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yukizinha
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yukizinha


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MensagemAssunto: bbcode irraa   bbcode irraa EmptySex Dez 02, 2022 1:58 am



the wires got the best of him

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I N T E R A G I N D O    C O M:  N O A H   N O   R E F E I T Ó R I O

Culpo meu pai porque preciso de alguém em quem despejar o ódio — porque, na verdade, família é uma desculpa perfeita para justificar a origem de muitos dos nossos problemas.
Lembro-me, por exemplo, de mentir a todo momento na infância. Cada segundo. E o homem estava tão desesperado pela perfeição do filho que acabei colocando vários dos seus trejeitos nos meus ossos — obrigando a mim mesmo a cumprir suas expectativas e assimilar a sua personalidade.
Ele está aqui, no fundo dos olhos castanhos, nas palavras que falo, na atmosfera que respiro. Até meu espelho está confuso, como se o reflexo estivesse despertando para uma pessoa que, de repente, não compreendesse. Como se, na verdade, não me compreendesse — qual das sombras ele deveria refletir afinal? Quem está morando aí dentro?
Eu não sei, então, minto.
Gosto de consertar coisas — não importa o quê — o tempo todo. Às vezes isso é extremo, como quando esfreguei as janelas do dormitório tantas vezes que um passarinho desorientado, sem perceber o vidro, chocou-se contra ela. Ou quando desperdicei quase dois dias acordado organizando os livros da biblioteca em ordem alfabética e baseado no seu grau de "interessante". Não suporto entrar no dormitório e enxergar um quarto vazio; fico relembrando as paredes da casa antiga, cheias de medalhas e certificados que dão peso às minhas conquistas.
Lembro-me, especificadamente, de ganhar muitas drogas e muitos elogios após a final de um Concurso de Física, na típica festa de encerramento onde os integrantes são todos os que participaram dele. Eric Donaghan — um demônio — era o garoto responsável por acrescentar entorpecentes à diversão, e eu fui o primeiro colocado da maior competição de conhecimento do Condado de Houston, no Texas.
As meninas colocaram o melhor vestido do guarda-roupa, e os meninos capricharam no corte de cabelo. Aconteceu na casa de um mauricinho rico que organizou tudo pensando em coletar fundos para crianças órfãs, uma desculpa típica dos filantropos. E é claro que o filho do político republicano mais influente do Estado não poderia furar a oportunidade. Se, porventura, me xingassem, esfregaria o primeiro lugar do concurso naquelas carinhas e retornaria à casa inventando uma dor de cabeça tão insuportável que não me permitia sequer pensar direito.
Mas eles não foram ruins. Não precisei encenar uma quase morte para escapar do lugar. Quis, por vontade própria, permanecer. Ninguém me ofendeu mais que o próprio espelho; usei roupas exageradamente formais, os cabelos loiros meticulosamente arrumados; uma gravata combinando com o terno. Era adequado — meu pai afirmou, como se acabasse de avaliar o cavalo com o qual desperdiçar  dinheiro, mas sei que, na verdade, essa extravagância me transformou na pessoa mais pomposa que os socialites já conheceram na vida.
Deus,
O que eu não trocaria — no mundo — por um mísero resquício daquelas substância...
Um trem me descarrega pensamentos autodestrutivos e fundidos com as memórias ainda frescas de situações em que uma pílula para adrenalina era a única coisa correndo no meu sangue — quando a ansiedade ainda não era como uma mão firme em volta dos pulmões, esmagando-os completamente. A diversão era tudo o que importava — a única verdade do mundo.
Mas agora, cinco meses de internação e cento e cinquenta e dois almoços depois e não descobri os ingredientes que são usados nessa comida hospitalar. Tem cheiro de química, de uma equação que ninguém soube resolver e só colocaram dentro da panela esperando o melhor resultado. Sempre repugnante. Urgh. Devolvo secretamente o prato de bolo que a administração deixou servido sobre a mesa do refeitório — foi aí, nesse instante em que me desorientei entre a profunda repulsa e uma súbita curiosidade, que encontrei um garoto com, aparentemente, os mesmos problemas, suponho.
—— Você... vai comer isso aí? —— digo, me aproximando a passos furtivos, como se tentasse passar uma informação secreta para um agente de uma organização criminosa —— Não é muito bom, não... —— ele é bonito. E isso é um enorme problema. Pego atalhos no labirinto da minha mente, temendo retornar a mesma conclusão de agora. Encaro olhos verdes, grandes e brilhantes como se alguém tivesse os substituído por esmeraldas  —— passe pra cá —— ordeno, estendendo a mão e não esperando nenhuma recusa. São só comandos e arrogância que saem da garganta. Nunca algo diferente —— Imagino que seja novo... qual o seu nome?
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yukizinha
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MensagemAssunto: Maxine E. Salvatore   bbcode irraa EmptySeg Jan 16, 2023 7:26 pm


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NOME:
Maxine Eugene Salvatore

IDADE:
Vinte e três anos | ( 12/04 ) Àries

NOVATO OU VETERANO:
Veterano, terceiro período do curso de Medicina.

Maxine ama coisas antigas — quando pequeno se dizia capaz de desvendar, primeiro, qualquer que fosse o mistério egípcio retratado nos filmes infantis. Brincava de Indiana Jones de modo que sempre se encarregava de espancar os participantes com um galho, simulando com a força de um garotinho de dez anos as armadilhas que atrasam os aventureiros dentro das pirâmides. Aos dezesseis, prometeu a própria alma às cadeiras do curso de História da faculdade — mas aconteceu que Maxine não esperava ouvir seu pai sugerindo medicina como um ramo profissional adequado a ele. Mencionando, como se fosse o próprio cirurgião, a carreira da falecida esposa e empurrando o fardo de uma mulher morta ao único garoto que ela deixou no mundo; quem sabe acreditando na competência do seu marido para dar à ele a criação que todos os pirralhos invejam. Então Maxine aceitou; a ideia foi passando por seu copo como uma pedra  afundando sem provocar qualquer movimento na superfície do rio. Você não tem exatamente uma escolha quando vive se perguntando qual será a proporção do estrago da próxima surra — ao menos a liberdade para erguer a sua República é algo, de tão selvagem, quase físico, que nem mesmo o controle do pai poderá arrancar dele.

MORADIA:
Morador e líder da República da CF - Cheesecake Factory


PERSONALIDADE:
ISFP — autodestrutivo; violento; sensível; observador.

BACKSTORY/ CONTEXTUALIZAÇÃO:
Estadunidense, Califórnia — Los Angeles.
Filho de um ex-militar influente com a milícia local de San Diego, Maxine cresceu numa casa cercada por certificados e menções importantes da contribuição do seu pai na marinha — dizem os parentes mais afastados que ele nunca mais foi o mesmo homem após o serviço. Ficou agressivo. Um pouco menos humano. Age como uma máquina disfuncional que só sabe desabar a frustração sobre os ombros do seu único filho — alimentando um pavoroso rancor pelo fato de que perdeu a sua esposa no momento em que o garoto nasceu.

Jean-François tornou-se o irmão legal após o casamento entre o pai de Maxine e a mãe solteira do francês — mas esta união esteve desde o princípio fadada ao fracasso como todos os relacionamentos de uma pessoa com um desequilíbrio mental gigantesco. A única coisa que ainda os mantém juntos é o gosto daquela mulher por desfrutar da aposentadoria do seu recente marido — o qual está sempre preparado para compensar as falhas e a negligência com presentes caríssimos.

Ele, na verdade, é a imagem de todos os seus quinhentos defeitos convergindo para o ponto onde prometeu nunca chegar — é praticamente questão de tempo até Maxine Salvatore transformar-se numa versão ainda pior do que seu agressor, uma sombra decrépita e violenta sentada à frente da tevê contemplando tudo o que havia aprendido e tudo o que realizaria com as ferramentas que lhe foi dado: dois punhos e uma tolerância baixíssima para o mundo que o cerca.




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