henry se importa com o julgamento das pessoas e com certeza não vai durar muito tempo aqui. ——— Acho. Você cometeu crimes suuuper graves. Nunca vi alguém fazer algo tão desumano quanto roubar a fruta no quintal do vizinho. ——— digo, lembrando de acrescentar emoção à voz ——— condenou a família dele à fome. Por egoísmo. Mas guardarei o segredo enquanto o meu estiver a salvo com você. Nós vamos compartilhar a cela caso abra o bico, então saiba desde agora que vendi a alma do meu último colega de quarto no ensino médio ——— minto, embora quisesse mesmo negociar certos benefícios em troca do sofrimento dos imbecis que me encheram a paciência na escola. A mera existência deles era uma afronta à inteligência do cosmos e nada mais importava exceto o oceano de destruição que recairia sobre os arrogantes quando eu estivesse autorizado a fazê-lo. Ah, se houvesse um demônio disposto a me ouvir…
Mas não há. E o raciocínio de Henry é um copo quebrado que não pode reter nenhum conteúdo e precisa despejar imediatamente todos os pensamentos no meu colo. Quase gargalhei do modo com que aquele monumento à inocência está se equiparando a serial killers por ter se confessado a uma garota. ——— Ah, você não sabia? É uma ofensa entregar flores a alguém! Só se dá isso aos mortos. É como se você quisesse que ela morresse ——— sorrio ——— É bem mórbido, mas eu, um servo de satanás, acho romântico.
Espio suas feições; a cabeça tombada de um cachorro implorando por carinho, a cor azulada que um artista usaria para pintar um milhão de quadros. Percebo uma coisa avermelhada espreitando seus cílios, marcas de quem passou uma eternidade inteira na companhia das próprias lágrimas ou que permaneceu acordado por cinquenta anos a fio ——— você tem insônia? ——— pergunto, a mão automaticamente se erguendo para afastar o cabelo castanho da testa dele, me demorando no gesto porque finjo que o tempo é uma ampulheta quebrada e ninguém nunca poderá fazê-la funcionar outra vez ——— peça remédios para alguém, eles dão sem pensar duas vezes.
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Última edição por yukizinha em Sex Dez 09, 2022 10:43 pm, editado 2 vez(es) |
| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 06, 2022 3:14 pm | |
| Interagindo com Amethyst no jardim ———-Eu sempre pensei nos padres como figuras do mal e intimidades, mas as freiras sempre me pareceram boas, porém discretas. Costumava pensar que elas precisavam se esforçar para não mostrar demais o lado bondoso e perder a seriedade, enquanto os padres estavam sempre muito dispostos a dar uma reguada na mão por qualquer erro. Elas traziam o equilíbrio para que as crianças não odiassem totalmente as instituições religiosas. Essa à minha frente me prova o contrário; me prova que elas podem sim ser realmente maldosas. E percebo isso pela forma com que ela me olha como se eu fosse um inseto e ela pudesse esmagar. Agora eu devo me parecer com um inseto barulhento, daqueles que incomodam.
———-Ignoro o fato que ela joga na minha cara e o olhar de julgamento que quase arranca minha pele. O que eu não consigo ignorar é o fato de ela querer me dar uma punição só por eu ter respondido daquela forma. —— O quê?! Isso é abuso de autoridade! Eu não tenho culpa se você é uma pervert- —— protesto, mas corto minha frase assim que percebo que aquilo não ia dar em nada. Pelo contrário, só iria piorar minha situação e a moral que ainda me resta. —— Ah, deixa pra lá. Da próxima vez eu deixo ele terminar o quadro —— murmuro para mim mesmo enquanto cobria minha boca com o copo com a bebida, fazendo o som sair meio abafado.
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| | | yukizinha Admin
Mensagens : 71 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 06, 2022 5:54 pm | |
| you're the only one who can make me pray I N T E R A G I N D O C O M: N A TH A N N O J A R DI M Droga.
Estava tão concentrado em esconder as mãos de algum jeito que sequer percebi o momento em que um loiro as reivindicou entre as suas, canalizando uma explosão de estrelas por trás do meu crânio, nublando a minha visão das coisas lúcidas que inutilmente tentei pensar. Calor desceu rasgando meu estômago até se estabelecer abaixo dele e eu mordi os lábios, contendo um suspiro ao lembrar das inúmeras pessoas que nos rodeiam; das freiras que vão estranhar qualquer comportamento inadequado à luz do dia —— Espere... quer dizer... não, não espere...
Ele com certeza está drogado. Está carregando o típico sorrisinho de um bêbado que encontra graça em qualquer coisinha — e talvez por isso não percebesse o modo trêmulo com que uma exclamação abandonou a parte mais profunda da minha garganta, como a perversão é muito presente no círculo castanho do olho e eu me sinto afundando na ternura da sua pele em contato com a minha. Estou nu — sem luvas para proteger a mão de ser observada pelos outros; de ser apalpada e submetida a qualquer indecência da mente humana.
É claro que tentei exigi-las, mas ninguém nesse hospital dá importância ao verdadeiro decoro — nem os meus músculos, de certa forma, estão pensando claramente na depravação de ter os dedos desse desconhecido entrelaçados aos meus. O garoto murmurou algo que não compreendi, o coral de nossos batimentos cardíacos foi invadindo todos os espaços no meu crânio — os dele tão fracos e frágeis quanto um passarinho machucado, e eu pulsando mais forte do que nunca. —— Não, não se afaste... —— suspiro, apertando a pegada, escorregando o dedão nas costas da mão do loiro e esperando que ele faça o mesmo. É tão bom, tão bom. Me sinto carregado pelas ondas no oceano de prazer que me afoga por inteiro, como a eletricidade atravessando fios de um poste completamente molhado pela chuva, faiscando sob a cobertura grossa do cabo. Eu estava em chamas, uma nova espécie de necessidade afundando como uma pedra nas aguas da minha mente e fazendo-me querer muito colocá-lo dentro da boca. Ah, não poderia lutar contra esta natureza. É impossível. Insuportável. Minha mão trouxe a dele aos meus lábios e beijei aquilo como se o mundo estivesse quebrando e apenas um gole da sua pele fosse capaz de restaurar o equilibro perdido do planeta. Entreabri a boca e a sensação de lambê-lo expulsou o oxigênio dos pulmões e eu percebi que nada pode ser comparado ao sentimento daqueles dedos contra mim. É o paraíso. |
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| | | Vicky Admin
Mensagens : 88 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 06, 2022 9:04 pm | |
| Interagindo com Nicodemos no jardim ———-Havia um certo conforto em ser chamado pelo próprio nome por uma figura conhecida, mesmo que fosse o moreno fumante que soprava a fumaça do cigarro em sua face. Isso fazia com que ele se sentisse um pouco mais humano, coisa que ele não conseguiu sentir desde o momento em que saiu da solitária algumas horas atrás até agora. E também, ele não era só aquela memória desagradável; lembrava-se de receber boas gorjetas dele e também de conseguir fazê-lo dar boas risadas — ainda que às vezes nem fosse intencional fazer com que ele achasse graça das coisas.
———-Franziu levemente as sobrancelhas com a forma que foi definido como funcionário, não entendo se aquilo era uma coisa boa ou ruim. Parecia que ao mesmo tempo que estava sendo chamado de incapaz, também estava sendo reconhecido como um funcionário que agia com profissionalismo. Expulsou a outra possibilidade de sua cabeça, deixando apenas a positiva; uma pessoa tão simpática não poderia estar querendo dizer aquilo. —— Jura? Então você gostava tanto assim da minha companhia? Mas eu sempre desconfiei que você não gostava muito da zumba, Joseph, por que como é que pode alguém fumar feito uma chaminé e gostar de fazer exercícios? —— sorriu, lembrando-se da figura ranzinza fumando em uma daquelas mesas fru-frus do lugar.
———-“Nunca vi alguém fazer algo tão desumano quanto roubar fruta no quintal do vizinho.”
———-Impossível. Não era verdade. Henry poderia pensar em inúmeras coisas muito piores que roubar fruta do vizinho. No entanto, quanto ele apontou sobre a fome, aquilo pareceu realmente grave. Não havia pensado por esse lado até então. Quando morava no interior, onde muitos de seus amigos tinham o costume de fazer o mesmo, aquilo parecia quase que algo natural. Nem se pensava na situação dos donos das frutas. A expressão confusa deu lugar à surpresa, pois tinha acabado de se dar conta da verdadeira gravidade das coisas que fez. “Egoísmo”. Uau. Nunca tinha visto isso de um jeito tão forte — exatamente como um egoísta faria; só tinha enxergado só a parte que lhe convém.
———-Se sentiu na obrigação de assentir com a cabeça quando foi basicamente ameaçado para que ambos os crimes permanecessem em segredo, por mais que nem tivesse pensado em compartilhar nada além dos próprios. Pretendia confessá-los no confessionário, assim poderia ser perdoado. Mas agora, julgamento pela forma séria que ele falava, também parecia meio perigoso confessar os próprios para outra pessoa. Nem cogitou que poderia ser preso por admitir tais crimes, tinha mais receio pelo julgamento em si. —— Que isso, Joseph... Seu segredo está seguro comigo. —— garantiu com seriedade, enquanto o encarava. —— Até parece que eu sou o tipo de pessoa que sai soltando segredos por aí como se não tivesse controle.
———-Pareceu extremamente natural que aquele ser meio obscuro à sua frente confessasse que era um servo de satanás com apreço pelo mórbido. Embora isso provavelmente lhe soaria estranho se fosse em outro momento, agora que estava meio aéreo só pareceu algo curioso. Achava que isso era um lugar católico e portanto sem espaço para esse tipo de coisa; que pessoas com religiões muito diferentes passariam longe daqui. Abraçou os joelhos enquanto olhava para o jardim, pensando na tonelada de informações novas que havia recebido e lhe abriram caminho para enxergar um horizonte totalmente diferente agora.
———-Os olhos fixaram-se nos dele enquanto a mão afastava os fios de sua testa. A expressão tornou-se levemente confusa ao ouvir aquela pergunta e a sugestão sobre os remédios. Se tivesse citado o terror noturno, teria pensado que ele possuía a habilidade de ler mentes. A insônia era mais fácil de presumir o motivo da pergunta, pois imaginou que devia estar mesmo horrível depois de tudo aquilo. Passou a mão no próprio rosto, analisando-o. —— Por quê? Eu tô com olheiras? Não consegui dormir por causa do escuro, mas não conta pra ninguém... Isso é vergonhoso. Não posso ficar sem moral assim na frente dos assassinos e criminosos. —— explicou em um tom mais baixo, olhando discretamente ao redor para garantir o sigilo daquela informação.
———-—— Eu acho que nem precisaria de remédios, porque eu sinto que poderia dormir aqui agora mesmo... Eu poderia me deitar ali mesmo na grama e dormir tomando um sol —— apontou para a grama com o queixo e permaneceu encarando-a por mais um tempo, cogitando seriamente a ideia. Com a exaustão que sentia agora, qualquer lugar poderia dar a impressão de ser confortável, mas a grama parecia particularmente aconchegante por causa do calor do sol e principalmente da luz. —— Mas eu tenho sérias dúvidas se me dariam algum remédio mesmo, porque aquele pastor parece me odiar, por algum motivo.
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| | | Paith Admin
Mensagens : 68 Data de inscrição : 27/11/2022
| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. Ter Dez 06, 2022 10:04 pm | |
| ——————stop asking, you’re boring don’t complicate. nothing is wrong, right? NATHAN KENDRICK SEAWELL 20 YO DEPRESSÃO&HIPERATIVIDADE VETERANO
INTERAGINDO COM DEMÉTRIO NO JARDIM ——————Esperava por qualquer tipo de reação. Sério, qualquer uma; um empurrão, um afastamento por parte dele, caralho, até mesmo um xingamento, mas não por pedidos para que não se afastasse. O cérebro travou um pouco, retardando as próprias reações para absorver direito o que estava acontecendo.
——————Primeiro, o sorriso se manteve até mesmo depois de ouvir o primeiro suspiro, achando que tinha segurado muito forte, mas o aperto que estava exercendo era quase mínimo e suas mãos tinham prática em controlar a força. O curvar, porém, se desfez numa expressão confusa, capaz apenas de só sentir ele apertar as duas palmas juntas e a carícia feita com o dedão. Sentiu seus neurônios como se fossem engrenagens lentas, enferrujadas, tentando entender por que cacete ele estava gemendo e com a temperatura tão quente que conseguia sentir da distância que estava.
——————Daí, olhou para baixo, instintivamente, quando conseguiu chegar ao fim da linha de um raciocínio
——————...Ah.
——————Ergueu as sobrancelhas e o maxilar relaxou em descrença, que só era mais intensificada com a umidade da língua contra seus dedos. O rosto esquentou e voltou a focar no rosto do moreno, que denunciava todas as formas possíveis de tesão no que estava fazendo. Desconforto nasceu em seu interior, forçando-o a consumir o máximo de ar possível para prendê-lo nas vias, porém estava letárgico o suficiente para não se afastar.
——————E também para levar aquilo a sério.
——————Soltou o carbono com uma risada, de nervosismo, com um sentimento interno que o fazia querer muito que esse dia fosse só um delírio de uma febre muito pesada.
————————— Cara… ——— Começou, o tom leve e descontraído escondendo e enterrando o incômodo no fundo de sua mente para que não atrapalhasse seu senso de humor ——— Eu sei que eu sou irresistível, mas não precisa ficar assim também, né? ——— Soou brincalhão, se referindo à excitação do outro.
——————Ainda não se desvencilhando do contato, apesar do que tinha dito parecer uma apreensão, deu um jeito de pescar o cigarro com os lábios para mantê-lo entre eles e tragar para alimentar o vício. Se esse homem tinha alguma coisa por mãos, deixaria ele. Odiava cortar o prazer dos outros pela metade quando não tinha a intenção e ainda não tinha feito nada assim ainda, então... É, que que custa? Deu uma acenadinha com a cabeça para ele, como se dissesse um ”Vai lá, continua”. Seu conceito de indecência caiu muito no decorrer desses meses, mas não o suficiente para se juntar a ele pela quantidade de freiras ao redor, então deixaria que ele o usasse. Sozinho. |
- !!!:
infos adicionais - ESFP 7w8
- canadense (Vancouver)
- canhoto
- 1,70m e 55kg
- pansexual e panromântico
- canta bem, mas está desmotivado para o fazer com frequência
- míope, só usa óculos se com dor de cabeça
- cristão não-praticante
- cigarro favorito é o marlboro vermelho
- se livrou de ser levado à solitária por uma semana, quando chegou por que será…?
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| Assunto: Re: Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. | |
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| | | | Exterior — Entrada do hospital, Jardim, Parquinho, Beira do lago. | |
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